Identificação por rádio frequência deve ser feita conforme a norma técnica

rfi

A Identificação por Rádio Frequência (RFID – Radio-Frequency IDentification) foi usado pela primeira vez pelo físico escocês Robert Alexander Watson-Watt que desenvolveu, em conjunto com o exército britânico, um sistema para identificação de aeronaves amigas no radar, para tornar realmente efetiva a preparação contra ataques inimigos. Assim, foram implantados transmissores em aviões ingleses que davam respostas diferentes ao radar, indicando-os como amigos. Deste modo, estava implantado o primeiro sistema de identificação por rádio frequência.

Um sistema de RFID é composto, basicamente, de uma antena, um transceptor, que faz a leitura do sinal e transfere a informação para um dispositivo leitor, e também um transponder ou etiqueta de RF (rádio frequência), que deverá conter o circuito e a informação a ser transmitida. Estas etiquetas podem estar presentes em pessoas, animais, produtos, embalagens, enfim, em equipamentos diversos.

Assim, a antena transmite a informação, emitindo o sinal do circuito integrado para transmitir suas informações para o leitor, que por sua vez converte as ondas de rádio do RFID para informações digitais. Depois de convertidas, poderão ser lidas e compreendidas por um computador para então ter seus dados analisados.

As etiquetas passivas utilizam a rádio frequência do leitor para transmitir o seu sinal e normalmente têm com suas informações gravadas permanentemente quando são fabricadas. Contudo, algumas destas etiquetas são regraváveis. Já as ativas são muito mais sofisticadas e caras e contam com uma bateria própria para transmitir seu sinal sobre uma distância razoável, além de permitir armazenamento em memória RAM capaz de guardar até 32 KB.

As frequências usadas em um sistema RFID podem variar muito de acordo com a sua utilização. Um sistema de radar possui frequência e alcances muito maiores que um sistema de pagamento via telefone celular, por exemplo. O sistema de identificação por rádio frequência pode atuar em diversas frentes, que podem ir desde aplicações médicas e veterinárias até uso para pagamento e substituição de códigos de barras.

Em supermercados e lojas seria usado para o controle de estoque. Com etiquetas RFID presentes em todos os produtos, por meio das ondas de rádio seria possível ter um relato completo e preciso de tudo que está em estoque, evitando erros e dispensando a necessidade de fazer balanços mensais demorados e manuais.

Para conferir mais segurança e evitar roubo de cargas, empresas de transporte e logística já vêm implantando o sistema de RFID para rastrear as cargas. Isso é, acima de tudo, uma medida de segurança, visto que o rastreamento pretende coibir a ação de ladrões, afinal, não importa para onde vá, a carga terá sua posição localizada em tempo real.

Com a crescente ameaça de extinção que sofrem diversas espécies de animais em todo o mundo, o sistema RFID é bastante útil para este tipo de controle, pois etiquetas inseridas em animais criados em cativeiros e soltos na floresta podem dar sua exata posição. Isso facilita em muito o trabalho de biólogos na hora de verificar como foi a adaptação do animal em seu “novo” habitat.

Além disso, os chips inseridos em animais domésticos (como cães e gatos) podem acabar com o grande número de bichos abandonados nas grandes cidades, afinal, desta forma se tem um controle sobre quem é o dono do animal, facilitando a aplicação de medidas legais para coibir este tipo de atos.

Atualmente, algumas modalidades de corridas utilizam este sistema para medir com precisão o tempo de cada participante. Esta tecnologia também pode facilitar a vida das pessoas através de identificações biométricas, como passaportes e documentos de identidades. Desta forma, um chip de RFID seria implantando em um único documento e ali estariam contidas todas as informações básicas a seu respeito: números de documentos, cor dos olhos, altura, impressões digitais, etc.

Mas, há muita controvérsia quando o assunto é implante de chips em seres humanos. Isso porque se por um lado um chip poderá facilitar a realização de pagamentos, diagnósticos médicos e também a localização de vítimas de sequestros, por exemplo, por outro esta tecnologia pode ser usada para espionagem e invasão de privacidade de qualquer um.

A NBR 15006 de 08/2016 – Identificação de animais por radiofrequência – Conceitos técnicos especifica como um transponder é ativado e como as informações armazenadas são transferidas a um transceptor. O conceito técnico descrito para identificação animal é baseado no princípio da identificação por radiofrequência (RFID). Esta norma deve ser aplicada em conjunto com a NBR 14766:2012, a qual descreve a estrutura e o conteúdo da informação dos códigos armazenados no transponder. O cumprimento da Seção 6 pode envolver o uso de patentes relativas a métodos de transmissão.

A comprovação, a validade e os objetivos desses direitos de patentes, assim como seu uso, devem ser tratados diretamente entre as partes interessadas. O sistema deve ser definido de tal forma que um transceptor leia tanto os transponders FDX (dúplex pleno) quanto os HDX (meio dúplex).

Um transceptor fixo deve ativar transponders usando um campo de ativação com uma frequência de ativação de (134,2 ± 13,42 x 10-3) kHz. O período de ativação deve ser de 50 ms. Se um sinal FDX for recebido durante a ativação, mas não for validado, o período de ativação deve ser aumentado até que o telegrama de identificação seja validado, mas não superior a 100 ms. Consecutivamente, deve haver uma pausa no sinal de ativação. Se for recebido um sinal HDX, a pausa deve durar 20 ms. Se não for detectado qualquer sinal HDX dentro de 3 ms após uma atenuação de 3 dB do campo de ativação, a ativação deve ser reiniciada.

Para fins de sincronização, cada décimo ciclo de ativação deve ter um padrão fixo composto de uma ativação de 50 ms, seguida de uma pausa de 20 ms (ver Anexo B), que indica o início do novo período de transmissão. Um transceptor móvel deve ser capaz de detectar a presença de transceptores ativos adicionais através do recebimento de sinais de ativação.

Se não for detectado qualquer sinal de ativação dentro de 30 ms, o transceptor móvel está fora de alcance do campo de outros transceptores ativos e deve usar o protocolo de ativação definido acima para um transceptor fixo. Se o transceptor móvel detectar um sinal de ativação, ele deve aguardar a borda de subida do próximo sinal de ativação e deve ficar ativo durante um período fixo de 50 ms.

O código de identificação deve estar de acordo com a NBR 14766. O código de identificação, os bits de detecção de erro CRC (ver Anexo A) e o trailer devem ser transmitidos iniciando-se com os LSB e terminando com os MSB. Tendo em vista futuros aperfeiçoamentos, como, por exemplo, transponders multipáginas incorporando sensores e/ou memória gravável, o telegrama de identificação deve terminar em 24 bits de trailer, nos quais, por exemplo, as informações vindas dos sensores ou os conteúdos das páginas de trailer podem ser armazenados.

Se o flag para blocos de dados adicionais, especificado na NBR 14766, for 0 (zero) binário, o valor dos bits de trailer será não especificado. O valor dos bits de trailer para blocos de dados adicionais não é definido nesta norma. Não é necessário ler esses bits para detectar corretamente o código de identificação, uma vez que os erros no trailer não serão detectados pelo protocolo de detecção de erro do telegrama de identificação.

Para o sistema dúplex pleno, um transponder FDX que receba o campo de ativação deve transmitir o seu código durante o período de ativação. O transponder FDX usa uma subportadora modificada DBP, cuja amplitude é modulada sobre a portadora de radiofrequência.

Devido ao fato da inclinação de uma transição baixo-alto não ser infinitamente íngreme, toda transição baixo-alto avança no tempo em um máximo de oito ciclos para obter desempenho ótimo. O transponder deve enviar sua mensagem de volta, utilizando as faixas de frequência 129,0 kHz a 133,2 kHz e 135,2 kHz a 139,4 kHz. A duração de um bit é de 32 ciclos de campo de ativação. Isto corresponde a uma taxa de transmissão de 4 194 bits/s.

Para o sistema meio dúplex, se não for recebido qualquer sinal FDX durante a ativação, ou se um sinal FDX for recebido e validado, a ativação deve cessar após 50 ms e uma interrupção do campo de ativação deve ser mantida durante pelo menos 3 ms. A atenuação do campo de ativação de – 3 dB para – 80 dB é concluída dentro de 1 ms.

Um transponder HDX carregado com energia durante a ativação usa a interrupção para transmitir o seu sinal. O transponder HDX deve responder entre 1 ms e 2 ms após uma atenuação de 3 dB do sinal de ativação. Se não for detectado qualquer sinal HDX dentro de 3 ms após uma atenuação de 3 dB do sinal de ativação, a ativação deve ser retomada.

ISO Survey 2015

The ISO Survey of Certifications é uma pesquisa anual do número de certificados válidos para as normas ISO de sistema de gestão em todo o mundo. Para compilar a informação nesta pesquisa, houve contatos com os organismos de certificação credenciados e foram solicitadas as informações sobre o número de certificados válidos em 31 de dezembro de 2015.

O resultado foi uma visão abrangente das certificações nessas normas atualmente disponíveis, apesar das flutuações no número de certificados de ano para ano, devido a diferenças no número de participantes de organismos de certificação e o número de certificados comunicados.

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survey

Previsão: para onde vai a TV

A intenção do estudo foi trazer um olhar aprofundado sobre as expectativas dos telespectadores em 2020, e a evolução que elas irão provocar na experiência do consumidor de TV

Com base em uma ampla pesquisa feita pela Ericsson (NASDAQ: ERIC), o Projeto Media Vision 2020 traçou a visão estratégica da empresa, mostrando como evoluirão a TV e o cenário da mídia. A Ericsson definiu os seis fatores mais influentes que impulsionam sua Media Vision 2020 com o Game Changers sendo elementos fundamentais de interconexão de negócios, consumidores e tecnologia.

“A Experiência em Constante Evolução” da Ericsson é o primeiro dos seis Game Changers. O relatório traça um retrato de como o consumo da geração de 2020 contará com experiências de TV, cinema e jogo integradas, acessíveis e adaptadas aos seus interesses, dispositivos e situações pessoais. Maior definição, várias telas e interatividade envolverão de maneira mais transparente o conteúdo premium, em um mundo em que o vídeo se funde com as mídias sociais. A Ericsson também explora como a definição de “experiência” está se expandindo, à medida que o setor de mídia perde sua exclusividade na formação desta experiência para fabricantes de dispositivos, redes sociais e aplicativos. A visão do Game Changer “A Experiência em Constante Evolução” da Ericsson pode ser conferida no quadro abaixo.

TV

* Mercados avançados de TV

Fonte : Relatório The Game Changer “A Experiência em Constante Evolução”, da Ericsson

“Os consumidores estão mudando, rapidamente, os seus valores e suposições sobre a descoberta, o acesso e a experiência de conteúdo de TV por assinatura. E o setor de mídia tem de se adaptar para atender a essas expectativas”, diz Adrian Gioia, diretor de desenvolvimento de soluções para TV e multimídia da Ericsson na América Latina.  “Os proprietários de conteúdo e emissoras devem mudar os formatos de programação, os direitos de distribuição e os modelos de publicidade. Os provedores de serviços de TV devem se tornar agregadores de valor definitivos e permitir que os telespectadores escolham e misturem o conteúdo de uma forma específica e encontrem tudo sobre qualquer coisa. Expomos a nossa visão da evolução da experiência de TV para dar aos nossos clientes o conhecimento necessário para atender os consumidores exigentes de 2020”.

À medida que os consumidores impulsionam a mudança e impõem exigências sobre a tecnologia e os modelos de negócios do setor de mídia, o Game Changer “A Experiência em Constante Evolução” da Ericsson destaca os impactos específicos que permitem aos proprietários de conteúdo, emissoras, provedores de serviços de TV, proprietários de redes e anunciantes ter sucesso no caminho para 2020. O relatório completo em inglês: Media Vision 2020

A mídia e o cidadão

NORMAS COMENTADAS

 NBR 14039 – COMENTADA
de 05/2005

Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV. Possui 140 páginas de comentários…

Nr. de Páginas: 87

 NBR 5410 – COMENTADA
de 09/2004

Instalações elétricas de baixa tensão – Versão comentada.

Nr. de Páginas: 209

 NBR ISO 9001 – COMENTADA
de 11/2008

Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos. Versão comentada.

Nr. de Páginas: 28

Ruy Martins Altenfelder Silva

A Pesquisa Brasileira de Mídia, encomendada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República ao Ibope, traz algumas novidades, mas basicamente ajuda a confirmar e dimensionar tendências já detectadas aqui e no exterior. Suas conclusões certamente poderão balizar a comunicação mais eficiente do governo com a população, especialmente nas chamadas mídias eletrônicas (rádio, tv e internet), já que tanto as emissoras quanto os programas e sites oficiais são pouco lembrados e ainda menos assistidos.

De acordo com o levantamento, a televisão é a campeã inconteste de audiência em todo o país, pois 65% dos brasileiros se postam diariamente, por mais de três horas, diante da telinha. Esse percentual sobe para 82%, quando considerados aqueles que a assistem cinco ou seis dias por semana. Surpresa, pelo menos para quem não está muito familiarizado com estudos sobre a mídia, é a forte preferência declarada dos telespectadores por noticiários e outros programas de cunho jornalístico, que bate em 80%, deixando em segundo lugar as novelas, com 48%.

O rádio vem em segundo lugar, mas com um dado que desmente sua penetração nos estados com ocupação mais refeita. No Centro-Oeste, por exemplo, 52% da população nunca ouve rádio, o mesmo que acontece com 51% dos moradores da Região Norte. A maior audiência está no Rio Grande do Sul, com 72% dos gaúchos sintonizando suas emissoras preferidas pelo menos uma vez por semana. O último lugar fica com o Maranhão (9%). Não foi abordado na pesquisa o quesito programas mais ouvidos, o que daria mais clareza ao perfil dos ouvintes.

O terceiro lugar do ranking já pertence à internet, embora 53% da população nacional ainda não acessem esse meio de comunicação, enquanto 26% ficam ligados na web durante a semana, com uma média diária de mais de três horas e meia. Nenhuma surpresa: a internet é a campeã entre os jovens menores de 25 anos (77%) e a menos cotada entre os maiores de 65 anos (3%).

Com 68% das citações, as redes sociais aparecem com as mais acessadas, com prevalência do Facebook – uma tendência que estatísticas mais recentes sinalizam com já sendo abandonada pelos mais jovens. Aliás, o Facebook, com 38%, é o site mais procurado por quem está interessado em informação, seguida por portais essencialmente jornalísticos e ligados à mídia impressa, como o Globo.com, G1 e UOL. Entre os entrevistados, em respostas de múltipla escolha, o acesso à internet por celular registra sensível avanço, com 40% das citações, contra os 80% dos computadores.

Quando se chega à mídia impressa, é sensível a queda da leitura de jornais e revistas entre os hábitos dos brasileiros: 70% e 85%, respectivamente, nunca abrem um jornal ou uma revista – fato que vem confirmar as previsões de que esses meios de comunicação estão fadados ao desaparecimento. Já os mais otimistas alimentam a esperança de que, com esses tradicionais veículos de comunicação, aconteça o mesmo que ocorreu com o cinema, condenado à morte quando a televisão se popularizou.

Ou seja, que os jornais e revistas consigam sobreviver e até se fortalecer numa simbiose com os outros meios que ameaçam sua sobrevivência. Além disso, é bom não confundir o meio com a mensagem, pois o bom jornalismo pode ser exercido em outras mídias que não a impressa. E mais, como demonstra a preferência pelos programas noticiosos de TV, a fome pela informação não está desaparecendo entre as pessoas; ao contrário, só faz crescer.

Num importante quesito, entretanto, mídia impressa leva nítida vantagem. Quando está em jogo credibilidade, ou a confiança na notícia recebida, 53% dos leitores acreditam no leem nos jornais, enquanto apenas 28% dos usuários põem fé nas informações postadas nas redes sociais. Outro ponto a observar na pesquisa é o peso da oferta de serviços de interesse da população. Por exemplo, no amplo sistema de emissoras, programas e sites mantido e alimentado pelo governo federal, apenas dois sites receberam citações de acesso acima dos 10% e ambos com foco em assuntos de grande interesse: o do Ministério da Educação, com 12,6%, e o da Receita Federal, com 12,3%.

Na análise das várias segmentações estatísticas apresentadas pela Pesquisa Brasileira de Mídia, aparece um forte sinal. O acesso aos meios de comunicação  tem relação direta com dois indicadores sociais nos quais o Brasil não brilha, apesar de avanços recentes: a escolaridade e o nível de renda. Ou seja, quem tem mais anos de estudo e orçamento mais folgado, poderá ser um cidadão mais bem informado e com maior visão de mundo.

Será, por exemplo, um eleitor mais consciente na escolha de seus representantes; um melhor pai ou um melhor professor para as crianças e jovens; um indivíduo mais preparado para usufruir os direitos – e para cumprir os deveres – da cidadania; e assim por diante. Por tudo isso, para quem se interessa pelo tema, é sempre importante lembrar de aliar as pesquisas de mídia à qualidade do conteúdo que elas transmitem.

Ruy Martins Altenfelder Silva é presidente do Conselho Diretor do CIEE Nacional e da Academia Paulista de Letras Jurídicas.

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Aprovado o Marco Civil da internet

PROJETOS DE NORMAS TÉCNICAS

No link https://www.target.com.br/produtossolucoes/nbr/projetos.aspx é possivel ter conhecimento dos Projetos de Norma Brasileiras e Mercosul, disponíveis para Consulta Nacional. Selecione o Comitê Técnico desejado e clique sobre o código ou título para consultar.

Foi aprovado o projeto de lei conhecido como Marco Civil da Internet pelo plenário da Câmara dos Deputados em votação quase unânime, sendo o único voto contrário do PPS (Partido Popular Socialista). Após diversas tentativas de deliberação no Congresso Nacional, o texto finalmente segue à apreciação do Senado Federal. Segundo o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), a construção do Marco Civil se iniciou como uma reação a iniciativas legislativas, em especial o PL (Projeto de Lei) Azeredo que passou a ser chamado de AI-5 Digital – que disciplinava o uso da internet na perspectiva repressiva, de punição a crimes cometidos por seus usuários. A mobilização em resposta ao tratamento exclusivamente criminal da internet pressionou pela criação de uma carta de direitos para a rede que garantisse a liberdade de expressão, a privacidade, a diversidade e a neutralidade da rede – inspirado no Decálogo de Princípios do CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil).

Por meio de uma plataforma colaborativa inovadora, o projeto de lei foi colocado em consulta pública online em 2009 e recebeu milhares de contribuições da sociedade. O Idec participou desse processo e acompanhou o encaminhamento do projeto de lei à Câmara dos Deputados em 2011, lançando uma campanha online de apoio à aprovação do Marco Civil que enviou mais de 11,5 mil mensagens aos deputados e deputadas. Foram muitas as resistências à sua aprovação, em geral, diretamente relacionadas a poderosos interesses econômicos, como os representados pelas empresas de telecomunicações.

O principal alvo das operadoras é a neutralidade da rede, o princípio que garante o tráfego não discriminatório de pacotes de dados na internet, impedindo que as empresas de telecomunicações deem prioridade ou degradem determinados conteúdos, serviços e aplicações online segundo seus interesses. Apesar da pressão contrária desse setor, a neutralidade foi assegurada no texto final que segue ao Senado, com a defesa de que todos possam navegar na internet sem bloqueios, independente se for para acessar textos, vídeos, e-mails, ou mesmo no caso de ser um produtor desse conteúdo, sem uma cobrança diferenciada por cada perfil de internauta.

Outra garantia fundamental presente do PL é a proteção à liberdade de expressão e ao acesso à informação com a previsão de ordem judicial para a responsabilização de sites em relação a conteúdos de terceiros. O crivo judicial nesses casos é relevante para que se possa equilibrar os diferentes diretos envolvidos na decisão de retirar ou não um conteúdo do ar. Por fim, há disposições importantes com relação à privacidade.

A redação final da Câmara, entre outros pontos, reforça a inviolabilidade do sigilo das comunicações, prevendo critérios para o acesso a essas informações em investigações, e consagra o princípio da finalidade para a coleta de dados pessoais. Interessa registrar, porém, que diferentes organizações da sociedade civil, entre elas o Idec, têm críticas a atual redação do art. 15, que estabelece a guarda obrigatória dos registros de navegação dos usuários para um perfil determinado de provedores de aplicações (sites) – discussão que ficará para o Senado.

De forma geral, a votação representou um marco histórico para a garantia dos direitos dos internautas brasileiros e reflete a força da mobilização da sociedade por uma rede aberta, livre e neutra, concebida a partir da diversidade e da colaboração. “Há bastante pela frente: a tramitação no Senado, a aprovação das regulamentações previstas no PL e a efetivação dos direitos nele assegurados.

Apesar do caminho que ainda deve ser percorrido, o momento é de comemoração pelos passos fundamentais que já foram dados até aqui”, conclui a advogada do Idec Veridiana Alimonti. Para ler o projeto na íntegra, clique no link http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1238705&filename=Tramitacao-PL+2126/2011

As fraudes escondidas nos e-mails

Segundo a Proteste, hoje em dia é muito comum ser alvo de algum tipo de phishing (fraude eletrônica) e um dos artifícios destes ataques é o spear phishing, tipo de e-mail que parece ter sido enviado por alguma empresa ou alguém que você conhece, mas na verdade é uma tentativa de golpe virtual. Por isso, é preciso ficar alerta, pois estes e-mails são enviados por hackers que cobiçam os números das contas bancárias, cartões de crédito, senhas e até mesmo pontos de programa de vantagens vinculados a cartões de crédito.

Em alguns casos, o fraudador encaminha um e-mail contendo uma solicitação de resgate de pontos de um programa de vantagens de cartão de crédito. Porém, quando o usuário acessa o link é encaminhado para uma página falsa usada na prática de phishing. O primeiro sinal de fraude é o fato de ser ilegal vender milhas acumuladas para terceiros ou sites intermediadores, pois vai contra as regras estabelecidas no contrato de adesão dos programas de fidelização.

Caso a vítima não perceba o perigo e aceite a proposta do spear phishing, a possibilidade de fraude é grande, pois não existe nenhuma garantia de recebimento dos valores ou prêmios, principalmente por se tratar de uma ilegalidade. E caso aceite a proposta do e-mail, não teria como reclamar nos órgãos de defesa do consumidor em caso de prejuízo, pois participou de maneira ativa da fraude desrespeitando o contrato com a operadora do seu cartão de crédito.

A recomendação da Proteste para este tipo de spear phishing é denunciar o golpe para as autoridades policiais, por meio das Delegacias de Crimes Eletrônicos e eventualmente aguardar algum tipo de indenização caso os responsáveis sejam identificados. Porém, a companhia área ou a operadora de cartão de crédito não será obrigada a reparar os danos.

Para não cair neste tipo de armadilha virtual é importante ler atentamente as regras do programa de vantagens do cartão de crédito. E lembrar sempre que para a segurança do cliente as empresas oferecem apenas a possibilidade de transferência por meio do site oficial do programa e esta é a única maneira segura de fazer o processo.

Sobre o resgate de pontos a lógica é a mesma. O consumidor só pode utilizar os pontos na rede credenciada da sua operadora de cartão de crédito. Qualquer subterfúgio pode colocar em risco seu patrimônio e dados pessoais. Caso receba alguma proposta de resgate de prêmios, fique atento! Pois não existe a possibilidade de receber prêmios ou qualquer benefício fora do programa oficial da sua operadora, prêmio ou afins só podem ser resgatados/concorridos por meios oficiais do programa de pontuação.

Algumas dicas para não ser uma vítima de phishing: desconfiar de vantagens em divergência com as práticas de mercado; atentar-se aos certificados de segurança digitais da página; pesquisar previamente a reputação do site na internet, páginas dos órgãos de defesa do consumidor, redes sociais e fóruns de discussão; priorizar as páginas conhecidas pelo público em geral; e verificar se o site possui telefone, endereço e CNPJ.

Cabeamento estruturado residencial

cabeamentoA demanda por serviços de comunicação, tais como voz, imagem, dados e controles prediais vem tendo um crescimento constante, ainda que, no período entre os anos de 1999 a 2001, a oferta tenha sido muito maior, acarretando complicações financeiras particularmente para as empresas de telecomunicação. Esta demanda é verdadeira tanto em empresas como em residências, com a instalação de mais de uma linha telefônica, ou a instalação de telefones em vários cômodos e pontos de interligação de computadores (rede de computadores) em vários cômodos e entre residências num mesmo condomínio.

Para as empresas, a comunicação é vital para a operação dos negócios, seja voz, seja dados, e principalmente dados. Os novos prédios comerciais têm frequentemente adotado métodos de controle predial (edifícios inteligentes), como forma de otimizar e melhorar segurança e uso de eletricidade, bem como o conforto.

Assim sendo, o sistema de cabeamento estruturado surge como opção óbvia para o projeto de edificações, em lugar do cabeamento convencional, onde cada sistema ou tecnologia exige seu cabeamento próprio. O cabeamento estruturado é flexível, pois permite a agregação de várias tecnologias sobre uma mesma plataforma (ou cabo); é de fácil administração, pois qualquer mudança não passa pela troca dos cabos, e sim por configuração em painéis próprios; tem relação investimento/benefício excelente, pois prevê longa vida útil, com suporte a tecnologias futuras com pouca ou nenhuma modificação, e permite modificações de layout ou de serviços providos com a simples alteração de conexões no painel.

O cabeamento estruturado é um cabeamento de baixa corrente e tensão para uso integrado em comunicações de voz, dados, controles prediais e imagem, preparado de tal maneira que atende aos mais diversos tipos e layouts de instalação, por um longo período de tempo, sem exigir modificações físicas da infra-estrutura. A idéia é que o este cabeamento proporcione ao usuário uma tomada universal, onde ele possa conectar diferentes aplicações como computador, telefone, fax, rede local, TV a cabo, sensores, alarme, etc. Isto contrapõe-se ao conceito de cabeamento dedicado, onde cada aplicação tem seu tipo de cabo e instalação.

Assim, sinal de tv requer cabos coaxiais de 75 ohms e conectores e painéis específicos; o sistema de telefonia requer fios apropriados, tomadas e painéis de blocos específicos; redes de computadores usam ainda cabos multivias dedicados. Isso resulta em diversos padrões proprietários ou não de cabos, topologias, conectores, padrões de ligações, etc. O conceito de cabeamento estruturado surge como resposta com o intuito de padronizar o cabeamento instalado em edifícios comerciais ou residenciais, independente das aplicações a serem usadas nos mesmos.

O cabeamento estruturado provavelmente originou-se de sistemas telefônicos comerciais, onde o usuário constantemente mudava sua posição física no interior de uma edificação. Projetou-se um cabeamento de modo a existir uma rede horizontal fixa, ligada a uma central de distribuição, onde cada ponto podia ser ativado ou desativado facilmente. Um ponto de tomada podia ser rapidamente alternado ou deslocado por meio de uma troca de ligações. O sistema evoluiu para que diversos tipos de redes pudessem ser interligados, mantendo o cabeamento horizontal e tornando as tomadas de uso múltiplo.

A NBR 16264:2014 – Cabeamento estruturado residencial especifica um sistema de cabeamento estruturado para uso nas dependências de uma residência ou um conjunto de edificações residenciais e especifica uma infraestrutura de cabeamento para três grupos de aplicações: tecnologias da informação e telecomunicações (ICT); tecnologias de broadcast (BCT); e automação residencial (AR). Ela considera os seguintes meios físicos: cabo balanceado; cabo coaxial; e cabo óptico.

Essa norma especifica os requisitos mínimos para: a) topologia; b) configuração mínima; c) desempenho de enlace permanente e canal; d) densidade e localização dos pontos de conexão; e) interfaces para equipamentos de aplicação específica e rede externa; f) coexistência com outros serviços da edificação. Os requisitos de segurança (elétrica, incêndio, etc.) e compatibilidade eletromagnética estão fora do escopo dessa norma.

Para uma instalação de cabeamento estar em conformidade com esta norma, aplicam-se os seguintes critérios: a) deve suportar aplicações ICT; b) aplicações ICT e BCT devem estar em conformidade com os requisitos da Seção 5; c) aplicações CCCB devem estar em conformidade com os requisitos da Seção 6; d) as interfaces com o cabeamento na TO, BO e CO devem estar em conformidade com os requisitos da Seção 9; e) todos os canais e enlaces devem atender aos níveis de desempenho especificados na NBR 14565.

Os elementos funcionais de um cabeamento estruturado são: distribuidor de campus (CD); backbone de campus; distribuidor de edificação (BD); backbone de edificação; distribuidor de piso (FD); cabeamento horizontal; tomada de aplicação (TO/BO). Os elementos funcionais utilizados dependem dos ambientes atendidos e das aplicações servidas. É possível combinar um CD, BD e FD em um único distribuidor.

Os elementos funcionais utilizados em uma implementação de um sistema de cabeamento estruturado são interligados para formar subsistemas de cabeamento. A conexão dos equipamentos às tomadas de aplicação e aos distribuidores deve atender às aplicações. Os esquemas de cabeamento estruturado para atender às aplicações ICT e/ou BCT contêm no máximo dois subsistemas de cabeamento: subsistemas de backbone e de cabeamento horizontal, conforme mostrado nas Figuras 1 e 2 (disponíveis na norma), respectivamente.

Os distribuidores e as tomadas de aplicação fornecem os recursos para configurar o cabeamento a fim de suportar outras topologias, em complemento àqueles implementados pelos cabos instalados. A interligação dos subsistemas de cabeamento no HD pode ser feita por meio de uma interconexão (entre um ativo e um passivo, ver Figura 3a – disponível na norma) ou conexão cruzada (entre passivos, ver Figura 3b – disponível na norma). As conexões passivas entre o subsistema de backbone e o cabeamento de acesso à rede no BD geralmente utilizam conexões cruzadas. Importante saber a quantidade e a distribuição das tomadas de aplicação, que dependem da função do ambiente a ser atendido, bem como dos equipamentos a serem instalados, observadas as recomendações da tabela abaixo.

CLIQUE NAS FIGURAS PARA UMA MELHOR VISUALIZAÇÃO

cabeamento1

Recomenda-se considerar no mínimo uma tomada elétrica para cada local onde houver uma tomada de aplicação (ICT ou BCT), adotando como referência a distribuição de tomadas elétricas de acordo com a NBR 5410. O cabeamento para tomadas ICT, como especifi cado na Seção 7, deve considerar pelo menos um cabo balanceado de quatro pares capaz de suportar canais ICT de acordo com 7.2. Os canais devem atender as especificações de comprimento máximo especifi cado na Tabela 2, utilizando um cabo ICT conforme 7.2.

Para suporte a canais BCT, conforme especifi cado na Seção 7, o cabeamento deve atender aos seguintes requisitos: a) pelo menos um par balanceado em pelo menos um cabo BCT balanceado capaz de suportar canais BCT e os canais devem atender às especifi cações de comprimento máximo especificado na Tabela 2, utilizando um cabo balanceado conforme 7.3, ou; b) pelo menos um cabo BCT coaxial capaz de suportar canais BCT. Os canais devem atender às especifi cações de comprimento máximo especificado na Tabela 2, utilizando um cabo coaxial conforme 7.3. Todos os elementos de um cabo devem ser terminados em uma única tomada de aplicação. Dispositivos como baluns, splitters (adaptadores Y) e casadores de impedância, se usados, devem ser externos ao hardware de conexão e não fazem parte do escopo desta norma.

Na referência de aplicação desta seção, os componentes usados em cada canal de cabeamento devem estar dentro das seguintes especificações requeridas: a) um canal de cabeamento específico de cobre balanceado deve usar todos os componentes de mesma impedância nominal; b) os canais ICT em fi bra óptica na entrada primária de um subsistema residencial devem estar em conformidade com a NBR 14565; c) o canal de cabeamento coaxial deve usar componentes que satisfaçam as condições especifi cadas em 7.3, sendo reconhecidos os cabos série 11 (cabeamento de backbone), série 6 (cabeamento horizontal) e série 59 (cordões de manobra).

O cabeamento estruturado proporciona os caminhos de transmissão do FD para os TO, os BO e os CO. O desempenho mínimo requerido para cabos sólidos e cabos de manobra está especificado na ABNT NBR 14565, admitem-se canais de comprimento até 100 m para todos os ICT e coaxiais BCT. Para canais BCT balanceados, usando estes componentes, admite-se comprimento de até 50 m. Para CCCB, o comprimento combinado do canal do alimentador de área e o comprimento máximo total do cabo instalado na área de cobertura devem ser de 140 m. A Tabela abaixo apresenta uma visão geral do comprimento máximo para diferentes canais quando os elementos usados atendem somente ao desempenho mínimo especificado na Seção 7.

cabeamento2

Inteligência artificial: a sociedade da internet das coisas

Curtos-Circuitos e Seletividade em Instalações Elétricas Industriais – Conheça as Técnicas e Corretas Especificações

de 17/03/2014 a 18/03/2014

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Engenheiros e Projetistas têm a constante preocupação de saber especificar adequadamente os equipamentos elétricos que são submetidos à corrente de curto-circuito, pois um sistema elétrico está sujeito a eventuais falhas que podem envolver elevadas correntes de curtos-circuitos, e que fatalmente irão submeter os equipamentos a esforços térmicos e dinâmicos. Este curso é dividido em dois tópicos: curto-circuito e coordenação da proteção (seletividade).

Dane Avanzi

No início de 2006, ao ler “2015, como viveremos”, de autoria de Ethevaldo Siqueira, pensei: como essa realidade ainda está longe… Hoje quase uma década depois, arrumando minha biblioteca me deparei com o mesmo livro e me pus a folheá-lo. Fiquei espantado em ver como os prognósticos de oito anos atrás – um tanto quanto visionários – se converteram de ficção científica em realidade.

Senão vejamos. Nossos smartphones possuem maior capacidade de armazenamento e processamentos de dados que os melhores computadores da época da publicação do livro. As casas em que vivemos possuem um nível de informatização e automação capazes de ligar banheiras, luzes e uma infinidade de eletrodomésticos, por controle de voz. Poderosas redes de comunicações garantem que estudemos e trabalhemos em qualquer parte e a qualquer hora.

Muitos são os desafios da internet das coisas, desde os mais básicos, como matriz energética e espectro radioelétrico, como os mais complexos que implica integrar as várias camadas de sistemas de comunicação, interação e coordenação entre dispositivos. Para tanto, penso que é indispensável a criação de um fórum mundial onde todos os players envolvidos no assunto se conversem e troquem informações.

Hoje a mobilidade é suportada por empresas operadoras de telecomunicações, que tem como principal parceiros as empresas fabricantes de telefones celulares e de infraestrutura. Num futuro próximo outras indústrias devem se integrar ao processo. Considerando que o conceito principal da internet das coisas é a introdução de softwares e integração com rede wi-fi em qualquer tipo de eletrodoméstico a veículos sem motorista, a revolução que está por vir é sem precedentes.

De todas as indústrias, a de veículos automotores é a mais avançada. O Google Driverless Car, o carro sem condutor, já é realidade. A companhia tem instalado o seu equipamento em carros já existentes como o Toyota Prius e o Audi TT com resultados notáveis em termos de segurança. Para se ter uma ideia, as autoridades do estado de Nevada, nos EUA, aprovaram ano passado uma lei que permite que os carros sem motoristas possam circular por vias públicas.

Outros projetos interessantes como o Google Glass, virão com aplicativos peculiares integrados, que permitirão desde caminhar num jardim e ver os nomes das plantas até usar este novo dispositivo para saber o preço dos carros estacionados na rua. Tudo que foi mencionado acima, no entanto, trata-se de um mero prenúncio daquilo que ainda está por vir.

A internet das coisas, combinada com a nanotecnologia e o avanço da neurociência, construirão uma nova sociedade. Vejamos a área da biologia com o projeto genoma, que pretende mapear toda a estrutura de DNA do ser humano e a partir daí curar doenças em sua raiz. As impressoras 3D capazes de imprimir órgãos, dentre tantas outras maravilhas. Em breve teremos robôs capazes de perceber e até sentir, como o Hal 9000, personagem do filme “2001 uma odisséia no espaço”, da obra de Arthur C. Clarck, que costumava dizer: “qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da mágica”. Quem viver, verá…

Dane Avanzi é advogado, empresário do setor de engenharia civil, elétrica e de telecomunicações. É diretor superintendente do Instituto Avanzi e vice-presidente da Aerbras – Associação das Empresas de Radiocomunicação do Brasil.

Governo espera arrecadar R$ 6 bi, com o leilão dos 700 MHz

COLETÂNEAS DE NORMAS TÉCNICAS

Coletânea Série Resíduos Sólidos

Coletânea Digital Target com as Normas Técnicas, Regulamentos, etc, relacionadas à Resíduos Sólidos!
Saiba Mais…

Coletânea Série Segurança Contra Incêndios

Dane Avanzi

O espectro radioelétrico brasileiro é um dos mais caros do mundo. Esta é uma das razões que explica porque a conta de telefonia móvel do brasileiro está entre as maiores do mundo. A lógica de qualquer ramo de negócio é o lucro. Se as empresas de telefonia móvel desembolsarão a quantia acima, obviamente esperam retorno desse investimento, que será pago pelos brasileiros usuários do serviço de telefonia móvel. Outro fator que encarece muito a conta do serviço de telefonia móvel e de qualquer outro é a carga tributária, sendo a nossa uma das mais altas do mundo.

Aliás, no que tange à carga tributária, o Brasil se excede e não é de hoje. A história nos conta que a aplicação de impostos em demasia, desde os tempos do império romano, há muito tem nos feito questionar a própria existência do Estado. Afinal, para que serve o Estado? Segundo o jurista italiano Cesáre Beccaria, o Estado foi criado pelos cidadãos que, de comum acordo, ao abdicarem de uma parcela de sua liberdade individual, formaram um ente neutro, dotado de poder coercitivo para legislar, executar e julgar um conjunto de regras voltadas para o bem comum. Beccaria, viveu nos idos de século XVI, época das cidades-estado, sendo o exercício das próprias razões (fazer justiça com as próprias mãos) muito comum naquela época. Em sendo assim, o Estado surgiu para tutelar a liberdade individual e o bem comum, sendo plenamente questionável sua autoridade quando se afasta dessas premissas.

Nesse sentido, lição admirável professou ao mundo o filósofo Henry David Thoreau (1817-62), que depois de passar uma noite na cadeia por não se sujeitar ao pagamento de imposto o qual considerava injusto, escreveu um ensaio, hoje considerado um clássico: “Desobediência Civil” (On the Duty of Civil Desobedience” – 1849), na realidade uma crítica contra a voracidade arrecadatória do governo da época. Ele nem imaginava o que estava por vir. O que dizer da realidade brasileira que 40% da renda das pessoas é dragada pelo Estado?!

Ressalte-se que Thoreau acreditava no melhor da tradição da vida americana que enxerga o Estado sob a ótica da liberdade individual (razão de ser do Estado). Decorre daí o vigor do ensaio que trata da necessária insubordinação civil face aos excessos do Estado –  pensamento que impressionou fortemente o Conde Leon Tolstoi e também inspirou Mahatama Gandhi a compor sua “Satyagraha”, a reza hindu da insubordinação pela não-violência.

Diante do juiz, Thoreau respondeu que além de seguir a Constituição Americana, que tem como princípio limitar o poder do governo sobre o indivíduo e a sociedade, (ideia irmanada da teoria da tripartição dos poderes do filósofo iluminista Montesquieu) obedecia religiosamente os dez mandamentos da tábua de Moisés e, não encontrando verdade maior na gana dos partidos e dos políticos em se apropriarem dos bens alheios – ganhos com suor e trabalho, não estava cometendo crime algum em não pagar impostos. Com isso, Thoreau firmou uma espécie de senso comum que une até hoje a sociedade norte-americana e faz o governo, temeroso da reação social, pensar duas vezes antes de criar novos tributos ou majorar tributos existentes.

Compareceram ao funeral de Nélson Mandela, um dos maiores paladinos da liberdade individual do século XX, cinco chefes de Estado brasileiros, dentre tantos de todo o mundo. Será que inspirados pelo exemplo desse grande líder mudarão sua forma de pensar e fazer política? Acho que não. Em parte porque nunca houve um “Thoreau” no Brasil, com genialidade e inspiração para dizer ao Estado (na pessoa do juiz), pacificamente, tudo aquilo que o povo americano pensava sobre o que estava errado sobre os impostos. Assim o fez com destemor e firmeza. Por conta disso, insubordinação civil é uma aula sobre cidadania, democracia e teoria geral do Estado até os dias de hoje.

Dane Avanzi é advogado, empresário do setor de engenharia de telecomunicações, diretor superintendente do Instituto Avanzi e vice-presidente da Aerbras – Associação das Empresas de Radiocomunicação do Brasil.

Vivo e TIM: o perigo do monopólio na telefonia

NORMAS TÉCNICAS ESTRANGEIRAS E INTERNACIONAIS

Assessoria em normas internacionais e estrangeiras: a Target oferece a consultoria definitiva que sua empresa precisa em normalização internacional e estrangeira: a melhor maneira de assegurar a confiabilidade de suas informações e de manter-se atualizado com relação aos padrões de qualidade de produtos e serviços do mundo.

Pesquisas: entendemos sua necessidade e localizamos, com rapidez e eficiência, diversos tipos de normas em entidades de normalização de qualquer parte do mundo.

Gerenciamento: informamos sobre o status das normas de seu acervo, e sobre qualquer alteração, revisão ou publicação de novas normas de seu interesse. A partir daí, você decide se vai ou não atualizar suas normas.

Tradução: uma equipe de profissionais, especializados em normalização e traduções técnicas, está apta a fornecer o melhor serviço de tradução de normas internacionais e estrangeiras. Os serviços de tradução também oferecem a formatação e adequação da norma dentro dos padrões das Normas Brasileiras.

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Dane Avanzi

Mesmo com uma dívida de 52 bilhões de euros, a espanhola Telefônica não perde o apetite quando o assunto é adquirir novas empresas. Controladora da Vivo e acionista da Itália Telecom (representada no Brasil pela  Tim) três meses atrás a Telefônica foi multada pelo Cade – Conselho de Administração de Defesa Econômica – a pagar 15 milhões de reais por haver descumprido a obrigação de não elevar sua participação na Itália Telecom (atualmente com 70% das ações). Hoje a Telefônica tem controle acionário da Vivo e da Tim no Brasil.

Recentemente, o Cade determinou que a Telefônica escolha entre controlar uma ou outra empresa. Para isso, deverá abrir mão do controle acionário de uma delas. A decisão é acertada pois visa manter o mínimo de concorrência entre as operadoras do serviço. A sentença do Cade também menciona que a Telefônica deve vender parte das ações (da Vivo ou da Tim) a uma outra empresa de telecomunicações com operação global.

Um estudo divulgado ano passado pela UIT – União Internacional de Telecomunicações, aponta o Brasil como o país que tem a ligação mais cara do mundo e, podemos piorar ainda mais caso as autoridades brasileiras não acompanhem e fiscalizem de perto o que ocorre nos bastidores do mercado financeiro, onde são orquestradas essas fusões e incorporações, sendo algumas empresas meras marionetes nas mãos do interesse econômico.

Em vista de todos esses acontecimentos, a única certeza que temos é que alguma coisa vai mau e está muito errada. Como fica o consumidor em face de todas essas transações bilionárias? Estima-se que a venda de parte das ações da Vivo ou da Tim seja o maior negócio depois da privatização. Por que nossa conta é tão cara e o serviço tão deficiente? Enquanto o Cade se preocupa com a concorrência, cabe a Anatel se preocupar com a política de tarifação das operadoras e principalmente com a qualidade dos serviços ora prestados a população brasileira.

Assunto subjacente à questão econômica, mas não de menor importância é a questão da concentração de informações e tráfego de chamadas e mensagens nas mãos de uma única empresa controladora de várias outras empresas mundo afora. Em tempos de espionagem em alta, e, em havendo sido o Brasil comprovadamente um dos alvos da agência norte-americana NSA, há que se considerar a relevante importância estratégica do serviço, sendo tão perniciosa a concentração de informações quanto o efeito nocivo do “dumping” sob o ponto de vista do direito do consumidor.

Dane Avanzi é advogado, empresário do setor de engenharia civil, elétrica e de telecomunicações. É diretor superintendente do Instituto Avanzi e vice-presidente da Aerbras – Associação das Empresas de Radiocomunicação do Brasil.

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Quanto mais o governo arrecada, menos a Anatel tem recursos

REGULAMENTOS TÉCNICOS

Os Regulamentos Técnicos, estabelecidos por órgãos oficiais nos níveis federal, estadual ou municipal, de acordo com as suas competências específicas, estabelecidas legalmente e que contém regras de observância obrigatórias às quais estabelecem requisitos técnicos, seja diretamente, seja pela referência a uma Norma Brasileira ou por incorporação do seu conteúdo, no todo ou em parte, também estão disponíveis aqui no Portal Target.

Estes regulamentos, em geral, visam assegurar aspectos relativos à saúde, à segurança, ao meio ambiente, ou à proteção do consumidor e da concorrência justa, além de, por vezes, estabelecer os requisitos técnicos para um produto, processo ou serviço, podendo assim também estabelecer procedimentos para a avaliação da conformidade ao regulamento, inclusive a certificação compulsória.

Você pode realizar pesquisas selecionando o produto “Regulamentos Técnicos” e informando a(s) palavra(s) desejada(s). Clique no link https://www.target.com.br/produtossolucoes/regulamentos/regulamentos.aspx

Adriano Fachini

Segundo estimativas do Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, o leilão da faixa de 700 mhz, previsto para ocorrer no primeiro semestre de 2014, pode arrecadar algo em torno de R$ 6,1 bilhões, mediante licitação das frequências para o serviço móvel privativo. Outra receita extraordinária que ocorrerá, advirá de outro leilão referente outorga de exploração de serviço satelital com a concessão de quatro posições orbitais de satélite – cujo edital pode ser lançado ainda este ano. Esta receita, porém, não atingirá a cifra de R$ 1 bilhão, ficando na casa dos milhões. Dessa forma, a grande expectativa do governo para 2014 é a licitação da banda de 700 MHz.

Com esta perspectiva de receita, o governo deverá arrecadar mais de R$ 10 bilhões no próximo ano conforme as projeções do executivo, contando com outras receitas oriundas do Fust (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações) e Funttel (Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações) em torno de 1,5 bilhão de reais. Em 2013, as projeções orçamentárias previam um Fistel (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações) de R$ 7,179 bilhões. Ou seja, a previsão de crescimento de arrecadação deste fundo para o próximo ano será de 30% em relação a 2013.

O ICMS pago pelos brasileiros nos serviços de telecomunicações este ano superou o arrecadado em 2012. De janeiro a setembro de 2013, foram pagos R$ 25,7 bilhões somente em ICMS sobre as telecomunicações. Não obstante sucessivos superávits de arrecadação, como empresário do setor de telecomunicações e assíduo usuário dos serviços da Anatel, com perplexidade constato o desmantelamento da instituição. Prédios sem manutenção, fiscalização dos serviços de telecomunicações quase inexistente no serviço limitado privado, entre outras mazelas. Tal fato ocorre devido a não aplicação das receitas acima mencionadas na atividade fim da Anatel, qual seja a fiscalização.

Em outubro, a Folha de S. Paulo revelou que os cortes ameaçaram áreas sensíveis do governo. Relatório de técnicos da agência chegaram a indicar que, diante dos cortes, seria necessário paralisar a fiscalização em 17 estados do país. Tal sangria de recursos compromete o futuro do Brasil, impactando negativamente o setor de várias formas. A falta de fiscalização induz os usuários à clandestinidade, o que aumenta as interferências prejudiciais em sistemas de telecomunicações licenciados. O Funttel deveria ser em sua totalidade investido em desenvolvimento e pesquisa para geração de novas tecnologias, mas infelizmente não é. Hoje o que impera no Brasil é a sanha arrecadatória sem um objetivo definido.

O contingenciamento desses recursos para o Tesouro Nacional, para fins de se produzir superávit primário, tem deixado à míngua não somente a Anatel, mas inúmeras outras instituições governamentais de relevante importância para o desenvolvimento do Brasil. Criada em 1997, no governo de Fernando Henrique Cardoso, a Anatel, assim como as outras agências, tinham forte vocação inspirada na meritocracia, na qual ocupavam cargos estratégicos servidores concursados, que tinham a possibilidade de ascender na instituição mediante concurso interno de provas e títulos que aferiam sua capacidade e aptidão. Tal fato permitia um ciclo virtuoso, no qual os servidores sempre buscariam estudar para saber mais e crescer profissionalmente, permitindo que na Anatel prevalecessem decisões o mais isentas possível de viés político. Espero que esse espírito não sucumba.

Adriano Fachini é empresário do setor de telecomunicações e presidente da Aerbras – Associação das Empresas de Radiocomunicação do Brasil.

Telefonia móvel: onde foi que erramos?

CURSOS TÉCNICOS DISPONÍVEIS NA INTERNET

Instalações Elétricas em Atmosferas Explosivas – Disponível pela Internet – Ministrado em 11/11/2013

O curso de Instalações Elétricas em Atmosferas Explosivas faz parte da sequência do curso de NR-10 – Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade.

Interpretação e Aplicações da Norma Regulamentadora Nº 13 (NR-13) do MTE (Inspeção de Segurança de Caldeiras e Vasos de Pressão) – Disponível pela Internet – Ministrado em 27/11/2013

Este curso tem por objetivo proporcionar aos participantes os conhecimentos e habilidades necessárias para uma adequada interpretação e aplicação da NR 13.

NBR ISO 50001 – Gestão de Energia – Implantação da metodologia e estudo de casos práticos – Disponível pela Internet – Ministrado em 06/05/2013

Permitir que as organizações estabeleçam os sistemas e processos necessários para melhorar o desempenho energético, incluindo a eficiência e intensidade energéticas.

NR 10 – Atendendo às exigências do Ministério do Trabalho – Reciclagem Obrigatória – Disponível pela Internet – Ministrado em 21/10/2013

O Curso tem o objetivo de atender às exigências da Norma Regulamentadora NR 10 – especificamente no que diz respeito aos requisitos que estabelecem a necessidade de treinamentos de reciclagem que devem ocorrer periodicamente aos trabalhadores já autorizados a intervir em instalações elétricas.

Dane Avanzi

A operadora francesa Iliad, acaba de anunciar a inclusão do serviço de 4G, sem custos adicionais, ao seu pacote de serviços “free mobile”, que custa 19,99 euros mensais e pode ser contratada sem um período de carência longo – exigência comum em contratos com operadoras móveis nos casos em que há redução de custo significativo da tarifa. O que é inédito nesse caso é o fato da operadora “espontaneamente” oferecer um “upgrade” de plano a seus clientes. Mas por que a operadora fez isso? Certamente para ganhar mercado das grandes empresas, no caso, a Orange, a SFR, da Vivendi, e a Bouygues Telecom. Nova no mercado, a Iliad – que desde 2012 já cresceu 11% segundo dados da agência reguladora francesa – tem como principal estratégia oferecer o mesmo serviço das concorrentes a preços baixos.

Enquanto na França o serviço está cada vez melhor e mais barato, no Brasil andamos a passos largos na direção contrária. Onde foi que erramos? Penso que a resposta dessa pergunta é bastante complexa, como a maioria dos problemas brasileiros. No entanto, voltando às origens do processo de privatização da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), podemos encontrar o fio da meada e avaliarmos o que pode ser melhorado.

Antes de 1997, a telefonia móvel no Brasil era administrada em todo o território nacional pela Telebrás, controladora de inúmeras empresas estatais regionais tais como, Telesp Celular, Telemig, Telenordeste Celular, entre outras. Com a privatização ocorrida em 1998, todas as empresas passaram a ser geridas por empresas privadas. Com o intuito de incentivar a competição, a Lei Geral de Telecomunicações, de 2003, previu a criação de empresas espelhos para concorrer com as teles recém-licitadas, que haviam herdado todo o legado das estatais recém-vendidas.

Empresas como Vésper, Intelig, Tess (atual Claro), são remanescentes dessa época e foram sendo ao longo dos anos compradas pelas grandes com o aval complacentes das autoridades brasileiras. Penso que o cerne da questão da falta de concorrência entre as operadoras brasileiras seja a falta de novos players no mercado. Tal movimento de fusão de empresas do setor somente se intensificou ao longo dos anos, sendo o último episódio da possível união entre Vivo e Tim, por ora abortado pela Telefônica e Itália Telecom, suas respectivas controladoras.

Outro fator que torna o Brasil o “paraíso” das teles é a falta de prestação jurisdicional. A morosidade da Justiça brasileira, que permite uma infinidade de recursos, acostumou as operadoras a descumprirem reiteradamente metas de qualidade, além de constarem no topo da lista do Procon de cobranças indevidas. Afora isso, temos uma das maiores cargas tributárias do mundo que oneram muito o setor de telecomunicações.

Como se vê, restabelecer o ambiente de competição que permita que novas empresas ingressem no mercado pode ser o primeiro passo para baixar o valor da conta dos brasileiros. Quem sabe a Anatel, inspirada em casos positivos como esse da França, promova o leilão dos 700 MHz com novas regras que resultem em economia para os brasileiros. Os consumidores agradecem!

Dane Avanzi é advogado, empresário do setor de engenharia civil, elétrica e de telecomunicações, e diretor superintendente do Instituto Avanzi.