
A NBR 15273 de 06/2021 – Curvas por indução para sistema de transporte de petróleo, derivados e gás natural por dutos estabelece os requisitos técnicos para o fornecimento de curvas feitas pelo processo de curvamento por indução para utilização em sistemas de transporte dutoviário na indústria de petróleo, derivados e gás natural. O processo de fabricação utiliza aquecimento indutivo para aquecer uma faixa estreita de 360°em volta do tubo, no ponto de curvamento, enquanto o tubo está sendo empurrado e/ou puxado com velocidade constante pela bobina de indução. Após o material passar pela bobina, ele é resfriado por meio de jato de ar comprimido ou jato de água, ou ainda é deixado esfriar no ambiente. Curvas por indução de qualquer espessura e diâmetro produzidas desta forma são abrangidas por esta norma.
Esta norma é aplicável às curvas por indução feitas a partir de tubos, com ou sem costura, de aços não ligados ou de baixa liga. Não é aplicável às curvas produzidas a partir de tubos com solda helicoidal para utilização em ambientes sour service e offshore service. Nessa norma, os termos sour service e offshore service são condições de serviço. Pode-se definir o curvamento por indução como o processo de curvamento contínuo que utiliza aquecimento por indução para criar uma faixa aquecida e estreita no entorno do material que está sendo curvado.
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Quais são os símbolos e os termos abreviados usados nessa norma?
Qual é o sumário dos ensaios e inspeções requeridos?
Para os ensaios mecânicos, como deve ser a preparação dos corpos de prova?
O comprador deve fornecer as seguintes informações, quando da encomenda, na sequência a seguir: número desta norma e ano de publicação; identificação das curvas; quantidade de curvas; fornecimento do tubo-mãe: pelo comprador ou pelo fabricante; dimensões das curvas, incluindo o diâmetro interno ou externo; espessura mínima de projeto (t mín); raio; ângulo; comprimento das tangentes; preparação das extremidades; nível de especificação do produto (PSL 1, PSL 2 e PSL 2S).
Onde aplicável, o comprador deve fornecer as seguintes informações suplementares: temperatura mínima de projeto; temperatura máxima de projeto e qualquer requisito para ensaio de tração em alta temperatura; espessura máxima da parede; requisitos dimensionais especiais; requisitos suplementares de inspeção e ensaios; requisitos de calibração e outros requisitos dimensionais diferentes do especificado nesta norma; normas de projeto do duto ou premissas de projeto; condições de operação do duto; requisitos do tratamento térmico após o curvamento, quando aplicável; propriedades mecânicas na temperatura máxima de projeto; temperatura e critérios de aceitação do ensaio de impacto Charpy; requisitos para o teste hidrostático; pontos a serem testemunhados e aprovados pelo comprador; condição da superfície da curva; requisitos de revestimento ou pintura; requisitos de marcação, se diferentes do previsto nesta norma; instruções de embalagem, transporte e armazenamento; indicação sobre quem irá efetuar a inspeção de terceira parte; requisitos para o formato e conteúdo adicionais para os documentos de inspeção; requisitos para o ensaio de dureza; procedimento de soldagem e composição química do metal de solda para tubos SAW; e outros requisitos especiais.
Quando o tubo-mãe for fornecido pelo comprador, as seguintes informações devem ser dadas ao fabricante: especificação do material; diâmetro nominal ou externo do tubo; espessura nominal ou mínima da parede do tubo; comprimento dos tubos; fabricante dos tubos; número do tubo e corrida; certificado de fabricação dos tubos, contendo, quando aplicável, tratamentos térmicos, composição química completa (incluindo o carbono equivalente), propriedades mecânicas, resultados dos ensaios não destrutivos (incluindo os requisitos) e dimensões; procedimento de soldagem e composição química do metal de solda; procedimento de reparo da junta soldada.
O tubo-mãe deve ser fabricado de acordo com a API SPEC 5L, a menos que previamente acordado entre as partes. O tubo-mãe pode ser fornecido tanto pelo comprador como pelo fabricante. O tubo-mãe não pode conter reparos por solda em seu corpo. O tubo-mãe não pode conter solda circunferencial ou solda de ponta de tira e chapa (strip/plate end welds).
A espessura da parede do tubo-mãe deve ser adequada para permitir a redução da parede no extradorso, devido ao curvamento por indução, de tal forma que seja garantida a espessura mínima de projeto. A contaminação da superfície do tubo-mãe antes ou durante o curvamento por metais de baixa temperatura de fusão (por exemplo, cobre, latão, zinco/galvanização, alumínio etc.) pode trazer graves efeitos ao processo de curvamento ou às propriedades da curva acabada.
O contato com tais materiais não é permitido. O tubo-mãe deve ser fornecido sem qualquer tipo de revestimento ou pintura. Para aplicação em ambientes offshore, o tubo-mãe deve ser fabricado de acordo com a API SPEC 5L:2018, Anexo J.
As curvas de qualificação devem ser fabricadas de acordo com uma especificação preliminar do procedimento de fabricação (pMPS), estabelecida por escrito antes do começo do curvamento de qualificação. A especificação do procedimento de fabricação (MPS) deve ser emitida a partir da especificação preliminar, que deve ser modificada, se necessário, com base nos parâmetros registrados durante o curvamento de qualificação, antes do começo do curvamento de produção.
Caso seja especificado pelo comprador, a qualificação e/ou a fabricação não podem ter início até que a MPS seja aprovada pelo comprador. A MPS deve especificar os seguintes detalhes: informações sobre o tubo-mãe: nome do fabricante; especificação do material; processo de fabricação do tubo; dimensões do tubo; composição química (quando aplicável); carbono equivalente (CE IIW ou Pcm, o que for aplicável); propriedades mecânicas (quando aplicável); técnicas de inspeção e relatórios para a junta soldada e o corpo da curva; condições do tratamento térmico (quando aplicável); número da corrida e número do tubo; quantidade e dimensões das curvas de qualificação e produção; requisitos de ensaio e inspeção para as curvas de qualificação; as curvas de produção; os resultados de ensaios e inspeções do processo de qualificação; os detalhes do processo de curvamento: o método de limpeza do tubo antes do curvamento; identificação da máquina de curvamento; o método de medição e controle de temperatura durante o curvamento.
Deve-se incluir os valores dos parâmetros de curvamento (ver tabela abaixo), incluindo os valores registrados na qualificação, além da margem de variação permissível dos parâmetros durante o curvamento de produção, respeitando os limites indicados na tabela abaixo. Especificar o aquecimento e o resfriamento das tangentes da curva (quando aplicável) e os detalhes do tratamento térmico após o curvamento (quando aplicável).
Deve-se ser especificados os tipos de tratamentos térmicos; a temperatura a partir da qual deve ser realizado o controle durante aquecimento e/ou resfriamento; a taxa de aquecimento, temperatura, tempo de patamar e taxa de resfriamento; o tipo e localização dos termopares; tempo de transferência entre o forno e o tanque de resfriamento, no caso de têmpera; os métodos de acabamento (calibração e arredondamento); os requisitos adicionais do comprador (como preparação das extremidades, revestimento e identificação).
A fabricação das curvas deve ser efetuada conforme a MPS, cujo procedimento deve ser qualificado de acordo com esta Subseção, antes do início da produção. Uma curva de qualificação, com um comprimento de arco suficiente para permitir a extração dos corpos de prova necessários, deve ser fabricada de acordo com a MPS preliminar.
A inspeção e o ensaio da curva de qualificação devem incluir as tangentes e zonas de transição, se incluídas nas curvas de produção. A curva de qualificação deve ser ensaiada e inspecionada de acordo com a Seção 7. A MPS a ser usada para produção deve, para cada variável essencial indicada na tabela abaixo, especificar: os valores registrados durante a fabricação da curva de qualificação; a margem de variação permissível durante o curvamento de produção, que não pode exceder os limites permitidos na tabela abaixo. Caso algum parâmetro estabelecido na tabela abaixo exceda a variação máxima permitida, uma nova curva de qualificação deve ser produzida.

A interrupção da operação de curvamento por indução deve implicar em rejeição da curva, a menos que acordado entre o fabricante e o comprador. Neste caso, uma qualificação específica deve ser realizada na região onde o curvamento foi interrompido e reiniciado. Os ensaios específicos devem ser estabelecidos por acordo.
O tratamento térmico após o curvamento não é um requisito obrigatório para atender esta norma. Quando aplicável, o tratamento deve atender aos limites estabelecidos na tabela acima.
O tratamento térmico após o curvamento pode ser efetuado para alcançar as propriedades requeridas para o material, melhorar resistência à corrosão, remover zonas de transição nas extremidades do arco da curva ou aliviar tensões residuais. A temperatura e o tempo de cada fornada devem ser monitorados por meio de termopares conectados diretamente nas curvas, e os seus valores devem ser registrados.
O tipo, o número e a localização dos termopares devem ser conforme especificado na MPS. No caso dos tratamentos térmicos de têmpera, revenimento e normalização, não é requerido o registro da taxa de resfriamento, tanto na curva de qualificação quanto na de produção.
No caso específico de têmpera, o tempo gasto entre a saída do forno e a completa imersão no tanque de resfriamento deve ser monitorado e registrado durante a qualificação, bem como a temperatura do banho na entrada e na saída da peça. Os valores anotados não podem ser excedidos durante a produção.
Os fornos de tratamento térmico devem ser qualificados conforme a API 6A. Os termopares e os equipamentos que registram o tratamento devem estar calibrados. A conformação a quente após o curvamento ou após o tratamento térmico (quando aplicável), incluindo aquecimento localizado, ou calibração a quente, não é permitida.
A conformação ou a calibração a frio, sem tratamento térmico posterior, é permitida, desde que promova uma deformação permanente que não exceda 1,5%. As curvas devem ser fornecidas com extremidades retas, exceto se especificado em contrário pelo comprador.
Para os tubos com solda longitudinal, a junta soldada deve ser posicionada dentro do limite de ± 15º em relação à linha neutra da curva. A elaboração da MPS, a qualificação do procedimento de fabricação e a fabricação das curvas para sour service devem incluir os requisitos suplementares estabelecidos no Anexo A.
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