Os criminosos digitais estão cada vez mais querendo acessar as empresas e a segurança da informação, nesse contexto, passa a ser um ponto de extrema importância ligada à estratégia corporativa. Para se ter uma ideia, estima-se que o número de ataques cibernéticos aumentou entre 30 e 40% na América Latina nos últimos anos.
Assim, para garantir um bom nível de segurança, é fundamental ter uma infraestrutura robusta. Portanto, deve-se investir em vários aspectos: arquitetura, design de um esquema de proteção, operações e práticas seguras, além de uma boa gestão de riscos.
Quanto à arquitetura, pode-se pensar na análise do projeto de uma prisão ou de uma base militar. Sempre se deve levar em consideração qual é a finalidade de um edifício. Ele abrigará réus de alta periculosidade? Que informações e objetos ficarão dentro de uma área militar?
O sistema precisa ser projetado como um todo, já que ele é formado por um conjunto de componentes que devem ser protegidos individualmente. Uma infraestrutura segura leva em conta um design geral da solução sem deixar de prestar atenção à proteção dos dados. Dessa forma, há uma segurança específica para cada um dos elementos: servidores, computadores, a rede, os componentes de comunicação, etc.
Ao configurar um serviço ou registrar um usuário, essas ações estão relacionadas a uma interação com um sistema e também devem ser feitas com segurança. Uma pessoa pode até ter um automóvel extremamente seguro e equipado com os melhores acessórios de segurança, mas acabará sofrendo um acidente se dirigir bêbado ou ultrapassar o limite de velocidade da via.
É preciso considerar as boas práticas que estabelecem qual é a melhor forma de atuar na maioria dos casos e das vezes. Precisa-se saber como são essas boas práticas e adotá-las para ter uma referência de aprimoramento.
Todas as empresas são diferentes. Cada setor tem suas próprias ameaças e exposições a riscos específicos. Por isso, é importante contar com uma referência. Quais seriam as circunstâncias de uma pequena e média empresa? Depende da área de atuação e da importância das informações com as quais essa empresa trabalha. Traçar um panorama de riscos gera certeza na hora de avaliar até que ponto deve-se otimizar o sistema e o que é preciso priorizar.
Quanto à computação na nuvem, possibilita a realização de operações seguras por causa de sua arquitetura e de seu design de soluções. A arquitetura da nuvem assemelha-se a uma fortaleza. Ela já fica armada e as operações e configurações são feitas pelo provedor, motivo pelo qual há menos exposição aos riscos.
E pode-se medir a eficácia de todo esse sistema?A NBR ISO/IEC 27004 de 04/2010 – Tecnologia da informação – Técnicas de segurança – Gestão da segurança da informação – Medição fornece as diretrizes para o desenvolvimento e uso de métricas e medições a fim de avaliar a eficácia de um Sistema de Gestão de Segurança da Informação (SGSI) implementado e dos controles ou grupos de controles, conforme especificado na NBR ISO/IEC 27001. Esta norma é aplicável a todos os tipos e tamanhos de organizações.
O usuário deste documento precisa interpretar corretamente cada uma das formas verbais das expressões fornecidas (por exemplo: “deve”, “não deve”, “convém que”, “não convém que”, “pode”, “não precisa” e “não pode”) como sendo um requisito a ser atendido e/ou recomendações em que existe certa liberdade de escolha. Convém que seja consultado o Anexo A da ISO/IEC 27000:2009 para esclarecimentos adicionais.
Esta norma fornece diretrizes para elaboração e uso de medidas e medições a fim de avaliar a eficácia de um Sistema de Gestão de Segurança da Informação (SGSI) implementado e de controles ou grupos de controles, conforme especificado na NBR ISO/IEC 27001. Isto inclui a política, gestão de riscos de segurança da informação, objetivos de controles, controles, processos e procedimentos, e apoio ao processo de sua revisão, ajudando a determinar se algum processo ou controle do SGSI precisa ser modificado ou melhorado.
É necessário lembrar que nenhuma medição de controles pode garantir segurança completa. A implementação desta metodologia constitui um Programa de Medição de Segurança da Informação. O Programa de Medição de Segurança da Informação vai apoiar a gestão na identificação e avaliação de processos e controles do SGSI ineficazes e não conformes e na priorização de ações associadas com a melhoria ou modificação desses processos e/ou controles.
Também pode auxiliar a organização na demonstração da conformidade com a NBR ISO/IEC 27001 e prover evidências adicionais para os processos de análise crítica pela direção e de gestão de riscos em segurança da informação. Esta norma assume que o ponto de partida para o desenvolvimento das medidas e medições é o entendimento claro dos riscos de segurança da informação que a organização enfrenta e que as atividades de análise de riscos da organização têm sido executadas corretamente (por exemplo, baseada na NBR ISO/IEC 27005), conforme requerido pela NBR ISO/IEC 27001.
O Programa de Medição de Segurança da Informação encorajará que uma organização forneça informações confiáveis às partes interessadas pertinentes relacionadas com os riscos de segurança da informação e com a situação do SGSI implementado para gerenciar esses riscos. Se for eficazmente implementado, o Programa de Medição de Segurança da Informação aumentará a confiança das partes interessadas nos resultados das medições e possibilitará às partes interessadas a usarem essas medidas para realizar a melhoria contínua da segurança da informação e do SGSI.
Os resultados acumulados de medição permitirão a comparação do progresso em atingir os objetivos de segurança da informação sobre um período de tempo como parte de um processo de melhoria contínua do SGSI da organização. A NBR ISO/IEC 27001 exige que a organização “realize análises críticas regulares da eficácia do SGSI levando em consideração os resultados da eficácia das medições” e que “meça a eficácia dos controles para verificar se os requisitos de segurança da informação foram alcançados”.
A NBR ISO/IEC 27001 também exige que a organização “defina como medir a eficácia dos controles ou grupo de controles selecionados e especifique como essas medidas devem ser usadas para avaliar a eficácia dos controles para produzir resultados comparáveis e reproduzíveis”. A abordagem adotada por uma organização para atender os requisitos de medição especificados na NBR ISO/IEC 27001 vai variar de acordo com o número de fatores significantes, incluindo os riscos de segurança da informação que a organização enfrenta, o tamanho da organização, recursos disponíveis, e requisitos legais, regulatórios e contratuais aplicáveis.
A seleção e a justificativa criteriosa do método usado para atender aos requisitos de medição são importantes para assegurar que recursos em excesso não sejam direcionados a estas atividades do SGSI em detrimento de outras. Em condições ideais, as atividades de medição em curso devem ser integradas nas operações normais da organização com um acréscimo mínimo de recursos.
Os objetivos da medição de Segurança da informação no contexto de um SGSI incluem: avaliar a eficácia dos controles ou grupos de controles implementados (ver “4.2.2 d)” na Figura 1); avaliar a eficácia do SGSI implementado (ver 4.2.3 b)” na Figura 1); verificar a extensão na qual os requisitos de segurança da informação identificados foram atendidos (ver “4.2.3 c)” na Figura 1); facilitar a melhoria do desempenho da segurança da informação em termos dos riscos de negócio globais da organização; fornecer entradas para a análise crítica pela direção para facilitar as tomadas de decisões relacionadas ao SGSI e justificar as melhorias necessárias do SGSI implementado.
A Figura 1 ilustra o relacionamento cíclico de entrada e saída das atividades de medição em relação ao ciclo Planejar-Fazer-Checar-Agir (PDCA), especificado na NBR ISO/IEC 27001. Os números em cada figura representam as subseções relevantes da NBR ISO/IEC 27001:2006.
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Convém que a organização estabeleça objetivos de medição baseados em certas considerações, incluindo: o papel da segurança da informação em apoiar as atividades globais da organização e os riscos que ela encara; requisitos legais, regulatórios e contratuais pertinentes; estrutura organizacional; custos e benefícios de implementar as medidas de segurança da informação; critério de aceitação de riscos para a organização; e a necessidade de comparar diversos SGSI dentro da própria organização. Convém que uma organização estabeleça e gerencie um Programa de Medição de Segurança da Informação, a fim de alcançar os objetivos de medição estabelecidos e adotar um modelo PDCA nas atividades de medição globais da organização.
Também convém que uma organização desenvolva e implemente modelos de medições, a fim de obter resultados repetitivos, objetivos e úteis da medição baseado no Modelo de Medição da Segurança da Informação (ver 5.4). Convém que o Programa de Medição de Segurança da Informação e o modelo de medição desenvolvidos assegurem que uma organização alcance efetivamente os objetivos e as medições de forma repetitiva e forneça os resultados das medições para as partes interessadas pertinentes de modo a identificar as necessidades de melhorias do SGSI implementado, incluindo seu escopo, políticas, objetivos, controles, processos e procedimentos.
Convém que um Programa de Medição de Segurança da Informação inclua os seguintes processos: desenvolvimento de medidas e medição (ver Seção 7); operação da medição (ver Seção 8); relato dos resultados da análise de dados e da medição (ver Seção 9); e avaliação e melhoria do Programa de Medição de Segurança da Informação (ver Seção 10). Convém que a estrutura organizacional e operacional de um Programa de Medição de Segurança da Informação seja determinada levando em consideração a escala e a complexidade do SGSI do qual ele é parte.
Em todos os casos, convém que os papéis e responsabilidades para o Programa de Medição de Segurança da Informação sejam explicitamente atribuídos ao pessoal competente ( ver 7.5.8). Convém que as medidas selecionadas e implementadas pelo Programa de Medição de Segurança da Informação, estejam diretamente relacionadas à operação de um SGSI, a outras medidas, assim como aos processos de negócio da organização.
As medições podem ser integradas às atividades operacionais normais ou executadas a intervalos regulares determinados pela direção do SGSI. Assim, o Modelo de Medição de Segurança da Informação é uma estrutura que relaciona uma necessidade de informação com os objetos relevantes da medição e seus atributos. Objetos de medição podem incluir processos planejados ou implementados, procedimentos, projetos e recursos.
O Modelo de Medição de Segurança da Informação descreve como os atributos relevantes são quantificados e convertidos em indicadores que fornecem uma base para a tomada de decisão. A Figura 2 mostra o modelo de medição de Segurança da Informação.
Uma medida básica é a medida mais simples que pode ser obtida. A medida básica resulta da aplicação do método de medição aos atributos selecionados de um objeto de medição. Um objeto de medição pode ter muitos atributos, dos quais somente alguns podem fornecer valores úteis a serem atribuídos a uma medida básica. Um dado atributo pode ser usado para diversas medidas básicas.
Um método de medição é uma sequência lógica de operações usadas para quantificar um atributo de acordo com uma escala especificada. A operação pode envolver atividades, tais como a contagem de ocorrências ou observação da passagem do tempo. Um método de medição pode aplicar atributos a um objeto de medição.
Exemplos de um objeto de medição incluem mas não estão limitados a: desempenho dos controles implementados no SGSI; situação dos ativos de informação protegidos pelos controles; desempenho dos processos implementados no SGSI; comportamento do pessoal que é responsável pelo SGSI implementado; atividades de unidades organizacionais responsáveis pela segurança da informação; e grau da satisfação das partes interessadas.
Um método de medição pode usar objetos de medição e atributos de variadas fontes, tais como: análise de riscos e resultados de avaliações de riscos; questionários e entrevistas pessoais; relatórios de auditorias internas e/ou externas; registros de eventos, tais como logs, relatórios estatísticos, e trilhas de auditoria; relatórios de incidentes, particularmente aqueles que resultaram na ocorrência de um impacto; resultados de testes, por exemplo, testes de invasão, engenharia social, ferramentas de conformidade, e ferramentas de auditoria de segurança; ou registros de segurança da informação da organização relacionados a programa e procedimentos, por exemplo, resultados de treinamentos de conscientização em segurança da informação.
Uma medida derivada é um agregado de duas ou mais medidas básicas. Uma dada medida básica pode servir como entrada para diversas medidas derivadas. Uma função de medição é um cálculo usado para combinar medidas básicas para criar uma medida derivada. A escala e a unidade da medida derivada dependem das escalas e unidades das medidas básicas das quais ela é composta, assim como da forma como elas são combinadas pela função de medição.
A função de medição pode envolver uma variedade de técnicas, como média de medidas básicas, aplicação de pesos a medidas básicas, ou atribuição de valores qualitativos a medidas básicas. A função de medição pode combinar medidas básicas usando escalas diferentes, como porcentagens e resultados de avaliações qualitativas. Um exemplo do relacionamento de elementos adicionais na aplicação do modelo de medição de Segurança da informação, por exemplo, medidas básicas, função de medição e medidas derivadas são apresentadas na Tabela 2.
Um indicador é uma medida que fornece uma estimativa ou avaliação de atributos especificados derivados de um modelo analítico de acordo com a necessidade de informação definida. Indicadores são obtidos pela aplicação de um modelo analítico a uma medida básica e/ou derivada, combinando-as com critérios de decisão. A escala e o método de medição afetam a escolha das técnicas analíticas utilizadas para produzir os indicadores. Um exemplo de relacionamentos entre medidas derivadas, modelo analítico e indicadores para o modelo de medição de Segurança da informação é apresentado na Tabela 3.
Se um indicador for representado em forma gráfica, convém que possa ser usado por usuários visualmente debilitados e que cópias monocromáticas possam ser feitas. Para tornar a representação possível, convém que ela inclua cores, sombreamento, fontes ou outros métodos visuais.
Os resultados de medição são desenvolvidos pela interpretação de indicadores aplicáveis baseados em critérios de decisão definidos e convém que sejam considerados no contexto global dos objetivos de medição para avaliação da eficácia do SGSI. O critério de decisão é usado para determinar a necessidade de ação ou investigação futura, bem como para descrever o nível de confiança nos resultados de medição.
Os critérios de decisão podem ser aplicados a uma série de indicadores, por exemplo, para conduzir análise de tendências baseadas em indicadores recebidos a intervalos de tempo diferente. Alvos fornecem especificações detalhadas para desempenho, aplicáveis à organização ou partes dela, derivados dos objetivos de segurança da informação tais como os objetivos do SGSI e objetivos de controle, e que precisam ser definidos e atendidos para se alcançar esses objetivos.
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