
As instalações frigoríficas, por trabalharem com refrigerantes com características físico-químicas especiais e em condições de temperatura, pressão e umidade diferenciadas do habitual, apresentam riscos específicos à segurança e saúde, relacionada com o tipo de refrigerante utilizado, bem como com as instalações e equipamentos. As maiores preocupações são os vazamentos com formação de nuvem tóxica de amônia e explosões.
As causas de acidentes são as falhas no projeto do sistema e danos aos equipamentos provocados pelo calor, corrosão ou vibração, assim como por manutenção inadequada ou ausência de manutenção de seus componentes, como válvulas de alívio de pressão, compressores, condensadores, vasos de pressão, equipamento de purga, evaporadores, tubulações, bombas e instrumentos em geral. É importante observar que mesmo os sistemas de refrigeração mais bem projetados podem apresentar vazamentos, se operados e mantidos de forma precária.
São frequentes os vazamentos causados por: abastecimento inadequado dos vasos; falhas nas válvulas de alívio, tanto mecânicas quanto por ajuste inadequado da pressão; danos provocados por impacto externo por equipamentos móveis, como empilhadeiras; corrosão externa, mais rápida em condições de grande calor e umidade, especialmente nas porções de baixa pressão do sistema; rachaduras internas de vasos que tendem a ocorrer nos/ou próximo aos pontos de solda. Pode ocorrer, ainda, aprisionamento de líquido nas tubulações, entre válvulas de fechamento, além de excesso de líquido no compressor e excesso de vibração no sistema, que pode levar a sua falência prematura.
Dessa forma, os fluidos refrigerantes devem ser armazenados de maneira segura, de acordo com as leis, os regulamentos e a ficha de informação de segurança de produtos químicos (FISPQ). O local de armazenamento deve ser seco e protegido de intempéries, para minimizar a corrosão dos recipientes.
Os recipientes (exceto os projetados para armazenamento de fluidos refrigerantes ao tempo) não podem ser armazenados sob luz solar direta. Os cilindros recarregáveis para fluido refrigerante devem obedecer aos requisitos para cilindros retornáveis, incluindo a presença de um dispositivo de segurança, do tipo capacete, para a proteção mecânica da válvula.
Os tambores que originalmente continham fluido refrigerante novo R-11, R-123 ou R-113 (excluindo os utilizados originalmente para limpeza), se utilizados novamente para fluidos refrigerantes recolhidos R-11, R-123 ou R-113, devem ser carregados até o limite de 80% do volume interno total. Os sistemas de refrigeração e de ar-condicionado não podem ser carregados com fluido refrigerante antes de estarem completamente ensaiados quanto a vazamentos, reparados, se necessário, devidamente evacuados e aprovados.
Quando forem conectados para carregamento, os recipientes de fluido refrigerante não podem ser conectados a um sistema de maior pressão ou a ramais nos quais a pressão adicional da coluna de líquido seja suficiente para causar o refluxo do fluido refrigerante para o recipiente. Existem algumas práticas e procedimentos geralmente recomendados para promover a redução das emissões de fluidos refrigerantes halogenados em instalações.
Para os compressores, há projetos de selos de eixo que não dependem das faces de carbono geralmente utilizadas. Os selos de face dupla, ou de face única com características melhoradas de maneira a manter o carbono lubrificado, têm se mostrado eficazes e são recomendados. O projeto e a instalação do conjunto de selos devem minimizar a perda do óleo e evitem a perda direta de fluido refrigerante.
A falta de lubrificação durante os períodos de parada pode fazer com que as faces de contato do selo fiquem secas e aderidas uma à outra. Em grandes sistemas, é recomendada a utilização de uma bomba de óleo separada para lubrificar o selo antes da partida do compressor. Os compressores abertos são tipicamente providos de selos retentores que requerem pressão positiva para funcionar corretamente.
Não sendo estes selos de face dupla, podem ocorrer vazamentos durante a evacuação. Para evitar vazamentos, deve-se adotar algumas medidas de vedação temporária, como tampas para o selo ou calafetagem por massa plástica ao redor do eixo. O alinhamento dos eixos do motor e do compressor é um elemento crítico para limitar o vazamento de fluido refrigerante.
O alinhamento é afetado pelo tipo de acoplamento e pela velocidade e potência do motor. O maquinário refrigerante requer um alinhamento rigoroso para acomodar a dilatação térmica da carga e a variação de temperatura. Os procedimentos de parada e partida devem assegurar que haja óleo para lubrificar as faces do selo.
Pode ser necessário acionar a bomba de óleo e girar o eixo periodicamente durante os longos períodos de parada. Se isto não for possível, os selos devem ser inspecionados e lubrificados antes de dar partida ao sistema. Quanto à vibração causada por pulsações de gás, deve ser controlada por um silenciador eficaz, colocado o mais perto possível do compressor. Para os compressores montados sobre molas, deve ser provida a eliminação das vibrações nas linhas de sucção e de descarga.
Nos condensadores resfriados a ar e evaporadores para ar, a vibração excessiva de compressores e outros equipamentos pode causar vazamento de fluido refrigerante. Este efeito deve ser eliminado utilizando projetos adequados de montagem antivibração, de eliminadores de vibrações e de balanceamento e/ou alinhamento, quando necessário. A proteção contra corrosão demanda materiais de construção e métodos de projeto que devem ser selecionados para evitar emissões de fluido refrigerante como resultado de vazamentos durante a operação normal.
Para ambientes corrosivos conhecidos (por exemplo, um caso de expositores frigoríficos em que os recipientes abertos de alimentos contendo vinagre estão sendo refrigerados, salas de preparação ou de resfriamento onde quantidades significativas de etileno podem se acumular como produtos de amadurecimento, ou ambientes costeiros onde o sal eminente no ar pode corroer metais), a serpentina deve ter uma espessura de tubulação adequada, um revestimento ou outro material de aleta, a fim de garantir a vida adequada do trocador de calor e deve ser construído com materiais com espessura, revestimento e/ou resistência à corrosão, adequados para a aplicação. Os condensadores e os evaporadores devem ser projetados de forma a manter a menor carga de fluido refrigerante possível.
Os condensadores resfriados a ar e os evaporadores devem ser construídos com o menor número praticável de juntas e curvas de retorno. Sempre que possível, recomenda-se o método de união por solda. Nos condensadores resfriados a água e evaporadores para água, a vibração excessiva pode causar falha nos tubos de evaporadores, no casco e no tubo.
A vibração proveniente de qualquer uma das numerosas fontes pode causar a falha dos tubos: com a ação de ebulição em evaporadores inundados pode causar vibração na frequência natural dos tubos, provocando desgaste excessivo nos suportes dos tubos e uma possível falha. Este problema pode ser evitado com o dimensionamento e o espaçamento adequado dos suportes.
A velocidade excessiva do fluido refrigerante em condensadores e evaporadores pode criar vibrações que podem provocar uma falha prematura dos tubos. Uma velocidade excessiva do fluido refrigerante nos tubos de condensadores e evaporadores pode levar a uma falha prematura por erosão.
Com o aumento da velocidade, o potencial para a ocorrência de uma falha prematura aumenta proporcionalmente ao quadrado da velocidade. Deve-se tomar o cuidado de manter as velocidades de projeto dentro dos valores recomendados pela boa prática do material selecionado. A obstrução parcial, especialmente em condensadores, pode resultar em velocidades superiores à projetada para a vazão normal por meio do trocador de calor. Neste caso, o potencial para danos fica reduzido, limitando as velocidades.
Nos condensadores evaporativos, a vibração excessiva pode causar falha da tubulação conectada aos condensadores e aos evaporadores, levando a vazamentos de fluido refrigerante. A vibração pode ser ocasionada por compressores, ventiladores, equipamentos próximos, fluido refrigerante fervendo dentro de um evaporador inundado ou velocidade excessiva do fluido refrigerante dentro da tubulação.
Este problema pode ser evitado da seguinte forma: utilizando coxim de amortecimento de vibração nos ventiladores, na base de montagem ou nas alças de montagem; alterando o espaçamento dos suportes de tubulação conforme necessário. O tratamento adequado da água pode minimizar os efeitos dos elementos corrosivos no fluido evaporativo.
Sem um regime de tratamento de água rigoroso, os custos de serviço e o uso de água podem anular ou até mesmo eclipsar a economia de custos de energia dos condensadores evaporativos. Além disso, as práticas inadequadas de tratamento de água podem indiretamente levar a vazamentos de fluido refrigerante quando a tubulação é descalcificada. Os métodos manuais e químicos de remoção de incrustações podem remover material de tubulação suficiente para enfraquecer a tubulação até o ponto de falha.
O condensador deve ser evacuado antes do processo de manutenção e deve ser ensaiado quanto a vazamentos antes de retornar ao uso, sempre que possível. Para evitar o acúmulo de incrustações, a tubulação do condensador deve ser visualmente inspecionada frequentemente e os bicos de distribuição de água devem ser limpos regularmente para garantir a cobertura completa.
Os sensores de qualidade da água devem ser limpos e mantidos calibrados com frequência para garantir que os sistemas de prevenção de incrustação química ou elétrica possam funcionar conforme projetado. A frequência de tais práticas de serviço, que pode variar de alguns dias a alguns meses, depende inteiramente da qualidade da água no condensador. Ver as instruções do fabricante para intervalos de linha de base.
Os sistemas resfriados a água do mar são especialmente suscetíveis à corrosão, assim como alguns sistemas que utilizem água contendo traços de amônia ou organismos microbiológicos. Esses contaminantes podem atacar os tubos e, possivelmente, os espelhos e os cabeçotes dos trocadores de calor, levando a vazamentos. Os dispositivos para lavagem e inspeção são recomendados. Os revestimentos e tubos de materiais especiais podem ser necessários para minimizar o ataque a essas superfícies.
Em relação ao armazenamento, os recipientes de fluido refrigerante devem ser colocados em locais arejados, isentos de risco de incêndio, abrigados da luz solar direta e longe de fontes de aquecimento direto. Não se deve deixar que os recipientes de fluidos refrigerantes sofram impactos. Quando não em uso, as válvulas dos recipientes devem estar fechadas, com suas tampas colocadas.
As gaxetas de vedação devem ser substituídas como requerido. Não convém que os recipientes de fluidos refrigerantes com as conexões para líquido e para vapor localizadas no topo de recipiente sejam interligados. Isso pode resultar em transferência de fluido refrigerante, com risco de sobrecarregar o recipiente mais frio.
Os recipientes com a conexão de vapor no topo e a conexão de líquido na parte inferior podem ser interligados, desde que as conexões de vapor, assim como as de líquido, sejam ligadas em paralelo. Durante o processo de carga do fluido refrigerante, o procedimento deve evitar a possibilidade de refluxo do fluido refrigerante do equipamento para o cilindro, o que pode resultar em erro no carregamento ou em recipientes sobrecarregados, com o risco de ter recipientes cheios de líquido com o desenvolvimento de pressão hidráulica suficiente para estourar o recipiente ou acionar a válvula de alívio.
O fluido refrigerante transferido para um sistema selado deve ser medido em massa ou volume, utilizando uma balança ou cilindro de carregamento. Ao proceder a um carregamento de ajuste (a adição de um fluido refrigerante ao sistema após um reparo, enquanto se observa a alta e a baixa pressões), deve-se ter o cuidado de adicionar fluido refrigerante em pequenas quantidades, a fim de evitar sobrecarregar o sistema.
Em sistemas de pequeno porte, deve ser seguida a instrução do fabricante de remoção total da carga de fluido refrigerante e nova carga com valor indicado. Para transferência de fluido refrigerante de um recipiente para outro, devem ser adotados métodos seguros e aprovados. Um diferencial de pressões deve ser estabelecido entre os recipientes.
O recipiente recebedor pode ser resfriado em um refrigerador ou em uma câmara fria. Em nenhuma circunstância, deve-se liberar fluido refrigerante do recipiente recebedor para a atmosfera para reduzir sua pressão. O único método aprovado para aquecer o recipiente doador é a utilização de água quente ou de um aquecedor de contato. A temperatura da água quente deve ser limitada a 54 °C ou menos, ou uma temperatura tal que não cause uma pressão superior a 85% da pressão de ajuste da válvula de alívio do recipiente.
O aquecedor de contato deve ser provido de um termostato ajustado a 54 °C ou menos e de um fusível térmico ou de um segundo termostato ajustado a uma temperatura correspondente à pressão de saturação do fluido refrigerante que não exceda 85 % da pressão de ajuste da válvula de alívio. Devem ser utilizados somente cilindros de carregamento construídos de acordo com as normas vigentes, providos de escala volumétrica graduada e equipados com válvula de alívio de pressão.
O equipamento de recolhimento é normalmente um sistema mecânico constituído no mínimo por separador de óleo, compressor e condensador, que retiram o fluido refrigerante do sistema e o armazenam em um recipiente. O equipamento pode utilizar filtros secadores com núcleo filtrante substituível para remoção de umidade, ácidos, partículas e outros contaminantes.
O equipamento de recolhimento também requer manutenção. Ao substituir o núcleo filtrante do equipamento de recolhimento, o trecho contendo o filtro deve ser isolado e o fluido refrigerante deve ser recolhido em um recipiente apropriado antes de o corpo do filtro ser aberto. O equipamento de recolhimento e os filtros devem ser mantidos de acordo com as instruções do fabricante.
A NBR 15976 de 01/2022 – Redução das emissões de fluidos refrigerantes em equipamentos e instalações estacionárias de refrigeração e ar-condicionado — Requisitos gerais e procedimentos estabelece os requisitos e procedimentos para reduzir a liberação involuntária de fluidos refrigerantes. Estas práticas e procedimentos abrangem a redução da liberação de fluidos refrigerantes de equipamentos e sistemas de refrigeração estacionária, ar-condicionado e bomba de calor, durante a fabricação, instalação, ensaio, operação, manutenção, reparo e descarte de tais equipamentos e sistemas. Aplica-se a todos os tipos de instalações frigoríficas. Algumas instalações frigoríficas, como instalações em supermercados, apresentam características e requisitos especiais, que podem exigir procedimentos adicionais aos estipulados nesta norma.
O fluido refrigerante é o fluido frigorífico usado para transferência de calor em um sistema de refrigeração, que absorve calor à baixa temperatura e à baixa pressão, e rejeitando-o à alta temperatura e uma à alta pressão, geralmente envolvendo mudanças de fase do fluido refrigerante. Deve-se entender o projeto de sistemas e componentes de refrigeração e ar-condicionado e identificar as possíveis fontes de perdas de fluido refrigerante para a atmosfera.
A compreensão e a aplicação de técnicas estabelecidas de projeto e de construção de sistemas refrigerantes fornecem uma boa base para a prevenção da emissão de fluidos refrigerantes para a atmosfera. Exemplos de práticas recomendadas de projeto e de técnicas para minimizar o vazamento de fluidos refrigerantes são descritos no Anexo A.
As instruções do fabricante do compressor devem ser consultadas quanto à frequência recomendada da manutenção. Algumas frequências para as manutenções preditivas, programadas e preventivas típicas para diversos equipamentos são indicadas na tabela abaixo.

A documentação com instruções ao profissional de campo para a instalação, operação e manutenção de equipamentos de refrigeração destinados a minimizar o escape de fluidos refrigerantes deve ser fornecida para equipamentos montados em fábrica e para instalações montadas em campo. Os vazamentos em compressores podem ser relacionados ao projeto do compressor ou aos equipamentos associados, por exemplo, manômetros ou cortes para conexões, válvulas de alívio e tubulação de conexão.
Os selos do eixo utilizados em compressores abertos podem ser fonte de vazamento de fluido refrigerante. O projeto do selo deve especificar materiais compatíveis com o fluido refrigerante e com o óleo a serem utilizados no compressor. As vibrações devido às pulsações da pressão do fluido refrigerante e ao movimento das partes podem causar vazamentos.
Para minimizar os vazamentos devido às vibrações, o compressor, a montagem do compressor e as conexões de tubulação devem ser avaliados para assegurar que as tensões induzidas pelas vibrações não excedam os limites de fadiga do material. Se o equipamento não for avaliado quanto aos limites de resistência do material, todos os tubos de cobre com diâmetro externo de 9,52 mm ou menores, como linhas de conexão com manômetros ou linhas de óleo (excluindo sucção e descarga), e que estão conectados a compressores ou conjuntos não isolados das vibrações do compressor, devem ser construídos com alças de absorção de vibração para minimizar a fadiga das conexões.
Nos sistemas em que o compressor pode ser recondicionado sem ser retirado do sistema, as válvulas de isolamento nos lados da sucção e da descarga do compressor devem ser providas para minimizar o escape de fluido refrigerante durante os serviços de reforma, de acordo com a NBR 16069. Os dispositivos de isolamento também devem ser providos para qualquer outra conexão ao compressor de acordo com essa norma.
Em aplicações em que a bitola das linhas for superior a 150 mm, as válvulas de isolamento não são requeridas. As válvulas de isolamento não são requeridas em equipamento unitário com compressores herméticos. A maior parte dos sistemas unitários e dos sistemas hermeticamente selados e carregados de fluido refrigerante em fábrica utiliza compressores herméticos.
As válvulas de acesso ao serviço das tubulações de processo, ligadas a estes compressores, devem ser pinçadas e brasadas. As tubulações dos compressores devem ser projetadas de forma a causar um mínimo de tensões, devido às vibrações nas conexões a condensadores e evaporadores. Estes componentes devem ser projetados para suportar as tensões, a vibração e a corrosão em operação normal e durante o transporte.
Os suportes da tubulação devem ser projetados para minimizar a vibração, fornecer proteção contra abrasão devido ao movimento e permitir expansão térmica. O usuário ou o profissional habilitado deve especificar os materiais ou as opções selecionadas que previnam a falha por corrosão no ambiente instalado.
Os fabricantes de equipamentos são responsáveis por garantir que qualquer equipamento comercializado para um ambiente corrosivo conhecido, como caixas de serviço ou salas de maturação, ofereça as opções necessárias para tornar o equipamento adequado para a aplicação conforme esta norma. Os trocadores de calor resfriados a ar devem ser avaliados quanto à sua capacidade de resistir às tensões, às vibrações e à corrosão galvânica em condições normais de operação e durante o transporte.
Os suportes das tubulações devem ser projetados para minimizar as vibrações, prover proteção contra abrasão devido ao movimento e permitir a dilatação térmica. A espessura da parede dos tubos dos condensadores e evaporadores é considerada adequada se o sistema for aprovado por laboratório de ensaios reconhecido nacionalmente.
Quanto aos trocadores de calor resfriados a água, as características dos fluidos utilizados em resfriadores de líquidos e condensadores resfriados a água são muito variáveis e podem causar falhas prematuras nos tubos, resultando no escape da totalidade da carga de fluido refrigerante. Devem ser consideradas a seleção dos fluidos utilizados no sistema, a seleção do material de tubos lisos internamente, a espessura de parede dos tubos e as técnicas de filtragem e de tratamento adequadas às características dos fluidos envolvidos.
Para a seleção dos fluidos e dos materiais dos tubos, deve-se considerar também a prevenção da corrosão em condições de baixa vazão ou sem vazão. Para evitar o congelamento em resfriadores de água, devem-se prover controles de segurança. Os exemplos incluem, mas não são limitados ao controle da pressão e/ou da temperatura do fluido refrigerante.
Os tubos e conexões devem estar de acordo com os requisitos da ASME/ANSI B 31.5, ou da SAE J 513 ou das normas que as substituam. Todo o projeto e a instalação do sistema devem minimizar a quantidade de acessórios e conexões. Os tubos nominais com rosca cônica de 25 mm ou maior não podem ser utilizados em circuitos de fluidos refrigerantes, a menos que as roscas sejam seladas por meio igualmente eficaz.
Todas as juntas flangeadas devem estar de acordo com a ASME/ANSI B 31.5 ou com as normas que a substituam. O projeto deve especificar o material de vedação das juntas flangeadas que seja compatível com o fluido refrigerante e com o óleo utilizado no sistema.
Os materiais utilizados nas juntas e nos anéis de borracha (O-rings) dos compressores semi-herméticos devem ser compatíveis com o fluido refrigerante e o lubrificante utilizados. Todos os parafusos de fixação devem ser apertados com o torque exigido, conforme especificado pelo fabricante do compressor.
Todos os suportes devem atender aos requisitos da ASME/ANSI B 31.5 ou de normas que a substituam. Os suportes devem ser projetados de maneira a prover a proteção dos componentes da tubulação contra a abrasão externa devido ao movimento.
Deve ser especificada uma proteção externa para prevenção de corrosão dos componentes de aço que contêm fluido refrigerante ou que estão em contato direto com componentes que contêm fluido refrigerante. Para evitar a ocorrência de sobrepressão hidrostática devido à expansão térmica, as partes do sistema que contêm líquido devem ser protegidas conforme a NBR 16069 ou conforme a série NBR ISO 5149.
Os sistemas hermeticamente selados, carregados em fábrica, e sistemas unitários homologados por laboratório de ensaio reconhecido devem ser considerados como tendo cumprido todos os requisitos estipulados nessa norma. As válvulas de isolamento cujas hastes não estejam vedadas por diafragma interno devem ter eixos retidos ou cativos, e facilidade para apertar ou substituir as gaxetas sob pressão da linha.
As válvulas ou uniões de serviço devem ser providas para a evacuação e para a carga de líquido em sistemas refrigerantes, exceto como na nota a seguir. No mínimo, cada circuito de fluido refrigerante deve conter uma válvula de serviço ou de uma união, no vapor e no líquido. As válvulas ou uniões devem ter válvulas de isolamento em suas entradas ou tampas de vedação em suas saídas, mesmo se as válvulas de serviço forem de fechamento automático, a fim de assegurar sua vedação efetiva.
Para sistemas unitários com válvulas de serviço no exterior da unidade instalada ao tempo, as válvulas devem ser brasadas. Para sistemas hermeticamente selados, com disposto de expansão do tipo capilar ou orifício calibrado, carregados em fábrica com uma carga de fluido refrigerante de menos de 2,3 kg, um dispositivo de projeto igualmente eficaz (por exemplo, uma válvula de serviço) é aceito como cumprimento dos requisitos desta Seção.
Os sistemas devem ser projetados de forma a minimizar o número de acessórios e conexões. As roscas cônicas de tubos não podem ser usadas para conexões em circuitos de fluido refrigerante, a menos que as roscas sejam vedadas ou seladas por meios igualmente eficazes. As conexões cônicas do tipo SAE não podem ser usadas em sistemas de refrigeração cujo ponto normal de projeto seja inferior a 4,4 °C de temperatura de sucção saturada. Quando usadas, as conexões cônicas do tipo SAE devem ser apertadas de acordo com as especificações de torque do fabricante.
Os dispositivos de alívio do sistema devem atender aos requisitos da NBR 16069 ou da série NBR ISO 5149. Os grandes sistemas de refrigeração devem ter um alarme para denunciar uma alta pressão do fluido refrigerante que pode resultar em escape de fluido refrigerante por meio do dispositivo de alívio.
Os pequenos sistemas hermeticamente selados, carregados em fábrica, homologados por laboratório de ensaio reconhecido, devem ser considerados como tendo cumprido os requisitos estipulados nesta Seção. Os dispositivos de purga contínuos devem ser providos para grandes sistemas refrigerantes que operam em pressão abaixo da atmosférica. O projeto de novos equipamentos deve especificar dispositivos de purga que liberem menos de uma unidade de massa do fluido refrigerante para cada unidade de massa de ar, de acordo com o ensaio descrito na AHRI 580.
Os serviços de instalação e/ou manutenção, sejam eles programados ou corretivos, aplicados aos sistemas de ar-condicionado e refrigeração, devem ser executados por pessoas devidamente treinadas e qualificadas, conforme a legislação vigente. Devem-se utilizar as referências e as instruções de operação e manutenção dos fabricantes dos sistemas quanto às orientações para a execução dos serviços. Recomenda-se o seguinte procedimento para a limpeza dos sistemas de refrigeração: não utilizar fluidos com potencial de destruição da camada de ozônio; utilizar fluidos com potencial de aquecimento global permitido, conforme as legislações vigentes; garantir o recolhimento e a destinação apropriada dessas substâncias ao final do processo, conforme as legislações vigentes; observar a legislação vigente sobre a permissão ou proibição do uso de produtos químicos para limpeza de detritos e sujidade nas serpentinas de condensadores resfriados a ar, serpentinas de resfriamento ou outro equipamento semelhante.
Não pode ser adicionado fluido refrigerante a qualquer sistema com vazamento sem que esse vazamento seja identificado e corrigido. Os vestígios de óleo podem ser uma indicação de vazamento. Deve ser dada especial atenção a todas as juntas, gaxetas, foles de controles e selos de eixo. Estes itens devem ser cuidadosamente ensaiados quanto a vazamentos após a execução de serviços.
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