Segundo o Instituto Brasileiro de Ética nos Negócios, a ética é uma daquelas coisas que todo mundo sabe o que é, mas que não é fácil de explicar, quando alguém pergunta. Todavia, pode-se recorrer ao Aurélio Buarque de Holanda Ferreira que afirma, no seu dicionário, ser a ética “o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto”. A palavra ética vem do grego ethos e em seu significado original podia ser escrita com “e” minúsculo, significando morada, ou com “E” maiúsculo, significando costumes, sentido que mais se aproxima da ideia que temos hoje de moral, de virtude.
A ética tem, portanto, reflexos simultaneamente individuais e sociais. Agir eticamente é construir o próprio caráter em direção à virtude e é, também, ao mesmo tempo, construir o bem comum tal como o entendemos em nosso meio, em nossa comunidade. Pode-se concluir que, etimologicamente, ética e moral são palavras sinônimas. Tem a ver com o que é bom, correto e justo, e pode ser representada pela honestidade e integridade de conduta em todas as áreas de nossa vida. Por exemplo, no mundo dos negócios, as empresas não têm vida própria, seus funcionários – desde os que trabalham no chão de fábrica até os de maior nível hierárquico na organização – é que dão vida à empresa.
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Então, o padrão de conduta de cada um dos colaboradores e o somatório das atitudes de todos é que determinará se uma empresa é ética ou não. Logo, cada um de nós é responsável por construir a reputação e o caráter da empresa em que atuamos para que ela seja interna e publicamente reconhecida como uma empresa ética – repleta de virtudes, dentre elas: a honestidade, a transparência e a integridade de conduta – por todos os seus stakeholders. Cada vez mais temos refletido sobre o papel das empresas em nossa sociedade, dando maior ênfase não somente aos aspectos econômicos, mas, principalmente, aos sociais e ambientais.
As decisões desses novos atores assumem uma importância crescente para o bem-estar das comunidades locais e da preservação do meio ambiente onde estão inseridas e, portanto, eles são chamados a responder a critérios bem mais amplos do que uma simples lógica de maximização do lucro e de ações assistencialistas e filantrópicas para com a sociedade. Isso explica por que nos países mais desenvolvidos não somente os governos, mas também os investidores, os acionistas, os consumidores, a mídia e o público em geral, apresentam exigências cada vez maiores sobre o desempenho da empresa, atribuindo valor a aspectos como a qualidade, a imagem, a confiabilidade, e a reputação e o caráter da empresa em termos da ética nos negócios e das responsabilidades social e ambiental.
Em outras palavras, não se analisa somente o resultado econômico-financeiro, mas também a maneira como foi obtido, avaliando e premiando as empresas que possuem as melhores práticas nas relações com os seus interlocutores públicos e privados, quer pela qualidade dos produtos e serviços, quer pela excelência no atendimento, quer pela transparência e retidão de comportamento. A ideia inspiradora e motivadora da gestão responsável de uma empresa deve ser a sua reputação, ou seja, ser publicamente reconhecida por todos os seus stakeholders como uma empresa ética e socialmente responsável, empenhada em salvaguardar os direitos humanos e atenta às questões sociais e ambientais, pois a reputação é o recurso mais importante para o sucesso da empresa e representa um ativo intangível que agrega valor e é a base sustentável para o crescimento da empresa ao longo do tempo.
Além disso, a reputação acaba contagiando o caráter da empresa! Inspire confiança: Os clientes querem fazer negócios com empresas nas quais podem confiar. Quando a confiança está na cultura de uma companhia, é uma garantia de seu caráter, habilidades, forças e honestidade. Quer um modelo de um Código de Ética Empresarial, clique no link http://www.ericsson.com/ericsson/corporate_responsibility/doc/code_business_ethics_br.pdf
Alguns princípios
- Inspire confiança: Os clientes querem fazer negócios com empresas nas quais podem confiar. Quando a confiança está na cultura de uma companhia, é uma garantia de seu caráter, habilidades, forças e honestidade.
- Mantenha uma mente aberta: Para a melhoria contínua de uma companhia, seu líder deve estar aberto a novas idéias. Ele deve sempre pedir a opinião e as idéias de seus clientes e de sua equipe para que a organização continue crescendo.
- Cumpra com suas obrigações: Independente das circunstâncias, faça tudo em seu alcance para ganhar a confiança de seus clientes, especialmente se houve algum problema em um projeto ou negociação anterior. Recupere-se de negócios perdidos honrando todos os seus compromissos e obrigações.
- Tenha um sistema de documentação clara: Avalie novamente todo o material da empresa, incluindo publicidade, folhetos e outros documentos externos de negócios, garantido que sejam claros, precisos e profissionais. Mais importante ainda, garanta que eles não levem a más interpretações.
- Envolva-se com sua comunidade: Mantenha-se envolvido com assuntos e atividades relacionados a sua comunidade, mostrando que seu negócio contribui responsavelmente com a comunidade.
- Tenha um bom controle contábil: Tenha um controle prático da contabilidade e dos registros da empresa, não somente como um meio de conhecer melhor o progresso de sua companhia, mas também como recurso para prever e evitar atividades questionáveis.
- Seja respeitoso: Trate os outros com todo o respeito que merecem. Independente das diferenças, posições, títulos, idade ou outros tipos de distinções, sempre tenha uma postura profissional respeitosa e cordial.
Como reduzir fraude no mundo corporativo
Marcos Assi
Temos nos deparado mais frequentemente com notícias de fraudes contábeis, de informações nebulosas, entre outras irregularidades corporativas. Sabemos que o tema é polêmico e motivo de muita discussão profissional e acadêmica. Mas será que somente o controle por parte da alta administração será suficiente para reduzir ou minimizar os riscos de fraude? Será que a conduta moral ainda é insuficiente para mudança de procedimento no mundo corporativo?
O fato é que o assunto é dependente da vontade da organização e dos profissionais envolvidos no operacional. Seria muito importante que a conduta moral fosse prática ativa das pessoas. Isso facilitaria os procedimentos internos, sem a interminável busca por controles mais eficientes e que venham salvaguardar os ativos da empresa. Mas porque as fraudes continuam aumentando?
A ausência de conduta moral está cada vez mais em evidência, seja na vida privada ou pública. A questão vai além da governança corporativa, controles internos e contábeis (este último tão fragilizado), e gestão de riscos. Acreditamos que já é uma questão de estudos de comportamento humano universal. Até mesmo na religião nos deparamos com a ausência de índole e moral.
Com tudo isso, devemos educar os nossos filhos de forma diferente. As escolas necessitam discutir mais a questão ética. Mas se os pais não têm entendimento do assunto, como vão repassar a alguém? As faculdades deveriam expor melhor tais procedimentos na área, embora se imagine que os alunos devam trazer esta característica dentro de cada um.
Portanto, de nada adianta gestão de riscos e controles internos, se a alta administração, gestores e colaboradores não possuem uma conduta profissional e ética como algo realmente relevante. Afinal, se a prática das pessoas acontecesse dentro de um perfil moral mais confiável, os controles internos não necessitariam ser tão burocráticos e, em certos casos, até mesmo quase inviáveis — e mesmo assim as fraudes acontecem.
Os órgãos reguladores vêm publicando nos últimos tempos regras normativas que buscam implementar melhores procedimentos na prevenção a fraude e a riscos inerentes ao negócio, mas mesmo assim as irregularidades acontecem. Por isso, insistimos na pergunta: como reduzir fraude no mundo corporativo? A resposta esta dentro de cada um de nós.
Marcos Assi é professor e coordenador do MBA Gestão de Riscos e Compliance da Trevisan Escola de Negócios, e autor do livro “Controles Internos e Cultura Organizacional – como consolidar a confiança na gestão dos negócios” – marilia.ramires@trevisan.edu.br
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