O mercado de energia no Brasil

As empresas do mercado de energia no Brasil atuam em três grandes frentes: geração, transmissão e distribuição. Cada uma delas atua em um segmento, mas nada impede que elas se desenvolvam em mais de uma frente. As empresas de geração são aquelas responsáveis por gerar energia elétrica, sendo de fontes renováveis ou não. Nesse caso, a segurança do investimento está associada à matriz energética utilizada.

Já no caso das empresas transmissoras, elas levam energia da empresa geradora até a distribuidora. Assim, torna-se um segmento mais seguro, pois não está sujeito à inadimplência ou oscilações diretas. As distribuidoras são aquelas que recebem a energia e a distribui entre os consumidores. Como lidam direto com o consumidor, estão mais sujeitas à volatilidade do mercado. Para 2021, a aposta está no crescimento de investimento em empresas geradoras, principalmente aquelas que utilizam fontes renováveis.

Segundo o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), A matriz energética brasileira, que engloba todas as fontes primárias e formas de consumo, é uma das mais renováveis do mundo, com 46% da oferta interna de energia proveniente de fontes renováveis, enquanto a média global é de apenas 12%, segundo dados do Balanço Energético Nacional. Estes números mostram que o Brasil possui uma matriz energética quase quatro vezes mais renovável que a média global.

O setor elétrico contribui de forma relevante para esse resultado, uma vez que a matriz elétrica brasileira possui participação ainda maior de energias renováveis. O Brasil teve 82% da energia elétrica gerada por fontes renováveis, como hidrelétrica, eólica, de biomassa e solar, em 2019. Em comparação, apenas 25% da geração elétrica mundial foi produzida a partir de fontes renováveis no ano de 2018.

Vale dizer que o BNDES financiou cerca de 70% da expansão do parque gerador brasileiro nos últimos vinte anos, com especial foco nas fontes renováveis de geração – hidrelétricas, energia eólica e, mais recentemente, energia solar. Além disso, tem oferecido melhores condições financeiras para projetos que incorporem novas tecnologias, ajudando a fomentar a inovação e a expansão das energias renováveis no país.

No caso da energia eólica, por exemplo, o Banco esteve presente no desenvolvimento da fonte desde o princípio, quando apoiou o poder concedente na estruturação dos contratos e do conjunto de garantias para o programa de incentivo que deu origem aos primeiros projetos, além de prover o financiamento aos empreendimentos. A carteira de projetos eólicos do Banco representa cerca de 85% da capacidade instalada dessa fonte atualmente.

Para lidar com a variabilidade das fontes renováveis, o desenvolvimento das tecnologias de armazenamento será importante no futuro. Atualmente e ainda durante algum tempo, os reservatórios das hidrelétricas cumprirão a função de acomodar a variabilidade das fontes eólica e solar, provendo a flexibilidade necessária ao sistema, embora sua gestão esteja cada vez mais complexa em função das mudanças hidrológicas e dos múltiplos usos da água, e sua expansão limitada por fatores socioambientais.

Outras tecnologias de armazenamento, tais como usinas hidrelétricas reversíveis, baterias de grande escala e os múltiplos usos do hidrogênio como fonte de armazenamento de energia encontram-se em níveis distintos de maturidade tecnológica e ainda necessitam de aprimoramentos regulatórios para se inserirem de maneira importante em nossa matriz elétrica. Mas a variabilidade das fontes solar e eólica não é um limitador para o crescimento e, em sintonia com a agenda ASG (ambiental, social e de governança), elas devem continuar ganhando relevância na expansão do parque gerador brasileiro, especialmente nos contratos de fornecimento de energia firmados no mercado livre.

Tomando o exemplo do BNDES, a carteira de projetos de geração baseada em fontes renováveis tem viabilizado realizar diversas ações de captação de recursos destinados à economia verde. Além de possibilitar o acesso a fundos de agências multilaterais e bancos de desenvolvimento internacionais, o apoio a esses projetos tem permitido estimular o desenvolvimento do mercado de títulos verdes no Brasil.

Em 2020, o BNDES fez a primeira emissão de títulos verdes no mercado brasileiro, captando R$ 1 bilhão com lastro em projetos de geração eólica e solar. A emissão local seguiu as mesmas regras dos títulos verdes internacionais, sendo atestadas por uma empresa certificadora.

Já em 2021, o Banco anunciou seu Sustainability Bonds Framework (SBF), que facilita a emissão de títulos verdes, sociais e sustentáveis no Brasil e no exterior. O documento, elaborado em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), cobre o tema de energias renováveis, favorecendo a disponibilidade de fundos para energia eólica, solar, hídrica e de biomassa, além de biocombustíveis e hidrogênio verde. O desenvolvimento das finanças verdes e de práticas ASG pelas empresas, portanto, contribui diretamente para a ampliação das energias renováveis no país.

Atualmente, consumidores com carga igual ou superior a 1,5 MW podem comprar diretamente de quaisquer geradores ou comercializadores, dentro do Ambiente de Contratação Livre (ACL). Adicionalmente, para incentivar as fontes alternativas de energia elétrica, permite-se que consumidores com carga igual ou superior a 0,5 MW contratem energia eólica, solar, de biomassa ou proveniente de pequenas centrais hidrelétricas.

O limite de acesso ao ACL vem sendo reduzido gradualmente conforme cronograma determinado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e a partir de 1º de janeiro de 2023, os consumidores com carga igual ou superior a 0,5 MW, atendidos em qualquer tensão, poderão migrar do ambiente regulado para o ambiente livre, ou seja, da compra com as distribuidoras para contratos diretos com as geradoras/comercializadoras de energia elétrica no ACL.

O consumo no ACL já corresponde a um volume de energia superior a 30% do total da energia comercializada no país. Desde 2016, verifica-se um movimento de migração dos consumidores para o ACL, crescendo a uma taxa média de 39% ao ano nos últimos cinco anos.

As vantagens de adquirir energia no mercado livre são a possibilidade de melhores preços em relação às tarifas cobradas pelas distribuidoras, a flexibilidade de poder negociar com diferentes fornecedores e a possibilidade de escolher as fontes de geração para o seu suprimento, permitindo que consumidores comprometidos com a sustentabilidade possam adquirir energia a partir de fontes renováveis e cumprir suas metas de redução de emissões.

O BNDES tem convicção da importância do mercado livre para a continuidade da expansão das fontes renováveis, pois esse é o ambiente onde os consumidores comprometidos com metas ASG, geradores de energia renovável competitivos e investidores em busca de ativos sustentáveis podem se encontrar, catalisando um ciclo virtuoso de desenvolvimento de energias limpas no Brasil.

Um dos principais aspectos analisados na avaliação dos empreendimentos de geração de energia é o fluxo de receita gerado pelos projetos, já que eles são estruturados no formato de project finance, no qual o próprio projeto fornece as garantias para o crédito na forma de ativos e recebíveis.

O crescimento do número de empreendimentos voltados ao ACL trouxe o desafio de financiar projetos com contratos de venda bilaterais e mais curtos que o prazo de financiamento, diferentemente do que acontece no Ambiente de Comercialização Regulado (ACR), em que os contratos têm prazos superiores a vinte anos e possuem como contraparte um conjunto de distribuidoras, mitigando o risco de crédito.

Percebendo esse desafio, o BNDES deu o primeiro passo para resolver a financiabilidade nesse novo ambiente, dispondo-se a correr o risco de preço, com o objetivo de induzir o mercado de capitais e demais financiadores a entender melhor e assumir os riscos associados a essa mudança de cenário.

Em 2018, o banco anunciou que começaria a financiar usinas greenfield sem necessariamente exigir contratos de longo prazo que coincidissem com o período do crédito. Essa abordagem surgiu da percepção de que os geradores sempre podem vender a energia por um determinado preço e de que seria possível estimar preços de referência para avaliação dos projetos. Para isso, o banco desenvolveu a metodologia de cálculo do chamado preço suporte.

Essa metodologia proporciona ao BNDES uma ferramenta que garante flexibilidade para estruturar financiamentos considerando uma variedade de possíveis configurações dos projetos em relação aos seus contratos de venda de energia. Como resultado dessa abordagem, os financiamentos do Banco a projetos eólicos e solares destinados ao mercado livre representaram 58% da capacidade instalada nos últimos três anos.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão responsável pelos estudos de planejamento da expansão do setor elétrico, projeta uma participação das fontes solar e eólica cada vez maior na matriz elétrica brasileira nos próximos anos. Os estudos do Plano Decenal de Expansão de Energia 2030 mostram queda da participação relativa das hidrelétricas, embora elas continuem com papel relevante para garantir o atendimento aos requisitos do Sistema Interligado Nacional (SIN), e significativo aumento das fontes solar e eólica, assim como da geração distribuída, mantendo o elevado nível de renovabilidade da matriz.

O mercado livre deve se consolidar como o principal ambiente para a expansão do parque gerador, baseado em fontes renováveis competitivas, e os empreendedores poderão contar com o apoio do banco na continuidade desse processo. O BNDES prevê continuar viabilizando investimentos em novas tecnologias limpas que estão na fronteira do conhecimento, como projetos híbridos renováveis, de armazenamento de energia, de energia eólica offshore e de hidrogênio verde, além de buscar estimular investimentos em eficiência energética, geração distribuída e aproveitamento energético de resíduos.

A biotecnologia farmacêutica no Brasil

A biotecnologia pode ser entendida como qualquer aplicação tecnológica que use sistemas biológicos, organismos vivos ou derivados destes, para fazer ou modificar produtos ou processos para usos específicos. Novos medicamentos têm sido criados, em especial para doenças raras ou não tratadas previamente.

Os métodos de produção biotecnológica fornecem versões mais seguras de tratamentos existentes em quantidades ilimitadas. A biotecnologia tem revolucionado a investigação e o desenvolvimento de novos medicamentos e permite um melhor direcionamento do produto para doenças específicas e grupos de doentes específicos.

Os medicamentos biotecnológicos já representam cerca de 10 a 15% do mercado farmacêutico. Mais de um quinto dos novos medicamentos lançados no mercado mundial a cada ano são derivados da biotecnologia, número que provavelmente irá aumentar, devido aos avanços científicos. A aplicação da Biotecnologia na área da saúde tem contribuído também para um crescente número de produtos inovadores.

Segundo o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), a descoberta da técnica do DNA recombinante pode ser considerada o marco fundador da biotecnologia moderna, permitindo criar células capazes de produzir novas proteínas ou proteínas já encontradas na natureza, em larga escala. Na área de saúde, a biotecnologia avançou em atividades como o desenvolvimento de medicamentos e vacinas, de reagentes para diagnóstico e de materiais médicos e odontológicos, assim como em novos campos como a terapia celular e a gênica.

Com histórico relevante na produção de biológicos tradicionais, notadamente vacinas, o Brasil praticamente não produzia medicamentos biotecnológicos até o fim da década de 2000. O principal obstáculo para traduzir as competências científicas do país na capacidade de desenvolver produtos inovadores parecia ser a ausência de uma estrutura produtiva em biotecnologia farmacêutica.

Ainda nessa primeira década, um conjunto de empresas farmacêuticas brasileiras havia avançado na incorporação de competências em atividades de P&D relacionadas ao desenvolvimento de genéricos, com algumas experiências bem-sucedidas em inovações incrementais. Porém, a pressão competitiva no mercado de genéricos e similares, tenderia a reduzir as margens de lucro dessas empresas com o tempo e exigiria a diferenciação de produtos, via inovação e biotecnologia.

Em paralelo, a incorporação de diversos medicamentos biotecnológicos ao Sistema Único de Saúde (SUS) tornava o sistema mais vulnerável a flutuações cambiais e orçamentárias, já que esses medicamentos eram em geral importados e de alto custo. Por essa conjunção de fatores, a biotecnologia moderna passava a ser considerada estratégica para a sustentabilidade e resiliência do sistema de saúde brasileiro no longo prazo.

No início da década de 2010, havia duas visões estratégicas predominantes para internalizar a biotecnologia pelas farmacêuticas brasileiras: os contratos de transferência de tecnologia que permitiriam entrar mais rápido em um mercado que crescia em alta velocidade, mas traziam riscos associados à aquisição de tecnologias desatualizadas e ineficientes ou à transferência parcial, mantendo a empresa dependente de matéria-prima ou consultoria; e a contratação de equipes científicas para desenvolvimento de medicamentos em parcerias com instituições de pesquisa e universidades, o que envolveria maior risco tecnológico, mas criaria oportunidades associadas ao acúmulo de competências para inovar e, dessa forma, rentabilidade maior e mais duradoura.

Nos anos que se seguiram, foram postos em marcha diversos projetos envolvendo empresas privadas e laboratórios públicos, viabilizados, ao menos parcialmente, pela ação coordenada de políticas públicas. As políticas regulatórias e de financiamento estiveram diretamente associadas às compras públicas centralizadas no Ministério da Saúde, por meio de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) – compromissos de compra associados a projetos de absorção de tecnologia de produção de produtos estratégicos para o SUS. O BNDES foi responsável, ao lado da Finep, pela maior parte do financiamento de plantas produtivas envolvidas em projetos de PDP de biofármacos.

Em um balanço da estratégia de desenvolvimento da biotecnologia farmacêutica no Brasil, dez anos depois de seu início, ficou claro que a distinção entre as duas estratégias iniciais não se mostrou tão rígida, e várias empresas passaram a atuar de forma híbrida. Além de manter programas de capacitação da mão de obra e de testes clínicos inhouse, elas acessaram, por meio das transferências de tecnologia, competências em desenvolvimento de processo e produto, principalmente de modo a otimizar prazos regulatórios e garantir processos produtivos com escala adequada.

O Brasil conta atualmente com quatro plantas produtivas de medicamentos biotecnológicos certificadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): Cristália, Eurofarma, Libbs e Biomanguinhos/Fiocruz. Outras três plantas estão em construção, com previsão de certificação nos próximos dois anos: uma planta industrial de insulina da Biomm, uma planta industrial de anticorpos monoclonais da Bionovis e uma planta-piloto de anticorpos monoclonais do Instituto Butantan. Há, ainda, diversas plantas de etapas finais da cadeia produtiva (formulação até embalagem) de injetáveis estéreis.

Na medida em que o objetivo inicial da estratégia de inserção brasileira na rota biotecnológica era o fortalecimento de um tecido produtivo capaz de consolidar a demanda por serviços técnicos especializados, a certificação de quatro plantas de biofármacos, além da construção de outras três, é um resultado relevante. Por outro lado, o avanço em direção a políticas mais direcionadas à inovação ainda é um desafio, especialmente na integração entre o setor produtivo e o sistema de Ciência e Tecnologia (C&T), que envolve universidades, institutos de ciência e tecnologia (ICT) e empresas de base tecnológica (EBT). A manutenção da visão sistêmica das políticas públicas e a interação contínua entre todas as organizações envolvidas são fundamentais para o avanço da capacitação produtiva voltada às necessidades do SUS.

REVISTA DIGITAL ADNORMAS – Edição 160 | Ano 4 | 27 de Maio 2021

Acesse a versão online: https://revistaadnormas.com.br       Revista AdNormas - Ed 160 Ano 3
Edição 160 | Ano 4 | 27 de Maio 2021
ISSN: 2595-3362 Acessar edição
Capa da edição atual
 Confira os 12 artigos desta edição:
A gestão das fontes potenciais de ignição em atmosferas explosivas
As diretrizes para o desenvolvimento de pequenas centrais hidrelétricas
As diretrizes para o desenvolvimento de pequenas centrais hidrelétricas
Os incentivos econômicos e sociais ampliam o acesso à robótica avançada
A operação segura de equipamentos médicos utilizados em hemodiálise
O que é o ESG e os desafios de sua aplicação nos mercados financeiros

O potencial uso de inteligência artificial (IA) nas empresas Target Adnormas
O planejamento a curtíssimo prazo na produção industrial
Entenda o porquê de as contas digitais estarem se tornando um hot trend
A realização de provas de carga dinâmicas em grandes estruturas
Crescem muito os gastos com cloud computing
As campanhas de influência cibernética têm um aliado: a dark web
A segurança das fresas para usinagem em alta velocidade

O ensaio de resistência ao fogo de vários elementos construtivos

A NBR 16965 de 04/2021 – Ensaio de resistência ao fogo de elementos construtivos – Diretrizes gerais especifica o método de ensaio de referência para a determinação da resistência ao fogo de vários elementos construtivos, quando submetidos a condições-padrão de exposição ao fogo. Os dados de ensaio assim obtidos permitem a classificação da resistência ao fogo desses elementos com base no tempo em que o desempenho desses, sob essas condições, atende aos critérios especificados.

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Quais são os símbolos usados nessa norma?

Quais são os sensores de pressão usados no ensaio?

Quais os medidores de largura de fendas que devem estar disponíveis?

Qual deve ser a precisão dos equipamentos de medição gerais?

Esta norma fornece as diretrizes gerais para a execução de ensaios de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações. Apresenta, de forma específica, as exigências aplicadas à capacitação laboratorial, procedimentos a serem adotados e requisitos gerais em relação aos corpos de prova a serem submetidos aos ensaios.

Esta norma é aplicada em conjunto com métodos específicos de ensaio que apresentam orientações quanto à forma, tamanho e outras características dos elementos construtivos que se deseja avaliar. Isto também deve ser feito para a definição de outras particularidades de ensaio, como os critérios de resistência ao fogo a serem considerados para cada elemento construtivo, como forma de se avaliar o atendimento de cada um desses critérios e o campo de aplicação que pode ser obtido a partir dos resultados de ensaio.

Os resultados obtidos podem ser diretamente aplicáveis a outros elementos semelhantes ou variações do elemento ensaiado. As variações permitidas em cada aplicação dependem do campo direto de aplicação do resultado de ensaio. Isso é restringido pelo fornecimento de regras que limitam a variação do corpo de prova sem que se necessite de avaliação adicional.

As regras para determinar as variações permitidas são fornecidas em cada método de ensaio específico. As variações, fora daquelas permitidas pela aplicação direta, são cobertas pela aplicação ampliada de resultados de ensaio. Isso resulta de uma análise aprofundada do projeto e desempenho de um produto específico, por uma autoridade reconhecida. As considerações adicionais sobre a aplicação direta e ampliada são fornecidas no Anexo A.

A duração na qual o elemento ensaiado, conforme modificado por seu campo direto ou ampliado de aplicação, satisfaz os critérios específicos permite a classificação subsequente. Os equipamentos empregados na condução do ensaio consistem essencialmente nos componentes descritos a seguir. Um forno especialmente projetado para sujeitar o corpo de prova às condições de ensaio especificadas nesta norma. Um equipamento de controle que permita que a temperatura no forno seja regulada e um equipamento de controle e monitoramento da pressão dos gases quentes dentro do forno. Um equipamento de içamento que possa realizar a movimentação de corpos de prova, a fim de posicioná-los de forma apropriada no forno, para que sejam desenvolvidas condições adequadas de aquecimento e pressão.

Um arranjo para carregamento mecânico e contenção do corpo de prova, nas situações previstas por esta norma e um equipamento para avaliar a integridade e a radiação térmica oriundas do corpo de prova, verificar a conformidade do desempenho com os critérios descritos na Seção 10 e medir o tempo decorrido. O forno de ensaio deve ser projetado para empregar combustíveis gasosos e deve ser capaz de aquecer elementos de compartimentação verticais ou horizontais em um lado; ou aquecer pilares em todos os lados; ou aquecer paredes em mais de um lado; ou aquecer vigas em três ou quatro lados, conforme apropriado.

Os fornos podem ser projetados para que conjuntos de mais de um elemento possam ser ensaiados simultaneamente, desde que todos os requisitos para cada elemento individual possam ser cumpridos. O revestimento final do forno deve consistir em materiais com densidades inferiores a 1.000 kg/m³. Esses materiais devem ter espessura mínima de 50 mm e compor pelo menos 70% da superfície interna do forno a ser exposta às chamas.

O arranjo de carregamento mecânico deve ser capaz de submeter os corpos de prova ao nível de carga determinado nessa norma. A carga pode ser aplicada de forma hidráulica, mecânica ou por meio de pesos. O arranjo de carregamento deve poder simular condições de carregamento pontual ou distribuído uniformemente, concêntrico ou excêntrico, de acordo com o apropriado para solicitar o respectivo elemento construtivo.

O arranjo de carregamento também deve ser capaz de manter a carga de ensaio em um valor constante (dentro de ± 5 % do valor alvo), sem alterar a sua distribuição durante o período de resistência ao fogo para o critério da capacidade portante. O equipamento deve ser capaz de acompanhar a deformação máxima e a taxa de deformação do corpo de prova durante o período de ensaio.

O arranjo de carregamento não pode influenciar significativamente a transferência de calor pelo corpo de prova nem impedir o uso de faixas isolantes no termopar. Também não pode interferir com a medição da temperatura superficial ou deformação e deve permitir que a face não exposta possa ser observada com facilidade.

A área total de contato entre o arranjo de carregamento e a superfície do corpo de prova não pode exceder a 10% da área total da superfície de um corpo de prova ensaiado na horizontal. Nos casos em que o carregamento tenha que ser mantido após o término da etapa de aquecimento, devem-se preparar meios para que isso seja executado.

Os quadros de restrição e suporte são estruturas especiais ou outros arranjos devem ser utilizados para reproduzir as condições de contorno e de restrição apropriadas para os corpos de prova do ensaio, conforme especificado nessa norma. A temperatura interna do forno deve ser medida de uma das seguintes formas descritas a seguir.

Com termômetros de placas (tipo Plate) que compreendem a fixação de um sensor em uma chapa de aço dobrada e isolada com material inorgânico, nas seguintes condições: a placa deve ser construída com (150 ± 1) mm de comprimento, (100 ± 1) mm de largura e (0,7 ± 0,1) mm de espessura, fabricada com liga metálica de níquel, conforme a figura abaixo. O termopar deve ser constituído por fios de cromel/alumel (tipo K), conforme estabelecido na IEC 60584-1, contidos dentro de bainha metálica de inconel 600 isolada e resistente ao calor, com diâmetro nominal de 1 mm, sendo a junção isolada da bainha, com comprimento suficiente para a ligação ao equipamento de ensaio.

A junção do termopar deve ser fixada no centro geométrico da placa, na posição representada na figura abaixo, por meio de uma tira de aço pequena, feita do mesmo material da placa (níquel). A tira de aço pode ser soldada à placa ou aparafusada, para facilitar a substituição do termopar.

A tira deve ter 18 mm de comprimento e 6 mm de largura, se soldada, ou 25 mm de comprimento e 6 mm de largura, se aparafusada. O parafuso deve ter 2 mm de diâmetro. A placa e o termopar devem ser isolados com material de isolamento inorgânico, com as seguintes especificações: comprimento de (97 ± 1) mm, largura de (97 ± 1) mm, espessura de (10 ± 1) mm e densidade nominal de (280 ± 30) kg/m3; envelhecido por meio da colocação em um forno pré-aquecido a 1 000 °C, por 1 h.

A exposição em um forno de resistência ao fogo por 90 min sob a curva-padrão de elevação de temperatura também é aceitável. Quando um termômetro de placa for utilizado mais de uma vez, um registro de seu uso deve ser mantido, indicando, para cada utilização, as verificações efetuadas e a duração do uso. O termopar e a faixa de material isolante devem ser substituídos após um total de 50 h de exposição no forno.

Com termopares feitos com fios nus de cromel/alumel (tipo K), com diâmetro de 1,2 mm a 3,2 mm, isolados por miçangas cerâmicas e junta de medida exposta na extensão entre 20 mm e 25 mm. A junta entre os fios deve ser feita mecanicamente, torcendo-os e deixando um espaço entre eles, logo abaixo da junta, de (15 ± 5) mm, conforme apresentado na figura abaixo. Para ambas as possibilidades de instrumentação interna do forno de ensaio, os termopares devem ser inseridos em tubos metálicos de inconel ou em dispositivos similares, para permanecerem nas posições estabelecidas nesta norma.

A temperatura na superfície não exposta de um corpo de prova deve ser medida por meio de termopares com disco de medição. Para que haja um bom contato térmico, os fios do termopar do tipo K (crome/alumel), com diâmetro não maior que 0,65 mm, devem ser soldados a um disco de cobre com 0,2 mm de espessura e 12,0 mm de diâmetro.

Cada termopar deve ser coberto com uma pastilha quadrada de material isolante, com (30 ± 2) mm de lados, (2,0 ± 0,5) mm de espessura e (900 ± 100) kg/m³ de densidade, a menos que especificado de outra forma em métodos de ensaio de elementos construtivos específicos. Antes de cada ensaio, as pastilhas devem ser secas em estufa a 105 °C, por pelo menos 30 min.

O equipamento de medição e aquisição dos dados deve poder operar dentro dos limites especificados nessa norma. A pastilha deve ser fixada à superfície do corpo de prova, sem adesivo entre o disco de cobre e a superfície do corpo de prova, ou entre o disco de cobre e a pastilha. Fitas de aço com 70 mm de comprimento e 20 mm de largura, com dois furos nas extremidades, fixadas com parafusos ou dispositivos similares, podem ser usadas para esta tarefa, assim como grampos metálicos.

Deve-se incluir um ou mais termopares móveis ou outro tipo de dispositivo de medição de temperatura, com precisão e tempo de resposta iguais ou menores que os do modelo apresentado na norma, e devem estar disponíveis para fazer a medição da temperatura da superfície não exposta, em pontos com suspeita de haver temperaturas mais altas durante o ensaio.

A junta de medição do termopar consiste em fios com 1,0 mm de diâmetro, soldados a um disco de cobre com 12,0 mm de diâmetro e 0,5 mm de espessura. O conjunto do termopar deve ser provido de um instrumento que permita que qualquer ponto da superfície não exposta do corpo de prova possa ser alcançado para medição com o termopar móvel.

Quando forem necessárias informações sobre a temperatura interna de um corpo de prova ou componente específico, isso deve ser obtido por meio de termopares com características adequadas à faixa de temperatura a ser medida, bem como adequadas ao tipo de material do corpo de prova. Mais informações estão detalhadas no Anexo C.

A temperatura ambiente no laboratório deve ser medida com um termopar, nas proximidades do corpo de prova, antes e durante o período de ensaio. O termopar deve ter nominalmente 3 mm de diâmetro, deve ser isolado mineralmente e ser do tipo K, com bainha de aço inoxidável, conforme estabelecido na IEC 60584-1. A junta de medição deve ser protegida contra calor irradiado e correntes de vento.

A segurança de misturadores de gás autônomos para uso médico

A NBR ISO 11195 de 04/2021 – Misturadores de gás para uso médico – Misturadores de gás autônomos especifica os requisitos para o desempenho e segurança de misturadores de gás autônomos destinados a misturar oxigênio com outro gás para uso médico. Este documento não se aplica a: blocos de fluxômetros com controles separados para o fluxo de cada gás; a misturadores de gás autônomos que misturem oxigênio com ar ambiente; a misturadores de gás autônomos com mais de duas entradas de gás diferentes; a misturadores de gás autônomos conectados a um concentrador de oxigênio.

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Qual deve ser a exatidão da concentração de oxigênio indicada?

Quais devem ser os conectores de gás?

Qual deve ser a marcação de cada entrada de gás?

O que deve conter as instruções de uso?

Este documento especifica os requisitos básicos para misturadores de gás autônomos destinados ao uso médico. Um perigo conhecido, associado ao uso de misturadores de gás autônomos, é o fluxo reverso do gás a partir de uma entrada de gás para outra, resultando na contaminação de um sistema de suprimento de gás com um outro gás e na administração de uma mistura de gás incorreta, que pode causar danos ao paciente. Como consequência desse perigo, foi dada particular atenção neste documento a minimizar o fluxo reverso.

É reconhecido que as inovações em projeto que ofereçam vantagens de desempenho, mas que ainda possam conflitar com aspectos específicos de projeto deste documento, podem surgir. Tais inovações não são para ser desencorajadas. Se as técnicas e tecnologias avançarem além daquelas em uso hoje, convém que elas atendam mesmo assim aos requisitos de desempenho e segurança apresentados neste documento.

Se essas técnicas e tecnologias diferirem significativamente das especificadas, este documento pode receber emenda ou ser revisado para abrangê-las. Este documento especifica os requisitos que são geralmente aplicáveis aos riscos associados a misturadores de gás autônomos. Um processo de gerenciamento de risco estabelecido em conformidade com a ISO 14971 deve ser realizado para o misturador de gás autônomo e acessórios relacionados. Verificar a conformidade por inspeção do arquivo de gerenciamento de risco.

O fabricante deve aplicar um processo de engenharia de usabilidade para avaliar e atenuar quaisquer riscos na utilização normal e erros de utilização (ver a IEC 62366-1). Verificar a conformidade por inspeção do arquivo de engenharia de usabilidade. Os misturadores de gás autônomos, em seu estado pronto para uso, após qualquer preparação recomendada pelo fabricante, devem satisfazer os requisitos de biocompatibilidade apropriados (ver a série NBR ISO 18562). Verificar a conformidade por inspeção da ficha técnica.

Os fabricantes de misturadores de gás autônomos destinados ao tratamento de crianças ou gestantes ou lactantes que incluem componentes feitos de materiais que incorporem ftalatos, os quais são classificados como carcinogênicos, mutagênicos ou tóxicos para a reprodução, devem fornecer uma justificativa específica para o uso dessas substâncias em sua ficha técnica. Ver também 19.6 d) e 20.1 para requisitos de marcação e de instruções de uso adicionais. Verificar a conformidade por inspeção das marcações, das instruções de uso e da ficha técnica.

Os fabricantes de misturadores de gás autônomos que incluem componentes feitos de materiais que incorporem látex natural devem fornecer uma justificativa específica para o uso dessas substâncias em sua ficha técnica. Ver também 19.6 e) e 20.1 para requisitos de marcação e de instruções de uso adicionais. Verificar a conformidade por inspeção das marcações, das instruções de uso e da ficha técnica.

Os agentes de limpeza, desinfecção ou esterilização recomendados não podem alterar o desempenho especificado do dispositivo ao longo de sua vida útil esperada. Ver também 20.1 m). Verificar a conformidade por inspeção das instruções de uso e da ficha técnica.

Os materiais em contato com os gases, durante a utilização normal, devem ser resistentes à corrosão e compatíveis com o oxigênio e com os outros gases e suas misturas na faixa de temperatura de −20 °C a +60 °C. A resistência à corrosão inclui resistência contra umidade e materiais circundantes. Compatibilidade com o oxigênio envolve combustibilidade e facilidade de ignição.

Os materiais que queimam no ar queimam violentamente em oxigênio puro. Muitos materiais que não queimam no ar queimarão em oxigênio puro, particularmente sob pressão. De maneira semelhante, os materiais que podem ser inflamados no ar requerem energias de ignição mais baixas em oxigênio.

Muitos destes materiais podem se inflamar por fricção no assento de válvula ou por compressão adiabática produzida quando o oxigênio em alta pressão é introduzido rapidamente em um sistema inicialmente em baixa pressão. A ISO 15001 contém informações sobre a seleção de materiais metálicos e não metálicos e outros aspectos da compatibilidade de equipamento com o oxigênio.

A temperatura de autoignição dos componentes não metálicos em contato com o gás, incluindo os materiais de vedação e lubrificantes (se usados), conforme determinado de acordo com a ISO 11114-3, não pode ser menor do que 160 °C. Verificar a conformidade por inspeção da ficha técnica. As regulamentações regionais ou nacionais podem exigir a apresentação de evidências a uma autoridade competente ou organismos de avaliação da conformidade (por exemplo, órgão de notificação na Área Econômica Europeia), mediante solicitação.

A temperatura máxima de operação permitida dos materiais sob ensaio é 100 °C mais baixa do que a temperatura de autoignição na pressão de oxigênio correspondente. Esta margem de segurança é necessária porque abrange tanto um aumento imprevisto da temperatura de operação quanto o fato de que a temperatura de autoignição não é uma constante.

Valores da temperatura de autoignição sempre dependem do método de ensaio usado, o que não simula exatamente todas as possíveis condições de operação. Molas, componentes altamente tensionados e peças sujeitas a desgaste que entram em contato com o gás não podem ser chapeados. O chapeamento poderia se desfazer. Verificar a conformidade por inspeção do arquivo técnico.

Os componentes de misturadores de gás autônomos em contato com gases medicinais durante a utilização normal devem atender aos requisitos de limpeza da ISO 15001. Verificar a conformidade por inspeção da ficha técnica. Se forem usados lubrificantes, estes devem ser compatíveis com oxigênio, outros gases medicinais e suas misturas, na faixa de temperatura especificada em 6.5.1, até a pressão de ensaio de 1.000 kPa. Verificar a conformidade por inspeção do arquivo técnico.

As condições de operação normais devem ser com o misturador de gás autônomo conectado aos suprimentos de gás de entrada em todas as pressões e diferenciais de pressão na faixa declarada pelo fabricante [ver 20.2 p)] e em qualquer configuração do controle do misturador de gás autônomo com condições tanto com fluxo quanto sem fluxo. O misturador de gás autônomo deve operar e atender aos requisitos deste documento por toda a faixa declarada de pressões de entrada de suprimento de gás e não pode causar um risco inaceitável sob a condição anormal sob uma só falha até uma pressão máxima de 1.000 kPa (10 bar).

Caso o misturador de gás autônomo seja destinado a ser conectado a um sistema de tubulação de gás medicinal em conformidade com a ISO 7396-1 por unidades terminais em conformidade com a ISO 9170-1 e conexões de mangueiras flexíveis em conformidade com a ISO 5359, ou um regulador de pressão em conformidade com a ISO 10524-1, então a faixa declarada de pressões de entrada de suprimento de gás deve cobrir a faixa especificada nessas normas. Pode ser requerido que reguladores de pressão internos acomodem a faixa declarada de pressão de entrada de suprimento de gás e a condição anormal sob uma só falha de pressão de entrada de suprimento de gás máxima. O gás deve continuar a fluir para o paciente sob uma condição anormal sob uma só falha de sobrepressão. Sob esta condição, a vazão pode estar fora de especificação. Verificar a conformidade por ensaios funcionais em condição de operação normal com as configurações de operação mais adversas e inspeção da ficha técnica.

O fluxo reverso de gás de uma entrada de gás para a outra não pode exceder 10 mL/h sob condições normais de operação e condição anormal sob uma só falha. O fabricante deve manter documentação dos métodos pelos quais a conformidade com este requisito foi verificada, juntamente com os dados que suportem a validade dos métodos.

Se um sistema de alarmes for movido a energia elétrica, ele deve: estar em conformidade com a IEC 60601-1-8; indicar se houver falha da rede de alimentação elétrica; se equipado com uma fonte de energia elétrica reserva, fornecer uma indicação de que está operando a partir da fonte de energia elétrica reserva. Verificar a conformidade por inspeção e ensaio funcional.

Um sistema de alarmes não elétrico deve gerar sinais de alarme audíveis com um nível de pressão sonora, ponderado em A, pelo menos 2 dB acima de um nível de ruído branco de fundo de 55 dB, conforme medido pelo método da ISO 3744. Verificar a conformidade por inspeção e ensaio funcional com o método da ISO 3744.

O misturador de gás autônomo deve gerar um sinal de alarme para indicar quando a pressão de entrada do suprimento de gás de qualquer gás tiver excedido a pressão máxima especificada na descrição técnica [ver 20.2 p)]. O misturador de gás autônomo não precisa ser equipado com um sinal de alarme de alta pressão, se o misturador de gás autônomo for capaz de funcionar com pelo menos duas vezes a pressão de distribuição máxima declarada fornecida por um sistema de tubulação de gás medicinal. A pressão de distribuição máxima especificada na ISO 7396-1 é de 500 kPa.

O sinal de alarme deve ser audível e pode ou não ser movido a energia elétrica. Se for movido a energia elétrica, deve ser no mínimo de média prioridade. Verificar a conformidade por inspeção e ensaio funcional. Se a pressão diferencial puder afetar o desempenho do misturador de gás autônomo, um sinal de alarme deve ser gerado quando o diferencial de pressão de entrada do suprimento de gás tiver excedido a faixa especificada na descrição técnica [ver 20.2 p)].

Existe um procedimento de ensaio recomendado e intervalo para verificar a concentração de oxigênio do gás administrado, usando um monitor de oxigênio em conformidade com a NBR ISO 80601-2-55 (ver a figura abaixo para um exemplo de um arranjo de ensaio). O sinal de alarme deve ser audível e pode ou não ser movido a energia elétrica. se for movido a energia elétrica, deve ser no mínimo de média prioridade. Verificar a conformidade por ensaio funcional e inspeção da ficha técnica.

O misturador de gás autônomo deve ser equipado com um sistema de alarmes que detecte quando uma falha de qualquer um dos suprimentos de gás ocorrer, seja o suprimento derivado de cilindros ou de um sistema de tubulação de gás medicinal, e gerar um sinal de alarme. o sinal de alarme deve ser ativado quando a pressão do suprimento de gás atingir o limite de alarme declarado pelo fabricante [ver 20.1 d)]. Verificar a conformidade por ensaio funcional.

O sinal de alarme deve ser audível e pode ou não ser movido a energia elétrica. se for movido a energia elétrica, deve ser de alta prioridade. Verificar a conformidade por inspeção da ficha técnica. Se o sinal de alarme for movido a gás, ele deve ser movido pelo oxigênio ou suprimento de ar de um misturador de gás autônomo de oxigênio e ar, ou pelo suprimento de oxigênio somente, para um misturador de gás autônomo de oxigênio e qualquer outro gás medicinal. Verificar a conformidade por ensaio funcional.

O sinal de alarme audível deve ser automaticamente desativado quando a pressão do suprimento de gás for restaurada. Verificar a conformidade por ensaio funcional. O sinal de alarme audível, para misturadores de gás autônomos projetados para uso assistido, deve ser de pelo menos 7 s de duração e, para uso não assistido, de pelo menos 60 s. Verificar a conformidade pelos ensaios apresentados em B.3.

Para um misturador de gás autônomo destinado a misturar oxigênio e ar, o operador pode acionar áudio desligado, para falha de suprimento de gás, após a ativação do alarme. Verificar a conformidade por inspeção e ensaio funcional.

Para um misturador de gás autônomo destinado a misturar oxigênio e qualquer outro gás, não pode haver possibilidade de acionar áudio desligado para falha de suprimento de gás após a ativação do alarme sem restaurar a pressão do suprimento de gás para acima do limite de alarme. Verificar a conformidade por inspeção e ensaio funcional.

ASME B30.4: os guindastes de portal e pedestal

A ASME B30.4:2020 – Portal and Pedestal Cranes inclui as disposições que se aplicam à construção, instalação, operação, inspeção, teste e manutenção de motor elétrico ou movido a motor de combustão interna de guindastes de portal e pedestal que ajustam o raio de operação por meio de um mecanismo de elevação da lança, que pode ser montado em uma base fixa ou móvel, e a qualquer variação da mesma que retenha as mesmas características fundamentais.

Esta norma se aplica apenas a guindastes de portal e pedestal com lança oscilante e que utilizam tambor e corda para içamento de carga. Os requisitos para guindastes de torre (consulte ASME B30.3), guindastes de lança telescópica, guindastes de manuseio de contêiner de lança dupla e guindastes de lança articulada não estão incluídos nesta norma.

Conteúdo da norma

Prefácio . . .. v

Lista do Comitê… . . . vii

Introdução ao padrão B30. . . . . . ix

Sumário de Mudanças . . .. . . . . .. xii

Capítulo 4-0 Escopo, definições, competência de pessoal, traduções e referências.  . . . . 1

Seção 4-0.1 Escopo de B30.4. . . . . . . . . . . . 1

Seção 4-0.2 Definições. . …………. 1

Seção 4-0.3 Competência de pessoal. . . . . . . . …. 2

Seção 4-0.4 Traduções. ………………… . 2

Seção 4-0.5 Referências. ……………….. . . 5

Capítulo 4-1 Montagem, características e construção. . . . . . 6

Seção 4-1.1 Preparação e montagem do local. . .  . . . 6

Seção 4-1.2 Projeto estrutural e construção. . . . . .. 6

Seção 4-1.3 Classificação e estabilidade de carga…  . . . 7

Seção 4-1.4 Documentação. . . . . . . . . . . . . . . . . 8

Seção 4-1.5 Equipamento de içamento. . . . . . . . . . . 9

Seção 4-1.6 Equipamento de oscilação. .. . . . . . . 9

Seção 4-1.7 Mecanismo de giro. . . . . . . . . . . . . . 10

Seção 4-1.8 Equipamento de viagem. .  . . . . . . . . . 10

Seção 4-1.9 Freios, requisitos gerais.. . . . . . . . . 10

Seção 4-1.10 Ímãs de içamento e dispositivos de içamento abaixo do gancho. .  . . . . . . 10

Seção 4-1.11 Auxílios operacionais. .. . . . . . . . . 10

Seção 4-1.12 Cordas de suporte da lança e do jib. . . …. 11

Seção 4-1.13 Acessórios para mangueiras. . . . . . . . 11

Seção 4-1.14 Contrapesos. . . . . . . . . . . . . . . . . 11

Seção 4-1.15 Controles. ……………… . . 11

Seção 4-1.16 Equipamento elétrico. .. . . . . . . . . 12

Seção 4-1.17 Cabine do operador. . . . . . . . . . . . . . 12

Seção 4-1.18 Requisitos gerais. . . . . . . . . . . . . . . . 12

Capítulo 4-2 Inspeção, teste e manutenção. . . . . . . 14

Seção 4-2.1 Inspeção. . . . . .  . . . . . . . . . . . . . . . 14

Seção 4-2.2 Auxílios operacionais. . . . . . . . . . . . . . 15

Seção 4-2.3 Teste. . ….  . . . . . . . . . . . . 15

Seção 4-2.4 Manutenção.  . . . . . . . . . . . . . 16

Seção 4-2.5 Inspeção, substituição e manutenção do cabo……17

Capítulo 4-3 Operação.  . . . . . . . . . . . . 18

Seção 4-3.1 Qualificações e responsabilidades. . . . . .. 18

Seção 4-3.2 Práticas operacionais. . . . . . . . . . . .. 21

Seção 4-3.3 Sinais. . .. . . . . . . . . . . . . . . . . .. 23

Seção 4-3.4 Diversos. . …. . . . . . . . . …. 25

Figuras

4-0.2.1-1 Guindaste de pedestal com lança oscilante.  . . . . . 3

4-0.2.1-2 Guindaste de portal com lança oscilante de nível….3

4-0.2.1-3 Guindaste de portal com lança oscilante. . …….. . . 4

4-3.3.4-1 Sinais manuais padrão para controle de guindastes de portal e pedestal. . . . . . .. 24

A data de vigência desta norma B30 será um ano após sua data de emissão. A construção, instalação, inspeção, teste, manutenção e operação dos equipamentos fabricados e as instalações construídas após a data de entrada em vigor desta norma devem estar em conformidade com os seus requisitos obrigatórios.

Os equipamentos fabricados e instalações construídas antes da data de vigência dessa norma estará sujeito aos requisitos de inspeção, teste, manutenção e operação desta norma após a data de entrada em vigor. Não é a intenção deste documento requerer a adaptação do equipamento existente. Porém, quando um item está sendo modificado, seus requisitos de desempenho devem ser revisados em relação aos requisitos dentro da norma atual. A necessidade de atender aos requisitos atuais deve ser avaliado por uma pessoa qualificada selecionada pelo proprietário (usuário).

O equipamento coberto pela Norma B30 está sujeito a perigos que não podem ser eliminados por meios mecânicos, mas apenas pelo exercício da inteligência, cuidado e bom senso. Portanto, é essencial ter pessoal envolvido no uso e operação do equipamento que seja competente, cuidadoso, fisicamente e mentalmente qualificado, e treinado na operação adequada do equipamento e no manuseio de carrega. Os perigos sérios incluem, mas não estão limitados, a manutenção imprópria ou inadequada, sobrecarga, queda ou escorregamento da carga, obstrução da passagem livre da carga e uso de equipamento para uma finalidade para a qual não foi destinado ou projetado.

O Comitê das normas B30 compreende totalmente a importância dos fatores de projeto adequados, dimensões mínimas ou máximas e outros critérios de limitação de cabo de aço ou corrente e suas fixações, roldanas, rodas dentadas, tambores e equipamentos semelhantes cobertos pela norma, todos os quais são estreitamente conectados com segurança. Tamanhos, resistências e critérios semelhantes dependem de muitos fatores diferentes, geralmente variando com a instalação e os usos.

As características de desempenho dos transformadores de corrente (TC)

A NBR 6856 de 04/2021 – Transformador de corrente com isolação sólida para tensão máxima igual ou inferior a 52 kV – Especificação e ensaios especifica as características de desempenho de transformadores de corrente (TC) destinados a serviços de medição, controle e proteção, com tensões máximas iguais ou inferiores a 52 kV, com isolamento sólido. Os requisitos específicos para transformadores de corrente para uso em laboratórios e transdutores ópticos não estão incluídos nesta norma. Não se aplica a: TC polifásicos; TC isolados a gás; TC óptico; TC com isolamento imerso em óleo; TC para resposta em regime transitório; outros dispositivos destinados a obter correntes reduzidas de um circuito primário, mas que não se enquadrem nas definições de TC.

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O que é um transformador de corrente para serviços de proteção classe PXR?

Qual deve ser o fator de correção da altitude?

Qual deve ser o fator térmico nominal (Ft)?

Quais são as representações das correntes nominais e relações nominais?

Devem ser consideradas condições normais de serviço, transporte e instalação as condições especificadas a seguir. Devem ser consideradas condições especiais as que podem exigir construção especial e/ou revisão de algum valor nominal e/ou cuidados especiais no transporte, instalação ou funcionamento do TC, e que devem ser levadas ao conhecimento do fabricante. Ver condições especiais especificadas abaixo. Os transformadores de corrente devem ser projetados para operar nas condições de temperatura indicadas na tabela abaixo.

A altitude não pode exceder a 1.000 m acima do nível do mar (m.a.n.m.). São consideradas condições normais de serviço para transformadores de corrente de uso interno: a influência de radiação solar desprezível; o ar ambiente não significativamente poluído com poeira, fuligem, gases corrosivos, vapores ou sal; as condições de umidade como a seguir. O valor médio da umidade relativa, medido durante um período de 24 h, que não exceda 95%; o valor médio da pressão de vapor de água, para um período de 24 h, que não exceda a 2,2 kPa; o valor médio da umidade relativa, para um período de um mês, que não exceda 90%; e o valor médio da pressão de vapor d’água, para um período de um mês, que não exceda a 1,8 kPa.

Para estas condições, ocasionalmente pode ocorrer condensação. A condensação pode ocorrer quando houver mudanças súbitas de temperatura, em períodos de alta umidade. Para a prevenção dos efeitos de alta umidade e condensação, como descargas através do isolamento ou corrosão das partes metálicas, o transformador de corrente é projetado de modo a suportar estes tipos de problemas.

A condensação pode ser prevenida por projeto especial do invólucro, por meio de ventilação satisfatória, aquecimento ou uso de equipamento de desumidificação. São consideradas condições normais de serviço para transformadores de corrente de uso externo: o valor médio da temperatura de ar ambiente, medido em um período de 24 h, que não exceda 35 °C; radiação solar de até 1.000 W/m²; ar ambiente poluído com poeira, fuligem, gases corrosivos, vapores ou sal, com os níveis de poluição especificados de acordo com a Tabela 17 na norma; pressão de vento não superior a 700 Pa, correspondendo a uma velocidade do vento de 34 m/s.

Para essas condições, a ocorrência de condensação e precipitação é levada em consideração. O valor da frequência nominal é de 60 Hz. Para as condições especiais de serviço, quando os transformadores de corrente forem utilizados em condições diferentes das determinadas, as especificações dos usuários devem ser conforme descrito a seguir. Para a instalação a uma altitude maior que 1.000 m, a distância de arco externo sob condições atmosféricas normalizadas deve ser determinada multiplicando-se as tensões suportáveis requeridas no local de serviço por um fator k, conforme a figura acima.

Para o isolamento interno, a rigidez dielétrica não é afetada pela altitude. Recomenda-se que o método para verificação do isolamento externo seja acordado entre o fabricante e o usuário. O desempenho térmico do TC é afetado em altitudes superiores a 1.000 m, devido à redução da densidade do ar.

Se um TC for especificado para condições de serviço acima de 1.000 m e ensaiado abaixo de 1.000 m, os limites de elevação de temperatura dados na Tabela 12 (disponível na norma) devem ser corrigidos, conforme especificado em 5.6. Para a instalação em lugares em que a temperatura ambiente pode estar significativamente fora da faixa das condições de serviço normais indicadas em 4.2.1, as temperaturas mínimas e máximas devem ser especificadas pelo usuário.

Em certas regiões com ocorrência frequente de ventos quentes e úmidos, mudanças súbitas de temperatura podem resultar em condensação, mesmo em lugar fechado. Sob certas condições de radiação solar, podem ser necessárias medidas apropriadas, como, por exemplo, o uso de telhado, ventilação forçada, etc., para não exceder as elevações de temperatura especificadas. Podem ser especificados valores diferentes de 60 Hz.

São consideradas condições especiais relacionadas a vibrações: as vibrações devido a operações de manobra ou curto-circuito para subestações blindadas; a sujeição a vibrações devido a tremores de terra, cujo nível de severidade deve ser especificado pelo usuário em conformidade com as normas pertinentes. Existem outros fatores a serem considerados condições especiais de serviço.

Todas as condições não previstas nesta norma devem ser consideradas condições especiais de serviço e devem ser objeto de acordo entre o fabricante e o usuário, como: a exposição a ar excessivamente salino, vapores, gases ou fumaças prejudiciais; a exposição a poeira excessiva; a exposição a materiais explosivos em forma de gases ou pó; a sujeição a condições precárias de transporte e instalação; a limitação de espaço na sua instalação; a instalação em locais excessivamente úmidos e possibilidade de submersão em água; os requisitos especiais de isolamento; os requisitos especiais de segurança pessoal contra contatos acidentais em partes vivas do TC; a dificuldade na manutenção; o funcionamento em condições não usuais, como regime ou frequência incomuns ou forma de onda distorcida.

Os sistemas de aterramento considerados são: o sistema com neutro isolado; o sistema de aterramento ressonante; o sistema com neutro aterrado, que pode ser um sistema com neutro solidamente aterrado; e um sistema com neutro aterrado por meio de impedância. Os valores normalizados de corrente primária nominal são preferencialmente: 10 A – 15 A – 20 A – 25 A – 30 A – 40 A – 50 A – 60 A – 75 A e seus múltiplos e submúltiplos decimais.

A corrente secundária nominal deve ser escolhida de acordo com a prática do local onde o transformador for usado. Os valores-padrão são 1 A e 5 A. Para os transformadores ligados em delta, os valores 1 A e 5 A divididos por √3, e também 1 A e 5 A, são considerados valores-padrão.

A calibração do instrumento de medição de força de uso geral

A NBR 8197 de 04/2021 – Materiais metálicos – Calibração de instrumentos de medição de força de uso geral estabelece o método para calibração de instrumento de medição de força de uso geral, com indicação direta em unidade de força. Esta norma é aplicável aos instrumentos de medição de força do tipo mecânico, hidráulico, pneumático e eletromecânico ou outro meio que possibilite a correspondência entre uma deformação e uma força.

A calibração de um instrumento de medição de força de uso geral por esta norma não o torna apto a servir como padrão de referência para a calibração de outros instrumentos de medição de força. Caso o valor de indicação de força do instrumento de medição de força de uso geral (Fi) não esteja em unidade de força, ele é convertido em unidade de força pelo uso de uma equação de primeiro ou segundo grau, correlacionando o valor de indicação de força do padrão de referência (F) e Fi.

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Como pode ser definido um instrumento de medição de força eletromecânica?

Quais são os símbolos e suas unidades, e designações?

Como deve ser calculado o erro relativo de indicação, q?

Como deve ser determinada a incerteza-padrão de reprodutibilidade, u1?

O instrumento de medição de força de uso geral e os acessórios correspondentes devem garantir a aplicação axial das forças de tração e/ou de compressão. A faixa mínima de medição de força de instrumentos de uso geral a ser calibrada deve atender aos requisitos especificados a seguir até 100% de sua faixa nominal: 10% de sua faixa nominal, ou multiplicando-se a resolução do indicador de força do instrumento de medição de força de uso geral (r) por 100, ou a que for menor. O instrumento só pode ser utilizado na faixa calibrada.

Se as leituras no indicador elétrico oscilarem mais do que o valor da resolução (com o instrumento sem aplicação de força), convém que a resolução r seja considerada igual à metade da amplitude da oscilação. Convém que a faixa de indicações do instrumento seja compatível com os erros e incertezas requeridos para o uso.

Devem ser utilizados como padrões de referência na calibração de instrumentos de medição de força de uso geral: os transdutores de força calibrados conforme a NBR ISO 376:2012, classe 1 ou melhor; as máquinas universais de ensaio calibradas conforme a NBR ISO 7500-1:2016, classe 0,5 ou melhor; ou as massas geradoras de força. Os padrões de referência devem ter incerteza máxima de ±0,5% da força aplicada.

Para o procedimento de calibração, para a aplicação prévia de força máxima, antes de se aplicarem as forças de calibração em um determinado sentido (tração ou compressão), o instrumento de medição de força de uso geral deve ser submetido à sua força máxima por três vezes consecutivas. Quanto aos pontos de calibração e séries de medições, após a aplicação prévia da força máxima, aplicar as forças de calibração em cada ponto, em níveis crescentes.

O número de pontos deve ser no mínimo seis, em no mínimo três séries de medições. O intervalo de tempo entre duas aplicações de força sucessivas deve ser tão uniforme quanto possível, e nenhuma leitura deve ser feita antes da estabilização da força.

Para realizar a calibração, deve-se empregar um dos seguintes métodos: preferencialmente aplicar e estabilizar os pontos preestabelecidos de força, Fi, indicados pelo indicador de força do instrumento a ser calibrado, e registrar o valor de força, F, indicada pelo indicador do instrumento de medição de força do padrão de referência, ou aplicar e estabilizar os pontos preestabelecidos de força do padrão referência, F, indicados pelo instrumento de medição de força, e registrar o valor da força, Fi, indicada pelo indicador de força do instrumento a ser calibrado.

Devem ser observadas as seguintes condições da calibração: para a compressão, deve-se girar o instrumento pelo menos uma vez, por exemplo, um terço de volta, mantendo-se o alinhamento inicial, ou substituir os blocos de apoio por outros que tenham características de deformação diferentes; para a tração, devem-se girar as barras de acoplamento pelo menos uma vez, por exemplo, um terço de volta, ou mudar e realinhar as articulações; devem ser introduzidas as variações normalmente encontradas em serviço, como, por exemplo, acoplamento e desacoplamento de cabos elétricos.

Recomenda-se que a calibração seja realizada no intervalo de temperatura entre 10°C e 35°C, com variação máxima de ± 3°C durante a calibração, e que seja registrada no início da primeira série de medição e ao final da última série de medição. Para o certificado de calibração e validade, as informações gerais devem conter: referência a esta norma; identificação do instrumento de medição de força de uso geral (tipo, fabricante, número de série, faixa nominal e resolução); identificação do padrão utilizado, número e data da calibração e nome da instituição que efetuou a calibração; nome ou marca da instituição que efetuou a calibração do instrumento de medição de força de uso geral; data da calibração e da emissão do certificado de calibração do instrumento de medição de força de uso geral; identificação do certificado por uma referência única; sentido de aplicação da força de calibração (tração e/ou compressão); temperatura média e variação na qual a calibração foi realizada; limite inferior de calibração.

Os resultados da calibração devem incluir: a tabela com os valores lidos e média; o erro relativo da indicação; o erro relativo de reprodutibilidade; e a incerteza expandida de medição e fator de abrangência. Para a validade, sob circunstâncias normais, convém que a calibração seja realizada em intervalos não maiores que 12 meses.

Este intervalo pode variar, dependendo do tipo de instrumento de medição de força de uso geral, da manutenção e da severidade de uso. Enfim, em várias aplicações na indústria, realizar medições são atividades obrigatórias para avaliar os parâmetros críticos dos produtos ou itens.

É necessário estimar as forças de tração da carga de compressão, qualificações dimensionais, análises químicas, etc. Essas aplicações podem ser utilizadas em testes de materiais, pesagem industrial, medições de peças de reposição.

Em todas as medições e aplicações, haverá uma estimativa de incerteza para o parâmetro medido. Para medições de força, os dispositivos utilizados para conduzir as medições devem ser rastreáveis a uma realização da unidade do Sistema Internacional de Unidades (SI) das forças, dentro desta incerteza reivindicada.

O instrumento de prova de força (transdutor de força) deve ser usado para calibrar o transdutor de força industrial ou para medir forças diretamente, como este inserido nas máquinas de ensaio de tração. Esses transdutores de força devem ser rastreáveis até as máquinas padrão de força nacional que possuem capacidades de medição de calibração reconhecidas.

Os métodos de calibração para calibrar esses instrumentos de prova de força geralmente serão realizados de acordo com um procedimento documentado. Este procedimento de calibração documentado identifica os critérios de classificação para os instrumentos de prova de força com base em vários erros relativos, como reprodutibilidade relativa e erros de repetibilidade, erro de interpolação relativo, erro de zero relativo, erro de reversibilidade relativa e erro de fluência relativo.

Essa classificação pode ser considerada uma declaração de conformidade como aprovado/reprovado, em tolerância/fora de tolerância, em especificação/fora de especificação. Esse procedimento pode ser considerado como identificações de conformidade ou não conformidade com um padrão, especificações ou requisitos relevantes.

Saiba mais o que é a concessão florestal

A concessão florestal é uma importante ferramenta para implementar a política nacional de conservação, permitindo o melhor gerenciamento dos ativos ambientais públicos, contribuindo para o combate às atividades ilegais, gerando benefícios sociais e ambientais e promovendo o desenvolvimento econômico de longo prazo em bases sustentáveis. Segundo o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), o governo, o setor privado, os pesquisadores, as comunidades e demais atores envolvidos no processo já reconhecem nas concessões florestais um importante instrumento de controle do desmatamento e de estímulo à atividade econômica sustentável. Um exemplo é a concessão da Floresta Nacional de Altamira, no Pará, que vem contribuindo para exploração sustentável e a preservação da floresta.

Deve-se entender que, na concessão florestal, o governo concede ao setor privado o direito de explorar a floresta pública de modo sustentável, por um prazo definido, com contrapartida financeira e obrigações legais e contratuais. A titularidade da terra permanece pública, sob gestão do governo, durante todo período da concessão. Essa é uma das modalidades de gestão previstas na Lei de Gestão de Florestas Públicas (Lei nº 11.284/2006), além da gestão direta pelo governo e do uso comunitário.

Ao longo do período da concessão, os concessionários pagam ao governo uma quantia – que varia em função das condições e resultados de cada concorrência – destinada aos órgãos de meio ambiente, aos estados e municípios onde as florestas estão localizadas e ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal. Os recursos são utilizados para promoção da atividade florestal sustentável na região. A concessão busca trazer incentivos para que o concessionário promova a cadeia de produtos florestais e contempla as obrigações do gestor para com as comunidades locais.

Importante afirmar que as concessões florestais pressupõem a existência de um plano de manejo florestal sustentável, que precisa ter passado por licenciamento e aprovação do órgão ambiental competente – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no caso de florestas federais; ou órgão estadual de meio ambiente, nos demais. O manejo florestal envolve uma série de técnicas que permitem a exploração contínua e sustentável da floresta, delimitando um limite de exploração por área concedida e um tempo de regeneração da vegetação, antes de nova utilização.

Para elaboração do plano de manejo da área, o interessado deve realizar um levantamento de todas as árvores da espécie que pretende explorar e definir um diâmetro mínimo para elas. Com isso, mesmo após a extração madeireira, é possível garantir a permanência de uma quantidade de árvores capaz de promover a regeneração natural da espécie. As regras de manejo definidas na Resolução Conama nº 406/2009 e em instruções normativas do Ministério do Meio Ambiente (MMA) buscam prover um ambiente em que o ciclo reprodutivo da floresta seja assegurado, de modo que o estoque de cada espécie explorada seja recomposto para novos ciclos.

Deve-se ressaltar que as atividades de fiscalização de florestas federais, que visam identificar, prevenir e combater ilícitos, são executadas pelo Ibama. No caso das concessões florestais, a partir do monitoramento contínuo realizado pelo próprio Ibama e pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB), a fiscalização será acionada quando forem identificados indícios de crime ambiental, como, por exemplo, descumprimento da licença emitida ou mau uso de documentos florestais. Para fiscalização, o SFB realiza o acompanhamento contínuo do Sistema Nacional de Controle de Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor) e do Sistema de Cadeia de Custódia (SCC), assim como uma avaliação anual em campo.

Nesta última, são analisadas a implementação e a condução de todas as atividades das concessões florestais, bem como a dinâmica de desenvolvimento da floresta e de possíveis impactos à biodiversidade, por meio de parcelas permanentes (pedaços da floresta que servem como amostra da área de manejo). A prática do manejo florestal sustentável, permitida no regime de concessão florestal, possibilita ao concessionário a exploração de produtos madeireiros, não madeireiros e serviços florestais.

Isso significa que, além da extração de madeira, é possível aproveitar produtos vegetais não lenhosos – incluindo folhas, raízes, cascas, frutos, sementes, gomas, óleos, látex e resinas – e ainda desenvolver atividades de turismo e visitação, educação ambiental, restauração florestal e créditos de carbono decorrentes de recuperação de áreas degradadas. Há, portanto, um amplo mercado a ser explorado, dada a rica biodiversidade e grande área de florestas no Brasil.

Durante os estudos que fundamentam o edital de concessão, são realizados levantamentos de campo e etapas de consulta e audiência pública. Isso visa delimitar as áreas de manejo florestal e as demais condições da concessão, inclusive obrigações do concessionário. Caso sejam identificadas populações residentes ou que façam uso de determinados locais na zona de manejo florestal, essas áreas podem ser excluídas da concessão, de forma a preservar os modos de vida dessas populações.

Além disso, os produtos não madeireiros de uso tradicional e considerados essenciais à subsistência das comunidades locais não são objeto da concessão florestal, sendo garantido o acesso gratuito das comunidades às áreas de coleta. O edital de concessão florestal define as espécies que só podem ser extraídas com autorização especial do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e se não houver prejuízo para o uso comunitário.

Assim, uma floresta só pode ser concedida se for incluída no Plano Anual de Outorga Florestal (PAOF). Antes mesmo da concessão, o PAOF já busca excluir das florestas elegíveis, aquelas destinadas ao uso de povos e comunidades tradicionais, indígenas, agricultores familiares e assentados do Programa Nacional de Reforma Agrária.

REVISTA DIGITAL ADNORMAS – Edição 159 | Ano 4 | 20 de Maio 2021

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Edição 159 | Ano 4 | 20 de Maio 2021
ISSN: 2595-3362 Acessar edição
Capa da edição atual
  Confira os 12 artigos desta edição:
Os parâmetros dos interruptores para os sistemas eletrônicos de edificações
A bomba de combustível não conforme pode representar riscos aos veículos
A conformidade dos materiais utilizados em sistema de aterramento
A liderança de equipes de alta performance na indústria da construção civil
A integridade do limite de pressão de uma válvula metálica industrial
A logística reversa no segmento de produtos eletroeletrônicos Target Adnormas
Como criar um ambiente de trabalho mais diverso e inclusivo

Como o setor público pode garantir a segurança dos dados
Máquinas de movimentação de solo: a remanufatura e a avaliação das usadas
O ensaio da pressão de estouro nos preservativos masculinos
A pandemia contribuiu para o aumento do estresse e peso da população
Protegendo a privacidade e minimizando os dados