O índice de reciclagem das embalagens

reciclagemA reciclagem é o termo utilizado para designar o reaproveitamento de materiais beneficiados como matéria-prima para um novo produto. Muitos materiais podem ser reciclados e os exemplos mais comuns são o papel, o vidro, os metais como alumínio e aço e os diferentes tipos de plástico. A reciclagem proporciona a minimização da utilização de matérias-primas de fontes naturais e a minimização da quantidade de resíduos encaminhados para a destinação final.

O conteúdo reciclado é a proporção, em massa, de material reciclado em um produto ou em uma embalagem. Somente os materiais pré-consumo e pós-consumo devem ser considerados como conteúdo reciclado.

A destinação adequada é o descarte seletivo para revalorização ou disposição final. Deve-se orientar o consumidor sobre o descarte dos resíduos para sua posterior revalorização ou disposição final e consequentes impactos ambientais.

A disposição final é a coleta, triagem, transporte e tratamento de resíduos não revalorizados e seu depósito, em definitivo, em aterros industriais ou municipais. O material pós-consumo é o descartado por domicílios ou instalações comerciais, industriais e institucionais após o uso do produto. Ele não pode mais ser usado para o fim ao qual se destina.

O material pré-consumo é o desviado do fluxo de resíduos durante um processo de manufatura. Exclui-se a reutilização de sucata, materiais retrabalhados, retriturados ou gerados em um processo e que podem ser reaproveitados dentro do mesmo processo que os gerou (aparas).

Já a embalagem de uso único ou one way é a projetada para ser utilizada apenas uma vez, também denominada descartável (e que após o seu uso deve ser encaminhada para a coleta seletiva). A embalagem reutilizável é a reutilizada em sua forma original para o mesmo fim para a qual foi concebida e projetada para desempenhar um número mínimo de viagens ou rotações dentro de seu ciclo de vida.

Assim, a embalagem é um recipiente ou envoltura que armazena produtos temporariamente, individualmente ou agrupando unidades, tendo como principal função protegê-lo e estender o seu prazo de vida (shelf life), viabilizando sua distribuição, identificação e consumo. Tornou-se ferramenta crucial para atender à sociedade em suas necessidades de alimentação, saúde, conveniência, disponibilizando produtos com segurança e informação para o bem estar das pessoas, possibilitando a acessibilidade a produtos frágeis, perecíveis, de alto ou baixo valor agregado. A embalagem possibilita ainda o desenvolvimento de novos produtos e de formas de preparo com o uso dos eletrodomésticos.

A Pesquisa Ciclosoft 2016 apontou que a concentração dos programas municipais de coleta seletiva permanece nas regiões Sudeste e Sul do país, totalizando 81%. Do total de municípios brasileiros que realizam esse serviço, 8% estão na região Centro-Oeste, 10% na região Nordeste e apenas 1% na região Norte do país.

No total, estima-se que apenas 31 milhões (o equivalente a 15%) de brasileiros têm acesso aos programas municipais de coleta seletiva. Esse índice sofreu pequena elevação, se comparado à edição anterior do estudo, quando esse número atingia 13% da população.

A pesquisa também revelou que 54% dos municípios ainda realiza a coleta seletiva por meio de pontos de entrega voluntária e Cooperativas, enquanto apenas 51% da coleta seletiva é feita pela própria prefeitura das cidades pesquisadas. Com relação aos materiais recicláveis mais coletados, o Ciclosoft 2016 mostrou que o papel e papelão continuam sendo os tipos de materiais recicláveis mais coletados em peso, representando 34% da coleta, seguidos de plástico com 11% e vidro com 6%.

Ainda se está muito longe do aumento das embalagens sustentáveis, que deveriam contemplar a proporção ideal de embalagem versus produto, otimizando o seu peso específico e proporcionando as condições ideais para o acondicionamento do produto. A sustentabilidade só pode ser alcançada por meio da busca pela eficiência em todos os processos ao longo do ciclo de vida da produção embalagem e do produto, incluindo seu consumo e descarte.

Busca-se a sustentabilidade por meio do processo de melhoria contínua fazendo uso nas novas tecnologias e da evolução do cenário social, econômico e mercadológico, maximizando-se a distribuição do produto, a segurança do consumidor, o sucesso de seu uso e minimizar a geração de resíduo e desperdício, prevendo a destinação final adequada, oferecendo o reaproveitamento de seu material e não tendo efeitos indesejáveis no meio ambiente.

Entre outros aspectos, a embalagem tem a função primordial de proteção dos produtos demandados por todos nós. Esta proteção deve viabilizar a adequada distribuição dos mesmos, o prolongamento da sua vida útil e consequentemente a redução de perdas, o atendimento dos requisitos legais, bem como de segurança do consumidor. Algumas poucas embalagens que estão hoje no mercado já atendem aos quesitos de sustentabilidade como otimização de seu peso específico, possibilidade de reciclagem ou reaproveitamento de seu material, entre outros aspectos.

A NBR 15792 de 01/2010 – Embalagem – Índice de reciclagem – Definições e método de cálculo estabelece as definições e o método de cálculo do índice de reciclagem de embalagem pós-consumo. Também fornece os métodos de cálculo dos índices de revalorização energética e orgânica. Cálculo do índice de reciclagem pós-consumo (IRpc).

O método de cálculo deve ser aplicado a qualquer grupo (embalagens celulósicas, plásticas, de alumínio, de aço, de vidro etc.) ou subgrupo (por exemplo, caixa de papelão ondulado, garrafas PET, latas de bebida, embalagens multicamadas, acessórios como tampas, rótulos etc.) de embalagens para os quais os dados podem ser fornecidos conforme Figura 1. Tomando como referência a Figura 1, o índice de reciclagem de embalagens pós-consumo deve ser calculado através da equação:

Clique nas figuras para uma melhor visualização

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O índice de reciclagem pós-consumo deve ser calculado dentro dos limites geográficos do país e deve incluir embalagens importadas e excluir as embalagens exportadas. O denominador é o total das embalagens utilizadas no mercado brasileiro, inclusive aquelas de produtos importados já embalados.

É possível utilizar outros limites geográficos bem definidos, como regiões ou estados, desde que esta adaptação seja explicitamente declarada. Os pontos de medição para determinar o índice de reciclagem pós-consumo devem ser baseados no fluxograma da Figura 1.

Estes pontos de medição são definidos para fornecer a forma mais prática de obter dados confiáveis. O índice de reciclagem pós-consumo deve ser calculado no ano civil (janeiro a dezembro), e as medições do numerador e do denominador devem tomar como referência o mesmo período de tempo

É possível utilizar outros períodos de tempo, desde que esta adaptação seja explicitamente declarada. Devido à complexidade do efeito dos fluxos flutuantes (embalagens de produtos com validade maior que o período considerado) e longos intervalos de tempo entre processos (produção, consumo e reciclagem), o índice calculado é obtido pelas quantidades de embalagens colocadas no mercado e recicladas em um determinado período de tempo.

O índice de reciclagem pós-consumo deve ser calculado com base em dados coletados em unidades de massa e deve excluir todo e qualquer fluxo de aparas internas de produção industrial e de aparas de conversão industrial, como, por exemplo, resíduos de produção de embalagens ou de produção de materiais de embalagem ou de qualquer outro processo de produção.

O fluxograma que orienta o cálculo do índice de reciclagem pós-consumo é reproduzido na Figura 1. O numerador e o denominador do índice de reciclagem são baseados na entrada de material de embalagem, sendo o numerador a quantidade de embalagens usadas, recolhidas no pós-consumo e direcionadas para a reciclagem.

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A mitificação dos lacres das latas de alumínio por cadeira de rodas

lacresNo Brasil, existe um mito que a gente vê se espalhar pela rua, bares, resturantes, etc. de pessoas retirando o lacre das latas de alumínio a fim de trocar algumas toneladas dele por uma cadeira de rodas. Isso não é verdade.

Segundo a Associação Brasileira do Alumínio (Abal), não se sabe como isso começou, mas o boato de que os lacres das latas de alumínio teriam um alto valor comercial se espalhou pelo Brasil. Em São Paulo, principalmente, pessoas de todas as idades passaram a juntar quilos de lacres com a esperança de engordar o rendimento mensal, uma vez que, conforme o boato, uma garrafa de plástico de dois litros (contendo um quilo aproximadamente de lacres) valeria muitas vezes mais que um quilo da própria lata.

A venda dos lacres das latas de alumínio chegou até a internet com pessoas anunciando promoções, todas em busca de comprador. Mas ninguém sabe para onde ou para quem vender os lacres, e o resultado é um grande número de telefonemas e e-mails dirigidos à associação e às empresas de reciclagem em busca de informações.

A verdade é que as empresas de reciclagem de alumínio reciclam a lata inteira (com ou sem o lacre), mas não compram o lacre separadamente. Isso porque o anel da lata é muito pequeno e pode se perder durante o processo de transporte e peneiragem do material a ser reciclado, ou mesmo durante o processo de fundição. Daí ser importante manter o anel preso à tampa, razão pela qual foi adotado o sistema atual de abertura para as latas de alumínio chamado originalmente de stay-on-tab, conhecido como tampa ecológica.

O lacre, assim como o corpo da lata, é feito de uma liga de alumínio, com alto teor de magnésio. Ao contrário do que sugerem os boatos, não entram em sua composição ouro, prata e nem platina.

O conselho às pessoas: junte a lata e o lacre, amasse-os, e vá juntando uma quantidade suficiente para comprar uma cadeira de rodas. Uma cadeira de rodas simples custa em torno de 350 a 500 reais. O preço de latas soltas ou enfardadas está por volta de 3,59 o quilograma. A lata prensada pode ser vendida a 3,90 por quilograma. Assim, a pessoa precisará juntar mais ou menos 100 kg de latas de alumínio, comprar uma cadeira de rodas e doar para quem quiser. Fim do mito!

Você acredita nos laudos enviados pelos seus fornecedores?

Carlos Roberto Moreschi, coordenador da qualidade da Kap Componentes Elétricos – qualidade@kap.com.br

Um laudo é um relatório contendo os resultados dos ensaios de cada lote. Algumas observações:

– Você está lá no fornecedor para ver os ensaios?

– Observe os valores dos ensaios de cada laudo, na maioria das vezes, são os mesmos valores, ou quando muito, são bem próximos uns dos outros.

– Desde quando um pedaço de papel com alguns valores pode revelar a qualidade de uma peça/produto?

– Se tiver laudo tem qualidade, se não tem laudo, então não tem qualidade?

– Normalmente são enviados, pelos fornecedores, laudos em papel para cada lote. Estes são arquivados para nunca serem vistos (olha a ecologia).

Trata-se, em minha opinião, de uma hipocrisia, do tipo, me engana que eu gosto. Os laudos só devem ser aceitos, quando de uma matéria prima muito importante cujo ensaio no cliente for oneroso. Porém, este fornecedor deve ser auditado frequentemente.

No lugar dos laudos, devemos sempre ter a nossa inspeção de recebimento, sem usar do perigosíssimo skip-lote. Lembrete: nunca confie no seu fornecedor, um dia ele falhará e você vai pagar caro por isso.

Vamos melhorar a qualidade dos produtos brasileiros, temos que criar um “corrente” entre nós para que a imagem do nosso país cresça e com isto cada empresa se beneficiará com esta imagem. Vamos imitar os nossos amigos japoneses. Hoje, quando falamos de uma empresa japonesa, já imaginamos que o produto tem qualidade, porque é japonês.

Nova lei sobre sacolas plásticas de São Paulo confunde consumidor

Aterramento e a Proteção de Instalações e Equipamentos Sensíveis contra Raios: Fatos e Mitos – A partir de 3 x R$ 257,81 (56% de desconto)

Inspetor de Conformidade das Instalações Elétricas de Baixa Tensão de acordo com a NBR 5410 – A partir de 3 x R$ 320,57 (56% de desconto)

Interpretação e Aplicações da Norma Regulamentadora Nº 13 (NR-13) do MTE (Inspeção de Segurança de Caldeiras e Vasos de Pressão) – A partir de 3 x R$ 257,81 (56% de desconto)

Filtros de Harmônicos em Sistemas Industriais – A partir de 3 x R$ 257,81 (56% de desconto)

sacolas-plasticasEm recentes regulamentações da Lei nº 15.374 de 2011, que proíbe a disponibilização de sacolas plásticas descartáveis nos estabelecimentos comerciais da cidade, a Prefeitura de São Paulo colocou novas regras para a produção e uso de sacolinhas plásticas no município. A lei se aplica às sacolas doadas ou vendidas nestes locais e mostra fragilidades em relação ao objetivo da regulação principal: diminuir a produção, uso e descarte generalizado de sacolinhas descartáveis e incentivar o uso das retornáveis.

As novas regras obrigam que as sacolinhas plásticas sejam padronizadas, feitas de bioplástico (cana de açúcar), e não mais de plásticos tradicionais derivados do petróleo. Elas também precisam suportar uma capacidade maior de carga e serem confeccionadas nas cores verde – para resíduos recicláveis –  e cinza – para outros rejeitos.

A proposta de cores é auxiliar o consumidor na separação dos resíduos e facilitar a identificação para as respectivas coletas. Os comerciantes teriam até 5 de fevereiro (prazo prorrogado por mais 60 dias) para se adaptar às novas regras, que autorizam apenas a distribuição ou a venda dessa nova sacola padronizada.

As sacolinhas descartáveis, que atualmente são distribuídas principalmente nos supermercados, estão proibidas. O consumidor, a partir de então, só poderá descartar nas sacolas verdes o resíduo reciclável, que será enviado às centrais de triagem. Segundo a resolução, caso o consumidor faça uso das sacolas verdes padronizadas para descarte de outros resíduos que não sólidos secos e recicláveis, implicará em multa, após advertência, que pode variar de R$ 50 a R$ 500.

No entanto, apesar de previsto em lei, a medida continua sendo um desincentivo ao consumidor para o uso de sacolas retornáveis ou outros meios – como carrinhos, cestos e caixas – no lugar das descartáveis. Isso porque não extingue a cultura da geração de resíduo, que vem da necessidade de uso de múltiplas sacolinhas nos estabelecimentos comerciais, em especial, supermercados, e se apoia na ainda frágil estrutura da coleta seletiva na cidade.

O programa de coleta seletiva do município tem como meta a triagem de apenas 10% dos resíduos sólidos recicláveis até o final do mandato do atual prefeito, Fernando Haddad, em 2016. Nesse cenário, presume-se que os outros 90% de lixo separado nas novas sacolinhas se somarão ao montante dos demais resíduos não recicláveis e continuará sem um processamento final preciso, mesmo utilizando a sacola padronizada. Hoje, o município não é 100% atendido pela coleta seletiva e que os estabelecimentos comerciais cobertos pela Lei são de abrangência e alcance territorial muito maior que a capacidade de coleta e reciclagem no município.

“Proibir sacolinhas plásticas tradicionais nos estabelecimentos, mas permitir a produção e o descarte de opções semelhantes, independente da finalidade, tem sido o principal ponto da discussão e mobilização sobre o tema, sendo que todas as ações devem dar prioridade a não geração de resíduos, conforme disposto na PNRS. A nova medida é complementar à coleta seletiva e é válida, mas não tem nenhuma relação com a raiz do problema, que é a produção exagerada de descartáveis. Ela apenas facilita a identificação do descarte, o que poderia ocorrer em qualquer recipiente ou sacos de lixo. A nova sacolinha continua contraditória ao desincentivar e substituir o uso das retornáveis e ao instrumentalizar, por meio da Lei, a necessidade de uso das descartáveis padronizadas para a separação”, comenta Renata Amaral, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

Ainda no entendimento do Idec, a produção e distribuição das novas sacolas continua representando danos ao meio ambiente, mesmo com parte de sua matéria-prima sendo de origem renovável e tendo como destino final a reciclagem. As demais sacolas já utilizadas para descarte, feitas de outros materiais, podem continuar a ser utilizadas, tanto para coleta seletiva, quanto para coleta convencional, desde que o resíduo seja separado da maneira correta. “Ou seja, o intuito da padronização se perde ao permitir que os demais meios já utilizados sejam válidos e não se enquadrem na fiscalização”, explica Renata.

Apesar de regulamentada, a fiscalização, que deverá ser feita por amostragem e a partir de denúncias, será difícil e o grande número de sacolas que o consumidor leva para casa ou já estão acumuladas continuará a ir – na melhor das hipóteses – diretamente para a coleta seletiva, sem reuso, como já ocorre em muitas residências. Soma-se a isso o hábito de depositar sacolinhas dentro de sacos de lixo maiores, para facilitar o descarte e o manuseio, inviabilizando a identificação para coleta ou a fiscalização.

Ressalte-se que a proibição definitiva das sacolas plásticas já foi adotada em outras cidades do país e se mostrou uma medida viável para o consumidor, sem grandes impactos para a indústria do plástico e com ganhos ambientais significativos. Além disso, o constante reposicionamento público acerca do uso das sacolas plásticas não é educativo e desinforma o consumidor, que fica confuso sobre qual posição tomar conforme as constantes mudanças na lei e regulamentação.

Ao consumidor, cabe a meta, sempre que possível, da não geração e da redução de geração dos resíduos, o que inclui evitar as sacolinhas descartáveis e continuar a usar sacolas retornáveis. E, claro, fazendo a separação dos resíduos para reciclagem – mesmo para aqueles que não tem coleta seletiva em casa, já que existem outras opções disponíveis, como pontos de entrega voluntária, cooperativas, etc.
Caso o consumidor vá a um estabelecimento comercial e esqueça suas sacolas retornáveis, deve lembrar que as sacolas verdes só devem ser usadas para descarte de resíduos recicláveis, caso contrário ele pode ser multado.

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Plano de gerenciamento de resíduos sólidos na construção civil

Gestão de Energia – Implantação da Nova Norma ISO 50001 – Presencial ou Ao Vivo pela Internet

Target e American Society for Quality (ASQ) firmam parceria para a venda online dos e-books da entidade internacional no Brasil

A Target e a American Society for Quality (ASQ), maior entidade mundial na área da Qualidade, firmaram uma parceria que prevê a venda dos e-books online da ASQ no seu site (veja aqui o catálogo ASQ/Target). São mais de 200 publicações que serão oferecidas a fim de fornecer ao mercado técnico brasileiro o melhor conteúdo sobre gestão, qualidade, normalização, etc.
Essa parceria torna a Target um distribuidor autorizado no Brasil das publicações renomadas da ASQ. É uma oportunidade para que profissionais brasileiros obtenham as publicações da ASQ com o mesmo preço dos Estados Unidos online, o que vai garantir e eles um diferencial competitivo internacional. Atualmente, no site da Target o cliente já pode comprar as normas técnicas nacionais e internacionais online, bastando se cadastrar, inserir os dados de um cartão de crédito válido, escolher o produto ASQ e receber autorização para comprar com um clique e acessar as publicações escolhidas.
Todas essas ações de aproximação da entidade com os parceiros internacionais vêm ampliando as fronteiras de atuação da ASQ fora da América do Norte, o que vem sendo feito desde 1996. Muitas companhias se tornaram globais e precisam estar atualizadas quanto ao avanço da gestão pela qualidade em outros países, precisam de informações globais. Assim, a visão da ASQ é tornar a qualidade uma prioridade global, pois há um mercado amplo e que precisa das ferramentas de gestão pela qualidade, principalmente nos países em desenvolvimento. A ASQ está preocupada em desenvolver serviços e produtos focados no mercado local, de forma personalizada e atrativa para cada região.
Entre os parceiros internacionais, a ASQ prioriza sua atuação com os parceiros da China, Índia, México, Coreia e Brasil.
Nesses países, são desenvolvidas, com as entidades locais, ações direcionadas as necessidades específicas, para adesão de novos membros da entidade americana e para a multiplicação de ferramentas de gestão adequadas. No Brasil, a ASQ tem, atualmente, cerca de 250 membros associados.
Sobre a Target – Consolidando-se nos últimos anos como a maior provedora de informações tecnológicas da América Latina, a Target oferece uma excelente prestação de serviços e atendendo prontamente às necessidades de seus clientes e usuários, dos mais diversos segmentos corporativos. A Target desenvolve soluções para facilitar o acesso e gerenciar informações tecnológicas para as maiores empresas e profissionais do país e, através de uma equipe de técnicos e engenheiros especializados, oferece hoje muito mais do que simples informaçõeses ao mercado em que atua.
Sobre a ASQ – Atuando como uma comunidade global de qualidade, fornecendo ferramentas e treinamentos para o desenvolvimento profissional, aumento do conhecimento e serviços de informação, possuindo membros em 140 países. A entidade também faz a divulgação de normas, além de ter membros com participação ativa no desenvolvimento de muitos padrões, incluindo os mais conhecidos, como a ISO 9001, ISO 26000, e ISO 14001, bem como de outras normas e relatórios técnicos que se aplicam os princípios de gestão da qualidade, ferramentas e tecnologia. Com sede em Milwaukee, Wisconsin, a ASQ suporta serviços de associação e operações de negócios através de ASQ Global, China ASQ, México e Índia ASQ ASQ, com ASQ WorldPartners® em todo o mundo. A ASQ também participa de organismos líderes de certificação, como a ANSI-ASQ National Accreditation Board, ANAB-AClass, e RABQSA.

Confira abaixo o catálogo ASQ/Target

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resíduosConforme explica Vanessa Tavares Lois, advogada da Marins Bertoldi Advogados Associados, é incontestável o atual crescimento da indústria de construção civil. Segundo estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a projeção para suprir o déficit habitacional brasileiro indica que, no período entre 2010 e 2022, seria necessária a construção de 23,49 milhões de novas unidades. Assim, o mercado traz consigo diversas oportunidades e, também, o desafio que o seu desenvolvimento se dê de forma sustentável. “Em razão das mudanças climáticas, da escassez dos recursos naturais e, considerando que o setor de construção civil gera por ano mais de 100 milhões de toneladas de resíduos, esta matéria vem sendo regulada em leis específicas que tratam do tema. É o caso da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 13.605 de 2010), que define como resíduos da construção civil aqueles gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis. Ela prevê que, na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Também pressupõe, para a sua consecução, o planejamento, através da elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), que deve conter, dentre outros elementos: um diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, com descrição da origem, o volume e a caracterização dos resíduos, incluindo os passivos ambientais a eles relacionados; descrição dos responsáveis por cada etapa do gerenciamento, com definição dos procedimentos operacionais sob a responsabilidade de cada gerador, identificando as soluções consorciadas ou compartilhadas com outros geradores e ações preventivas e corretivas a serem executadas em situações de gerenciamento incorreto ou acidentes”.

A advogada acrescenta que o PGRS, mais do que um inventário das etapas do processo construtivo ou mero requisito formal a ser cumprido perante os órgãos públicos para a obtenção das licenças ambientais é, na verdade, um importante instrumento de gestão ambiental e, inclusive, econômico. “O planejamento feito para evitar o desperdício de materiais (sobras e quebras), além de atender às normas ambientais, quando não gera o resíduo ou reduz o consumo de matéria prima, pode também representar uma redução de custo – com o consequente aumento do lucro. Como a construção civil afeta consideravelmente o meio ambiente pelo consumo de recursos minerais, com a exploração também de recursos naturais, o entulho de construção reciclado pode substituir em grande parte os agregados naturais empregados na produção de concreto, blocos e base de pavimentação. A reciclagem pode reduzir o consumo de energia na produção de materiais. Outro aspecto justifica a importância dada ao PGRS. Pode o referido inventário servir para mitigar os riscos de passivos ambientais, às vezes ocultos, mas que diminuem consideravelmente o lucro do empreendimento”, diz.

Segundo ela, especificamente quanto à destinação final adequada dos resíduos, o gerador é responsável até que eles sejas adequadamente descartado. Além de previsão constitucional, tal afirmação decorre da expressa disposição contida no § 1o do art. 27 da Lei 13.605. “No transporte, deve haver cuidado para que o resíduo esteja devidamente acondicionado, inclusive para trajeto em vias públicas. Caso danos sejam ocasionados pela contaminação decorrente de acidente rodoviário, é solidária e vinculada a responsabilidade do gerador do resíduo. Deve também ser verificado se o terceiro que fará o descarte detém a respectiva licença perante o órgão ambiental, se assegurando, documentalmente e, se possível, in loco, que o descarte efetivamente foi realizado. Neste caso, se o depósito do resíduo for irregular, poderá o gerador também responder solidariamente por danos gerados em razão de contaminação da área. Se o resíduo não for adequadamente armazenado, transportado, tratado ou descartado, a responsabilidade do gerador poderá ser apurada cumulativamente nas esferas civil, administrativa e penal”.

Aduz, ainda, que no âmbito civil, através de ação civil pública, podem os entes devidamente legitimados, exigir a reparação dos danos materiais e morais gerados ao meio ambiente ou mesmo às pessoas afetadas pelo ocorrido. “A responsabilidade é objetiva e conforme já decidiu o Superior Tribunal de Justiça, no AREsp 165201/MT, de voto de lavra do Min. Humberto Martins, “dispensa-se portanto a comprovação de culpa, tendo que se constatar o nexo causal entre a ação ou omissão e o dano causado”. Na esfera administrativa, desde a aplicação de multas de alto valor pecuniário, em determinadas situações, no âmbito federal, estadual e municipal, pode o órgão público até cassar a licença concedida. Na esfera penal, além de se admitir a responsabilização da pessoa jurídica, com a aplicação de penas restritivas de direitos, podem os sócios e até os engenheiros responsáveis pela obra serem chamados a responder penalmente. Além do dano ambiental, a responsabilização poderá ocorrer quando a operação se apresente irregular, por ausência de licença, desconformidade da aplicação com a autorização ambiental concedida ou mesmo pela omissão no cumprimento de Obrigações Legais e Contratuais de Relevante interesse Ambiental. Nestes casos, a adequada formalização do contrato com estes terceiros pode auxiliar na mitigação dos riscos. Mediante a redação de cláusulas específicas, direitos do gerador podem restar assegurados, como, por exemplo, o de regresso para ressarcimento de prejuízos no caso de desembolso. Assim, mesmo se tratando de exigência legal, o PGRS, como visto, pode ser um importante instrumento de gestão da obra de construção civil, contemplando, além do aspecto ambiental, do ponto de vista econômico uma alternativa para a redução de custos. Pode também indicar os riscos de passivos ambientais, contribuindo para que estes sejam mitigados”, complementa.

Quanto à normalização, há algumas normas técnicas sobre o assunto. Para obter mais informações, clique no link http://www.target.com.br/portal_new/Pesquisa/Resultado.aspx Na verdade, a sustentabilidade na construção civil é um tema de extrema importância, já que esse setor causa um grande impacto ambiental ao longo de toda a sua cadeia produtiva. Isso inclui ocupação de terras, extração de matérias primas, produção e transporte de materiais, construção de edifícios e geração e disposição de resíduos sólidos. Em relação à quantidade de materiais, estima que em um metro quadrado de construção de um edifício são gastos em torno de uma tonelada de materiais, demandando grandes quantidades de cimento, areia, brita, etc. Ainda, são gerados resíduos devido às perdas ou aos desperdícios neste processo; mesmo que se melhore a qualidade do processo, sempre haverá perda e, portanto, resíduo.

Nos últimos anos, vem havendo um grande avanço na qualidade da construção civil, obtido principalmente por meio de programas de redução de perdas e a implantação de sistemas de gestão da qualidade. Não há dúvida, porém, que nas próximas décadas, além da qualidade (implantada para a garantia da satisfação do usuário com relação a um produto específico), haverá também uma grande preocupação com a sustentabilidade, antes de tudo, para garantir o próprio futuro da humanidade. Com relação à construção civil, o aproveitamento de resíduos é uma das ações que devem ser incluídas nas práticas comuns de produção de edificações, visando a sua maior sustentabilidade, proporcionando economia de recursos naturais e minimização do impacto no meio ambiente. O potencial do reaproveitamento e reciclagem de resíduos da construção é enorme, e a exigência da incorporação destes resíduos em determinados produtos pode vir a ser extremamente benéfica, já que proporciona economia de matéria-prima e energia.

O resíduo sólido de construção e demolição é responsável por um grande impacto ambiental, e é frequentemente disposto de maneira clandestina, em terrenos baldios e outras áreas públicas, ou em bota fora e aterros, tendo sua potencialidade desperdiçada. Apesar desta prática ainda ser presente na maioria dos centros urbanos, pode-se dizer que ela tem diminuído, em decorrência principalmente do avanço nas políticas de gerenciamento de resíduos sólidos, como a criação da Resolução nº 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão destes resíduos, classificando-os em quatro diferentes classes:
Classe A – resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados (tijolo, concreto, etc);

Classe B – resíduos reutilizáveis/recicláveis para outras indústrias (plástico, papel, etc);

Classe C – resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias viáveis que permitam sua reciclagem (gesso e outros) e

Classe D – resíduos perigosos (tintas, solventes, etc), ou contaminados (de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros).

Essa coleção de normas técnicas abrange:

NBR 15112 – 06/2004 – Resíduos da construção civil e resíduos volumosos – Áreas de transbordo e triagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação: Fixa os requisitos exigíveis para projeto, implantação e operação de áreas de transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos volumosos.

NBR 15113 – 06/2004 – Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação: Fixa os requisitos mínimos exigíveis para projeto, implantação e operação de aterros de resíduos sólidos da construção civil classe A e de resíduos inertes.

NBR 15114 – 06/2004 – Resíduos sólidos da construção civil – Áreas de reciclagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação: Fixa os requisitos mínimos exigíveis para projeto, implantação e operação de áreas de reciclagem de resíduos sólidos da construção civil classe A.

NBR 15115 – 06/2004 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos: Estabelece os critérios para execução de camadas de reforço do subleito, sub-base e base de pavimentos, bem como camada de revestimento primário, com agregado reciclado de resíduos sólidos da construção civil, denominado agregado reciclado, em obras de pavimentação.

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A concessão de crédito presumido de IPI na aquisição de resíduos sólidos

Um novo Target GEDWEB: mais fácil e simples de usar

Duas novas alterações de grande relevância foram feitas no sistema. Uma delas é o acesso ao sistema que era feito apenas com o Internet Explorer e agora poderá ser feito pelo Google Chrome, Firefox, Opera e Safari. Isso vai permitir aos operadores de tablets e smartphones poder acessar ao sistema com esses equipamentos. A outra modificação importante é em relação ao visualizador desses documentos. Hoje, utiliza-se o Adobe ou PDF. Na nova versão, o usuário vai usar um visualizador desenvolvido pela Target que agiliza o acesso, aumenta a velocidade de pesquisa no próprio texto e facilita em muito a impressão dos documentos.

Importante é que para acessar a nova versão nada muda. O endereço de acesso, tanto para quem usa o e-mail como para quem usa senha, continuará o mesmo. As senhas e os logins também serão os mesmos. Igualmente, depois de entrar no sistema o usuário vai notar que o visual permanece bastante parecido. Porém, algumas diferenças existem na tela principal. Por exemplo, em Minhas Normas, os documentos que estiverem em amarelo alertam para o fato de que elas estão desatualizadas ou caducaram. Ao clicar sobre a tecla, o sistema vai mostrar o que está ocorrendo.

Além disso, a tela principal foi dividida em três partes: duas laterais e central. À esquerda e à direita, são áreas denominadas do usuários. No centro, estão as informações que serão disponibilizadas pela Target: normas em destaque, as atualizações do mês e as matérias técnica. O resto continua igual. Contudo, o campo para pesquisa foi aumentado: além de normas brasileiras, internacionais e documentos internos, há os projetos de normas em consulta pública e legislações que contém regulamentos e Normas Regulamentadoras. Todas essas explicações e muitas outras estão disponíveis em um Manual do Sistema GEDWEB online. Agora ele ficou no formato de livro ou revista, em que o usuário pode navegar à vontade. As informações estão disponibilizadas em um índice que permite a navegação a partir dele para conseguir solucionar as dúvidas.

O que não mudou foi a ideia central do sistema: gerenciar grandes acervos de normas e documentos técnicos e permitir a centralização e a unificação das informações técnicas. Além disso, disponibiliza esses documentos de maneira fácil e simples em ambiente Web, para a aprovação, busca, visualização e impressão por múltiplos usuários, garantido, assim, o cumprimento dos rígidos requisitos das normas de Sistemas da Qualidade. Também inclui acesso a regulamentos técnicos e portarias emitidas pelo Inmetro, normas regulamentadoras emitidas pelo MTE, glossário técnico especializado português-inglês-espanhol e ao Target Gênius Resposta Direta, o mais avançado e inovador sistema de perguntas e respostas sobre requisitos específicos das normas técnicas.

Acesse um vídeo com as explicações sobre o novo GEDWEB clicando no link.

Guilherme de Carvalho Doval e Diana Viana Alves

O Decreto 7.619/2011 prevê a concessão pelo governo de crédito presumido de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) na aquisição de resíduos sólidos utilizados como matéria-prima ou produto intermediário na fabricação de produtos. A previsão é de que os estabelecimentos industriais farão jus ao crédito presumido do IPI até 31 de dezembro de 2014. Para obter tal benefício, os resíduos sólidos deverão ser obtidos diretamente de cooperativas de catadores de materiais recicláveis, constituídas por no mínimo 20 cooperados, todos pessoas físicas, sendo vedada a participação de pessoas jurídicas. O cálculo do crédito presumido do IPI será realizado através da aplicação da alíquota do IPI a que estiver sujeito o produto final adquirido nas condições do Decreto sobre um percentual do valor constante no documento fiscal de compra dos resíduos. Este percentual poderá variar entre 10% e 50% conforme a classificação fiscal do resíduo sólido. O Decreto ainda define resíduos sólidos como sendo os materiais, objetos, substâncias ou bens descartados decorrentes de atividades humanas em sociedade e especifica os resíduos de que trata o benefício concedido pelo governo.

Para fins do crédito presumido são considerados aqueles classificados nos seguintes códigos da Tabela do IPI (TIPI): 39.15 (desperdícios, resíduos e aparas, de plásticos), 47.07 (papel ou cartão para reciclar – desperdícios e aparas), 7001.00.00 (cacos, fragmentos e outros desperdícios e resíduos de vidro, vidro em blocos ou massas), 72.04 (desperdícios e resíduos de ferro fundido, ferro ou aço; desperdícios de ferro ou aço, em lingotes), 7404.00.00 (desperdícios e resíduos, de cobre), 7503.00.00 (desperdícios e resíduos, de níquel), 7602.00.00 (desperdícios e resíduos, de alumínio), 7802.00.00 (desperdícios e resíduos, de chumbo) e 7902.00.00 (desperdícios e resíduos, de zinco). Os percentuais do valor inscrito no documento fiscal de compra dos resíduos são os seguintes: 50% para resíduos sólidos classificados na posição 39.15 e no código 7001.00.00 da TIPI; 30% para resíduos sólidos classificados nas posições 47.07 e 72.04 da TIPI; ou 10% para aqueles resíduos sólidos classificados nos códigos 7404.00.00, 7503.00.00, 7602.00.00, 7802.00.00 e 7902.00.00 da TIPI. Quanto ao valor do crédito presumido apurado, o Decreto prevê que deverá constar da nota fiscal de entrada emitida pelo estabelecimento industrial adquirente dos resíduos sólidos e ser contabilizado no item 005 do quadro “Demonstrativo de Créditos” do Livro Registro de Apuração do IPI, modelo 8, ressaltando-se ainda a observação das demais normas de escrituração previstas na legislação do referido imposto.

O Decreto ainda determina que o aproveitamento do crédito presumido apenas será possível mediante sua dedução com o IPI devido nas saídas do estabelecimento industrial de produtos que possuam os resíduos sólidos. Estabelece ainda que é proibida a escrituração do crédito presumido quando os produtos que contenham os resíduos sólidos deixarem o estabelecimento com imunidade, isenção ou suspensão do IPI. O Crédito é um grande incentivo para a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei nº 12.305/2010. A PNRS estabelece o princípio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, incluindo fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, consumidores e titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Desta forma, incentiva também a não geração, redução, reutilização e tratamento de resíduos sólidos, bem como destinação final ambientalmente adequada dos rejeitos, que são os objetivos principais da PNRS.

Guilherme de Carvalho Doval e Diana Viana Alves são, respectivamente, sócio e advogada do Almeida Advogados www.almeidalaw.com.br

As emissões de carbono no foco do Poder Público

Felipe Bottini e Silneiton Favero

A partir de 2013 as indústrias químicas, de papel e celulose, cimento e alumínio deverão relatar suas emissões de gases geradores do efeito estufa. A regra faz parte do Plano Setorial de Mitigação da Mudança Climática, que ficou conhecido popularmente como Plano Indústria, cujo objetivo é consolidar uma economia de baixa emissão de carbono na indústria da transformação. Em 2014 a obrigação estende-se para empresas de cal, siderurgia e vidro, e até 2020 todos os setores relevantes estarão igualmente obrigados. O Plano foi lançado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) em 2012, instituindo a obrigatoriedade da mensuração e relato de emissões de gases de efeito estufa de empresas de setores importantes da economia nacional. O projeto surgiu para regulamentar a Política Nacional sobre Mudanças Climáticas (Lei Nº 12.187/2009), por meio da qual o Governo do Brasil comprometeu-se a reduzir as emissões nacionais entre 36.1% e 38,9% até 2020.

O Plano Indústria visa a promover, além dos inventários que geram conhecimento setorial a respeito das emissões, a redução da intensidade de carbono em cada setor de forma paulatina para promover uma economia de baixo carbono. Esse movimento do Governo Federal não é isolado, pois diversos estados e municípios já têm regulação em curso ou implantada. Exemplos disso são a Decisão Nº 254 da Cetesb e a Resolução Nº 43 do Inea, que tornam obrigatório o inventário de emissões para fins de licenciamento ambiental. É uma exigência definitiva e a regulação necessariamente requer que as emissões sejam identificadas e reportadas pelas empresas emissoras. É nesse sentido que caminha a regulação nas esferas federal estadual e municipal.

Com efeito, os inventários podem ajudar a gerar inteligência de gestão pública e privada e incentivar positivamente a incorporação da agenda de baixo carbono no setor produtivo. As obrigações advindas da regulação conformam, antes de tudo, uma oportunidade para as empresas, que poderão capacitar-se para as etapas envolvidas nesse processo, da coleta de dados à aplicação da metodologia. Medir para conhecer e poder mitigar as emissões é um caminho que está sendo tomado em âmbito global. O que pode parecer, à primeira vista, um ônus adicional, na verdade é uma forma de medir e precificar uma externalidade negativa cujo preço é pago indistintamente por todos. Assim, a regulação cria uma consequência de incentivos àquelas empresas que tiverem menor intensidade de carbono. E isso é bom para a empresa, a sociedade e o ambiente. É a esse tripé que se dá o nome de sustentabilidade.

Felipe Bottini é economista e sócio fundador da Neutralize Carbono; e Silneiton Favero é especialista em gestão de recursos hídricos com ênfase em mudanças climáticas e consultor sênior da Green Domus.

As empresas de referência mundial na reciclagem de eletrônicos

Curso: Segurança na Operação e Manutenção de Subestações e Cabines Primárias

Os aspectos gerais de manutenção das instalações elétricas de média tensão são tratados na seção 8 da NBR 14039, que estabelece a diretrizes básicas para as equipes de manutenção e operação. Entende-se por manutenção as ações que venham a contribuir para prever, evitar ou corrigir desvios de operação e continuidade de trabalho apresentado por uma instalação ou equipamento. Nos casos de ausência da ação corretiva, é possível que haja a diminuição ou a perda de desempenho e funcionamento de um equipamento ou do todo, o risco de parada de um processo e, principalmente, pode haver um risco à integridade física dos profissionais ou das pessoas que venham a ter contato direto ou indireto com essas instalações defeituosas. Clique para mais informações e inscrições.

Em função dos problemas ambientais já causados pela elevada quantidade de resíduos sólidos gerados pela população mundial, e pela falta de um tratamento e destino final adequado a estes resíduos, empresas ao redor do mundo buscam caminhos para tornar a reciclagem um negócio economicamente rentável e atraente. Com esta motivação, o colaborador Guilherme Rodrigues se encontra na Bélgica e Alemanha entre 23/07 e 03/08 fomentando contatos e parcerias com empresas e institutos de renome mundial na área de reciclagem de eletrônicos (equipamentos de linha branca, placas de circuito impresso, recuperação de cobre e metais preciosos como ouro, prata, paládio e platina) interessadas em atuar em conjunto com o LABelectron apoiando clientes no Brasil e América Latina.

Reciclagem de PCBs – Uma industrial rentável voltada à recuperação de cobre e metais preciosos.

O cobre (Cu) e os metais preciosos ouro (Au), prata (Ag), platina (Pt) e paládio (Pd) são elementos imprescindíveis na manufatura de placas de circuito impresso devido a suas propriedades físicas. Os processos industriais de extração, mineração e metalurgia destes metais são atividades estáveis, porém custosas. Alguns elementos químicos já apresentam escassez e pouca oferta no mundo. A extração dos metais também requer um alto consumo de energia a um custo de enormes emissões de CO2 na atmosfera. Paralelamente à dificuldade de produção e fornecimento, a demanda cresce a uma taxa correspondente ao aumento de bens consumíveis, requerendo assim cada vez mais cobre e metais preciosos. Estima-se que 25 quilos de lixo eletrônico são gerados por indivíduo por ano e que a taxa total de lixo eletrônico gerado no planeta aumenta a uma taxa de aproximadamente 5% ao ano.

A cadeia básica de processos envolvidos na reciclagem de lixo eletrônico é apresentada na figura 02.

Cada ponto da cadeia apresenta desafios próprios ao seu processo. As tecnologias já disponíveis hoje permitem tratar bens de consumo de fim de vida transformando-os ao final do processo em produtos de alto valor agregado, com 100% de utilidade para os diversos setores industriais. Por exemplo, reciclagem de geladeiras e equipamentos eletrônicos gera, ao final do processo (ver figura 3), produtos reaproveitáveis para a indústria:
• Recuperação de cobre (via eletrólise), alumínio (eddy-current) e ferro (separação magnética) com 99,9 % de pureza;
• Insumos altamente ricos em metais preciosos como rejeito do processo, que podem ser recuperados em processos de refino;
• Completa separação de materiais poliméricos, que podem ser reciclados em empresas especializadas;
• Ácido Clorídrico e ácido sulfúrico oriundos da reciclagem (quebra molecular) do gás CFC (isolamento de geladeiras e compressores, por exemplo);

O entendimento do negócio, dimensões e cifras compõem igualmente um quadro complexo de atuação e dimensionamento de soluções. Porém, é com esta motivação que o LABelectron visa criar competência específica na área e atender demandas também no setor de reciclagem de equipamentos eletrônicos, fomentando toda a cadeia através de soluções e ferramentas inteligentes para este grande desafio que se apresenta. Ciente deste cenário, e preocupado em prover soluções tecnológicas para auxiliar as empresas brasileiras, o LABelectron está se preparando para atender demandas futuras na área de reciclagem de lixo eletrônico, através de visitas a empresas de referência no mundo e articulações com Institutos de referência e com empresas brasileiras que já apresentaram interesse no assunto.

Para mais informações sobre os temas deste artigo, ou caso sua empresa possua demandas em montagem de componentes, entre em contato com:
Engº Guilherme Rodrigues, engenheiro de desenvolvimento do LABelectron – gro@certi.org.br ou 48-3954-3029.
– Engº Carlos Alberto Fadul Corrêa Alves, diretor executivo do LABelectron – cac@certi.org.br ou 48-3954-3022.

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Fraldas descartáveis: um problema ambiental bastante sério

fraldaAs fraldas descartáveis representam uma grande ameaça ao meio ambiente, pois de sua produção até o seu descarte, o uso desse item tão comum já virou alvo de críticas e motivos não faltam. Para a fabricação de uma fralda, além do uso de muita água e energia, é preciso, basicamente, plástico e papel, o que significa que a produção envolve a derrubada de árvores e o uso de um recurso não-renovável: o petróleo. Composta por uma camada exterior de polietileno sintético (derivado de petróleo), e uma parte interna feita com por papel e poliacrilato de sódio, estima-se que, em um ano, uma única criança seja responsável pelo uso de 130 quilos de plástico, contando também as embalagens, além de algo entre 200 a 400 quilos de pasta de papel. Se estes números já servem de alerta e estão relacionados ao consumo de um único bebê durante o período de 12 meses, o fato de que até os dois anos de idade uma criança pode usar seis mil fraldas mostra o quanto é necessário repensar a necessidade de se manter as fraldas descartáveis como única opção.

Em relação à destinação das descartáveis, parece difícil fazer outra coisa senão jogar a fralda no lixo comum, tornando assim o aterro sanitário o destino final de todas as fraldas usadas por qualquer criança. Dessa forma, cerca de 2% de um único lixão é composto por fraldas, que podem demorar até 500 anos para sofrerem o processo de decomposição. Uma boa pergunta é: mas não dá pra reciclar? Potencialmente, todo material pode ser reciclado. A tecnologia se desenvolve com o passar dos anos e coisas que eram impossíveis de serem recicladas acabam ganhando novas possibilidades. No caso das fraldas, há países como a Inglaterra que já disponibilizam usinas para o tratamento de todos os componentes das fraldas descartáveis, que após serem lavadas e processadas, e se transformam em telhas e capacetes para ciclistas. Segundo a BBC, até 2014, o país deve ter mais três usinas (só uma existe – que custou US$ 17 milhões). No Brasil, ainda não há planos para a construção de usinas desse tipo.

Enquanto as fraldas descartáveis ainda representam um grave problema ambiental, uma opção é a fralda de pano, muito comum há algumas décadas. As disponíveis no mercado atual não apresentam alfinetes e são mais fáceis de usar. Apesar disso, elas ainda encontram resistência com o público pelo fato de não parecerem tão seguras e higiênicas, além de demandarem gasto excessivo de água e energia para que sejam limpas e reutilizadas. Mesmo não sendo totalmente sustentáveis, os danos causados por elas são menores. Empresas como a “Fralda Bonita” e a “BBNatural” são especialistas em fraldas de pano. Existem novos modelos de fraldas que se assemelham a absorventes, só que em vez da calcinha, a fralda é o lugar em que o material descartável se prende. Assim, o bebê faz suas necessidades na parte descartável (também produzida com materiais orgânicos), o que torna a dinamicidade da troca de fraldas e a higiene maior. A marca canadense Kushies é uma das que disponibiliza esse produto.

Além disso, muito se fala das sacolinhas plásticas e o impacto no meio ambiente, mas a fralda descartável também é uma grande preocupação e pouco se comenta a respeito. E para onde vai este lixo? Em se tratando do Brasil que ainda “engatinha” para a questão de cuidados com o meio ambiente. Está cada vez mais forte a tendência dos brasileiros se preocuparem com a questão do meio ambiente, o que abre espaço para novos negócios por aqui. As fraldas descartáveis, por exemplo, já não preocupam mais. Desde abril deste ano, começou a ser comercializada no Brasil a primeira fralda descartável 100% biodegradável que já está sendo vendida em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e, este mês, começou a ser comercializada também no Rio de Janeiro: a marca Wiona.

Sebastian Schlossarek é o nome do empresário alemão que adotou o Brasil para morar e quando foi pai pela primeira vez já morando aqui fez questão de usar no bebê fraldas descartáveis biodegradáveis. Mas mal sabia que o simples ato de comprar fraldas descartáveis seria um verdadeiro desafio pelo fato de não serem biodegradáveis. Ainda mais para ele que consome orgânico e prefere transporte público a ter um carro. Imagina usar uma fralda que demorasse 450 anos para decompor? Então, pesquisou para comprar as que não agredissem ao meio ambiente e se deparou com os obstáculos de importar com pessoa física, além do prazo demorado de recebimento e ainda o fator preço dos impostos que acabava ficando muito alto. Mesmo assim Sebastian não desistiu, arcou com o que foi preciso para cumprimr seu papel paternal eco cidadão, mas resolveu facilitar a vida de outros pais e, atualmente, é o importador oficial das fraldas Wiona que já estão à venda no Brasil.

Características fraldas biodegradáveis Wiona:

– A película das fraldas Wiona é de origem vegetal e, portanto, 100% biodegradável;

– O acolchoamento das fraldas Wiona consiste de celulose extraída de madeiras provenientes de reflorestamento sustentável;

– Tecnologia Wiona faz com que a biopelícula seja capaz de reter o vazamento e ao mesmo tempo permitir a respiração da pele, graças aos microporos;

– Com a celulose a Wiona reduziu a utilização do absorvedor químico (SAP) em 50%. Potencializando o poder de absorção pelo uso de mais celulose;

– O processo de branqueamento não usa cloro e que a fabricação do produto reúne ainda uma combinação de extratos de chá para reduzir os maus odores e proteger contra vírus, fungos e bactérias, além de auxiliar na regeneração da pele evitando assaduras.

Uma usina de reciclagem, instalada em West Bromwich, a 165 km de Londres, é capaz de reciclar aproximadamente 36 mil toneladas de material – coletado de centros de saúde, empresas de manutenção de banheiro e berçários – incluindo fraldas descartáveis (infantis e de incontinência adulta) e absorventes íntimos femininos. Tanto as fraldas descartáveis quanto as fraldas de pano, utilizadas antigamente, trazem algum custo ambiental. Portanto, hoje, pesquisadores e empresários buscam outras alternativas para tornar o uso das fraldas menos prejudicial ao meio ambiente. A empresa Knowaste, fundada no Canadá em 1989, já executa e desenvolve uma variedade de operações de reciclagem. Em 2011 a empresa foi a responsável pelo desenvolvimento da nova usina de reciclagem na Inglaterra.

A reciclagem é um processo em que há o reaproveitamento de materiais para obtenção de matéria-prima para um novo produto. O papel, o vidro, o metal e o plástico são os materiais mais utilizados neste processo. A maior vantagem da reciclagem é a minimização da quantidade de resíduos que precisam de tratamento final, ou seja, que precisa ir para um aterro ou ser incinerado. O processo inclui a coleta e esterilização das fraldas usadas. Em seguida, os componentes são separados e são criados novos produtos a partir dos polímeros absorventes, matéria orgânica e plásticos. A matéria orgânica pode ser utilizada para a produção de papel ou de energia ‘verda’, através de sua combustão. Os polímeros absorventes podem ser reutilizados para a criação de novas embalagens ou até mesmo para a produção de novas fraldas. Os plásticos podem ser reaproveitados de diversas maneiras, incluindo a produção de telhas, tubos ou madeiras sintética. De acordo com a Knowaste, o processo de reciclagem evita a emissão de 626 quilos de CO2 a cada tonelada de resíduo processado, na comparação com o descarte em lixões ou a incineração.

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As vantagens e as desvantagens ambientais das lâmpadas fluorescentes

O Target GEDWeb – Gerenciador Eletrônico de Documentos via Web da Target – é o único Portal Corporativo no mercado que possibilita o gerenciamento de grandes acervos de normas técnicas, documentos técnicos e internos das organizações, e os disponibiliza de forma totalmente customizável, de acordo com as características e necessidades de seus usuários, seguindo todos os padrões visuais e de comunicação da empresa que o implanta.

Clique aqui para conhecer melhor o Target GEDWeb

fluorescentesEm relação às lâmpadas incandescentes, as que contêm mercúrio têm eficiência luminosa de três a seis vezes superior, têm vida útil de quatro a 15 vezes mais longa e 80% de redução de consumo de energia. Dessa forma, podem reduzir o consumo de recursos naturais para a iluminação, diminuindo a dependência da produção de energia elétrica. Contudo, elas estão também gerando uma nova demanda ambiental: o que fazer com as lâmpadas queimadas? O mercúrio contido nas lâmpadas pode contaminar o solo, as plantas, os animais e a água. Na verdade, o risco oferecido por uma única lâmpada é quase nulo, mas, levando em conta que são comercializadas mais de 100 milhões desse tipo de lâmpadas por ano no Brasil, o problema do descarte vem se se agravando. Atualmente, as empresas de reciclagem de lâmpadas de mercúrio são responsáveis pelo reprocessamento de apenas aproximadamente 6% do estoque de lâmpadas queimadas no país.

Pode ser que o preço de descontaminação ainda seja uma barreira para o fabricante. Além disso, o custo da reciclagem e a conseqüente descontaminação para o gerador de resíduo ainda são muito caros. No Brasil, está sendo cobrado pelos serviços de descontaminação em torno de R$ 0,60 a R$ 0,70 por lâmpada. A esse preço, devem sert acrescentados os custos de transporte, que podem variar de acordo com a distância e o volume. Dependendo da localização em que as lâmpadas estejam, o transporte pode elevar significativamente o preço da reciclagem, desmotivando, e muito, tanto a indústria recicladora quanto a geradora do resíduo.

Para minimizar o impacto ambiental, a Tramppo Recicla Lâmpadas, empresa do Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec) da Universidade de São Paulo (USP), desenvolveu um sistema que recupera os componentes presentes nas lâmpadas, reaproveitando mais de 98% da matéria-prima utilizada na fabricação. Por meio de um sistema de vácuo associado a alta temperatura, o equipamento separa o mercúrio, metal tóxico com alto risco de contaminação, de outros elementos, como cobre, pó fosfórico, vidro e alumínio. “A máquina descontamina a lâmpada fluorescente com a extração do mercúrio e possibilita a reciclagem dos outros materiais pela indústria. O lixo é transformado novamente em matéria prima”, explica Gilvan Xavier Araújo, diretor da Tramppo. O trabalho de pesquisa que deu origem à solução, intitulado Descarte adequado de fluorescentes que contenham mercúrio, teve apoio da FAPESP no âmbito do Programa Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas (PIPE). A engenheira química Atsuko Kumagai Nakazone, da Tramppo, foi a pesquisadora responsável pelos testes com o equipamento. Araújo aponta que a reutilização do mercúrio representa uma grande economia ao país. “Praticamente todo o volume de mercúrio consumido atualmente no Brasil é importado da Espanha, do México, da Rússia e de outros locais”, disse. A Tramppo já iniciou as atividades comerciais da tecnologia pelo processo conhecido como logística reversa, por meio do qual a empresa vende lâmpadas novas para o cliente a preço de custo e recolhe as usadas para reciclagem. “Desse modo, conseguimos focar o trabalho na venda de matéria-prima para as indústrias que produzem lâmpadas. Isso gera uma sustentabilidade ambiental e econômica em todo o processo”, afirma Araújo. O projeto ganhou certificado do Programa New Ventures Brasil, na categoria Modelo de Negócios em Desenvolvimento Sustentável. O objetivo do programa, iniciativa da World Resources Institute (WRI), sediada na Faculdade Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo, é fomentar o desenvolvimento mercadológico de empreendimentos sustentáveis.

Uma lâmpada fluorescente é composta basicamente por um tubo de vidro, terminais de alumínio nas duas extremidades e pó fosfórico. O pó fosfórico é composto por diversos elementos químicos, dentre os quais destacamos o mercúrio e o argônio, um gás inerte, mantidos sob pressão muito baixa. Nas duas extremidades do tubo de vidro, existem dois eletrodos conectados a um circuito elétrico, que por sua vez é ligado a uma alimentação de corrente alternada. Quando você acende a lâmpada, a corrente flui pelo circuito elétrico até os eletrodos, onde existe uma voltagem considerável, liberando elétrons. Os elétrons migram através do gás de uma extremidade para a outra e, esta energia modifica parte do mercúrio dentro do tubo, de líquido para gás. Como os elétrons e os átomos carregados se movem dentro do tubo, alguns deles irão colidir com os átomos dos gases de mercúrio. Estas colisões excitam os átomos, jogando-os para níveis de energia mais altos. Quando os elétrons retornam para seus níveis de energia originais, eles liberam fótons de luz. Porém, os elétrons nos átomos de mercúrio estão dispostos de tal maneira que liberam fótons de luz na faixa de comprimento de onda da ultravioleta, onde nossos olhos não são capazes de registrar. Neste sentido, este tipo de luz, precisa ser convertida em luz visível e, é aqui que o revestimento de pó de fósforo do tubo entra em ação, definindo o tipo de da cor da luz . Os fabricantes podem variar a cor da luz usando combinações de fosforosos diferentes.

Concentração Elemento Concentração Elemento Concentração
Alumínio 3.000 Chumbo 75 Manganês 4.400
Antimônio 2.300 Cobre 70 Mercúrio 4.700
Bário 610 Cromo 9 Níquel 130
Cádmio 1.000 Ferro 1.900 Sódio 1.700
Cálcio 170.000 Magnésio 1.000 Zinco 48

Composição da poeira fosforosa de uma lâmpada fluorescente

Espirais de tungstênio, revestidas com uma substância emissora de elétrons, formam os eletrodos em cada uma das extremidades do tubo. Quando uma diferença de potencial elétrico é aplicada, os elétrons passam de um eletrodo para o outro, criando um fluxo de corrente denominado de arco voltaico ou descarga elétrica. Esses elétrons chocam-se com os átomos de argônio, os quais, por sua vez, emitem mais elétrons. Os elétrons chocam-se com os átomos do vapor de mercúrio e os energizam, causando a emissão de radiação ultravioleta (UV). Quando os raios ultravioleta atingem a camada fosforosa, que reveste a parede do tubo, ocorre a fluorescência, emitindo radiação eletromagnética na região do visível. A lâmpada fluorescente mais usada é a de 40 watts (4 pés de comprimento = 1,22 m; diâmetro de 1.1/2″), embora outras de diferentes formas e tamanhos sejam também procuradas. O tubo usado numa lâmpada fluorescente padrão é fabricado com vidro, similar ao que é utilizado para a fabricação de garrafas e outros itens de consumo comum. Os terminais da lâmpada são de alumínio ou plástico, enquanto os eletrodos são de tungstênio, níquel, cobre ou ferro. A camada branca, normalmente chamada de fósforo, que reveste o tubo de uma lâmpada fluorescente, é geralmente um clorofluorfosfato de cálcio, com antimônio e manganês (1 a 2%). A quantidade desses componentes menores pode mudar ligeiramente, dependendo da cor da lâmpada. Uma lâmpada padrão de 40 watts possui cerca de 4 a 6 gramas de poeira fosforosa. A vida útil de uma lâmpada de mercúrio é de 3 a 5 anos, ou um tempo de operação de, aproximadamente, 20.000 horas, sob condições normais de uso.

Em localidades onde existe a separação de resíduos recicláveis, é importante manter os produtos que contêm mercúrio separados do lixo comum. Tais produtos são, freqüentemente, classificados como resíduos perigosos se excederem o limite regulatório de toxicidade (0,2 mg.L-1). Uma vez segregados e/ou separados, os resíduos mercuriais podem, então, ser tratados objetivando a recuperação do mercúrio neles contidos. As opções de aterramento e incinerações não são as mais recomendadas. Com a finalidade de minimizar o volume de mercúrio descarregado ao meio ambiente, a opção de reciclagem, com a conseqüente recuperação do mercúrio, é considerada a melhor solução. O principal argumento é que tecnologias comprovadamente bem sucedidas para esta finalidade já existem. As principais empresas mundiais para reciclagem de mercúrio estão localizadas nos EUA, enquanto que os fabricantes de equipamentos estão localizados na Suécia e Alemanha. Esse último foi o precursor na fabricação de equipamentos para a desmercurização de lâmpadas fluorescentes, em meados da década de 80.

O processo de reciclagem mais usado e em operação em várias partes do mundo envolve basicamente duas fases:

Fase de esmagamento – As lâmpadas usadas são introduzidas em processadores especiais para esmagamento, quando, então, os materiais constituintes são separados por peneiramento, separação eletrostática e ciclonagem, em cinco classes distintas: terminais de alumínio, pinos de latão, componentes ferro-metálicos, vidro, poeira fosforosa rica em Hg e isolamento baquelítico. No início do processo, as lâmpadas são implodidas e/ou quebradas em pequenos fragmentos, por meio de um processador (britador e/ou moinho). Isto permite separar a poeira de fósforo contendo mercúrio dos outros elementos constituintes. As partículas esmagadas restantes são, posteriormente, conduzidas a um ciclone com um sistema de exaustão, onde as partículas maiores, tais como vidro quebrado, terminais de alumínio e pinos de latão são separadas e ejetadas do ciclone e separadas por diferença gravimétrica e por processos eletrostáticos. A poeira fosforosa e demais particulados sãocoletados em um filtro no interior do ciclone. Posteriormente, por um mecanismo de pulso reverso, a poeira é retirada desse filtro e transferida para uma unidade de destilação para recuperação do mercúrio. O vidro, em pedaços de 15 mm, é limpo, testado e enviado para reciclagem. A concentração média de mercúrio no vidro não deve exceder a 1,3mg/kg. O vidro nessa circunstância pode ser reciclado, por exemplo, para a fabricação de produtos para aplicação não alimentar. O alumínio e pinos de latão, depois de limpos, podem ser enviados para reciclagem em uma fundição. A concentração média de mercúrio nesses materiais não deve exceder o limite de 20 mg/kg. A poeira de fósforo é normalmente enviada a uma unidade de destilação, onde o mercúrio é extraído. O mercúrio é, então, recuperado e pode ser reutilizado. A poeira fosforosa resultante pode ser reciclada e reutilizada, por exemplo, na indústria de tintas. O único componente da lâmpada que não é reciclado é o isolamento baquelítico existente nas extremidades da lâmpada.

Fase de destilação de mercúrio – A fase subseqüente nesse processo de reciclagem é a recuperação do mercúrio contido na poeira de fósforo. A recuperação é obtida por um processo em que o material é aquecido até a vaporização do mercúrio em temperaturas acima do seu ponto de ebulição de 357° C. O material vaporizado a partir desse processo é condensado e coletado em recipientes especiais ou decantadores. O mercúrio assim obtido pode passar por nova destilação para se removerem impurezas. As emissões fugitivas durante esse processo podem ser evitadas usando-se um sistema de operação sob pressão negativa.

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Reciclagem: o que fazer com mais de 140 bilhões de bitucas de cigarro descartadas no Brasil por ano?

NBR ISO 19011: as diretrizes para a auditoria de gestão
Comparada com a primeira edição da norma publicada em 2002, que se aplicava apenas à ISO 9001 e ISO 14001, o escopo da ISO 19011:2012 – Diretrizes para auditoria de sistemas de gestão – foi expandido para refletir o pensamento atual e a complexidade de auditoria padrão de múltiplos sistemas de gestão. Ela vai ajudar as organizações a otimizarem e facilitarem a integração de seus sistemas de gestão e facilitar uma auditoria única. Clique para mais informações.

bitucaA mudança de hábito do brasileiro no que se refere ao microlixo (tipo de resíduo formado por itens de pequeno tamanho, como papel de bala, bituca de cigarro e goma de mascar), ainda caminha a passos curtos. Dizer que esse tipo de material, quando descartado de forma inadequada, resulta em inúmeros problemas nas grandes cidades, como enchentes, já ultrapassou aquilo que podemos chamar de clichê. Essa é uma questão bastante lembrada em épocas de chuva, quando as regiões que sofrem com alagamentos ficam mais vulneráveis.

Porém, o microlixo é um tema que merece estar na pauta diária de cada cidadão, uma vez que, de acordo com o Sindifumo-SP (Sindicato da Indústria do Fumo do Estado de São Paulo), mais de 140 bilhões de cigarros são consumidos anualmente no Brasil, apenas no mercado legal. E boa parte destes cigarros depois de fumados tem destino certo: o meio ambiente. Um dado bastante negativo, mas com uma solução muito positiva: apesar das mais de 700 substâncias tóxicas, incluindo metais pesados como mercúrio, chumbo e cádmio, as bitucas podem ser recicladas. “A tecnologia atual permite que elas sejam facilmente transformadas em papel ou adubo”, esclarece Leandro Gouveia, gerente de comunicação da Recicleiros. No ano passado, a empresa coletou mais de 100 kg de bitucas, mas com a ampliação do projeto a expectativa é terminar 2012 com, no mínimo, 200 kg recolhidos.

Com base nessa problemática é que em 2007 a Recicleiros iniciou uma ação com o objetivo de conscientizar as pessoas em relação ao descarte do microlixo no meio ambiente. Nascia, então, o projeto Bota Bituca (www.botabituca.com.br), uma espécie de cinzeiro, feito com garrafas PET recicladas, e que pode ser facilmente carregado no bolso ou na bolsa. “O bota bituca é uma ferramenta. A causa que está por trás dele é a conscientização da população sobre o microlixo. Ter criado a ferramenta foi consequência de estudos que fizemos para entender a motivação que faz com que centenas de milhões de pessoas joguem os filtros de cigarro indiscriminadamente por aí. Criamos uma solução simples e eficiente, alinhada com o conceito de diversas organizações ao redor do mundo que entendem a relevância ambiental dos cinzeiros portáteis”, explica Erich Burger, sócio-diretor e fundador da Recicleiros.

Diferentemente dos demais cinzeiros portáteis que primam pela estética, por estampas diferenciadas, entre outras questões que têm no design sua principal inspiração, o Bota Bituca tem na eficiência seu maior diferencial. Simples, ergonômico e funcional, é possível colocar bitucas acesas em seu interior. Além de apagar em segundos, o objeto não deixa o cheiro do cigarro escapar, preservando seu nariz, sua bolsa e sua roupa. Desde que o projeto foi, literalmente, para as ruas, a empresa social Recicleiros tem feito diversas intervenções para combater a poluição deste tipo de resíduo, lançando, inclusive, a campanha I Bin It. “Queríamos um termo forte, universal e simples, com isso criamos a expressão I Bin It que traduzindo é ‘Eu jogo no Lixo’. Desenvolvemos um pôster que ilustra bem o conceito da campanha onde o símbolo do Power tem a função de instigar e fazer com que as pessoas se conscientizem sobre o grande problema que é o microlixo”, explica Burger. O pôster deu origem a um pequeno adesivo que pode ser colado no carro, no caderno, no celular e outros lugares para mostrar que mesmo aqueles que não sejam fumantes podem aderir à causa contra o microlixo. Além disso, o Bota Bituca conta com o apoio de diversas personalidades do esporte, da música e das artes. Até hoje já foram distribuídos mais de 400 mil Bota Bitucas por todo o Brasil, em ações de conscientização da população nas ruas, eventos musicais e esportivos. Para adquirir o Bota Bituca, basta acessar o site e comprar pela internet. O pack com cinco unidades custa R$20,00, com 10 unidades sai por R$32,00 e com 80 unidades, R$168,00.

O que fazer com os restos de kevlar

coleteCriado pela DuPont em 1970, que detém a marca registrada do produto, originalmente, foi desenvolvido como um substituto para o aço em pneus radiais. Agora, tem sido usado em uma ampla gama de aplicações, desde pneus de bicicletas, barcos e caiaques até linhas de ancoragem e outras aplicações subaquáticas, além de roupas estilo armadura para fins militares e de segurança. O kevlar é uma aramida, um termo inventado como abreviatura de poliamida aromática. A composição química do kevlar é poli n-fenileno e é mais propriamente conhecido como uma para-aramida. Aramidas pertencem à família dos náilons, contudo os comuns, como náilon 6,6, não têm propriedades estruturais muito boas, de modo que a distinção de para-aramida é importante.

Para Márcio Manique, gerente de vendas e marketing da empresa, quando a manta de kevlar for confeccionada com o acréscimo de resina termoplástica, a recomendação da DuPont é que os restos do produto sejam incinerados, uma vez que a mistura não permite a reciclagem do fio. O processo de incineração deve ser requisitado a órgãos ambientais como a Cetesb, em São Paulo, que dará orientação para que a empresa de blindagem localize os endereços de fornos especiais para agendar esse trabalho. No entanto, explica Márcio, para os casos nos quais o Kevlar é usado em seu estado puro, ou seja, sem qualquer acréscimo de substância na confecção da manta, a DuPont realiza a coleta para reciclagem.

A ação faz parte de um programa de sustentabilidade da companhia para otimizar o uso de Kevlar em outros tipos de produtos para o segmento automotivo. Dessa forma, a Du Pont informa que se responsabiliza pela reciclagem das sobras de Kevlar em seu estado puro, ou seja, sem acréscimo de resina termoplástica. No trabalho das blindadoras, as sobras são comuns na confecção da blindagem Nível 3-A. Assim, as empresas blindadoras podem solicitar a coleta das sobras pela DuPont, que encaminhará o material para uma indústria que o transformará num subproduto chamado de polpa de Kevlar, que pode ser usada na fabricação de pastilhas de freio, devido ao seu alto desempenho, resistência e ausência de elementos tóxicos na fibra. A DuPont também realiza um trabalho forte junto às empresas responsáveis pela confecção das mantas para otimizar o corte do tecido, reduzindo assim perdas e desperdícios por parte dos blindadores. Como se sabe, no sistema de blindagem Armura as peças são pré-moldadas, isto é, são produzidas na fábrica e apenas encaixadas nas carrocerias dos automóveis, justamente para minimizar os desperdícios e sobras.

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Descarte de medicamentos: um problema muito grave no Brasil

medicamentosQualquer remédio contém substâncias químicas que podem contaminar o solo e a água e não devem ser descartados no lixo comum, mas o problema é que a população não sabe disso, não há orientação e não existem postos de recolhimento. Uma das alternativas para evitar o descarte de medicamentos no lixo comum e na rede de esgoto seria a criação de pontos para coleta dos remédios vencidos para que sejam encaminhados para o descarte adequado. Isso poderia evitar que os remédios fossem descartados no lixo doméstico e na rede de esgoto. Os remédios vencidos devem ser recolhidos por uma empresa especializada e incinerados.

Uma forma de diminuir a quantidade de medicamentos a serem descartados é a compra de remédios fracionados, isto é, comprar apenas a quantidade necessária ao uso, o que evitaria o acúmulo desnecessário. A prática é pouco comum entre as farmácias. Essa medida seria o ideal, pois a pessoa compraria a quantidade justa, evitando o descarte inadequado no lixo. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estima que entre 10 mil e 28 mil toneladas de remédios são jogados fora pelos consumidores a cada ano. São remédios que vão para o lixo ou para o esgoto e podem poluir o solo e a água, trazendo risco ao ambiente e às pessoas. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), as causas do problema estão relacionadas ao uso intensivo, inadequado e irracional dos medicamentos. No Brasil, a questão está em discussão entre os órgãos públicos de saúde, representantes de organizações de defesa do consumidor e da indústria com o objetivo de se criar uma legislação específica para evitar o desperdício e reduzir o impacto ambiental do descarte dos medicamentos, além de conscientizar o usuário sobre a destinação final adequada dos produtos.

Segundo a Anvisa, a logística reversa significa utilizar o mesmo caminho que o medicamento faz até o consumidor final para que o resíduo seja recolhido e tratado da forma correta. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a importância de se descartar corretamente esse tipo de produto deve-se ao seu potencial perigo ao meio ambiente e à saúde humana. Apesar dos diferentes níveis de riscos relacionados ao descarte de medicamentos, como os descartados por hospitais, farmácias ou pela dona-de-casa, todo resíduo de produto farmacêutico precisa ser tratado adequadamente. Para a advogada Gislaine Barbosa de Toledo, da Fernando Quércia Advogados Associados, todas as pessoas em alguma fase da sua vida usaram medicamentos, contudo, o problema surge quando os medicamentos estão com prazo de validade vencido e não serão mais usados. Daí surge à seguinte pergunta: O que fazer com eles?

“A resposta geralmente é imediata jogar no lixo ou na rede de esgoto, todavia este processo é totalmente errado, visto que os resíduos de medicamentos podem contaminar o solo, a água, os animais, além do risco à saúde de pessoas que possam reutilizá-los de forma intencional ou por acidente em virtude de situação social. No caso em apreço pode ser somada a carência de informação da população em relação aos problemas da contaminação, bem como a falta de locais para os medicamentos serem descartados. Diante disto com a instituição da Política Nacional de Resíduos Sólidos através da Lei n.º 12.305/2010 e do Decreto n.º 7.404/2010, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), está promovendo campanhas sobre o tema, visando implantar políticas de protecionismo ao meio ambiente e a saúde da população”.

De acordo com ela, a Anvisa vem discutindo o tema Descarte de Medicamentos desde 2009, em linhas gerais com o referido tema busca-se implementar compromissos com o setor empresarial, conselhos profissionais, setores de transporte, publicidade, vigilâncias sanitárias, drogarias e farmácias, ou seja, com pessoas que se utilizam deste setor de forma direta ou indireta visando a implantação de uma logística reversa para os resíduos de medicamentos, além de implementação de acordos. Os compromissos para serem efetivos deverão ser não só entre o setor privado, mas também entre o Poder Público. Ela relaciona algumas maneiras para se livrar dos medicamentos de forma consciente:

– Efetuar doações de medicamentos que não estão mais sendo utilizados (desde que não estejam vencidos) para ONG’s ou igrejas;

– Comprar medicamentos fracionados, ou seja, comprar apenas medicamentos na quantidade necessária que irá usar;

– Criação de postos para coleta de remédios vencidos.

“Em São Paulo de forma pioneira podemos citar os exemplos da Eurofarma e Grupo Pão de Açúcar que lançaram o programa Descarte Correto de Medicamentos, em que as pessoas podem levar medicamentos vencidos, embalagens primárias de remédios, cartelas de comprimidos, agulhas, tubos de pomadas e qualquer material nos postos de arrecadação. Os materiais arrecadados são encaminhados a Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana) que adota procedimentos necessários para a destinação final dos resíduos de medicamentos de forma consciente e eficiente. Importante frisar que as bulas, caixas ou as embalagens de medicamentos, desde que não possuam contado direto com o produto, podem ser descartadas nas caixas seletivas normais, por não terem reagentes agressivos ao meio ambiente”.

Gislaine afirma que nas localidades que ainda não existem programas de coleta correta de medicamentos, uma forma de conscientização é procurar as Secretarias de Saúde para se informar sobre o seu destino. “No presente caso devemos cobrar providências imediatas das autoridades públicas, bem como propagarmos a importância do descarte de medicamentos em locais apropriados, visto o assunto em apreço ser uma responsabilidade social, pois agindo de forma consciente poderemos dar uma qualidade de vida melhor para as futuras gerações”, conclui.

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