A ergonomia na movimentação manual de cargas conforme as normas técnicas

Hayrton Rodrigues do Prado Filho, jornalista profissional registrado no Ministério do Trabalho e Previdência Social sob o nº 12.113 e no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo sob o nº 6.008

O ser humano, antes de carregar um peso, deve proceder, com antecedência, a verificação do caminho que será utilizado. Assim, o fará de forma confiante e segura. Deve eliminar todos os obstáculos de seu caminho. No entanto, não se esqueça daqueles, cuja remoção não for possível fazer. Habitue-se a, antecipadamente, verificar com cuidado o peso e o volume que for conduzir, para se certificar do equilíbrio do carregamento.

Para um trabalhador, os limites de pesos que podem ser levantados sem causar problemas à sua saúde: homens adultos (de 18 a 35 anos), 40 kg, para as mulheres, 20 kg; homens de 16 a 18 anos, 16 kg, mulheres, 8, kg; e com menos de 16 anos deve ser proibido. Recomenda-se para as mulheres 50% dos valores máximos de levantamento de peso indicados para os homens, porque, geralmente, elas têm: menor tolerância ao trabalho físico pesado; menor massa muscular; menor peso, o que faz com que o peso do corpo sobre o centro de gravidade seja menor.

Com a finalidade de não prejudicar o desenvolvimento do esqueleto, recomenda-se aos jovens, de 16 a 18 anos, que executem, ocasionalmente, o levantamento de, no máximo, 40% do peso destinados aos adultos. O levantamento de peso para pessoas idosas deve ser evitado, pois seus ossos tendem a ser mais frágeis.

Assim, pode-se acrescentar que o transporte manual de cargas envolve partes ou todo o corpo e, mesmo que a carga a movimentar não seja muito pesada ou volumosa, a baixa eficiência do sistema muscular humano torna este trabalho pesado, provocando rapidamente fadiga com consequências gravosas, nomeadamente aumentando o risco de ocorrência de acidentes de trabalho ou de incidência de doenças profissionais.

Os estudos biomecânicos assumem particular importância nas tarefas de transporte e levantamento de cargas, comuns a um grande número de atividades, responsáveis por várias lesões, por vezes irreversíveis ou de difícil tratamento, sobretudo ao nível da coluna. A coluna vertebral, devido à sua estrutura em discos, é pouco resistente a forças contrárias ao seu eixo. Quando se levanta a carga na posição ereta, o esforço de compressão distribui-se uniformemente sobre a superfície total de vértebras e discos.

Nesta posição consegue-se reduzir em cerca de 20% a compressão nos discos, em relação ao levantamento na posição curvada. Existem dois tipos de levantamento de cargas no trabalho: o levantamento esporádico: relacionado com a capacidade muscular; e o levantamento repetitivo: onde acresce a capacidade energética do trabalhador e a fadiga física.

Quanto as normas técnicas a serem cumpridas, uma delas é a NBR ISO 11228-1 de 03/2017 – Ergonomia – Movimentação manual – Parte 1: Levantamento e transporte de cargas especifica os limites recomendados para o levantamento manual e transporte de cargas, levando em consideração a intensidade, a frequência e a duração da tarefa. Foi elaborada para prover orientações para a avaliação das muitas variáveis que compõem uma tarefa, de maneira a permitir a avaliação dos riscos para a saúde dos trabalhadores.

A NBR ISO 11228-2 de 06/2017 – Ergonomia — Movimentação manual – Parte 2: Empurrar e puxar fornece os limites recomendados para empurrar e puxar com todo o corpo. Fornece orientações sobre a avaliação dos fatores de risco considerados importantes para empurrar e puxar manualmente, permitindo que os riscos de saúde para a população trabalhadora sejam avaliados.

A NBR ISO 11228-3 de 04/2014 – Ergonomia — Movimentação manual – Parte 3: Movimentação de cargas leves em alta frequência de repetição fornece recomendações ergonômicas para tarefas de trabalho repetitivo que envolvem movimentação manual de cargas leves em alta frequência. Também fornece orientações sobre a identificação e avaliação de fatores de risco comumente associados à movimentação de cargas leves em alta frequência, permitindo, assim, a avaliação dos riscos de saúde relacionados à população trabalhadora.

As três partes da NBR ISO 11228 estabelecem recomendações ergonômicas para diferentes tarefas de movimentação manual. Todas as partes se aplicam tanto a atividades profissionais, quanto a atividades não ocupacionais. Estas normas fornecem informações para projetistas, empregadores, funcionários e outros envolvidos na organização do trabalho, trabalho e design de produto. Esta norma está relacionada à NBR ISO 11226. A Parte 1 é a primeira norma sobre movimentação manual.

Os distúrbios do sistema musculoesquelético são comuns no mundo inteiro e representam um dos distúrbios mais frequentes em saúde ocupacional. Fatores como o tamanho e massa do objeto manuseado, postura no trabalho, frequência e duração da movimentação manual, sozinhos ou combinados, podem contribuir para que a movimentação se torne perigosa e represente risco para o aparecimento de distúrbios musculoesqueléticos.

É conveniente especificar os limites de massa recomendados para manuseio de objetos em combinação com posturas de trabalho, frequência e duração da movimentação manual que se poderia razoavelmente esperar das pessoas quando executam atividades relacionadas com à movimentação de objetos.

A abordagem ergonômica tem impacto significativo na redução de riscos de atividades que envolvam levantamento e transporte de cargas. Uma boa organização do trabalho é particularmente importante, especialmente no que diz respeito às tarefas e postos de trabalho, o que pode incluir o uso de recursos auxiliares apropriados.

A ideia é fornecer uma abordagem passo a passo para estimar os riscos para a saúde do trabalhador associados ao com levantamento e transporte manual de cargas, bem como aos limites propostos em cada passo. Adicionalmente, são apresentadas sugestões práticas ergonômicas para a organização da movimentação manual nos Anexos A, B e C. O modelo de avaliação de risco (risk assessment) apresentado permite a estimativa do risco associado à tarefa de movimentação de material. Ele considera os perigos (hazard), (condições desfavoráveis) relacionados ao levantamento manual e ao tempo gasto com este tipo de atividade.

Podem ser condições desfavoráveis o manuseio de objetos com peso (massa) elevado ou posturas inadequadas (awkward postura) requeridas durante o processo de movimentação de peso tais como torções ou inclinações do tronco, ou ainda, alcance distante. A Parte 2 fornece informações tanto sobre elevação repetitiva e não repetitiva. Os limites recomendados fornecidos baseiam-se na integração de dados derivados de quatro grandes áreas de pesquisa, como: abordagens epidemiológica, biomecânica, fisiológica e psicofísica.

Nos casos em que o levantamento e a movimentação manual não forem possíveis de serem evitados, convém que uma avaliação de riscos à saúde e à segurança seja realizada, considerando a massa do objeto, a pega usada para o manuseio, o controle do objeto em relação à posição do corpo, a frequência e a duração de uma tarefa específica. A avaliação de risco pode ser realizada usando uma abordagem passo a passo.

A cada passo sucessivo, o avaliador precisa julgar os aspectos inter-relacionados das várias tarefas. Ressalta-se que convém que os empregadores informem e treinem seus funcionários para todas as situações descritas na NBR ISO 11228. Os funcionários e outras pessoas podem diminuir o risco de lesões, adotando maneiras seguras de movimentação manual (Ver Anexo A da parte 1).

A avaliação de risco consiste em quatro fases: reconhecimento do perigo, identificação do risco, estimativa de risco e avaliação de risco de acordo com as ISO 14121, EN 1005-2 e ISO/IEC Guia 51. Para informações sobre identificação de risco, ver o Anexo A da parte 1.

Caso os limites recomendados sejam excedidos, convém que medidas sejam tomadas para evitar que a tarefa seja feita manualmente ou para adaptá-la de forma que todas as questões de cada passo sejam solucionadas. O objetivo principal da redução de risco é tomar medidas para melhorar a organização do trabalho de movimentação manual de cargas: a tarefa, o objeto e o ambiente de trabalho, tendo como objetivo a adaptação às características dos indivíduos, conforme apropriado. Não convém que se conclua que somente o fornecimento de informações e o treinamento serão suficientes para assegurar uma movimentação manual segura (ver Anexo A).

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Ao tentar evitar lesões causadas pela movimentação manual, é importante perguntar se a movimentação manual de objetos poderia ser totalmente eliminada. Convém que os responsáveis pelo projeto dos novos sistemas de trabalho, ou instalação de novas fábricas, considerarem a possibilidade de introduzir um sistema integrado de movimentação que, quando apropriado, utilize totalmente a movimentação mecânica ou motorizada, em vez de um sistema manual.

No entanto, convém que se lembre que a introdução de automação ou mecanização pode criar outros riscos diferentes. A mecanização, por exemplo, pela introdução de uma empilhadeira, guincho, carrinho, carro-armazém, inversor de paletes, etc., precisará ser bem conservada e convém que um sistema de relatório e correção de defeito seja instalado.

Convém que todos os acessórios de movimentação sejam compatíveis com o resto do sistema de trabalho; convém que todos sejam eficazes, apropriadamente projetados e de fácil operação. Convém que o treinamento sobre os acessórios de movimentação abranja o uso e o conhecimento de armazenagem segura e de procedimentos a serem usados no caso de uma avaria.

Convém que este treinamento também inclua técnicas sobre as posições adequadas do corpo durante o uso do equipamento. Convém que as instruções de operação e questões com segurança sejam fixadas no equipamento.

No caso de puxar que é esforço físico humano quando a força motriz estiver na frente do corpo e este ficar ereto ou se movimentar para trás e empurrar que é o esforço físico humano quando a força motriz for direcionada para frente, e para longe, do corpo do operador enquanto estiver de pé ou se movimentar para frente, dor, fadiga e distúrbios do sistema musculoesquelético podem ser resultados de tarefas de movimentação manual inadequadas e/ou forçadas, como empurrar ou puxar objetos.

Dor e fadiga musculoesqueléticas podem influenciar o controle postural e aumentar a probabilidade de práticas perigosas de trabalho, levando a um maior risco de lesão, assim como uma redução na produtividade e qualidade de rendimento de trabalho. Um bom projeto ergonômico pode fornecer uma abordagem para evitar esses efeitos adversos.

As forças iniciais são usadas para superar a inércia do objeto ao iniciar ou mudar a direção do movimento. Forças sustentadas são aquelas usadas para manter o movimento do objeto. As forças iniciais são normalmente maiores que as forças sustentadas e, portanto, convém que sejam mantidas ao mínimo.

Convém que o início, parada e manobra frequentes do objeto sejam evitados. Convém que a aplicação contínua e suave de força seja aplicada no objeto, evitando movimentos súbitos e longa duração. Convém que as forças sustentadas sejam evitadas, pois aumentam o risco de fadiga muscular ou de corpo inteiro.

A movimentação de cargas leves em alta frequência (trabalho repetitivo) pode causar dor e fadiga, que podem levar a doenças musculoesqueléticas, produtividade reduzida e coordenação deteriorada de postura e movimento. Isto pode aumentar o risco de erros e pode resultar em qualidade reduzida e situações perigosas.

Um bom projeto ergonômico e uma organização apropriada de trabalho são requisitos básicos para evitar os efeitos adversos mencionados. Fatores de risco e trabalho repetitivo incluem a frequência das ações, duração da exposição, posturas e movimento de segmentos do corpo, forças associadas com o trabalho, organização do trabalho, controle da tarefa, exigências sobre o resultado do trabalho (por exemplo, qualidade, precisão da tarefa) e nível de treinamento/habilidade.

Fatores complementares podem incluir fatores ambientais como clima, ruído, vibração e iluminação. As recomendações dadas por esta parte3 são baseadas em evidência científica relacionada à fisiologia e à epidemiologia do trabalho manual. O conhecimento é, no entanto, limitado, e as orientações sugeridas são sujeitas à mudança de acordo com pesquisa futura.

Assim, convém que tarefas de risco de movimentação manual sejam evitadas sempre que possível. Isso pode ser conseguido por meio de enriquecimento de tarefas, revezamento de tarefas e/ou mecanização/automação dentro da estrutura de abordagem ergonômica participativa. No caso de movimentação repetitiva de cargas leves em alta frequência, muitas tarefas podem ser modificadas por meio do uso de robótica ou sistemas automatizados de produção.

Uma “abordagem ergonômica participativa” significa o envolvimento prático de trabalhadores, apoiado por uma comunicação adequada para planejar e administrar uma quantidade significativa de suas atividades laborais, com conhecimento e habilidade suficientes para influenciar os processos e os resultados para atingir objetivos desejáveis. Quando a movimentação repetitiva for inevitável, convém que uma abordagem de quatro passos, envolvendo avaliação de risco e redução de risco, seja adotada, de acordo com o ISO Guia 51 e a ISO 14121. Os quatro passos são identificação, estimativa, avaliação e redução de risco.

Hayrton Rodrigues do Prado Filho é jornalista profissional, editor da revista digital Banas Qualidade e editor do blog https://qualidadeonline.wordpress.com/hayrton@hayrtonprado.jor.br

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Protetores auditivos devem ser testados conforme as normas técnicas

No ambiente de trabalho, a exposição frequente aos ruídos de alta intensidade vai reduzindo a habilidade auditiva por meio de um processo irreversível. Conhecer os conceitos sobre som, ruídos, riscos envolvidos à exposição e as possibilidade de realizar a apropriada atenuação com a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) é necessário para uma correta ação preventiva.

Atualmente o ruído é o risco ocupacional mais comum em ambientes de trabalho. A perda auditiva induzida por níveis elevados de pressão sonora (PAIR) afeta o indivíduo tanto em questões sociais como emocionais. Surge então a preocupação em controlar o ruído, o que pode ser efetuado diretamente na fonte ou, como habitualmente ocorre, o indivíduo trabalhar com EPI para diminuir o risco de perdas auditivas.

O ruído causa efeitos sobre a audição e em todo o organismo. Na audição ocorre a mudança temporária de limiar: por um curto prazo de tempo a audição aumenta seu limiar devido à exaustão metabólica das células ciliadas na presença de sons intensos. Eliminando o ruído, a audição volta ao seu limiar normal.

Pode-se dizer que o ruído possui duas unidades de grandeza. A frequência, que é o número de vezes que a oscilação de pressão é repetida, na unidade de tempo, normalmente, é medida em ciclos por segundo ou Hertz (Hz).A outra grandeza é a intensidade, que pode ser definida como o volume do som ou ruído, cuja unidade é o decibel (dB).

É caracterizada por som forte ou fraco. A agressão causada pelo ruído ao sistema auditivo do ser humano está associado basicamente a três grandezas: intensidade e frequência da onda sonora, e período ao qual o indivíduo ficará exposto ao som. Obviamente, cada indivíduo possui uma sensibilidade audível diferente do outro e que pode variar com a idade, sexo, etnia e exposições anteriores.

Os limites de intensidade sonora que pode ser alcançada pelo ser humano é de 0 dB até 120 dB e a frequência entre 20 Hz até 20.000 Hz. Os sons que são produzidos abaixo dos 20 Hz são denominados infrassons e os produzidos acima dos 20.000 Hz, ultrassons.

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O ruído apresenta características de intensidade (nível de pressão sonora), de tipo (contínuo, intermitente ou impacto), de duração (tipo de exposição a cada tipo de ruído) e de qualidade (frequências dos sons). Pode causar estresse, aborrecimentos, diminuição na eficiência do trabalho, alterações fisiológicas, hipertensão, zumbido, impotência sexual, distúrbios metabólicos e psicológicos, dificuldade na comunicação oral e no convívio social, podendo até ser causa de acidentes no ambiente de trabalho.

Para a proteção, o modelo plugue de inserção é pequeno, fácil de carregar e guardar, tornando-se mais confortável em ambientes quentes e conveniente para locais apertados ou fechados. Permite o uso de óculos, possui tamanhos variáveis e sua atenuação varia de 10 dB a 30dB.

Apresenta desvantagens, pois exige mais tempo e esforço para ajustá-lo, sua proteção é menor e varia de acordo com a vedação no conduto do usuário. Quanto à higiene, necessita de mais cuidados para não causar infecções de orelha, e precisa também cuidado com a colocação e retirada do mesmo. É difícil de ser visualizado, dificultando na fiscalização da empresa, e, por ser pequeno, é facilmente perdido.

O modelo concha possui apenas tamanho único, é mais aceito pelos funcionários e pode ser visto à distância, auxiliando no controle. É confortável em ambientes frios, possui vida útil longa, e é indicado para ruídos intermitentes devido à facilidade de remoção e colocação durante a exposição e sua atenuação varia de 20 dB a 50 dB.

Suas desvantagens estão relacionadas com o alto custo, com a proteção que depende da pressão do arco na cabeça e que com o tempo poderá ser reduzida, é difícil de guardar e carregar, interfere com o uso de óculos e máscaras, e causa desconforto pelo peso durante toda jornada de trabalho. Outra opção utilizada no mercado é o kit abafador de ruídos, que é uma solução composta por duas conchas que se encaixam nas laterais do capacete e permitem a proteção conjugada da cabeça e dos ouvidos.

A NBR 16076 de 10/2016 – Equipamento de proteção individual – Protetores auditivos – Medição de atenuação de ruído com métodos de orelha real especifica métodos de ensaio psicofísicos com seres humanos para medir, analisar e reportar a atenuação sonora de protetores auditivos. Aplica-se aos protetores auditivos que operam de maneira linear, como os protetores auditivos passivos comumente disponíveis, e aos protetores auditivos que incorporam dispositivos eletrônicos, quando estes estão desligados.

Os métodos de ensaio apresentados nesta norma consistem em ensaios psicofísicos realizados com seres humanos, no limiar de audição, a fim de determinar a atenuação sonora dos protetores auditivos. Estes são conhecidos como métodos da orelha real. Dois métodos são apresentados, diferenciando-se na seleção dos ouvintes, no seu treinamento, na forma de colocação e ajuste do protetor auditivo e no envolvimento do experimentador, mantendo-se, porém, todos os aspectos eletroacústicos e psicofísicos.

Um dos métodos, denominado método A, é caracterizado pela colocação do protetor auditivo por ouvintes treinados e tem por objetivo determinar a atenuação máxima dos protetores auditivos. O outro método, denominado método B, é caracterizado pela colocação dos protetores auditivos pelo ouvinte inexperiente ou leigo no uso e ajuste de protetores auditivos.

O resultado do método B se aproxima da atenuação obtida por grupos de usuários, conforme relatado em estudos conduzidos em situações reais de uso. A seleção do método de ensaio, seja método A ou método B, é baseada na aplicação desejada.

O procedimento descrito pelo método A foi baseado na ANSI S12.6:2008, método A e anteriores, que correspondem ao método descrito na ISO 4869-1:1990. Tais resultados são úteis para estimar a atenuação obtida por usuários bem treinados e motivados, para projetar protetores auditivos, fornecer um conhecimento das limitações em seu desempenho e monitoramento da qualidade.

Ele fornece uma aproximação do limite superior da atenuação que pode ser esperada para grupos de usuários expostos ao ruído ocupacional. O procedimento descrito pelo método B foi baseado na ANSI S12.6:2008, método B, que corresponde ao método descrito na ISO/TS 4869-5:2006. Ouvintes devidamente treinados e motivados podem potencialmente obter maior atenuação do que a obtida com o método B, chegando mais próximo aos valores obtidos com o método A, especialmente para protetores auditivos do tipo inserção.

Ruído máximo permitido no ambiente no ponto de referência (posição fixa dentro da sala de ensaio que serve de referência para todas as medições das características do campo sonoro, na qual fica localizado o ponto médio de uma linha entre os centros das entradas dos canais auditivos direito e esquerdo dos ouvintes envolvidos no ensaio)

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No entanto, os valores de atenuação obtidos pelo método B se aproximam mais do desempenho dos protetores auditivos para grupos de usuários em situações reais de uso. Independentemente do método de ensaio selecionado, colocação supervisionada (método A) ou colocação pelo ouvinte (método B), os valores de atenuação serão geralmente aplicáveis somente se: os protetores auditivos forem, no uso rotineiro, colocados da mesma maneira que durante o ensaio de laboratório; as manutenções dos protetores auditivos forem realizadas corretamente; as características anatômicas dos ouvintes envolvidos nos ensaios laboratoriais corresponderem aproximadamente às da população de usuários.

Outros dispositivos como conjuntos para comunicação tipo headset, capacetes com proteção auditiva, roupas pressurizadas e outros sistemas com características de atenuação sonora podem incorporar também a função de proteção auditiva. Os dispositivos também podem ser combinados entre si, por exemplo, protetores auditivos do tipo inserção usados em conjunto com protetores auditivos do tipo concha ou com capacetes com proteção auditiva. Todos podem ser ensaiados, desde que operando como um protetor auditivo passivo.

Os métodos descritos nesta norma fornecem dados que são coletados em baixos níveis de pressão sonora (próximo ao limiar de audição), mas que também são representativos dos valores de atenuação de protetores auditivos em níveis mais elevados. Uma exceção ocorre no caso de protetores auditivos, tanto ativos quanto passivos, com atenuação dependente do nível de pressão sonora, quando este é suficiente para ativar esta característica.

Nestes casos, os métodos especificados nesta norma não são aplicáveis; eles irão geralmente subestimar a atenuação sonora. Outra exceção ocorre quando se quer prever a redução de altos níveis de ruído impulsivo, como os gerados por armas de fogo, onde picos de nível de pressão sonora acima de 140 dB podem gerar possíveis comportamentos não lineares dos protetores auditivos.

Os dados de atenuação em baixas frequências (abaixo de 500 Hz) resultantes da aplicação desta norma podem ser erroneamente altos por alguns decibéis, com os erros aumentando conforme diminui a frequência. Este efeito é causado pelo mascaramento do limiar fechado de audição por ruído fisiológico durante o ensaio.

Os erros são maiores para protetores auditivos de inserção, tipo capa de canal, tipo concha com pequeno volume de conchas e tipo inserção inserido com pouca profundidade. Os erros são menores para protetores auditivos tipo concha com grande volume de conchas e tipo inserção inserido profundamente.

Esta norma não trata de questões pertinentes a recomendações, seleção, uso, manutenção e cuidados de protetores auditivos, nem especifica valores mínimos de desempenho. Os sinais de ensaio devem ser de ruído rosa ou ruído branco, filtrados em bandas de terço de oitava. As frequências centrais devem incluir no mínimo 125 Hz, 250 Hz, 500 Hz, 1.000 Hz, 2.000 Hz, 4.000 Hz e 8.000 Hz.

O nível de pressão sonora medido usando um microfone omnidirecional em seis posições relativas ao ponto de referência, sem o ouvinte e sua cadeira, ± 15 cm nos eixos frontal-traseiro, em cima e embaixo e esquerdo direito, deve permanecer dentro de uma faixa de 5 dB para cada sinal de ensaio. A diferença entre os níveis de pressão sonora nas posições esquerda e direita não pode exceder 3 dB. A orientação do microfone deve permanecer a mesma em cada posição de medida.

A direcionalidade do campo sonoro deve ser avaliada no ponto de referência para cada banda de ensaio, com frequência centrais maiores ou iguais a 500 Hz, sem o ouvinte e sua cadeira. As medições devem ser realizadas com um microfone direcional que exiba, na sua resposta polar de campo livre, em bandas de ensaio de um terço de oitava as seguintes características. No caso de microfone cosenoidal a medição da incidência de som frontal deve ser pelo menos 10 dB maior que a incidência de som lateral (90°).

No caso de microfone cardioidal a medição da incidência de som frontal deve ser pelo menos 10 dB maior que a incidência de som por trás (180°). O campo sonoro pode ser considerado próximo de um campo de incidência aleatória quando o microfone for girado em torno do centro do ensaio em 360° em cada um dos três planos perpendiculares definidos pelos eixos frontal-traseiro, acima, abaixo e esquerdo direito, que devem coincidir com o ponto de referência, e o nível de pressão sonora observado em cada banda de frequência e em cada plano permanece dentro de uma variação permitida.

O ruído ambiente (ruído de fundo), no ponto de referência, sem o ouvinte, com todos os equipamentos de geração de sinal ligados e ajustados para um ganho de 20 dB acima dos níveis necessários para se atingir o limiar aberto de audição em todas as frequências de ensaio, mas sem a presença do sinal de ensaio, não pode exceder os níveis de banda de oitava. O ruído de fundo deve ser medido no mínimo mensalmente, ou mais vezes caso o local de ensaio não garanta as condições exigidas.

Todo sistema de ventilação e iluminação do local deve ser mantido como realizado no ensaio. O ruído de fundo em cada banda de frequência deve ser calculado a partir da média de cinco medições realizadas com no mínimo 15 min de intervalo entre elas, podendo ser no mesmo dia ou em dias diferentes.

Caso qualquer ruído inesperado seja ouvido na sala de ensaio durante o ensaio, o ouvinte deve sinalizar ao experimentador para interromper o ensaio. Uma vez que o ruído tenha cessado, o ensaio pode continuar a partir da última frequência de ensaio antes do distúrbio notado.

Os equipamentos de ensaio devem incluir um gerador de ruído, um conjunto de filtros de banda de um terço de oitava, circuitos de controle (botão liga e desliga e atenuadores calibrados), amplificador(es) de potência, caixa(s) acústica(s), e um dispositivo de posicionamento da cabeça. Também é aceitável utilizar-se de um computador para gerar, filtrar e controlar o ruído.

Os sinais de ensaio, medidos eletricamente nos terminais dos alto-falantes, devem consistir em um ruído branco ou rosa em bandas de 1/3 de oitava, cujo espectro tem a curva equivalente a um filtro que atenda às especificações da ANSI S1.11:2004, classe 1. O modo de operação para mudança de uma banda para outra deve ser uma função degrau discreta; o modo de troca gradual continuamente ajustável não é aceitável.

O equipamento de ensaio deve ser capaz de gerar níveis de pressão sonora no ponto de referência, em qualquer banda de ensaio, que variam de no mínimo 10 dB acima do limiar fechado de audição do ouvinte até 10 dB abaixo do limiar aberto de audição. Para a maioria dos protetores auditivos, isto é equivalente a um nível de 60 dB acima até 10 dB abaixo do limiar aberto. O nível de 10 dB abaixo do limiar aberto de audição pode ser calculado baseado na calibração elétrica.

Quando o equipamento de ensaio gera sinais em bandas de 1/3 de oitava no ponto de referência em níveis de pressão sonora que atendam ao descrito em 4.3.2, os níveis de pressão sonora devem ser no mínimo 6 dB abaixo do nível máximo nas bandas de 1/3 de oitava adjacentes, no mínimo 30 dB abaixo nas bandas de 1/3 de oitava distantes uma oitava ou mais da frequência central e no mínimo de 40 dB abaixo nas bandas de 1/3 de oitava, distantes duas oitavas ou mais da frequência central. Durante o ensaio, os sons devem ser reproduzidos sem nenhuma interferência de ruído audível.

Os atenuadores devem ter uma faixa de ajuste de no mínimo 90 dB para cada sinal de ensaio, com um passo ≤ 2,5 dB. A variação real de atenuação, medida com sinal de ensaio de tom puro, observada na saída do atenuador, deve ser < 0,3 da variação nominal ajustada no seu comando ou 1 dB, o que for menor. Quando o atenuador não atender a este requisito, devem ser aplicadas correções para seu comportamento não linear aos dados obtidos.

Quando possível, este ensaio deve ser conduzido acusticamente. Quando a relação entre o nível de pressão sonora medido acusticamente e o ruído de fundo for inferior a 20 dB, a linearidade do sinal deve ser medida nos terminais do(s) alto-falante(s). Sinais de ensaio devem ser pulsados entre 2 e 2,5 vezes por segundo, com uma taxa de 50 % do ciclo e sem ruídos audíveis ou outros transientes.

Quando se excita o sistema com tons puros nas frequências centrais de ensaio, a duração do estado em que o sinal é considerado ligado (tempo que o sinal permanece dentro de 1 dB do seu nível máximo) deve ser maior que 150 ms, e a saída durante o estado em que o sinal é considerado desligado deve ser no mínimo 20 dB inferior do nível máximo, medido eletricamente nos terminais da(s) caixa(s) acústica(s). A seleção dos ouvintes não pode levar em conta o formato ou tamanho de suas cabeças, pavilhão e canal auditivo, a menos que o solicitante indique que o produto se destina para uso de uma população específica, como para crianças.

No entanto, os ouvintes devem ser excluídos se apresentarem características ou deficiências físicas que prejudiquem a colocação do protetor auditivo, como deficiências congênitas, provenientes de intervenções cirúrgicas ou adornos pessoais. Antes da qualificação e participação nos ensaios de atenuação, as dimensões de ambos os canais auditivos (direito e esquerdo), as distâncias horizontais entre as entradas das orelhas e a altura da cabeça do ouvinte devem ser medidas conforme o procedimento descrito no Anexo B.

No caso de ensaio utilizando o método B, o ouvinte não pode ser informado que seus canais auditivos estão sendo medidos, tampouco deve tomar conhecimento dos resultados das dimensões medidas enquanto participar como ouvinte em ensaios de atenuação de protetores auditivos pelo método B.  Uma explicação possível ao ouvinte é: “Eu irei examinar suas orelhas e medir sua cabeça usando os dispositivos padronizados de avaliação.”

Se, no momento da qualificação de um ouvinte, o laboratório tiver certeza de que ele somente participará de ensaios de protetores auditivos de inserção (isto é, dispositivos sem hastes ou arcos), então não é necessário medir as dimensões da cabeça. Da mesma forma, se o ouvinte somente participará de ensaios de protetores tipo concha ou capacetes com proteção auditiva, não é necessário medir os canais auditivos.

A NBR 16077 de 07/2012 – Equipamento de proteção individual – Protetores auditivos – Método de cálculo do nível de pressão sonora na orelha protegida estabelece o método de cálculo do nível de pressão sonora na orelha protegida, quando são utilizados protetores auditivos em ambientes ruidosos. A estimativa do nível de pressão sonora na orelha protegida pode ser calculada por dois métodos: o método longo e o método simplificado.

O método longo leva em conta o espectro do ruído presente no ambiente e deve ser utilizado quando os dados necessários para cálculo puderem ser medidos. Caso contrário, deve ser utilizado o método simplificado, que é uma aproximação calculada, baseada em um número único de atenuação do protetor auditivo.

Os dados necessários para o cálculo para o método longo são necessários os seguintes dados: níveis de pressão sonora equivalentes (dose) da exposição, em decibels(A), por banda de 1/1 oitava, medidos nas frequências de 125 Hz, 250 Hz, 500 Hz, 1 000 Hz, 2 000 Hz, 4 000 Hz e 8.000 Hz; e os dados de atenuação por frequência do protetor auditivo. Os dados de atenuação por frequência do protetor auditivo são provenientes de ensaios realizados de acordo com as ANSI S3.19, ANSI S12.6, ISO 4869-1, ISO/TS 4869-5 ou NBR 16076.

O nível de pressão sonora, com uso do protetor auditivo, deve ser calculado confrontando-se os dados de atenuação por frequência do protetor auditivo com os níveis de pressão sonora equivalentes, correspondentes à dose da exposição do usuário a ser protegido, por banda de frequência de 1/1 oitava.

No método simplificado, o NRRsf (nível de redução de ruído com colocação pelo ouvinte) deve ser utilizado para o cálculo do nível de pressão sonora equivalente com uso de protetor auditivo (NPSp, em dB(A)), considerado o nível de pressão sonora equivalente na orelha não protegida (NPS, em dB(C) ou NPS, em dB(A)).

A estimativa do nível de pressão sonora na orelha protegida deve ser calculada através da Equação 3, quando estiver disponível o nível de pressão sonora na orelha não protegida em dB(C): NPSp dB(A) = NPS dB(A) – NRRsf (3). A estimativa do nível de pressão sonora na orelha protegida deve ser calculada através da Equação 4, quando estiver disponível o nível de pressão sonora na orelha não protegida em dB(A): NPSp dB(A) = (NPS dB(C) – 5) – NRRsf (4) onde 5 é a diferença média entre as escalas dB(C) e dB(A).

O NRR (nível de redução de ruído com colocação supervisionada ou realizada pelo experimentador) corrigido pelo fator F deve ser utilizado para o cálculo de nível de pressão sonora equivalente com uso de protetor auditivo (NPSp, em dB(A)), considerado o nível de pressão sonora equivalente na orelha não protegida (NPS, em dB(C) ou NPS, em dB(A)).

A estimativa do nível de pressão sonora na orelha protegida deve ser calculada através da Equação 5, quando estiver disponível o nível de pressão sonora na orelha não protegida em dB(C): NPSp dB(A) = NPS dB(C) – NRR × F (5). A estimativa do nível de pressão sonora na orelha protegida deve ser calculada através da Equação 6, quando estiver disponível o nível de pressão sonora na orelha não protegida em dB(A): NPSp dB(A) = (NPS dB(A) + 7) – NRR × F (6), onde 7 é a diferença entre a escala dB(A) e dB(C); F depende do tipo de protetor auditivo: protetor tipo concha: F = 0,75; protetor tipo inserção moldável com materiais expandidos: F = 0,50; e outros protetores tipo inserção pré-moldados: F = 0,30.

Antropometria humana

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I PESQUISA SOBRE QUALIDADE, COMPETITIVIDADE E NORMALIZAÇÃO ABQ/TARGET

A Academia Brasileira da Qualidade (http://www.abqualidade.org.br/) e a Target (www.target.com.br) convidam você a participar e a responder essa pesquisa sendo que os seus resultados serão apresentados no II SEMINÁRIO ABQ QUALIDADE SÉCULO XXI, no dia 12 de novembro de 2015, Dia Mundial da Qualidade, na Fiesp, em São Paulo. Você, participando, poderá preencher a ficha de inscrição com garantia de participação online do evento.

Para responder, clique no link https://www.target.com.br/survey/?sid=1

antropometria.jpgA antropometria trata das medidas físicas do corpo humano. A sua origem vem da antiguidade pois egípcios e gregos já observavam e estudavam a relação das diversas partes do corpo. O reconhecimento dos biótipos data dos tempos bíblicos e o nome de muitas unidades de medida, utilizadas hoje em dia são derivados de segmentos do corpo.

A importância das medidas ganhou especial interesse na década de 40 provocada de um lado pela necessidade da produção em massa, pois um produto mal dimensionado pode provocar a elevação dos custos e por outro lado, devido ao surgimento dos sistemas de trabalho complexos onde o desempenho humano é crítico e o desenvolvimento desses sistemas dependem das dimensões antropométricas dos seus operadores.

Hoje, a antropometria (antropologia física), associada aos valores culturais (antropologia cultural), constitui um ponto importante nas questões que envolvem a transferência de tecnologias, é a denominada antropotecnologia. A antropologia é a ciência da humanidade com a preocupação de conhecer cientificamente o ser humano na sua totalidade.

Devido ao fato de ser um objetivo extremamente amplo que visa o homem como ser biológico, pensante, produtor de culturas e participante da sociedade, a antropologia se divide em dois grandes campos a antropologia física e a antropometria cultural. A física ou biológica estuda a natureza física do homem, origem, evolução, estrutura anatômica, processos fisiológicos e as diferenças raciais das populações antigas e modernas. Objetiva levantar dados das diversas dimensões dos segmentos corporais.

Tem as suas origens na antropologia física que como registro e ciência comparada remonta-se às viagens de Marco Polo (1273-1295), que revelou um grande número de raças humanas diferentes em tamanho e constituição e na antropologia racial comparativa estudada por alguns cientistas no século XVIII, e demonstrava que havia diferenças nas proporções corporais de várias raças humanas.

A NBR ISO 15535 de 08/2015 – Requisitos gerais para o estabelecimento de bases de dados antropométricos especifica requisitos gerais para bancos de dados antropométricos e os relatórios associados a estes que contenham medidas tomadas em conformidade com a NBR ISO 7250-1. fornece informações necessárias como características da população usuária, métodos de amostragem, itens de medição e estatística, para tornar possível a comparação internacional entre diversos segmentos populacionais.

Os segmentos populacionais especificados nesta norma são os grupos de pessoas capazes de manter as posturas definidas na NBR ISO 7250-1. A antropometria tradicional definida na NBR ISO 7250-1 é considerada um complemento necessário aos métodos 3D que estão sendo desenvolvidos em alguns países.

É importante que os dados escaneados sejam verificados de acordo com as definições estabelecidas na NBR ISO 7250-1 (ver ISO 20685). O estado da arte dos programas permite a integração das medidas de antropometria tradicional com aquelas obtidas por imagens 3D.

O bem-estar das pessoas é muito dependente de suas relações dimensionais e proporcionais com diversos fatores, como o crescimento, princípios de projeto para o vestuário, para o transporte, para os ambientes de trabalho e doméstico e também para atividades desportivas e recreativas. A implementação de bancos de dados das medidas corporais de uma população fornece a base para requisitos essenciais de segurança e saúde, como também para normas internacionais no campo da segurança de máquinas e de equipamentos de proteção individual, e adquiriu importância no desenvolvimento de manequins do corpo humano gerados por computador.

Uma das maiores dificuldades na formulação de banco de dados internacionais em antropometria é que os numerosos estudos existentes raramente são comparáveis no sentido mais estrito. As dificuldades surgem na comparação entre um estudo e outro porque ou os métodos utilizados diferem entre si ou não são suficientemente bem descritos.

A padronização antropométrica utilizada para a coleta dos dados é fundamental para a criação de qualquer banco de dados antropométricos. Essa norma destina-se a ser utilizada em conjunto com a NBR ISO 7250-1. O objetivo final é que um banco de dados desenvolvido por um pesquisador possa ser facilmente utilizado por outros pesquisadores, de tal modo que seja facilmente acessado por aqueles responsáveis pela elaboração de normas em apoio ao bom projeto e ao desenvolvimento de requisitos de segurança e saúde (por exemplo, ISO 15534 e ISO 14738).

Para atingir este objetivo, foi necessário desenvolver uma norma internacional adequada para assegurar que os bancos de dados antropométricos e os relatórios associados a estes sejam compatíveis internacionalmente. A norma fala que os métodos de medição definidos na NBR ISO 7250-1 devem ser utilizados.

Qualquer desvio em relação a estes deve ser indicado no relatório antropométrico. Prevê-se que outros itens além daqueles definidos na NBR ISO 7250-1 devem ser medidos de acordo com o objetivo da pesquisa.

Em tais casos, as definições, os métodos, os instrumentos e as unidades de medição devem ser claramente indicados no relatório. Quando uma medida pode ser tomada de ambos os lados, direito e esquerdo, do corpo humano, o relatório deve indicar claramente de que lado a medida foi tomada.

Convém que fotografias ou desenhos detalhados das medidas tomadas sejam fornecidos, e os procedimentos de medição sejam documentados. O indivíduo deve estar nu ou vestindo pouca roupa, deve estar com a cabeça descoberta e sem os sapatos.

O tipo de roupa, caso relevante, deve ser codificado na folha de registro dos dados antropométricos. As condições de medição devem ser documentadas, juntamente com os resultados numéricos de qualquer pesquisa.

As características demográficas da população devem ser indicadas do modo mais claro possível no relatório. No caso em que a população está dividida em diversos subgrupos, por exemplo, local do exame e local do domicílio, para qualquer amostragem ou relatórios estatísticos, isto deve estar indicado no relatório.

É desejável que sejam utilizados os métodos de amostragem aleatória e estratificada aleatória. Entretanto, se isso for impossível, o relatório deve indicar o método de amostragem utilizado.

É desejável que o número de indivíduos necessário para o desenvolvimento de um banco de dados seja estabelecido utilizando uma fórmula estatística poderosa, com base na acuidade dos resultados desejados pelo pesquisador (ver Anexo A). Entretanto, na realidade, a seleção dos indivíduos é frequentemente influenciada por diversos fatores, como o tamanho da população, o número de pessoas que concordam em participar, o custo e o período de tempo necessário para a pesquisa.

Os questionários biográficos devem ser preenchidos para fornecer informações que incluam sexo, data de nascimento, data do exame e local do exame. Outras informações demográficas podem ser incluídas no questionário de acordo com os objetivos do estudo. Convém que a edição de anomalias óbvias durante a coleta dos dados seja realizada utilizando, por exemplo, um programa de computador especificamente desenvolvido para detectar números que se encontram fora de qualquer intervalo razoável de dados para aquela medida (ver Anexo F).

Os instrumentos antropométricos para a tomada de medidas lineares e circunferenciais devem medir em milímetros. Os de medição da massa corporal devem pesar com a precisão de 500 g.

O tamanho da amostra deve ser suficiente para estimar o valor da medida em um grupo específico. Por exemplo, convém que o tamanho da amostra seja suficiente para estimar a média verdadeira da estatura da população dentro de ± 10 mm para mulheres que estão entre 30 anos e 34 anos de idade. Um método para calcular o tamanho da amostra é apresentado no Anexo A.

Onde apropriado para um estudo específico, as seguintes informações podem também ser levadas em consideração para determinação do tamanho da amostra: localização geográfica; status socioeconômico; nível educacional; ocupação; e outras variáveis demográficas que influenciem nas distribuições antropométricas.

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Ergonomia: muito além do mobiliário

NORMAS COMENTADAS

NBR 14039 – COMENTADA
de 05/2005

Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV. Possui 140 páginas de comentários…

Nr. de Páginas: 87

NBR 5410 – COMENTADA
de 09/2004

Instalações elétricas de baixa tensão – Versão comentada.

Nr. de Páginas: 209

NBR ISO 9001 – COMENTADA
de 11/2008

Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos. Versão comentada.

Nr. de Páginas: 28

ergonomiaAmbiente de trabalho precisa oferecer atmosfera saudável aos colaboradores

Com um conceito bem mais abrangente do que muita gente visualiza, a ergonomia visa proporcionar o máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente aos colaboradores. Para ser considerado ergonômico não basta apenas um mobiliário adequado, é preciso que o ambiente de trabalho esteja totalmente adaptado às características psicológicas e também fisiológicas dos trabalhadores. Por esse motivo, questões como materiais, ruído, iluminação, vibrações, ambiente térmico, duração da tarefa, horários das pausas, modelo de treinamento e aprendizagem, são parâmetros levados em conta na análise de risco ergonômico.

No Brasil, a NR 17 é a norma reguladora que abrange todas as questões relacionadas ao tema. Segundo ela, cabe ao empregador oferecer aos seus colaboradores, no mínimo, as condições de trabalho estabelecidas na legislação. “Todas as empresas, independente do porte e das atividades exercidas, precisam estar em conformidade com a NR 17. Quando pensamos em ergonomia, devemos considerar tudo o que sobrecarrega o corpo humano. O mercado de trabalho precisa se adequar para oferecer condições saudáveis para seus colaboradores”, explica Janaína Abou-Rejale, fisioterapeuta do trabalho e ergonomista do Imtep Saúde Empresarial..

O descumprimento das exigências da NR 17 pode ocasionar em multas e processos trabalhistas. Os órgãos públicos, como a Vigilância Sanitária e o Ministério do Trabalho, são responsáveis por fiscalizar e solicitar, quando necessário, a análise ergonômica do ambiente de trabalho. “Muitas vezes vemos que as empresas dispõem de todos os materiais necessários para o atendimento da norma, como os apoios para pés, tão populares nos escritórios.

Porém os próprios colaboradores por desconhecimento ou desinteresse utilizam o mobiliário de forma incorreta. É preciso que os profissionais levem a sério as orientações, que zelem por sua saúde e que busquem refletir sobre as consequências que essas negligências podem trazer a curto e longo prazo”, explica a ergonomista. Uma gestão do capital humano voltada para a conscientização e prevenção pode auxiliar no aumento da adesão as medidas de confortabilidade.

Entre as vantagens de um ambiente ergonomicamente confortável estão a otimização do desempenho profissional, a diminuição da ocorrência de doenças ocupacionais, redução de ações trabalhistas, do estresse ocupacional, das faltas e a conformidade com a legislação trabalhista. “Existem várias soluções simples e econômicas que podem transformar o local de trabalho em um ambiente adequado. O ideal é sempre buscar a orientação de um especialista”, finaliza.

 

No escritório: Na indústria: Dicas:
  • Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição.
  • Bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação.
  • Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem possuir altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida.
  • Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros devem ser incluídas pausas para descanso.
  • Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança.
  • Para as atividades em que os trabalhos são realizados em pé, devem ser colocados assentos para descanso em locais de circulação dos trabalhadores durante as pausas.
  • Educar e orientar os colaboradores em relação a boa postura com cartazes educativos e instruções constantes.
  • Substituir sacas pesadas por sacas mais leves.
  • Implantar pausas para recuperação da fadiga.
  • Treinar os colaboradores em diversas tarefas, o que permite um trabalho em sistema de rodízio.
  • Baseado na altura do colaborador, regular a altura do monitor de vídeo e da bancada de trabalho.
  • Evitar horas extras.
  • Ter profissionais suficientes para suprir as faltas e épocas de grande produção.

 

Trabalho: fisioterapeuta alerta sobre o adoecimento a longo prazo

TRAGÉDIAS, CRIMES E PRÁTICAS INFRATIVAS DECORRENTES DA NÃO OBSERVÂNCIA DE NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS – NBR

R$ 63,90

Capa da publicação E1324
Essa publicação aborda, através da apresentação de casos reais, como o cumprimento de normas técnicas NBR – ABNT está diretamente ligado à segurança, à saúde e à qualidade de vida em nosso dia a dia. O autor explica de forma prática, e infelizmente mostrando tragédias, como as normas técnicas estão presentes no nosso cotidiano. Elas devem ser levadas a sério quanto à sua observância obrigatória e o poder público precisa fazer gestão para fomentar esse cumprimento por parte da sociedade produtiva e de serviço. Mais informações: https://www.target.com.br/livros/target/livro_2013.aspx

Falta de prevenção de lesões pode ocasionar degenerações e até incapacitações, nos casos mais graves

As dorsalgias (doenças nas costas) e as Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT) são as principais responsáveis por afastamentos do trabalho atualmente, sobretudo, na administração pública. Em 2012, o Brasil registrou 705 mil acidentes de trabalho, sendo 15 mil relacionados às doenças ocupacionais, segundo a Previdência Social. No mesmo período, foram emitidos 840 mil benefícios acidentários (aposentadoria por invalidez, pensão por morte, auxílio-doença e auxílio-acidente), que resultou em mais de 8 bilhões aos cofres públicos. A fisioterapeuta Angela Lepesqueur, diretora do Instituto da Coluna Vertebral (ITC Vertebral) de Brasília e representante da Associação Brasileira de Reabilitação da Coluna (ABR Coluna) no Distrito Federal, especialista em coluna vertebral, defende mais conscientização e maior empenho dos poderes público e privado na prevenção de acidentes e doenças ocupacionais.

Dentre os 50 códigos de CID com maior incidência nos acidentes de trabalho, segundo dados de 2012, a dorsalgia ocupa o terceiro lugar com 5,02% do total de acidentes, atrás do ferimento do punho e da mão (9,84%) e fratura ao nível do punho ou da mão (6,99%). Nas doenças ocupacionais, os CIDs mais incidentes são lesões no ombro (21,08%), sinovite (13,85%), tenossinovite (6,93%) e dorsalgia. As principais consequências dos acidentes de trabalho foram incapacidades temporárias com menos e mais de 15 dias, com participações que atingiram 43,5% e 39,1% do total, respectivamente. Só em 2013, as LER/DORT provocaram 2.191 afastamentos em decorrência de danos ao sistema osteomuscular e tecido conjuntivo.

Angela Lepesqueur explica que os tipos mais comuns de doenças laborais são tendinites, sinovites e compressões de nervos periféricos. Ela alerta que sobrecargas das estruturas musculoesqueléticas causadas por posturas mantidas por longos períodos de tempo e/ou esforços excessivos das estruturas podem gerar incapacitações e degenerações nos casos mais graves. “Todas as vezes que mantemos posturas por mais de 50 minutos a 1 hora, devemos ficar atentos, pois pode ocorrer deformidades nas fibras musculares que geram processos compensatórios nas articulações e estes processos podem levar a degenerações. Outro ponto alarmante é a presença de dores relacionadas aos esforços ou as posturas prolongadas.”, comenta.

Ela recomenda a procura de profissionais da saúde desde os primeiros sintomas das doenças, como dores, inchaços, contraturas musculares e processos inflamatórios. “Nosso organismo vai se defendendo da maneira como pode, gerando compensações, mecanismos de proteção, etc. até que um dia o corpo não consegue mais compensar e o problema fica mais grave. Neste ponto normalmente ocorre o aparecimento de dores mais contínuas e com maior intensidade, e ocorre a perda da função. Somente neste ponto é que a maioria das pessoas que procuram ajuda e, infelizmente, nem sempre a ajuda é eficaz.”

Pesquisa recente da Previdência Social aponta que as dorsalgias foram as principais causadoras dos mais de 2,7 milhões de afastamentos acidentários entre 2000 e 20011. Motivadas por fatores de riscos ergonômicos (como má postura e esforços repetitivos) e sobrecarga mental, as dorsalgias e os distúrbios osteomusculares superaram os casos traumáticos em número de afastamentos. “Enquanto as primeiras, responsáveis pelos afastamentos por doenças do trabalho, alcançaram peso de 20,76% de todos os afastamentos, aquelas do grupo traumático, responsáveis pelos acidentes típicos, representaram 19,43% do total. Juntas elas respondem por 40,25% de todo o universo previdenciário.”, afirma o estudo.

De acordo dados de 2013 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 2,02 milhões de pessoas morrem a cada ano devido a enfermidades relacionadas com o trabalho; 321 mil por consequência de acidentes no trabalho; 160 milhões sofrem de doenças não letais relacionadas com o trabalho. Também aponta que 317 milhões de acidentes laborais nãos mortais ocorrem a cada ano. A cada 15 segundos, um trabalhador morre de acidente ou doença relacionada ao trabalho; e a cada 15 segundos, 115 trabalhadores sofrem um acidente laboral. Segundo estes dados, o Brasil ocupa o quarto colocado no ranking mundial de acidentes fatais de trabalho.

Segundo Angela Lepesqueur, medidas simples como adoção de mobiliários ergonômicos, alternância de posturas e práticas de exercícios ocupacionais podem fazer grande diferença para trabalhadores, empresários, sociedade (contribuintes do INSS) e governo. “A nossa sociedade infelizmente não possui a mentalidade preventiva, pois na maioria das vezes, não temos uma visão de longo prazo da longevidade dos nossos trabalhadores. O sistema econômico que vivemos não favorece um tempo de trabalho muito longo para os funcionários, com exceção dos cargos em que há maior estabilidade, como os empregos públicos. Temos que conscientizar tanto o governo quanto a iniciativa privada de que é muito mais barato prevenir lesões do que tratá-las, fora a questão moral que envolve o assunto.”, opina.

Como espantar o estresse e garantir a saúde no trabalho

SOLUÇÕES PARA A GESTÃO DE ACERVOS

Controlar e manter o seu acervo de normas técnicas e de documentos internos e externos sempre atualizados e disponíveis para compartilhamento entre todos os usuários é hoje um grande desafio em diversas organizações por envolver a dedicação e o esforço de vários profissionais. As Normas de Sistemas da Qualidade – série ISO 9000, são rigorosas quanto aos critérios de controle, atualização e disponibilização de documentos corporativos aos seus usuários. Tanto os documentos de origem interna como externa, devem ser controlados para evitar a utilização de informações não-válidas e/ou obsoletas, cujo uso pode trazer sérios problemas aos sistemas, produtos e negócios da empresa. É por isso que a Target Engenharia e Consultoria desenvolveu Sistemas que gerenciam e controlam estes documentos de forma rápida, ágil e segura, facilitando o acesso à informação e ajudando os seus clientes a garantirem suas certificações.

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O Target GEDWeb – Gerenciador Eletrônico de Documentos via Web da Target – é o único Portal Corporativo no mercado que possibilita o gerenciamento de grandes acervos…

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O Dia Mundial da Saúde, comemorado em 7 de abril, alerta para várias questões que muitas vezes são deixadas de lado: e uma delas é o estresse causado no trabalho. O trabalhador, além de ter os exames médicos em dia, precisa tomar cuidado com pequenas atitudes para não ser consumido pelo estresse do cotidiano – e, consequentemente, deixar que isso abale a sua saúde. O trabalho pode abalar a paciência e a calma das pessoas, porém, para lidar com essas questões do dia-a-dia da melhor forma e manter a saúde intacta, existem algumas regrinhas básicas que podem ser seguidas.

Madalena Feliciano, diretora de projetos da empresa Outliers Careers, explica que as pessoas não devem se sentir em uma prisão enquanto estão no trabalho. “Com esperteza, responsabilidade e mantendo um bom ritmo, é possível fazer com que o bem-estar seja preservado, sem que a sua vida pessoal seja prejudicada – assim como o seu rendimento profissional”, comenta. Para isso, ela oferece algumas dicas.

“Entre no ritmo: logo cedo, escolha sua trilha sonora e garanta o bom humor para o dia. A música tem o poder de transformar os sentimentos, por pior que seja o seu dia. Ouvir uma música de que você gosta pode ajudar a aumentar o foco e a concentração no trabalho, e, além disso, deixa o clima mais leve”, exalta Madalena.

Reserve uns cinco minutos para você levantar e se alongar, sempre que puder – e aproveite o quanto puder para ficar descalço e caminhar por alguns minutos. Confira se a sua cadeira está na posição correta antes de começar a trabalhar – a melhor postura é com os joelhos formando um ângulo de 90 graus e os pés inteiros apoiados no chão. Os braços e ombros devem ficar relaxados quando você usa o teclado. “Com o passar das horas, policie-se para manter as costas retas e o corpo virado para a frente. Evite sentar sobre uma das pernas, pois isso reduz a circulação e pode chegar a dar dores”, explica.

Porém, lembre-se que além do corpo, os olhos também precisam de descanso durante o dia de trabalho. Para evitar maiores problemas, o ideal é que a tela do computador fique na altura do olhar e que os funcionários façam uma pausa de cinco minutos de hora em hora.

Tenha sempre no escritório alguns lanches saudáveis para não ficar com muita fome entre as refeições principais – e, ao mesmo tempo, não precisar interromper o trabalho ou sair da dieta. Frutas, barrinhas de cereais, iogurte e sanduíches naturais são boas pedidas. Ainda sobre a alimentação, o ideal é não comer nada muito “pesado” no almoço, para evitar o sono – e a consequente queda de produção. “A refeição na hora do almoço deve ser leve e completa. Evite alimentos gordurosos e, para sobremesa, a fruta é sempre uma boa escolha, mas o chocolate não é ‘proibido’ – as melhores opções são o meio amargo ou o amargo” ressalta Madalena.

Outra dica é não exagerar no café – você pode substituí-lo pelo chá verde. “O chá, além de cafeína, contém L-teanina, substância que melhora as funções cognitivas e diminui o stress. Três xícaras por dia é a dose ideal”, fala.

Quando, mesmo assim, o estresse ou as dores de cabeça tomarem conta, não se desespere ou perca o controle. Para as dores de cabeça faça uma automassagem, e, para o autocontrole, encontre uma medida mais inteligente: alguns meditam, outros se isolam por alguns minutos, outros respiram profundamente com calma e mudam o foco da tensão, outros tiram cinco minutos para um café, outros chamam algum amigo para conversar. “Passados esses minutos, o problema provavelmente vai parecer menor – e você, de cabeça menos quente, encontrará mais fácil uma solução para ele”.

E, muito importante: entenda que você pode ser produtivo e comprometido com o seu trabalho sem precisar ignorar o mundo lá fora. “Distrair-se é preciso. Entrar no Facebook por alguns instantes ou ler alguma matéria interessante, por exemplo, não irá afetar o seu desempenho. Só é preciso ter bom senso e não deixar o trabalho em segundo plano.

Parar alguns minutos de manhã e à tarde ajudam a tornar o trabalho menos estressante”, comenta Madalena, que sugere que as pessoas reservem cerca de 15 minutos para cuidarem da sua vida pessoal no começo da manhã e no fim da tarde, por exemplo. “Mas organize-se: se você não controlar o tempo, o estresse depois pode ser maior devido a pendências e cobranças”, conclui.

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As recomendações ergonômicas para o trabalho

ergonomicDor nas costas, tensão nos ombros, braços doloridos e pernas cansadas. Estes sintomas fazem parte da sua vida? Se não aparecem constantemente, provavelmente pode ser que já tenha sentido um deles alguma vez. Os trabalhadores sofrem com os problemas ergonômicos, de ordem musculoesqueléticas. As LERs (lesões por esforços repetitivos) e os DORTs (distúrbios osteomoleculares relacionados ao trabalho), ligados aos problemas de postura, estresse e trabalho excessivo, podem ser caracterizados por: tendinite, bursite e outras doenças do gênero.

Por exemplo, o trabalho em pé por tempo prolongado gera sobrecarga na coluna e fadiga na musculatura. No caso de um professor, por exemplo, há ainda o hábito de escrever no quadro em um ângulo superior a 90°, a correção de um volume grande de provas e trabalhos e a necessidade de carregar muitos livros e papéis de uma sala para outra e, muitas vezes, até mesmo de uma escola para outra. E não é só! Mesmo sentado diante do computador para preparar as aulas, a falta de apoio para os punhos, o monitor acima ou abaixo do nível dos olhos e a cadeira mal regulada podem causar problemas de natureza ergonômica. O resultado: dores.

Mas este não é um problema sem solução. Algumas atitudes simples podem minimizar estes problemas e evitar outros mais sérios. Em relação ao material, por exemplo, é aconselhável levá-lo em mochilas e não nas mãos e braços. Para escrever no quadro, a sugestão é utilizar um quadro móvel ou uma plataforma de madeira no chão. Além disso, em vez de escrever no quadro todo o conteúdo da aula, opte por ditar parte dele ou fornecer um resumo da matéria impresso para os alunos. E quando precisar trabalhar diante do computador, controle o tempo e faça intervalos para descansar.

Também é importante praticar exercícios físicos e, se possível, fazer alongamentos e relaxamentos com regularidade. Se mesmo com todos os cuidados aparecerem sintomas como dor ou desconforto na coluna, nos ombros, nos cotovelos ou nos punhos, procure orientação médica para tentar descobrir logo a causa. Afinal, tão fundamental quanto a prevenção é o diagnóstico precoce.

A NBR ISO 11226 de 10/2013 – Ergonomia – Avaliação de posturas estáticas de trabalho estabelece as recomendações ergonômicas para diferentes tarefas de trabalho. Fornece informações para aqueles envolvidos no projeto, ou reprojeto, do trabalho, tarefas e produtos que estejam familiarizados com os conceitos básicos de ergonomia, em geral, e de posturas de trabalho, em particular. Especifica limites recomendados para posturas estáticas de trabalho sem qualquer ou somente um mínimo de esforço, enquanto leva em conta aspectos como ângulos posturais e tempo.

É projetada para fornecer orientações na avaliação das variáveis de diversas tarefas, permitindo que os riscos à saúde da população trabalhadora sejam avaliados. Ela se aplica à população trabalhadora adulta. As recomendações fornecerão proteção razoável para quase todos os adultos saudáveis. As recomendações a respeito de riscos e proteção à saúde estão baseadas principalmente em estudos experimentais com respeito à carga muscoloesquelética, ao desconforto/dor, e à resistência/fadiga relacionados às posturas estáticas de trabalho.

Dor, fadiga e distúrbios do sistema musculoesquelético podem ser resultado da manutenção de posturas de trabalho inadequadas, que podem ser causadas por situações de trabalho precárias. Fadiga e dor musculoesquelética podem influenciar o controle postural, o que pode aumentar o risco de erros e pode resultar na redução da qualidade do trabalho ou da produção, e em situações perigosas. Um bom projeto ergonômico é uma necessidade básica para evitar esses efeitos adversos.

Esta norma contém uma abordagem para determinar a aceitabilidade de posturas estáticas de trabalho. O seu conteúdo está baseado no conhecimento ergonômico atual e está sujeito a mudanças de acordo com pesquisas futuras. Convém que as tarefas e operações de trabalho possibilitem que haja VARIAÇÕES suficientes tanto físicas quanto mentais. Isso significaca um trabalho completo, com VARIAÇÃO suficiente de tarefas (por exemplo, um número adequado de tarefas organizacionais, uma combinação apropriada de ciclos de tarefas longos, médios e curtos, e uma distribuição equilibrada de tarefas simples e complexas), autonomia suficiente, oportunidades para interação, informação e aprendizado.

Além disso, convém que toda a gama de trabalhadores possivelmente envolvidos com as tarefas e operações seja considerada, em particular as suas medidas corporais. Com relação às posturas de trabalho, convém que o trabalho ofereça variação suficiente entre as posturas sentada, de pé e caminhando. Convém que posturas inadequadas, como ajoelhada e agachada, sejam evitadas, sempre que possível.

A abordagem descrita na norma pode ser utilizada para determinar a aceitabilidade de posturas estáticas de trabalho. O procedimento de avaliação considera vários segmentos corporais e articulações, independentemente, em um ou dois passos. O primeiro passo considera somente os ângulos corporais (as recomendações estão, principalmente, baseadas nos riscos por sobrecarga das estruturas passivas do corpo, como ligamentos, cartilagens e discos intervertebrais). Uma avaliação pode conduzir para o resultado “aceitável”, “vá para o passo 2” ou “não recomendado”. Um resultado da avaliação “aceitável” significa que uma postura de trabalho é aceitável somente se VARIAÇÕES da postura estão também presentes (ver 3.1). Em qualquer eventualidade, convém que todo esforço seja feito para obter uma postura de trabalho mais próxima da postura neutra, se isto já não for o caso.

Um resultado da avaliação “vá para o passo 2” significa que a duração da postura de trabalho também precisará ser considerada (recomendações estão baseadas em dados de resistência). Convém que posições extremas das articulações sejam avaliadas como “não recomendadas”. Há vários meios para determinar as posturas de trabalho, por exemplo, observação, fotografia/vídeo, sistemas de medição tridimensional óptico eletrônico ou por ultrassom, dispositivos de mensuração posicionados sobre o corpo, como inclinômetros e goniômetros. O método apropriado depende, entre outras coisas, da precisão requerida na avaliação.

Na maioria dos casos, a observação direta (sem instrumentos/sistemas de medição) será sufi ciente. Contudo, para determinação mais precisa de posturas de trabalho, instrumentos/sistemas de medição podem ser necessários (para um panorama geral e descrição detalhada. O Anexo A descreve os procedimentos para determinar parâmetros de postura específicos apresentados em 3.4 a 3.7, ou seja, inclinação do tronco, inclinação da cabeça, flexão/extensão de pescoço, elevação do braço e posições extrema das articulações.

Novo manual ISO/TS 16949

Há anos a International Automotive Task Force (IATF) publica o manual Esquema de Certificação Automotiva para a ISO/TS 16949:2009 – Regras para Obtenção do Reconhecimento IATF, publicação técnica que chega à 4ª edição, totalmente reformulado, e passa a valer a partir de 1º de abril de 2014. Os critérios inclusos nesse manual devem ser compreendidos por qualquer indústria que pretende conquistar ou manter sua certificação ISO/TS 16949, assim como prestadores de serviços relacionados ao tema, como consultores, desenvolvedores de sistemas e laboratórios.

Mais conhecido como Regras 4ª Edição, o manual é distribuído com exclusividade no Brasil pelo Instituto da Qualidade Automotiva (IQA). “Esta nova edição do manual substitui a anterior, Regras 3ª Edição, e as edições atuais das Interpretações Sancionadas (SI) e respostas às Questões Feitas com Frequência (FAQ)”, diz Sergio Kina, gerente técnico do IQA. Assim, os organismos de certificação deverão adequar os processos de certificação das empresas em conformidade aos novos requisitos.

O manual Regras foi criado pelas nove montadoras integrantes do IATF (BMW Group, Chrysler Group, Daimler AG, Fiat Group Automobiles, Ford Motor Company, General Motors, PSA Peugeot Citroën, Renault e Volkswagen AG), e por cinco associações nacionais dos fabricantes: ANFIA (Associazione Nazionale Fra Industrie Automobilistiche), da Itália, AIAG (AIAG – Automotive Industry Action Group), dos EUA, FIEV (Fédération des Industries des Équipements pour Véhicules), da França, SMMT (Society of Motor Manufacturers and Traders), do Reino Unido, e VDA (Verband der Automobilindustrie), da Alemanha.

No Brasil, o manual Regras da IATF é adaptado e traduzido com exclusividade por especialistas em engenharia automotiva do IQA, responsável também pela distribuição e comercialização. “O texto é traduzido considerando os termos técnicos usuais da indústria brasileira, de forma que todas as frases tenham a mesma interpretação do original em inglês. Não se trata, assim, de uma simples tradução”, afirma Kina. Quem estiver interessado, acesse www.iqa.org.br ou obtenha mais informações pelo e-mail manuais@iqa.org.br ou pelo telefone (11) 5091-4545.