O transporte alternativo é uma maneira de se locomover, usando um meio diferente das diferentes formas de se locomover. A bicicleta é um exemplo disso. Em alguns lugares, ela é usada porque é mais barata, como no interior do Brasil e em países como a Índia e a China. Outras pessoas escolhem andar de bicicleta por uma questão ideológica, porque elas não agridem o meio ambiente e não causam tantos transtornos quanto os carros. Mas, o importante é que ao usar esse meio de transporte os usuários não corram riscos desnecessários, usando o capacete como um equipamento de segurança, muitas vezes usados normalmente como uma forma apenas de remediar outras faltas que existem principalmente para ciclistas urbanos: falta de infraestrutura, falta de respeito no trânsito, entre outros pontos que andam em voga e em discussão. E os capacetes devem obrigatoriamente cumprir a norma técnica.
Mauricio Ferraz de Paiva
Muitos países europeus adotaram a bicicleta como seu principal transporte. O trânsito em algumas grandes cidades europeias é todo adaptado para atender aos ciclistas. As ciclovias são priorizadas, o que garante a segurança de todos. O número de bicicletas circulando ou estacionadas em algumas cidades, por exemplo, é impressionante.
Diferentemente, os brasileiros não têm a mesma estrutura para usá-las. E esse é o maior motivo para que ela não seja tão popular nos grandes centros urbanos do país. Os que tentam se transportar com as bicicletas enfrentam dificuldades: não há espaço destinado a elas, muitas vezes os ciclistas disputam com os carros, o que pode provocar graves acidentes.
Também, a geografia de muitas regiões do Brasil dificulta esse transporte, com cidades muito acidentadas sendo um empecilho para quem resolve pedalar. O clima quente também serve de desculpa para alguns, que acham desconfortável chegar aos lugares suados, por causa do esforço físico que se faz ao andar alguns quilômetros debaixo do sol.
Porém, o uso da bicicleta é considerado como um benefício para saúde e qualidade de vida, pois é uma ótima atividade física. É um tipo de transporte ecologicamente correto, porque não polui e, logicamente, é econômico porque não exige gastos com combustível ou passagem.
Quando bem planejado, com ciclovias bem construídas, é possível se locomover mais rápido, tratando-se de uma opção para driblar o trânsito congestionado. Contribui para um trânsito com menos fluxo de carros; ajuda a diminuir os engarrafamentos, exige menos espaço para serem guardadas em relação aos carros, que necessitam de enormes áreas destinadas a estacionamentos e possui baixo custo de manutenção.
Assim, cada vez mais, a bicicleta ganha espaço como um meio de transporte nas grandes cidades brasileiras. Enquanto mais e mais ciclovias surgem, novos adeptos descobrem os benefícios que, trocar as quatro rodas pelas duas, trazem para a saúde.
O primeiro passo é escolher a bicicleta certa. Quem está começando deve priorizar o conforto: guidão alto e pneu largo são características que dão mais confiança para o ciclista. Para ir trabalhar, uma boa opção é a bicicleta dobrável, que não precisa ser estacionada e pode ser guardada no escritório. No entanto, nenhuma das duas é ideal para pegar velocidade, o que pode atrapalhar nas grandes distâncias.
Também é importante andar com equipamentos de segurança. O principal é o capacete, fundamental para proteger em caso de acidentes, mas há outros periféricos interessantes, como a luva, que aumenta a aderência com o guidão e também evita ralar a mão em caso de queda. Outra dica é andar sempre com água, para manter o corpo hidratado.
Os capacetes devem ser fabricados de acordo com a norma técnica para não ser considerado um produto ilegal. A NBR 16175 de 05/2013 – Veículos de duas rodas – Bicicleta – Capacete para condutores de bicicleta e usuários de patins, skates e semelhantes especifica os requisitos e os métodos de ensaio de capacetes para condutores de bicicleta e usuários de patins, skates e similares. Os requisitos e os métodos correspondentes de ensaio têm como base os seguintes pontos: construção, incluindo o campo de visão; funções de absorção de impacto; funções do sistema de fixação, incluindo a cinta jugular e os elementos de fixação; marcação e informação.
A proteção proporcionada por um capacete depende das circunstâncias que ocorre um acidente. O fato de se utilizar um capacete não pode evitar sempre a morte ou danos físicos a longo prazo, visto que o capacete é projetado para minimizar o risco de ferimentos na cabeça, na eventualidade de um acidente.
Uma parte da energia de impacto é absorvida pelo capacete, reduzindo assim a força do impacto sobre a cabeça. Qualquer capacete que receber um forte impacto deve ser substituído por outro, mesmo se o dano não for visível. O capacete deve ser desenhado de forma que o ar circule por cima da cabeça do usuário.
Na fabricação dos capacetes, as características dos materiais utilizados (peças metálicas, borrachas, etc.) não devem sofrer deterioração significativa sob influência do envelhecimento ou das circunstâncias de uso as quais o capacete é normalmente submetido, por exemplo, exposição ao sol, temperatura e chuva extremas. Nenhum dos materiais que entrem em contato com pele deve sofrer alterações evidentes como resultado do contato com o suor ou com substâncias como as que aparecem nos produtos de limpeza. Materiais que causem alterações na pele não devem ser utilizados.
O capacete deve ser construído com um material resistente que receba os meio de absorção de energia de retenção do conjunto pala e orifícios de ventilação. Deve ser projetado e ter um formato tal que suas partes (palas, rebites, ventilação, bordas, sistemas de fechos e similares) não possam lesionar o usuário durante seu uso normal.
Além disso, segundo a norma, deve ter um peso reduzido, ser ventilado, ser colocado e retirado facilmente, possibilitar o uso de óculos corretivos e não interferir significativamente na capacidade auditiva do usuário. Quando forem realizados os ensaios previstos na norma, não deve haver nenhuma ocultação do campo de visão dentro dos limites compreendidos pelos seguintes ângulos: horizontalmente: 105° min a partir do plano médio vertical longitudinal até os lados esquerdo e direito; para cima: 25° min a partir do plano de referência; e para baixo: 45° min a partir do plano básico.
Há vários modelos de capacete disponível no mercado. Um deles é o capacete aberto, também chamado meia casca ou meia concha, que é o modelo mais conhecido e também o mais utilizado. Seu formato é parecido com uma concha serve para melhorar a aerodinâmica na pedalada e no caso, e também para ser mais eficiente em quedas horizontais. Alguns modelos vêm com uma aba removível, que protege não só do sol como também de galhos e outros objetos, e por isso são os preferidos dos praticantes de mountain bike. Existem também os modelos sem aba, que são os mais utilizados no ciclismo de estrada.
O modelo coquinho ou urbano é mais indicado para modalidades onde há o risco de uma queda vertical. Por isso, ele é um pouco mais fechado e achatado na parte superior. É um capacete muito usado pela galera do street, BMX e vertical. Além disso, tem sido utilizado por muitos adeptos do ciclismo urbano e também do bike polo.
Os fechados são maiores e mais pesados, indicados para modalidades mais extremas, que envolvem altura e grandes velocidades. Por serem fechados, possuem a proteção para o queixo, e são utilizados pelos praticantes de downhill e muitos do BMX.
Existem ainda os capacetes próprios para o ciclismo de pista. Esses são bem fechados e testados para vencerem da melhor forma a resistência aerodinâmica nas provas de velódromo. Por conta disso, alguns possuem um prolongamento na parte traseira, além de visor integrado.
Importante é a ventilação, pois quanto mais ventilado o capacete, melhor para atividades mais longas. Imagine uma pedalada por longas horas sob o sol. Um capacete bem ventilado não deixa o usuário chegar de cabeça quente no pedal, literalmente. A ventilação ajuda na transpiração da cabeça e proporciona mais conforto para a pedalada.
A maioria dos capacetes é feito em isopor, que é considerado um bom material para absorção de impactos. Os modelos mais modernos e caros são revestidos com polímeros, alguns deles inclusive com fibra de carbono, o que os deixa bem mais leves. Além disso, a casca que envolve o capacete tem também a função de absorver energia no caso de impacto. Deve-se ficar atento para o sistema de espumas internas do capacete que aumentam bastante o conforto.
Enfim, a bicicleta é um meio de transporte e pode ser um considerado um exercício para o dia a dia. Ela oferece os mesmos benefícios cardiovasculares da corrida, sem ter um impacto tão grande. Um cuidado que é necessário para não forçar os joelhos é ajustar o banco na posição certa. Fora isso, fica a sensação de liberdade de não ficar preso no trânsito e de respirar livremente. Mesmo com a poluição das grandes cidades, a atividade pode compensar.
Mauricio Ferraz de Paiva é engenheiro eletricista, especialista em desenvolvimento em sistemas, presidente do Instituto Tecnológico de Estudos para a Normalização e Avaliação de Conformidade (Itenac) e presidente da Target Engenharia e Consultoria – mauricio.paiva@target.com.br
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