A qualificação das empresas de transporte de produtos com riscos à saúde, à segurança e ao meio ambiente

Os produtos com potencial de risco são aqueles com probabilidade de ocorrência de perigos que causem lesão física e/ou prejuízo à saúde, ao meio ambiente ou à propriedade e o produto químico perigoso é toda substância ou preparado que tiver sido classificado como perigoso, em função do tipo e do grau de riscos físicos que oferecem para a saúde das pessoas, para a segurança e para o meio ambiente. É importante que a empresa de transporte tenha implementado um programa de gestão ambiental visando a sustentabilidade, incluindo reciclagem ou reaproveitamento de materiais, produtos, insumos e recursos naturais utilizados na prestação de serviços.

Igualmente, a direção da empresa de transporte deve definir os indicadores mensuráveis para os aspectos da qualidade, saúde, segurança e meio ambiente; os métodos para sua medição; as metas e os prazos para atendimento de todos os indicadores de desempenho. As metas devem ser analisadas e revisadas, no mínimo anualmente, após a análise crítica pela direção. Os indicadores de desempenho definidos pela direção da empresa devem ser coerentes com a política da qualidade, saúde, segurança e meio ambiente, e incluir no mínimo os indicadores listados na tabela abaixo.

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Para a gestão de sua mão de obra, as empresas devem dispor de um programa aos trabalhadores para verificar se estão em condições saudáveis para a realização do trabalho e que não estão sob influência externa, inclusive dependência de drogas e/ou álcool. A empresa deve definir formalmente os equipamentos de proteção individual/coletivos necessários para cada fase do processo e assegurar sua disponibilidade.

Deve assegurar o uso dos equipamentos de proteção individual (EPI) e que sejam tomadas ações imediatas para substituir os equipamentos de proteção coletiva (EPC) e EPI defeituosos ou que estejam em falta ou vencidos. A empresa deve estabelecer e manter planos e procedimentos para identificar, atender, prevenir e minimizar doenças e lesões que possam estar associadas ao trabalho dos trabalhadores.

A empresa deve documentar, implementar, manter e revisar, pelo menos anualmente, um procedimento de primeiros socorros. Deve desenvolver ou aderir a programas de boas práticas que incentivem o bom comportamento e as regras de segurança no desempenho das suas funções.

Em relação à competência e treinamento, a empresa de transporte deve identificar os conhecimentos específicos e a habilidade ou experiência apropriada requerida para cada função da área operacional e demais áreas que afetem a qualidade, saúde, segurança e meio ambiente; documentar, implementar e manter procedimentos para identificar periodicamente, no mínimo anualmente, as necessidades de treinamento e providenciá-lo para o pessoal que executa atividades que podem implicar em riscos de qualidade, saúde, segurança e meio ambiente. Deve ser mantido o registro de treinamento.

A transportadora deve estabelecer um plano de treinamento que inclua no mínimo a prevenção de incidentes/acidentes, devendo prever precauções contra derrames e quedas de volumes durante o manuseio, modo correto de abrir e fechar válvulas nos equipamentos de transporte a granel, verificação de aberto/fechado das válvulas e drenos; o atendimento a emergências; a comunicação e a análise do incidente e acidentes; o manuseio, armazenamento e transporte de produtos com potenciais de risco; o uso e a conservação de EPI; a comunicação eletrônica; os primeiros socorros; as emergências no transporte; as operações de carregamento, descarregamento e transbordo da carga. Para o transporte de produtos perigosos, a empresa deve atender à NBR 16173; realizar simulados de atendimento a emergências pelo menos uma vez ao ano, envolvendo todos os trabalhadores; e operar máquinas e equipamentos especiais.

Deve, ainda, treinar os trabalhadores recém-designados para operações com equipamentos diferentes daqueles que operava (transferência de habilidades para trabalhadores). Em termos de conscientização, deve assegurar que os trabalhadores estejam conscientes quanto à política da qualidade, saúde, segurança e meio ambiente; aos aspectos ambientais significativos e aos impactos ambientais reais ou potenciais associados com seu trabalho; aos perigos e riscos significativos; à sua contribuição para a eficácia do sistema de gestão; e às implicações de não estar conforme com os requisitos do sistema de gestão, incluindo o não atendimento aos requisitos legais e outros requisitos da organização.

Além disso, o efetivo gerenciamento de risco em transporte deve ser considerado um processo contínuo para a redução e avaliações de risco. O gerenciamento de risco é a chave para um efetivo programa de segurança no transporte. para o gerenciamento dos riscos no transporte rodoviário, por meio de orientações para a elaboração de programa de gerenciamento de risco (PGR), cujo objetivo é a prevenção dos eventos acidentais.

O PGR consiste em um documento que estabelece os mecanismos técnicos e administrativos para a gestão preventiva dos riscos decorrentes da atividade de transporte, com vistas à redução e controle dos fatores que contribuem para a ocorrência de acidentes. O PGR deve contemplar no mínimo a seguinte estrutura: introdução; objetivo; a caracterização da atividade de transporte da empresa e da área de influência; a análise de risco; a revisão da análise de risco; a gestão do programa; os procedimentos operacionais; o gerenciamento de mudanças; a manutenção e a garantia de integridade; a investigação de acidentes e incidentes; o plano de ação de emergência; a capacitação dos recursos humanos; a equipe responsável pela elaboração do programa. Para o caso de transporte de produtos perigosos é necessário a elaboração do PGR e do plano de ação de emergência (PAE), seguindo as diretrizes da NBR 15480.

A NBR 15518 de 12/2021 – Transporte rodoviário de carga — Sistema de qualificação para empresas de transporte de produtos com potencial de risco à saúde, à segurança e ao meio ambienteestabelece os requisitos de gestão para qualificação de empresa de transporte para movimentar (manuseio e distribuição) e transportar produtos com potencial de risco à saúde, à segurança e ao meio ambiente, englobando uma variedade de requisitos que objetivam principalmente: minimizar os riscos potenciais para os trabalhadores das empresas de transporte, contratados e comunidade em geral, no exercício de atividades ligadas ao transporte, reduzindo continuamente incidentes/acidentes que podem ameaçar a saúde humana, a segurança e o meio ambiente; melhorar os procedimentos operacionais das empresas de transporte, voltados para o foco de saúde, segurança e meio ambiente; promover, em todos os níveis hierárquicos, o senso de responsabilidade individual relacionado ao meio ambiente, à segurança e à saúde ocupacional, e o senso de prevenção de todas as fontes potenciais de risco associadas às suas operações e locais de trabalho, gerando melhorias no desempenho operacional; promover a melhoria contínua na gestão da qualidade, saúde, segurança e meio ambiente.

Uma carga a granel é aquela transportada sem qualquer embalagem ou recipiente, sendo contida pelo próprio tanque, vaso, caçamba, carroceria, contêiner-tanque ou contentor para granéis. Uma carga embalada é aquela transportada em embalagens, IBC, embalagens grandes, tanques portáteis e contentores de múltiplos elementos para gás (MEGC) que não se enquadrem na definição de contêiner da Convenção Internacional sobre Segurança de Contêineres (CSC).

Assim, o produto químico perigoso para o transporte é todo produto químico classificado como perigoso para o transporte conforme relação de produtos perigosos definidos na legislação. A empresa de transporte deve identificar as questões externas e internas que afetem sua capacidade de alcançar os resultados pretendidos do seu sistema de gestão para atender às necessidades do mercado em que atua.

A empresa de transporte deve planejar, documentar e implementar o sistema de qualificação para um escopo definido. O escopo deve apresentar: a abrangência dos serviços incluídos no sistema de qualificação (local, regional, nacional ou internacional); os tipos de serviços de transporte executados (fracionado, carga geral, granel, contêiner, etc.); os tipos de produtos transportados (mudanças, químicos, perigosos, frigorificados, alimentícios, etc.); a parte da organização envolvida no escopo (matriz, filiais, terminais, franquias, representantes, agentes, etc.); as partes interessadas que sejam pertinentes e as respectivas necessidades e expectativas.

O sistema de gestão da empresa de transporte deve ser documentado contendo no mínimo: a política da qualidade, saúde, segurança e/ou meio ambiente; os indicadores de desempenho estabelecidos nesta norma; o organograma da empresa; o escopo de seu sistema de qualificação; a lista dos processos e sua inter-relação; a lista dos principais procedimentos de negócios (ver Seção 8) e de apoio (ver Seção 7).

A empresa de transporte deve apresentar um plano documentado prevendo a garantia de todo transporte realizado, devendo atender no mínimo a qualificação do condutor de acordo com a categoria do veículo e o tipo de transporte realizado; a garantia das condições de segurança técnicas e operacionais do veículo; o estabelecimento de procedimentos de emergência para todo serviço executado; o estabelecimento de rotas, contendo no mínimo origem, destino e pontos de parada; a definição de critérios de movimentação (manuseio e distribuição) e armazenamento, quando aplicável.

A direção da empresa de transporte deve estabelecer e documentar sua política de qualidade, saúde, segurança e meio ambiente. A política deve incluir o compromisso com a melhoria contínua e o atendimento aos requisitos legais aplicáveis.

A direção da empresa de transporte deve assegurar que a política de qualidade, saúde, segurança e meio ambiente seja compreendida, implementada e mantida por todos os trabalhadores (funcionários e terceiros) que executam atividades que afetam o serviço. A política de gestão deve conter: o compromisso com a qualidade, saúde, segurança, meio ambiente, responsabilidade social e sustentabilidade; o atendimento aos requisitos legais; os compromissos com a moral, ética e boas práticas; o comprometimento com a melhoria contínua do desempenho do sistema de gestão da qualidade, ambiental, segurança e saúde.

Isso deve estar disponível a todas as partes interessadas (acionistas, trabalhadores, fornecedores, comunidade, clientes) e promover o comprometimento e a participação de todos. Para assegurar a efetiva qualificação, a direção da empresa de transporte deve definir, documentar e comunicar as relações de responsabilidades e autoridades, indicando claramente os responsáveis pela aprovação e implementação de documentos e procedimentos referentes a esta norma.

A direção da empresa de transporte deve indicar um membro da administração como coordenador de saúde, segurança e meio ambiente. Este coordenador, independentemente de outras responsabilidades, deve ter autoridade e responsabilidade definidas que incluam: planejar e gerenciar a implantação do sistema de gestão de transporte; assegurar que os processos do sistema de gestão de transporte estão estabelecidos e mantidos; relatar à direção o desempenho do sistema de gestão de transporte e dos indicadores de desempenho, incluindo necessidades de melhoria.

Caso a empresa de transporte decida pela terceirização de seu coordenador, este deve participar do dia a dia da empresa. Este coordenador pode ser o mesmo coordenador da qualidade ou outro trabalhador. A empresa deve designar formalmente um coordenador de segurança de produtos e bens perigosos, que deve gerar um relatório anual sobre as atividades da empresa no transporte de produtos e bens perigosos.

A empresa de transporte deve ter procedimentos para identificar e avaliar riscos potenciais à qualidade, saúde, segurança e meio ambiente ligados à operação, incluindo no mínimo: os aspectos que têm ou podem ter um impacto significativo; os critérios para identificação da significância, contemplando probabilidade de ocorrência e potencial impacto; o atendimento aos requisitos legais; o alcance dos resultados pretendidos; a prevenção ou redução de efeitos indesejáveis; a melhoria contínua. As diretrizes do Anexo A para avaliação de riscos podem ser seguidas como critérios orientativos.

A empresa de transporte deve manter atualizados a relação dos requisitos legais e as normas referenciais aplicáveis aos seus serviços que possam afetar a saúde, a segurança, o meio ambiente e a qualidade das operações, e determinar como estes requisitos aplicam-se à empresa. A direção da empresa de transporte deve verificar e evidenciar o atendimento aos requisitos legais e normas referenciais aplicáveis e demonstrar o seu completo atendimento.

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Os riscos dos serviços com eletricidade e dos arcos elétricos

Os serviços em eletricidade são aqueles realizados perto de uma instalação elétrica, como ensaios, medições, reparos, substituição, modificação, construção, montagem, manutenção e inspeção. Já um arco elétrico é o fluxo de corrente elétrica presente entre dois eletrodos, formado quando a eletricidade salta de um eletrodo para outro.

A conexão feita a partir do salto cria uma ponte ou arco de elétrons visível a olho nu. Este arco contém calor e brilho extremamente altos, ideais para soldagem e iluminação. A temperatura e a luminosidade dos arcos elétricos dependem principalmente de dois fatores: tipo de gás e pressão.

Os serviços na proximidade de partes energizadas devem ser realizados de acordo com procedimentos específicos e elaborados por profissional habilitado e autorizado. Caso os serviços nas proximidades sejam executados por profissionais capacitados, ou por pessoas não advertidas para realizar serviços não elétricos, como limpeza, estas necessitam receber treinamento especifico sobre os perigos e riscos das instalações, antes de receberem a permissão de trabalho emitido por um profissional habilitado e autorizado.

Quando a análise de risco determinar a necessidade de uma supervisão, esta deve ser qualificada e autorizada para serviços com eletricidade. Os serviços em proximidade de equipamentos e instalações energizadas com tensão nominal superior a 50 V em corrente alternada ou 130 V em corrente contínua devem ser realizados por pessoa autorizada e somente quando as medidas de segurança assegurarem que as partes energizadas não podem ser tocadas, por exemplo, componente com proteção mínima IP 2X, ou se a zona de serviço energizada não puder ser ultrapassada.

Para controlar os perigos da eletricidade na proximidade de partes com tensão, podem ser colocadas proteções, como telas, barreiras, invólucro ou protetores isolantes. Se não for possível aplicar estas medidas, deve-se ser providenciada uma proteção para manter uma distância de segurança não menor que Rr da tabela abaixo (raios de delimitação de zonas de risco de choque elétrico, controladas e livres) com relação às partes com tensão acessíveis, e garantir uma adequada supervisão.

Devem ser adotadas medidas para assegurar que o local de serviço permita que a pessoa se mantenha em posição estável durante a execução do serviço, tendo as duas mãos livres para execução dos serviços e utilização das ferramentas ou de instrumentos. Antes do início dos serviços, o responsável pelo serviço deve instruir o trabalhador sobre a manutenção das distâncias de segurança, as medidas de segurança adotadas e, principalmente, a necessidade de manter a atenção constante sobre os riscos elétricos.

O limite da zona de serviço necessita ser definido de forma precisa e claramente e convém que o trabalhador esteja atento às condições ou circunstâncias não habituais. Recomenda-se que as instruções sejam repetidas a intervalos apropriados ou após mudanças ou alterações das condições de serviço. O local de serviço necessita estar delimitado com barreiras, cordas, fitas, cones, bandeirolas, luzes, sinais, etc.

Os conjuntos de manobra adjacentes com tensão devem ser destacados por meios adicionais visíveis e identificáveis, por exemplo, sinais de advertência fixados na frente das portas e em todos os lados do conjunto de manobra. O próprio trabalhador deve assegurar que qualquer movimento, voluntário ou involuntário, que ele possa realizar, não alcançará a zona de risco com uma parte de seu corpo, ferramentas ou objetos que manipule.

Uma atenção especial deve ser dada quando forem manipulados objetos longos como ferramentas, terminação de cabos, tubos e escadas. Por isso, pode-se dizer que, quando a corrente elétrica viaja no espaço entre os eletrodos, ela aquece o ar ao seu redor.

Ao alterar a composição química do ar, o calor e o brilho do arco podem ser alterados. A soldagem a arco usa um arco elétrico para gerar calor e derreter o metal. Quando o arco é envolto em um recipiente, feito de vidro ou plástico, dependendo do uso, a pressão do ar ao redor do arco pode ser controlada para fins específicos.

O ar pode ser removido para criar um vácuo, ou um gás pode ser adicionado para criar arcos de alta pressão. Ambos são usados em diferentes tipos de iluminação. A bobina de Tesla é um tipo de arco elétrico que funciona em pressão atmosférica regular. O relâmpago é um arco elétrico natural. A eletricidade criada no ar viaja para o solo ou outras nuvens. Isso forma um arco elétrico que pode atingir vários metros (metros) de comprimento.

O forno elétrico a arco usa o alto calor do arco para derreter metais. A eletricidade passa através dos metais, que os aquece até o ponto de fusão. Os metais de sucata são comumente derretidos usando este método. A energia do forno é geralmente menor em comparação com um alto-forno. A capacidade de parar e iniciar rapidamente um forno a arco permite que uma siderúrgica altere a carga do forno de acordo com suas necessidades.

Os soldadores usam o mesmo princípio para soldagem a arco elétrico. As hastes de metal são eletrificadas por uma fonte de alimentação e um arco é formado quando as hastes entram em contato com outro metal. O calor suficiente é gerado para derreter os dois metais. Os soldadores então usam esse processo para soldar os dois metais.

A zona de risco de arco elétrico é estabelecida de acordo com o cálculo da energia incidente, acima da energia incidente de 1,2 cal/cm² (4 J/cm²). Deve-se indicar no local o nível de energia que pode ser gerado pelo equipamento, quando abertas as suas proteções.

As distâncias indicadas na tabela acima são referentes às diferenças de potencial entre a parte condutora e a pessoa, não sendo correto utilizar a tensão nominal da linha de energia da instalação. Na operação com eletricidade, deve-se considerar a possibilidade da ocorrência de um incêndio. Se isso ocorrer, é recomendado desenergizar as partes da instalação elétrica envolvidas no evento ou que possam interferir na atividade de combate a incêndio, salvo se for necessário manter energizado para combater o incêndio ou se o corte de energia puder causar outros riscos adicionais.

É recomendado que os materiais e objetos inflamáveis sejam instalados, armazenados e protegidos de forma que não seja possível nem seja retardada a ignição destes materiais. Sob avaliação específica, pode ser recomendado a utilização de cabos de força e de controle com revestimento antichama.

É recomendado que os ambientes que segregam sistema de força e controle com passagem de cabo entre eles possuam fechamento completo, não sendo permitido a presença de fendas ou aberturas não protegidas. É recomendado que os leitos de cabo sejam instalados fora do raio de ação dos vapores quentes emanados da região de abertura de painéis elétricos contra arco elétrico certificado ou não interfiram com os seus dutos de exaustão.

Os ambientes de subestação elétrica devem ser protegidos por sistemas de detectores de chama ou incêndio no ambiente, sobre forro e em entre pisos ou passagem de cabos. Para combater pequenos incêndios em instalações elétricas, devem existir extintores de incêndio ou sistema de proteção do tipo apropriado para a classe de incêndio, em quantidade e tipo adequado. É recomendado que estejam em boas condições operacionais, visíveis e facilmente acessíveis, considerando os cenários previstos nas análises de risco da instalação.

É recomendado que os trabalhadores sejam treinados na utilização de extintores para combate a incêndios, especialmente em instalações energizadas. Esse treinamento deve ser repetido a intervalos adequados de tempo. Quando forem utilizados extintores em uma instalação elétrica energizada, é recomendado que sejam respeitadas as distâncias de segurança adequadas.

É recomendado que existam informações disponíveis, legíveis e em locais e quantidade suficiente para informar às pessoas e trabalhadores sobre a possibilidade de desprendimento de substâncias tóxicas no caso de incêndios, por materiais quentes ou combustão, e como atuar nestas condições. Para combater incêndios em grandes instalações elétricas, por exemplo, subestações, é recomendado que sejam previstos sistemas de combate a incêndio por lançamento de água plena, com instalação de hidrantes ao redor da instalação em número e locais adequados.

Para efeito do combate a incêndio, uma instalação elétrica desenergizada pode ser considerada como incêndio em edificação. É recomendado também que seja previsto um sistema de interrupção e bloqueio completo da subestação, incluindo principalmente a subestação principal de entrada da planta industrial

Os sistemas de iluminação de emergência, banco de baterias, pressurização e equipamentos, como ventiladores de captação de ar externo, também devem ser projetados desta forma, e que seja utilizado o sistema de detecção, assim como o sistema redundante de dispositivo de interrupção e bloqueio facilmente acessível por uma brigada de incêndio, adjacente à entrada da instalação ou pelo lado externo.

Não é recomendada a existência de sistema de banco de baterias dentro das subestações. Estas podem ser adjacentes, porém desde que sejam segregadas por barreira física permanente entre elas, por exemplo, parede de alvenaria. Somente é recomendada a permanência na área de proteção contra o arco elétrico, quando exposto ao risco, os trabalhadores formalmente autorizados e utilizando vestimentas de proteção completas, como capuz carrasco, conjunto de manobras, luvas de proteção e botas de proteção, contra os efeitos térmicos do arco elétrico com nível de proteção adequado à da instalação, além de outros que por ventura sejam necessários.

É recomendado que os serviços em instalações elétricas energizadas sujeitas a eventual arco elétrico com nível de energia igual ou superior a 8 cal/cm² (nível de proteção AE-2) sejam realizados em duplas. São exemplos os serviços de inserção e extração de gavetas, contatores e disjuntores; manobras locais de disjuntores e chaves seccionadoras de alta-tensão; testes de tensão; termografia em painel aberto e inspeções.

Para serviços e atividades onde não exista o risco de efeito térmico por arco elétrico, é recomendado que o trabalhador utilize a vestimenta de proteção – utilização diária – com nível de proteção AE-2 e luvas de proteção contra riscos físicos. Durante as intervenções, devem ser disponibilizados os equipamentos de proteção coletivos (EPC) e os dispositivos de segurança capazes de mitigar os riscos previstos na análise de risco, como bastão de resgate, detector de tensão e conjunto de aterramento temporário.

A análise de risco pode recomendar outras proteções. Quando necessário, tapete isolante (pisos metálicos) e manta antichama. Para os trabalhadores que utilizam as vestimentas de proteção – de utilização diária – com proteção contra os efeitos térmicos de fogo repentino ou arco elétrico com nível de proteção AE-2, a manta antichama não é necessária.

É recomendado que alterações no sistema de geração, na topologia da rede de distribuição ou no ajuste de proteção sejam precedidos por estudo de energia incidente dos painéis elétricos. As vestimentas de proteção são a última barreira do trabalhador, porém não protegem dos riscos mecânicos de um arco elétrico. Esse risco deve ser avaliado caso a caso. É recomendável que a vestimenta de proteção contra os efeitos térmicos eventuais de um arco elétrico considere o nível de proteção conforme a faixa de proteção desejada. A vestimenta de proteção necessita possuir um nível de proteção contra a energia incidente que englobe um arc thermal performance value (ATPV) superior à maior energia de arco calculada para cada painel elétrico. Pode ser com nível de proteção: AE-2, AE-3 ou AE-4.

Cultura da segurança com eletricidade

Uma empresa pode implementar um programa de cultura de segurança elétrica, atuando junto às pessoas, no gerenciamento e nos equipamentos. Isso deve ser praticado pelo líder e percebido e praticado pelas equipes. Necessita de envolvimento ativo das equipes de segurança elétrica, corporativa e local. A empresa precisa definir seus princípios e estabelecer um programa permanente de segurança elétrica. (ver figura abaixo)

Dessa forma, as pessoas necessitam ter conhecimento técnico compatível com suas atividades; conhecer o que é a operação certa; como operar e a parte construtiva do equipamento; conhecer os riscos e perigos ocultos. Devem saber e utilizar os EPI adequados e nos momentos certos; utilizar os equipamentos de medição e ferramentas adequadas.

Elas necessitam ter a experiência suficiente dos equipamentos e instalações. Estar aptas para fazer a coisa certa, o EPI correto, ser cuidadosas, utilizar os instrumentos e ferramentas corretas e necessárias. Necessitam querer realizar as tarefas e serviços dentro de padrões de segurança, qualidade e prazos. Possuir a disposição para fazer a coisa certa, para utilizar o EPI adequado, a ferramenta correta e principalmente, a disposição para aprender e evoluir.

Para o gerenciamento, a empresa necessita estabelecer a cultura de segurança nas atividades e serviços com eletricidade, iniciando pela atitude da liderança e de seus colaboradores, com foco não em atender à legislação, mas em fazer ser seguro. Precisa gerar métricas de desempenho de segurança reativos e, principalmente, proativos, investigando acidentes, implementando ações de controle para evitar a repetição de situações iguais ou similares, divulgando boas práticas, realizando campanhas educativas, estimulando o corpo técnico no aperfeiçoamento e desenvolvimento e buscando melhores práticas de mercado quanto aos riscos da eletricidade: como conhecer quando eles estão presentes, como se proteger dos perigos; análise dos perigos/riscos; planejamento das tarefas; equipamentos; normas.

A empresa deve estabelecer procedimentos, práticas e padrões, alimentando a formação de um corpo técnico especializado que interaja, oriente, recomende e forneça suporte técnico para as suas equipes; estabelecer os trabalhos em ou próximos a sistemas energizados ou áreas de risco; adotar as práticas de trabalho seguro, bloqueios, EPI, linhas aéreas, planejamento e análise de perigo e risco.

Para os equipamentos, os técnicos devem ser capazes de estabelecer especificações técnicas que atendam às necessidades da empresa, não só nos aspectos funcionais, mas quanto a tecnologia e segurança. As instalações devem ser planejadas no projeto básico, prevendo as necessidades dos serviços de manutenção, com requisitos de segurança elétrica e espaços adequados.

Os projetos devem ser inerentemente seguros, painéis elétricos com proteção contra arco elétrico, dispositivos de aterramento temporário, sistema de bloqueio de energias perigosas. A manutenção deve ser valorizada para a continuidade operacional e segurança das pessoas e instalações. Devem ser atendidas as instruções dos fabricantes, em conformidade com os padrões, realização de inspeções regulares, manutenção dos sistemas de aterramento, ensaio de continuidade, acompanhamento de pontos quentes e utilização de dispositivos de cobertura e bloqueio.

O estabelecimento de um programa de segurança elétrica está associado às melhores práticas em vigor nas grandes corporações mundiais. Quando se busca simplesmente atender à legislação, os efeitos são passageiros e suas implementações incompletas.

Novas ações devem ser simples de modo a serem implantadas e seguidas. A experiência demonstra que nem sempre a legislação é simples de ser seguida, principalmente por envolver grandes contingentes de trabalhadores, porém atuar de forma proativa e com as melhores práticas do mercado assegura a segurança, saúde e meio ambiente do trabalhador e das pessoas que estão, direta ou indiretamente envolvidas, propiciando a continuidade operacional e lucros para a empresa.

Os conceitos e as práticas para o gerenciamento de projetos

Um projeto (project) pode ser definido como um esforço temporário para alcançar um ou mais objetivos definidos, a garantia do projeto (project assurance) são as ações planejadas e sistemáticas necessárias para prover confiança à organização patrocinadora e ao patrocinador do projeto, sendo provável que um projeto atinja seus objetivos e a governança de projeto (project governance) envolve os princípios, as políticas e os procedimentos pelos quais um projeto é autorizado e direcionado para cumprir os objetivos acordados. Dessa forma, o gerenciamento de projetos (project management) são as atividades coordenadas para dirigir e controlar o cumprimento dos objetivos acordados. A gestão da informação e documentação é permitir que informações pertinentes e confiáveis (física e digital) estejam à disposição dos que realizam trabalhos e tomam decisões.

O gerenciamento de informações e documentação compreende a coleta, armazenamento, análise, distribuição e manutenção seguros e oportunos de informações exatas necessárias para atividades como planejamento, realização e auditoria de trabalho, e apoio às lições aprendidas e gestão do conhecimento. A informação e a documentação devem estar disponíveis e acessíveis para a referência histórica.

Assim, as atividades devem incluir o estabelecimento de um sistema para receber, armazenar e identificar com segurança as informações e a documentação, que precisam ser gerenciadas e acessíveis. As informações relacionadas ao projeto e o gerenciamento de documentos podem precisar ser realizados de acordo com as políticas de gerenciamento e retenção de informações da organização.

Já o objetivo das aquisições é obter produtos e serviços adquiridos como parte da contratação de recursos para o trabalho que sejam de qualidade apropriada, representem uma boa relação custo-benefício e possam ser entregues, quando necessário, dentro de um nível de risco aceitável. aquisição seja planejada para usar processos de aquisições organizacionais, se houver, em linha com a estratégia de aquisições do projeto. A gestão de aquisições deve ser integrada ao planejamento.

A aquisição requer conhecimento das leis e práticas pertinentes e muitas vezes é realizada por especialistas fora da organização do projeto, como um especialista em aquisições dentro da organização patrocinadora. Uma estratégia de aquisições deve ser definida, levando em consideração: as decisões de fazer ou adquirir do projeto; as práticas de entrega; o tipo de acordos juridicamente vinculativos; e o processo de aquisição a ser usado. Os membros da equipe que adquirem bens e serviços devem identificar os critérios de aquisição aplicáveis a serem usados e os processos para facilitar a aquisição dos produtos e serviços exigidos de fontes externas.

Os requisitos de aquisições devem ser validados com o gerente do projeto ou a pessoa designada, a partir do qual convém que as informações de aquisições e as especificações do contrato sejam desenvolvidas e definidas. Os fornecedores devem ser selecionados com base nas informações obtidas durante as atividades de identificação e seleção de fornecedores, e verificados.

Uma avaliação da oferta de cada fornecedor deve ser realizada de acordo com os critérios de avaliação declarados e o desempenho do fornecedor deve ser reavaliado ao longo do projeto de acordo com os requisitos do contrato. A administração de contratos deve envolver a gestão das relações de aquisições, monitorando o desempenho do contrato, gerenciando alterações e correções contratuais, lidando com reclamações e rescisão de contratos.

Deve, também, permitir que o desempenho das partes contratadas atenda aos requisitos do projeto de acordo com os termos do acordo legal e incluir a coleta de dados de desempenho do fornecedor e manutenção de registros detalhados.  Por isso, em uma empresa, é fundamental entender as lições aprendidas é aproveitar a experiência, evitar a repetição de erros e disseminar práticas aprimoradas para beneficiar as equipes de projetos atuais e futuras.

As lições podem resultar de questões que ocorreram durante o projeto e da maneira como cada questão foi resolvida, bem como a maneira como cada risco foi gerenciado. As lições também podem resultar de análises críticas e auditorias de qualidade.

As atividades devem incluir a identificação, a documentação e a disseminação de lições ao longo da duração do projeto. Essas lições devem ser disseminadas e usadas ao longo do projeto e, quando aplicável, incluídas na base de conhecimento da organização, para serem compartilhadas e usadas para promover a melhoria de desempenho do projeto atual e futuro. Se uma organização usar um processo ou método de gerenciamento de projeto definido, as lições de um projeto individual devem ser comunicadas aos proprietários do processo ou método, para que o processo possa ser aprimorado para beneficiar outros usuários.

A NBR ISO 21502 de 12/2021 – Gerenciamento de projetos, programas e portfólios — Orientação sobre gerenciamento de projetosfornece diretrizes para gerenciamento de projetos. Ele é aplicável a qualquer organização, incluindo pública, privada e beneficente, bem como a qualquer tipo de projeto, independentemente do objetivo, abordagens de entrega, modelo de ciclo de vida utilizado, complexidade, tamanho, custo ou duração. A abordagem de entrega pode ser qualquer método ou processo adequado aos tipos de saídas, como preditivo, incremental, iterativa, adaptativa ou híbrida, incluindo abordagens ágeis.

Este documento fornece descrições de alto nível de práticas que funcionam bem e produzem bons resultados no contexto do gerenciamento de projetos. Este documento não fornece orientação sobre o gerenciamento de programas ou portfólios. Os tópicos relacionados ao gerenciamento geral são abordados apenas no contexto do gerenciamento de projetos.

Este documento fornece orientação sobre os conceitos e as práticas de gerenciamento de projetos que são importantes e têm um impacto na entrega bem-sucedida de um projeto. O público-alvo deste documento inclui, mas não está limitado, a gestão executiva e sênior, para fornecer uma melhor compreensão do gerenciamento de projetos e para auxiliá-los a dar apoio e orientação adequados aos gerentes de projeto e às pessoas que trabalham em projetos; pessoas envolvidas na governança, direção, garantia, auditoria e gerenciamento de projetos, como patrocinadores de projetos, comitê diretor de projetos, auditores e gerentes de projetos; gerentes de projeto e membros da equipe do projeto, para ter uma base comum sobre a qual entender, conduzir, comparar, avaliar e comunicar as práticas utilizadas em seu projeto; desenvolvedores de normas, processos e métodos de gerenciamento de projetos nacionais ou organizacionais.

Além disso, este documento também pode ser útil para pessoas envolvidas no apoio à governança, direção e gerenciamento de portfólios e programas; a equipes de projetos, escritórios de programas e projetos ou estruturas organizacionais semelhantes; ao estudo acadêmico de gerenciamento de projetos, programas e portfólios; às funções relacionadas com o gerenciamento de projetos, como finanças, contabilidade, gestão de recursos humanos, aquisições e jurídico.

A figura abaixo ilustra um contexto e ambiente dentro dos quais um projeto pode existir. Um projeto pode ser autônomo ou parte de um programa ou portfólio e pode cruzar fronteiras dentro de uma organização e entre organizações. Convém que a estratégia organizacional seja utilizada para identificar, documentar e avaliar oportunidades, ameaças, pontos fracos e pontos fortes, que podem ajudar a formular ações futuras.

As oportunidades e as ameaças selecionadas podem ser examinadas mais detalhadamente e justificadas em um business case. Um business case pode resultar em um ou mais projetos sendo iniciados. Espera-se que as saídas dos projetos produzam resultados, que convém que tragam benefícios para as organizações patrocinadoras, bem como para as partes interessadas internas ou externas.

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As organizações empreendem trabalho para atingir objetivos específicos. Geralmente, este trabalho pode ser categorizado como operações ou projetos. As operações e os projetos diferem. Os projetos são temporários e focados em reter ou agregar valor ou capacidade para uma organização patrocinadora, parte interessada ou cliente. As operações são realizadas por meio de atividades contínuas e podem estar focadas na manutenção da organização, como por meio da entrega de produtos e serviços repetíveis.

O objetivo de um projeto pode ser cumprido por uma combinação de entregas, saídas, resultados e benefícios, dependendo do contexto do projeto e da direção fornecida pela governança. Convém que o objetivo de um projeto contribua para os resultados e a obtenção dos benefícios para as partes interessadas, incluindo a organização patrocinadora, outras partes interessadas internas e externas da organização, clientes e suas partes interessadas.

Embora muitos projetos tenham recursos semelhantes, cada projeto é único. As diferenças entre os projetos podem ocorrer em fatores como, mas não se limitando os objetivos; o contexto; os resultados desejados; as saídas fornecidas; as partes interessadas impactadas; os recursos utilizados; a complexidade; as restrições; os processos ou métodos usados. O gerenciamento de projetos integra as práticas incluídas neste documento para direcionar, iniciar, planejar, monitorar, controlar e encerrar o projeto, gerenciar os recursos atribuídos ao projeto e motivar as pessoas envolvidas no projeto para atingir os objetivos do projeto.

O gerenciamento de projetos deve ser realizado por meio de um conjunto de processos e métodos convenientemente projetados como um sistema e que inclua as práticas necessárias para um projeto específico, conforme descrito neste documento. O contexto de um projeto pode impactar o seu desempenho e a sua probabilidade de sucesso. Convém que a equipe do projeto considere fatores dentro e fora da organização.

Os fatores internos à organização, como estratégia, tecnologia, maturidade geral e de gerenciamento de projetos, disponibilidade de recursos, cultura e estrutura organizacional, podem ter um impacto no sucesso de um projeto. Existe uma relação entre um projeto e seu contexto, que convém que seja considerada na adequação da abordagem de gerenciamento de projetos, desenvolvendo o business case, conduzindo estudos de viabilidade e projetando a transição para operações e clientes, quando aplicável.

Os fatores externos à organização podem incluir, mas não estão limitados, os fatores socioeconômicos, geográficos, políticos, regulamentares, tecnológicos e ecológicos. Estes fatores podem ter um impacto no projeto, impondo requisitos ou restrições, ou introduzindo riscos que afetem o projeto.

Embora estes fatores estejam frequentemente além do poder ou da capacidade do patrocinador ou gerente do projeto de controlar ou influenciar, convém que estes fatores ainda sejam considerados e planejados ao dirigir, justificar, iniciar, planejar, monitorar, controlar e encerrar o projeto. As organizações frequentemente estabelecem sua estratégia geral com base em sua visão, missão, valores, políticas e fatores internos e externos à organização.

Os projetos podem ser um meio para atingir os objetivos estratégicos. Convém que as saídas e os resultados potenciais sejam considerados ao identificar as oportunidades e as ameaças organizacionais. A criação de valor a partir da realização de projetos é ilustrada na figura abaixo. O valor positivo é criado quando os benefícios proporcionados pelo projeto excedem o investimento de recursos. O valor criado pode ser tangível ou intangível.

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Os projetos podem ser realizados a partir de duas perspectivas: pelo cliente ou organização patrocinadora: a organização possui os requisitos e pode realizar o trabalho ou contratar parte ou todo o trabalho para uma organização fornecedora; pela organização fornecedora ou contratada: a organização fornece, como principal ou parte de seu negócio, um serviço ou produto para outras organizações. Exemplos de um serviço ou produto entregue por um fornecedor ou contratada, como um projeto para receita, podem incluir a construção de estradas, aeroportos, ferrovias e sistemas de tecnologia da informação.

Na maioria dos casos, o escopo do projeto do fornecedor é uma parte do escopo do projeto do cliente. Convém que cada parte de um contrato cuide de seus interesses organizacionais no projeto e tenha sua justificativa para realizar o projeto. O relacionamento cliente-fornecedor pode ser confuso, pois, para alguns projetos, esse relacionamento pode ser tanto interorganizacional quanto intraorganizacional.

Nestes casos, o papel do fornecedor é realizado em parte por um contratante externo ou fornecedor para um cliente que é de outro departamento ou seção da mesma organização. Por exemplo, o departamento de tecnologia da informação de uma organização pode realizar uma atualização de software, usando recursos contratados ou parceiros para o departamento de manufatura.

Nessas situações, os papéis do fornecedor-cliente podem ser multidimensionais. Convém que as partes do contrato determinem: como convém que a governança do projeto opere em ambos os lados e por meio de um limite contratual; a estrutura da equipe de gerenciamento de projetos da organização; as pessoas apropriadas para estarem envolvidas no projeto; as práticas de trabalho a serem adotadas em relação ao ciclo de vida do projeto, conforme necessário para a entrega.

Os resultados e saídas do projeto devem ser alcançados dentro de um conjunto identificado de restrições, como, mas não limitado: a duração ou data-alvo para a conclusão do projeto; a disponibilidade de financiamento organizacional; ao orçamento aprovado e alocado; à disponibilidade dos recursos do projeto, como pessoas com habilidades adequadas, instalações, equipamentos, materiais, infraestrutura, ferramentas e outros recursos exigidos para realizar as atividades do projeto relacionadas com os requisitos do projeto; aos fatores relacionados à saúde e segurança do pessoal; à segurança; a um nível de risco aceitável; ao potencial impactos social, ambiental e ecológico do projeto e suas saídas; às leis, regras e outros requisitos governamentais; e aos  padrões mínimos de qualidade.

As restrições são frequentemente inter-relacionadas, de modo que uma mudança em uma restrição pode afetar uma ou mais das outras restrições. Por esta razão, convém que o efeito destas restrições seja compreendido, equilibrado e analisado periodicamente. Convém buscar um acordo entre as principais partes interessadas do projeto, especialmente os tomadores de decisão, sobre as restrições do projeto e sua prioridade relativa para formar uma base sólida para decisões e ações subsequentes destinadas a promover o sucesso.

Os riscos dos fluidos refrigerantes em equipamentos de refrigeração

As instalações frigoríficas, por trabalharem com refrigerantes com características físico-químicas especiais e em condições de temperatura, pressão e umidade diferenciadas do habitual, apresentam riscos específicos à segurança e saúde, relacionada com o tipo de refrigerante utilizado, bem como com as instalações e equipamentos. As maiores preocupações são os vazamentos com formação de nuvem tóxica de amônia e explosões.

As causas de acidentes são as falhas no projeto do sistema e danos aos equipamentos provocados pelo calor, corrosão ou vibração, assim como por manutenção inadequada ou ausência de manutenção de seus componentes, como válvulas de alívio de pressão, compressores, condensadores, vasos de pressão, equipamento de purga, evaporadores, tubulações, bombas e instrumentos em geral. É importante observar que mesmo os sistemas de refrigeração mais bem projetados podem apresentar vazamentos, se operados e mantidos de forma precária.

São frequentes os vazamentos causados por: abastecimento inadequado dos vasos; falhas nas válvulas de alívio, tanto mecânicas quanto por ajuste inadequado da pressão; danos provocados por impacto externo por equipamentos móveis, como empilhadeiras; corrosão externa, mais rápida em condições de grande calor e umidade, especialmente nas porções de baixa pressão do sistema; rachaduras internas de vasos que tendem a ocorrer nos/ou próximo aos pontos de solda. Pode ocorrer, ainda, aprisionamento de líquido nas tubulações, entre válvulas de fechamento, além de excesso de líquido no compressor e excesso de vibração no sistema, que pode levar a sua falência prematura.

Dessa forma, os fluidos refrigerantes devem ser armazenados de maneira segura, de acordo com as leis, os regulamentos e a ficha de informação de segurança de produtos químicos (FISPQ). O local de armazenamento deve ser seco e protegido de intempéries, para minimizar a corrosão dos recipientes.

Os recipientes (exceto os projetados para armazenamento de fluidos refrigerantes ao tempo) não podem ser armazenados sob luz solar direta. Os cilindros recarregáveis para fluido refrigerante devem obedecer aos requisitos para cilindros retornáveis, incluindo a presença de um dispositivo de segurança, do tipo capacete, para a proteção mecânica da válvula.

Os tambores que originalmente continham fluido refrigerante novo R-11, R-123 ou R-113 (excluindo os utilizados originalmente para limpeza), se utilizados novamente para fluidos refrigerantes recolhidos R-11, R-123 ou R-113, devem ser carregados até o limite de 80% do volume interno total. Os sistemas de refrigeração e de ar-condicionado não podem ser carregados com fluido refrigerante antes de estarem completamente ensaiados quanto a vazamentos, reparados, se necessário, devidamente evacuados e aprovados.

Quando forem conectados para carregamento, os recipientes de fluido refrigerante não podem ser conectados a um sistema de maior pressão ou a ramais nos quais a pressão adicional da coluna de líquido seja suficiente para causar o refluxo do fluido refrigerante para o recipiente. Existem algumas práticas e procedimentos geralmente recomendados para promover a redução das emissões de fluidos refrigerantes halogenados em instalações.

Para os compressores, há projetos de selos de eixo que não dependem das faces de carbono geralmente utilizadas. Os selos de face dupla, ou de face única com características melhoradas de maneira a manter o carbono lubrificado, têm se mostrado eficazes e são recomendados. O projeto e a instalação do conjunto de selos devem minimizar a perda do óleo e evitem a perda direta de fluido refrigerante.

A falta de lubrificação durante os períodos de parada pode fazer com que as faces de contato do selo fiquem secas e aderidas uma à outra. Em grandes sistemas, é recomendada a utilização de uma bomba de óleo separada para lubrificar o selo antes da partida do compressor. Os compressores abertos são tipicamente providos de selos retentores que requerem pressão positiva para funcionar corretamente.

Não sendo estes selos de face dupla, podem ocorrer vazamentos durante a evacuação. Para evitar vazamentos, deve-se adotar algumas medidas de vedação temporária, como tampas para o selo ou calafetagem por massa plástica ao redor do eixo. O alinhamento dos eixos do motor e do compressor é um elemento crítico para limitar o vazamento de fluido refrigerante.

O alinhamento é afetado pelo tipo de acoplamento e pela velocidade e potência do motor. O maquinário refrigerante requer um alinhamento rigoroso para acomodar a dilatação térmica da carga e a variação de temperatura. Os procedimentos de parada e partida devem assegurar que haja óleo para lubrificar as faces do selo.

Pode ser necessário acionar a bomba de óleo e girar o eixo periodicamente durante os longos períodos de parada. Se isto não for possível, os selos devem ser inspecionados e lubrificados antes de dar partida ao sistema. Quanto à vibração causada por pulsações de gás, deve ser controlada por um silenciador eficaz, colocado o mais perto possível do compressor. Para os compressores montados sobre molas, deve ser provida a eliminação das vibrações nas linhas de sucção e de descarga.

Nos condensadores resfriados a ar e evaporadores para ar, a vibração excessiva de compressores e outros equipamentos pode causar vazamento de fluido refrigerante. Este efeito deve ser eliminado utilizando projetos adequados de montagem antivibração, de eliminadores de vibrações e de balanceamento e/ou alinhamento, quando necessário. A proteção contra corrosão demanda materiais de construção e métodos de projeto que devem ser selecionados para evitar emissões de fluido refrigerante como resultado de vazamentos durante a operação normal.

Para ambientes corrosivos conhecidos (por exemplo, um caso de expositores frigoríficos em que os recipientes abertos de alimentos contendo vinagre estão sendo refrigerados, salas de preparação ou de resfriamento onde quantidades significativas de etileno podem se acumular como produtos de amadurecimento, ou ambientes costeiros onde o sal eminente no ar pode corroer metais), a serpentina deve ter uma espessura de tubulação adequada, um revestimento ou outro material de aleta, a fim de garantir a vida adequada do trocador de calor e deve ser construído com materiais com espessura, revestimento e/ou resistência à corrosão, adequados para a aplicação. Os condensadores e os evaporadores devem ser projetados de forma a manter a menor carga de fluido refrigerante possível.

Os condensadores resfriados a ar e os evaporadores devem ser construídos com o menor número praticável de juntas e curvas de retorno. Sempre que possível, recomenda-se o método de união por solda. Nos condensadores resfriados a água e evaporadores para água, a vibração excessiva pode causar falha nos tubos de evaporadores, no casco e no tubo.

A vibração proveniente de qualquer uma das numerosas fontes pode causar a falha dos tubos: com a ação de ebulição em evaporadores inundados pode causar vibração na frequência natural dos tubos, provocando desgaste excessivo nos suportes dos tubos e uma possível falha. Este problema pode ser evitado com o dimensionamento e o espaçamento adequado dos suportes.

A velocidade excessiva do fluido refrigerante em condensadores e evaporadores pode criar vibrações que podem provocar uma falha prematura dos tubos. Uma velocidade excessiva do fluido refrigerante nos tubos de condensadores e evaporadores pode levar a uma falha prematura por erosão.

Com o aumento da velocidade, o potencial para a ocorrência de uma falha prematura aumenta proporcionalmente ao quadrado da velocidade. Deve-se tomar o cuidado de manter as velocidades de projeto dentro dos valores recomendados pela boa prática do material selecionado. A obstrução parcial, especialmente em condensadores, pode resultar em velocidades superiores à projetada para a vazão normal por meio do trocador de calor. Neste caso, o potencial para danos fica reduzido, limitando as velocidades.

Nos condensadores evaporativos, a vibração excessiva pode causar falha da tubulação conectada aos condensadores e aos evaporadores, levando a vazamentos de fluido refrigerante. A vibração pode ser ocasionada por compressores, ventiladores, equipamentos próximos, fluido refrigerante fervendo dentro de um evaporador inundado ou velocidade excessiva do fluido refrigerante dentro da tubulação.

Este problema pode ser evitado da seguinte forma: utilizando coxim de amortecimento de vibração nos ventiladores, na base de montagem ou nas alças de montagem; alterando o espaçamento dos suportes de tubulação conforme necessário. O tratamento adequado da água pode minimizar os efeitos dos elementos corrosivos no fluido evaporativo.

Sem um regime de tratamento de água rigoroso, os custos de serviço e o uso de água podem anular ou até mesmo eclipsar a economia de custos de energia dos condensadores evaporativos. Além disso, as práticas inadequadas de tratamento de água podem indiretamente levar a vazamentos de fluido refrigerante quando a tubulação é descalcificada. Os métodos manuais e químicos de remoção de incrustações podem remover material de tubulação suficiente para enfraquecer a tubulação até o ponto de falha.

O condensador deve ser evacuado antes do processo de manutenção e deve ser ensaiado quanto a vazamentos antes de retornar ao uso, sempre que possível. Para evitar o acúmulo de incrustações, a tubulação do condensador deve ser visualmente inspecionada frequentemente e os bicos de distribuição de água devem ser limpos regularmente para garantir a cobertura completa.

Os sensores de qualidade da água devem ser limpos e mantidos calibrados com frequência para garantir que os sistemas de prevenção de incrustação química ou elétrica possam funcionar conforme projetado. A frequência de tais práticas de serviço, que pode variar de alguns dias a alguns meses, depende inteiramente da qualidade da água no condensador. Ver as instruções do fabricante para intervalos de linha de base.

Os sistemas resfriados a água do mar são especialmente suscetíveis à corrosão, assim como alguns sistemas que utilizem água contendo traços de amônia ou organismos microbiológicos. Esses contaminantes podem atacar os tubos e, possivelmente, os espelhos e os cabeçotes dos trocadores de calor, levando a vazamentos. Os dispositivos para lavagem e inspeção são recomendados. Os revestimentos e tubos de materiais especiais podem ser necessários para minimizar o ataque a essas superfícies.

Em relação ao armazenamento, os recipientes de fluido refrigerante devem ser colocados em locais arejados, isentos de risco de incêndio, abrigados da luz solar direta e longe de fontes de aquecimento direto. Não se deve deixar que os recipientes de fluidos refrigerantes sofram impactos. Quando não em uso, as válvulas dos recipientes devem estar fechadas, com suas tampas colocadas.

As gaxetas de vedação devem ser substituídas como requerido. Não convém que os recipientes de fluidos refrigerantes com as conexões para líquido e para vapor localizadas no topo de recipiente sejam interligados. Isso pode resultar em transferência de fluido refrigerante, com risco de sobrecarregar o recipiente mais frio.

Os recipientes com a conexão de vapor no topo e a conexão de líquido na parte inferior podem ser interligados, desde que as conexões de vapor, assim como as de líquido, sejam ligadas em paralelo. Durante o processo de carga do fluido refrigerante, o procedimento deve evitar a possibilidade de refluxo do fluido refrigerante do equipamento para o cilindro, o que pode resultar em erro no carregamento ou em recipientes sobrecarregados, com o risco de ter recipientes cheios de líquido com o desenvolvimento de pressão hidráulica suficiente para estourar o recipiente ou acionar a válvula de alívio.

O fluido refrigerante transferido para um sistema selado deve ser medido em massa ou volume, utilizando uma balança ou cilindro de carregamento. Ao proceder a um carregamento de ajuste (a adição de um fluido refrigerante ao sistema após um reparo, enquanto se observa a alta e a baixa pressões), deve-se ter o cuidado de adicionar fluido refrigerante em pequenas quantidades, a fim de evitar sobrecarregar o sistema.

Em sistemas de pequeno porte, deve ser seguida a instrução do fabricante de remoção total da carga de fluido refrigerante e nova carga com valor indicado. Para transferência de fluido refrigerante de um recipiente para outro, devem ser adotados métodos seguros e aprovados. Um diferencial de pressões deve ser estabelecido entre os recipientes.

O recipiente recebedor pode ser resfriado em um refrigerador ou em uma câmara fria. Em nenhuma circunstância, deve-se liberar fluido refrigerante do recipiente recebedor para a atmosfera para reduzir sua pressão. O único método aprovado para aquecer o recipiente doador é a utilização de água quente ou de um aquecedor de contato. A temperatura da água quente deve ser limitada a 54 °C ou menos, ou uma temperatura tal que não cause uma pressão superior a 85% da pressão de ajuste da válvula de alívio do recipiente.

O aquecedor de contato deve ser provido de um termostato ajustado a 54 °C ou menos e de um fusível térmico ou de um segundo termostato ajustado a uma temperatura correspondente à pressão de saturação do fluido refrigerante que não exceda 85 % da pressão de ajuste da válvula de alívio. Devem ser utilizados somente cilindros de carregamento construídos de acordo com as normas vigentes, providos de escala volumétrica graduada e equipados com válvula de alívio de pressão.

O equipamento de recolhimento é normalmente um sistema mecânico constituído no mínimo por separador de óleo, compressor e condensador, que retiram o fluido refrigerante do sistema e o armazenam em um recipiente. O equipamento pode utilizar filtros secadores com núcleo filtrante substituível para remoção de umidade, ácidos, partículas e outros contaminantes.

O equipamento de recolhimento também requer manutenção. Ao substituir o núcleo filtrante do equipamento de recolhimento, o trecho contendo o filtro deve ser isolado e o fluido refrigerante deve ser recolhido em um recipiente apropriado antes de o corpo do filtro ser aberto. O equipamento de recolhimento e os filtros devem ser mantidos de acordo com as instruções do fabricante.

A NBR 15976 de 01/2022 – Redução das emissões de fluidos refrigerantes em equipamentos e instalações estacionárias de refrigeração e ar-condicionado — Requisitos gerais e procedimentos estabelece os requisitos e procedimentos para reduzir a liberação involuntária de fluidos refrigerantes. Estas práticas e procedimentos abrangem a redução da liberação de fluidos refrigerantes de equipamentos e sistemas de refrigeração estacionária, ar-condicionado e bomba de calor, durante a fabricação, instalação, ensaio, operação, manutenção, reparo e descarte de tais equipamentos e sistemas. Aplica-se a todos os tipos de instalações frigoríficas. Algumas instalações frigoríficas, como instalações em supermercados, apresentam características e requisitos especiais, que podem exigir procedimentos adicionais aos estipulados nesta norma.

O fluido refrigerante é o fluido frigorífico usado para transferência de calor em um sistema de refrigeração, que absorve calor à baixa temperatura e à baixa pressão, e rejeitando-o à alta temperatura e uma à alta pressão, geralmente envolvendo mudanças de fase do fluido refrigerante. Deve-se entender o projeto de sistemas e componentes de refrigeração e ar-condicionado e identificar as possíveis fontes de perdas de fluido refrigerante para a atmosfera.

A compreensão e a aplicação de técnicas estabelecidas de projeto e de construção de sistemas refrigerantes fornecem uma boa base para a prevenção da emissão de fluidos refrigerantes para a atmosfera. Exemplos de práticas recomendadas de projeto e de técnicas para minimizar o vazamento de fluidos refrigerantes são descritos no Anexo A.

As instruções do fabricante do compressor devem ser consultadas quanto à frequência recomendada da manutenção. Algumas frequências para as manutenções preditivas, programadas e preventivas típicas para diversos equipamentos são indicadas na tabela abaixo.

A documentação com instruções ao profissional de campo para a instalação, operação e manutenção de equipamentos de refrigeração destinados a minimizar o escape de fluidos refrigerantes deve ser fornecida para equipamentos montados em fábrica e para instalações montadas em campo. Os vazamentos em compressores podem ser relacionados ao projeto do compressor ou aos equipamentos associados, por exemplo, manômetros ou cortes para conexões, válvulas de alívio e tubulação de conexão.

Os selos do eixo utilizados em compressores abertos podem ser fonte de vazamento de fluido refrigerante. O projeto do selo deve especificar materiais compatíveis com o fluido refrigerante e com o óleo a serem utilizados no compressor. As vibrações devido às pulsações da pressão do fluido refrigerante e ao movimento das partes podem causar vazamentos.

Para minimizar os vazamentos devido às vibrações, o compressor, a montagem do compressor e as conexões de tubulação devem ser avaliados para assegurar que as tensões induzidas pelas vibrações não excedam os limites de fadiga do material. Se o equipamento não for avaliado quanto aos limites de resistência do material, todos os tubos de cobre com diâmetro externo de 9,52 mm ou menores, como linhas de conexão com manômetros ou linhas de óleo (excluindo sucção e descarga), e que estão conectados a compressores ou conjuntos não isolados das vibrações do compressor, devem ser construídos com alças de absorção de vibração para minimizar a fadiga das conexões.

Nos sistemas em que o compressor pode ser recondicionado sem ser retirado do sistema, as válvulas de isolamento nos lados da sucção e da descarga do compressor devem ser providas para minimizar o escape de fluido refrigerante durante os serviços de reforma, de acordo com a NBR 16069. Os dispositivos de isolamento também devem ser providos para qualquer outra conexão ao compressor de acordo com essa norma.

Em aplicações em que a bitola das linhas for superior a 150 mm, as válvulas de isolamento não são requeridas. As válvulas de isolamento não são requeridas em equipamento unitário com compressores herméticos. A maior parte dos sistemas unitários e dos sistemas hermeticamente selados e carregados de fluido refrigerante em fábrica utiliza compressores herméticos.

As válvulas de acesso ao serviço das tubulações de processo, ligadas a estes compressores, devem ser pinçadas e brasadas. As tubulações dos compressores devem ser projetadas de forma a causar um mínimo de tensões, devido às vibrações nas conexões a condensadores e evaporadores. Estes componentes devem ser projetados para suportar as tensões, a vibração e a corrosão em operação normal e durante o transporte.

Os suportes da tubulação devem ser projetados para minimizar a vibração, fornecer proteção contra abrasão devido ao movimento e permitir expansão térmica. O usuário ou o profissional habilitado deve especificar os materiais ou as opções selecionadas que previnam a falha por corrosão no ambiente instalado.

Os fabricantes de equipamentos são responsáveis por garantir que qualquer equipamento comercializado para um ambiente corrosivo conhecido, como caixas de serviço ou salas de maturação, ofereça as opções necessárias para tornar o equipamento adequado para a aplicação conforme esta norma. Os trocadores de calor resfriados a ar devem ser avaliados quanto à sua capacidade de resistir às tensões, às vibrações e à corrosão galvânica em condições normais de operação e durante o transporte.

Os suportes das tubulações devem ser projetados para minimizar as vibrações, prover proteção contra abrasão devido ao movimento e permitir a dilatação térmica. A espessura da parede dos tubos dos condensadores e evaporadores é considerada adequada se o sistema for aprovado por laboratório de ensaios reconhecido nacionalmente.

Quanto aos trocadores de calor resfriados a água, as características dos fluidos utilizados em resfriadores de líquidos e condensadores resfriados a água são muito variáveis e podem causar falhas prematuras nos tubos, resultando no escape da totalidade da carga de fluido refrigerante. Devem ser consideradas a seleção dos fluidos utilizados no sistema, a seleção do material de tubos lisos internamente, a espessura de parede dos tubos e as técnicas de filtragem e de tratamento adequadas às características dos fluidos envolvidos.

Para a seleção dos fluidos e dos materiais dos tubos, deve-se considerar também a prevenção da corrosão em condições de baixa vazão ou sem vazão. Para evitar o congelamento em resfriadores de água, devem-se prover controles de segurança. Os exemplos incluem, mas não são limitados ao controle da pressão e/ou da temperatura do fluido refrigerante.

Os tubos e conexões devem estar de acordo com os requisitos da ASME/ANSI B 31.5, ou da SAE J 513 ou das normas que as substituam. Todo o projeto e a instalação do sistema devem minimizar a quantidade de acessórios e conexões. Os tubos nominais com rosca cônica de 25 mm ou maior não podem ser utilizados em circuitos de fluidos refrigerantes, a menos que as roscas sejam seladas por meio igualmente eficaz.

Todas as juntas flangeadas devem estar de acordo com a ASME/ANSI B 31.5 ou com as normas que a substituam. O projeto deve especificar o material de vedação das juntas flangeadas que seja compatível com o fluido refrigerante e com o óleo utilizado no sistema.

Os materiais utilizados nas juntas e nos anéis de borracha (O-rings) dos compressores semi-herméticos devem ser compatíveis com o fluido refrigerante e o lubrificante utilizados. Todos os parafusos de fixação devem ser apertados com o torque exigido, conforme especificado pelo fabricante do compressor.

Todos os suportes devem atender aos requisitos da ASME/ANSI B 31.5 ou de normas que a substituam. Os suportes devem ser projetados de maneira a prover a proteção dos componentes da tubulação contra a abrasão externa devido ao movimento.

Deve ser especificada uma proteção externa para prevenção de corrosão dos componentes de aço que contêm fluido refrigerante ou que estão em contato direto com componentes que contêm fluido refrigerante. Para evitar a ocorrência de sobrepressão hidrostática devido à expansão térmica, as partes do sistema que contêm líquido devem ser protegidas conforme a NBR 16069 ou conforme a série NBR ISO 5149.

Os sistemas hermeticamente selados, carregados em fábrica, e sistemas unitários homologados por laboratório de ensaio reconhecido devem ser considerados como tendo cumprido todos os requisitos estipulados nessa norma. As válvulas de isolamento cujas hastes não estejam vedadas por diafragma interno devem ter eixos retidos ou cativos, e facilidade para apertar ou substituir as gaxetas sob pressão da linha.

As válvulas ou uniões de serviço devem ser providas para a evacuação e para a carga de líquido em sistemas refrigerantes, exceto como na nota a seguir. No mínimo, cada circuito de fluido refrigerante deve conter uma válvula de serviço ou de uma união, no vapor e no líquido. As válvulas ou uniões devem ter válvulas de isolamento em suas entradas ou tampas de vedação em suas saídas, mesmo se as válvulas de serviço forem de fechamento automático, a fim de assegurar sua vedação efetiva.

Para sistemas unitários com válvulas de serviço no exterior da unidade instalada ao tempo, as válvulas devem ser brasadas. Para sistemas hermeticamente selados, com disposto de expansão do tipo capilar ou orifício calibrado, carregados em fábrica com uma carga de fluido refrigerante de menos de 2,3 kg, um dispositivo de projeto igualmente eficaz (por exemplo, uma válvula de serviço) é aceito como cumprimento dos requisitos desta Seção.

Os sistemas devem ser projetados de forma a minimizar o número de acessórios e conexões. As roscas cônicas de tubos não podem ser usadas para conexões em circuitos de fluido refrigerante, a menos que as roscas sejam vedadas ou seladas por meios igualmente eficazes. As conexões cônicas do tipo SAE não podem ser usadas em sistemas de refrigeração cujo ponto normal de projeto seja inferior a 4,4 °C de temperatura de sucção saturada. Quando usadas, as conexões cônicas do tipo SAE devem ser apertadas de acordo com as especificações de torque do fabricante.

Os dispositivos de alívio do sistema devem atender aos requisitos da NBR 16069 ou da série NBR ISO 5149. Os grandes sistemas de refrigeração devem ter um alarme para denunciar uma alta pressão do fluido refrigerante que pode resultar em escape de fluido refrigerante por meio do dispositivo de alívio.

Os pequenos sistemas hermeticamente selados, carregados em fábrica, homologados por laboratório de ensaio reconhecido, devem ser considerados como tendo cumprido os requisitos estipulados nesta Seção. Os dispositivos de purga contínuos devem ser providos para grandes sistemas refrigerantes que operam em pressão abaixo da atmosférica. O projeto de novos equipamentos deve especificar dispositivos de purga que liberem menos de uma unidade de massa do fluido refrigerante para cada unidade de massa de ar, de acordo com o ensaio descrito na AHRI 580.

Os serviços de instalação e/ou manutenção, sejam eles programados ou corretivos, aplicados aos sistemas de ar-condicionado e refrigeração, devem ser executados por pessoas devidamente treinadas e qualificadas, conforme a legislação vigente. Devem-se utilizar as referências e as instruções de operação e manutenção dos fabricantes dos sistemas quanto às orientações para a execução dos serviços. Recomenda-se o seguinte procedimento para a limpeza dos sistemas de refrigeração: não utilizar fluidos com potencial de destruição da camada de ozônio; utilizar fluidos com potencial de aquecimento global permitido, conforme as legislações vigentes; garantir o recolhimento e a destinação apropriada dessas substâncias ao final do processo, conforme as legislações vigentes; observar a legislação vigente sobre a permissão ou proibição do uso de produtos químicos para limpeza de detritos e sujidade nas serpentinas de condensadores resfriados a ar, serpentinas de resfriamento ou outro equipamento semelhante.

Não pode ser adicionado fluido refrigerante a qualquer sistema com vazamento sem que esse vazamento seja identificado e corrigido. Os vestígios de óleo podem ser uma indicação de vazamento. Deve ser dada especial atenção a todas as juntas, gaxetas, foles de controles e selos de eixo. Estes itens devem ser cuidadosamente ensaiados quanto a vazamentos após a execução de serviços.