BS EN 1706: a composição química do alumínio e suas ligas

Essa norma europeia, editada pelo BSI em 2020, especifica os limites da composição química das ligas de fundição de alumínio, e as propriedades mecânicas dos provetes vazados separadamente para essas ligas. O Anexo C é um guia para a seleção de ligas para um uso ou processo específico.

A BS EN 1706:2020 – Aluminium and aluminium alloys. Castings. Chemical composition and mechanical properties abrange os limites de composição química e propriedades mecânicas das ligas de fundição de alumínio. Essa norma é uma atualização abrangente da versão 2010. Essa norma é indicada para quem faz casting em engenharia, aqueles que fazem fundição em engrenagens automotivas e aeroespaciais, para quem faz investimentos, designers, arquitetos.

Esta norma europeia especifica os limites de composição química das ligas de fundição de alumínio e as propriedades mecânicas dos provetes vazados separadamente para essas ligas. O Anexo C é um guia para a seleção de ligas para um uso ou processo específico. Essa norma fornece orientações particularmente importantes, uma vez que a maioria do alumínio, em alguns países, é reciclada. Além disso, o seu uso cria condições equitativas entre rodízios, produtores e designers; ajuda na criação de melhores produtos; aumenta a confiança, dando aos usuários finais confiança nos produtos; permite a entrada em novos mercados e facilita o comércio; e gerencia os riscos.

A BS EN 1706:2020 deve ser usada em conjunto com as BS EN 576, BS EN 1559-1, BS EN 1559-4, BS EN 1676 e BS EN ISO 8062-3. Essa norma pode contribuir para que os usuários alcancem o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU em indústria, inovação e infraestrutura, porque promove uma infraestrutura resiliente. Também contribui para o Objetivo 12, sobre consumo e produção responsáveis, porque apoia a reciclagem de alumínio.

A norma em sua edição de 2020 foi amplamente reescrita para atualizá-la com as metodologias atuais. Em comparação com a edição de 2010, foram feitas as alterações significativas. A referência normativa BS EN 10002-1 foi substituída pela BS EN ISO 6892-1. Os termos e definições foram atualizados. Na tabela 1 duas ligas foram excluídas e seis adicionadas, o limite máximo de chumbo foi reduzido para 0,29% e notas de rodapé foram adicionadas e modificadas.

Além disso, foram alterados os limites de composição química das ligas EN AC-43000 [EN AC-Al Si10Mg], EN AC43300 [EN AC-Al Si9Mg] e EN AC-51300 [EN AC-AlMg5]. Na tabela 2, duas ligas foram excluídas e três adicionadas, foi adicionada uma nova nota de rodapé e as propriedades mecânicas das ligas já existentes EN AC-42100 [EN AC-Al Si7Mg0,3], EN AC-43300 [EN AC-Al Si9Mg] e EN AC-71100 [EN AC-Al Zn10Si8Mg] foram modificadas.

Na tabela 3, duas ligas foram excluídas e duas adicionadas, as propriedades mecânicas das ligas já existentes EN AC-46200 [EN AC-Al Si8Cu3], EN AC-43300 [EN AC-Al Si9Mg] e EN AC-71100 [EN AC-Al Zn10Si8Mg] foram modificadas. Na Tabela A.1, uma liga foi excluída e três adicionadas, as propriedades mecânicas das ligas já existentes EN AC-43500 [EN AC-Al Si10MnMg], EN AC-46000 [EN AC-Al Si9Cu3 (Fe)] e EN AC-71100 [EN AC-Al Zn10Si8Mg] foram modificadas.

Foi adicionado um novo Anexo B e o antigo Anexo B foi renomeado para Anexo C. Na Tabela C.1, as mesmas ligas da Tabela 1 foram adicionadas ou excluídas, respectivamente. A adequação de alguns métodos de fundição foi revisada para algumas ligas, bem como algumas classificações de propriedades, e as notas de rodapé foram modificadas. O antigo Anexo C foi renomeado para o anexo D e o quadro D.1 foi completamente revisado.

Conteúdo da norma

Prefácio da versão europeia………………… … 3

1 Escopo……………………………….. ……………. 6

2 Referências normativas……………………… 6

3 Termos e definições………………………….. 6

4 Informações para pedidos…………………… 8

5 Sistemas de designação…………………….. 8

5.1 Sistema de designação numérica…………… 8

5.2 Sistema de designação baseado em símbolos químicos…………… 8

5.3 Designações de têmpera…………………. 8

5.4 Designações do processo de fundição…………. 9

5.5 Designações a serem incluídas nos desenhos…………… 9

6 Composição química……………… ……………………………. 9

6.1 Geral…………………………………….. ………… 9

6.2 Amostras para análise química…………. 9

7 Propriedades mecânicas…………………….. 15

7.1 Geral……………………………………. ……… 15

7.2 Ensaios de tração…………………………. 19

7.3 Provetes…………………………………. … 19

7.3.1 Geral……………………………. ……….. 19

7.3.2 Amostras de ensaio fundidas separadamente………………….. 19

7.3.3 Provetes retirados de peças vazadas……………….. 20

7.4 Ensaios de dureza………………………………………. 21

8 Regras de arredondamento para determinação da conformidade…………… 21

Anexo A (informativo) Propriedades mecânicas de ligas fundidas sob alta pressão…………………….. 22

Anexo B (informativo) Propriedades mecânicas potencialmente alcançáveis dos provetes coletados de um grupo……………… 23

Anexo C (informativo) Comparação das características de fundição, mecânicas e outras propriedades…………………………….. 25

Anexo D (informativo) Comparação entre as designações de ligas de alumínio fundido………………….. 34

Bibliografia…………………….. 36

A dualidade da mineração

Texto e fotos: Tássia Oliveira Biazon

Muito além dos impactos ambientais e econômicos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), que matou 19 pessoas, os rastros da tragédia extrapolaram o percurso da lama que derrubou casas e apagou comunidades do mapa. Com o derramamento de milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério pertencentes à mineradora Samarco – que invadiram o Rio Doce e seguiram até o Oceano Atlântico – também foram soterrados sonhos, apagadas memórias, ameaçadas a economia e o orçamento municipal e, definitivamente, transformadas para sempre as vidas de pessoas direta ou indiretamente atingidas.

O desastre trouxe um elemento novo à cidade que nasceu da exploração do minério. Afinal, a mineração é boa ou ruim para Mariana? A questão continua sem resposta. Não há consenso sobre isso entre os marianenses.

Transferidos das áreas onde hoje predomina a lama, os moradores dos distritos e subdistritos afetados vivem na cidade de Mariana. São cerca de 300 famílias, grande parte dos subdistritos de Paracatu de Baixo e Bento Rodrigues, que sofreu o maior impacto com mais de 200 casas completamente destruídas. O mercado imobiliário da cidade de 58 mil habitantes reagiu com a alta dos preços dos imóveis disponíveis. Muitos apartamentos e casas que estavam vazios foram alugados pela Samarco e ocupados pelas vítimas.

Foto: Tássia Oliveira Biazon

Colchão espetado na árvore em Paracatu de Baixo

A partir daí começaram a surgir rumores que sugeriam que os atingidos estavam se aproveitando da situação para extorquir a mineradora. Isso gerou um conflito entre os moradores de Mariana e dos subdistritos, levando muitos destes a serem hostilizados, principalmente nas escolas. A situação que só pode ser vista de perto não foi descrita pela grande imprensa nos oito meses pós tragédia. As atividades da Samarco permaneciam suspensas em junho de 2016 e a cidade ainda pedia a sua volta para que o comércio aquecesse novamente, os hotéis retomassem a taxa de ocupação e os empregos de mais de 2 mil funcionários fossem garantidos.

“O núcleo central, que é aqui na cidade de Mariana, é muito dissociado dos distritos. E, para entender Mariana, para entender a lógica da cidade e como a mineração penetra na dinâmica social, tem que entender a relação com os distritos, e a relação do Governo e das instituições públicas com os distritos também. Há um certo ‘abandono’ na relação com os distritos. E eles são fundamentais”, explicou o professor Frederico Tavares, da UFOP.

A riqueza mineral da cidade de Mariana está toda nos nove distritos pertencentes à cidade e dezenas de subdistritos. Segundo o prefeito Duarte Junior (PPS), 89% da arrecadação do município vem da empresa Samarco, controlada pela Vale e a anglo-australiana BHP Billiton. O turismo tem pouca participação na arrecadação, apesar do valor histórico da cidade, que permanece intacto – o derramamento de rejeitos não atingiu a área urbana de Mariana.

O desastre

O maior desastre ambiental do país trouxe à tona diversas outras ameaças ao meio ambiente existentes no Brasil, entre elas a falta de fiscalização das barragens de mineração, a prática irregular da atividade mineradora ao longo dos rios, – que polui os cursos d’água com metais pesados – e, finalmente, a ausência de políticas públicas de segurança.

A lama de rejeitos da barragem de Fundão deixou rastros de destruição em áreas de preservação permanente, alterou os cursos d’água dos rios Gualaxo do Norte, Carmo e Doce, causou a mortandade de organismos aquáticos, devastou fauna e flora, interferiu até em ecossistemas marinhos, e ainda deixou incertezas de até quando haverá seus reflexos na natureza.

Os milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério que restaram na região do rompimento continuaram escoando ao longo dos meses, para além da grande quantidade de lama nas margens e afluentes da bacia do Rio Doce. Ou seja, o desastre ambiental não cessou. A Samarco construiu diques de contenção, mas suas capacidades de armazenamento foram esgotadas.

Principalmente no aspecto ambiental, percebia-se que havia uma superficialidade do tema ao ser relatado pela mídia, pois a imprensa normalmente quantificava a tragédia em 19 mortos. A morte da fauna e flora foi de tão grande dimensão, que sequer pode ser quantificada com precisão.

Foto: Tássia Oliveira Biazon
Rua principal de Paracatu de Baixo

O professor André Cordeiro Alves dos Santos, do Departamento de Biologia do Centro de Ciências Humanas e Biológicas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), disse: “Com certeza se tivesse ocorrido em outro local, sem tanta ocupação urbana e sem as mortes que provocou, acho que não seria nem notícia”, enfatizando que já ocorreram fatos desta natureza mesmo na região Sudeste e Norte do país. “Este não é o primeiro caso de rompimento de barragem de rejeito de mineração no Brasil, nem o primeiro com perdas humanas, mas os outros são praticamente desconhecidos.”

Santos acredita que as questões ambientais não são tratadas porque elas são complexas e com efeito de longo prazo. “É necessário uma discussão mais profunda e com conceitos mais detalhados, que a mídia, de modo geral no Brasil, não consegue nem tem interesse em fazer.”

Os impactos da mineração no meio ambiente

Independentemente de ocorrer um desastre proporcional ao rompimento de uma barragem, a mineração em si já causa diversos impactos ambientais. “Toda e qualquer atividade humana causa impacto ambiental”, disse o docente Ricardo Perobelli Borba, do Departamento de Geologia e Recursos Naturais da Unicamp.

“As transformações ambientais promovidas pela mineração estão relacionadas aos grandes volumes de rochas, solos e água que precisam ser mobilizados em suas operações. Nas minerações superficiais, frequentemente, há a alteração da paisagem, a construção de barragens e a disposição de rejeitos. Ao transformar o seu entorno, a mineração também acaba afetando a biota local, os rios e a atmosfera em diferentes graus, a depender que tipo de minério está sendo lavrado”, explicou.

Borba lembrou que a mineração só existe em função das demandas de matérias primas da nossa sociedade e seu modo de vida, e enfatizou: “A mineração é uma atividade essencial para o Brasil.” Mas lembrou que muitos problemas poderiam ser evitados se a legislação existente fosse cumprida à risca.

Sem legislação ambiental e sem tratamento de esgoto

O município de Mariana, com mais de três séculos e desde seu início amplamente explorado pela mineração, não tem sequer uma legislação ambiental própria que contemple a atividade. Segundo o prefeito Duarte Júnior, a mineração na cidade é regida pela lei federal.

Questionado sobre a necessidade de a cidade apresentar sua própria legislação, disse que seria uma garantia maior, mas lembrou: “Hoje nós teríamos que fazer um concurso para buscar mão de obra técnica para fiscalizar. Em nosso quadro, não temos alguém para fiscalizar. Se a gente fizesse isso, ia ser uma lástima, o pessoal não ia saber nada. Então precisaria, sim, mas teria que abrir um concurso, com cargo específico.”

A cidade também não possui tratamento de água, líquido muito utilizado pela mineradora Samarco para extração do minério de ferro na cidade. O prefeito reconheceu que a tragédia colocou em evidência outros problemas já existentes. “Eu posso dizer com toda a certeza, sem medo de errar: se não tivesse havido mortes, essa tragédia seria extremamente importante pra reconstrução da história de todas as cidades afetadas e todas as histórias das mineradoras. Porque, a partir de agora, nós vamos pensar a mineração de uma forma diferente. Por exemplo, eu acredito que só vai poder minerar a seco, que não vai ser permitido usar a água.”

Foto: Tássia Oliveira Biazon
Rio Gualaxo do Norte, em junho de 2016

Sobre os impactos ambientais, há controvérsias, por exemplo, sobre a toxicidade da lama e o fato de haver altas concentrações de metais pesados em organismos aquáticos depois da tragédia. De acordo com a Samarco, o rejeito é composto basicamente de água, partículas de óxidos de ferro e sílica (ou quartzo), proveniente do processo de beneficiamento do minério de ferro, reiterando que o rejeito não é tóxico, nem traz riscos à saúde, sendo classificado como inerte e não perigoso pela norma brasileira NBR 10.004.

Dentre os estudos realizados pelo Grupo Independente de Avaliação do Impacto Ambiental (GIAIA), as análises da água mostraram altas concentrações de metais como o arsênio e o manganês. O professor André Cordeiro Alves dos Santos e outros componentes do grupo realizaram expedições em diversos pontos percorridos pela lama, desde Mariana até o oceano Atlântico. O coletivo científico-cidadão executou uma análise colaborativa dos impactos ambientais resultantes do rompimento da barragem de rejeitos de Fundão.

O laudo técnico preliminar do Ibama, publicado em novembro de 2015, já mostrava que mesmo que os estudos e laudos indiquem que a presença de metais não esteja vinculada diretamente à lama de rejeito da barragem de Fundão – pois além dos garimpos de ouro na região, há atividades de pecuária e agricultura de subsistência –, “há de se considerar que a força do volume de rejeito lançado quando do rompimento da barragem provavelmente revolveu e colocou em suspensão os sedimentos de fundo dos cursos d’água afetados, que pelo histórico de uso e relatos na literatura já continham metais pesados”. Ainda, o relatório diz que possivelmente este revolvimento tornou tais substâncias biodisponíveis na coluna d’água ou na lama ao longo do trajeto alcançado, “sendo a empresa Samarco responsável pelo ocorrido e pela consequente recuperação da área.”

Sobre os riscos de rompimento das outras barragens que restam no complexo das barragens, a Samarco afirmava que suas estruturas se encontravam estáveis, sendo monitoradas 24 horas por dia, em tempo real, por meio de radares, câmeras, scanners, drones, medidores de nível d’água, inspeções diárias realizadas pela equipe técnica da empresa, entre outros.

Tássia Oliveira Biazon é graduada em ciências biológicas pela Unesp, Campus de Botucatu, com dupla diplomação pela Universidade de Coimbra (UC), de Portugal. Especialização em jornalismo científico pelo Labjor/Unicamp. Professora e jornalista científica, desenvolve projetos na área da biologia da conservação – tassiabiazon@gmail.com

O setor de mineração no Brasil e no mundo

NBR 7500: identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos

A norma NBR 7500:2009 – Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos -estabelece a simbologia convencional e o seu dimensionamento para identificar produtos perigosos, a ser aplicada nas unidades de transporte e nas embalagens/volumes, a fim de indicar os riscos e os cuidados a serem tomados no transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento. Essa norma estabelece características complementares ao uso dos rótulos de risco, dos painéis de segurança, dos rótulos especiais e dos símbolos de risco e de manuseio, bem como a identificação das unidades de transporte e o emprego de rótulos nas embalagens/volumes de produtos perigosos discriminados nas instruções complementares do Regulamento para o Transporte de Produtos Perigosos (RTPP) aprovado pelo Decreto nº 96.044. Clique para mais informações.

mineraçãoSegundo um estudo da Deloitte denominado “As tendências para o setor de mineração 2012”, que apresenta uma análise das dez principais tendências que devem impactar o setor de mineração neste ano, o principal desafio será a grande volatilidade dos preços agravada pela crise mundial. Com a maior alta das commodities de todos os tempos, a produção acelerada tornou-se o mantra da maioria das empresas de mineração. O relatório oferece algumas estratégias para obter os custos sob controle: entender direcionadores de custos, melhorar a gestão de projetos de capital e aumentar a eficiência energética. O documento também afirma que haverá um caos de preço de commodities, pois a demanda na China, Índia e em toda África vem aumentando em velocidade perigosa e as previsões apontam para uma crescente demanda nas próximas décadas. A China responde por 37% da demanda mundial por cobre e 44% do alumínio. Esse apetite tem convencido muitos analistas de que o país representa uma via de mão única em relação à flutuação dos preços das commodities a longo prazo, apesar das quedas previstas ao longo do caminho. A estratégia seria: tomar decisões informadas neste ambiente altamente incerto requer um nível alto de previsões em muitas companhias.

Já a batalha para manter os lucros será uma tentativa de aumentar as receitas nacionais que agora se estende para além da introdução de nova legislação fiscal. Para maximizar o retorno dos investidores e gerir a incerteza política, as empresas devem se engajar de forma mais consistente em modelagem financeira na escolha de jurisdições e se envolver politicamente para ajudar a influência do governo. As empresas mineradoras terão de integrar nas suas estratégias os riscos envolvendo área de responsabilidade social e desenvolver e acompanhar os indicadores chave de desempenho com a mesma diligência que eles usam para acompanhar a produção. Segundo o estudo, quanto ao mercado de trabalho, simplesmente não existem pessoas suficientes para alimentar o crescimento projetado das empresas mineiras. Os custos de mão de obra, já elevados, estão subindo rapidamente, impulsionados por greves e protestos em regiões de mineração ao redor do mundo. Os salários de mineração na Argentina aumentaram 33%. A rotatividade de mão de obra também subiu, chegando a 40%. Algumas soluções envolvem: a introdução de treinamentos multifuncionais nas indústrias e investimentos em uma cultura global para atrair novos talentos e reter a rotatividade. Quanto ao risco dos projetos, aumenta à medida que a lacuna da oferta/demanda aumenta. Como os preços das commodities flutuam e as disparidades entre a oferta e a demanda aumentam, o número de projetos de capital em todo o mundo está crescendo no setor de mineração. As empresas de mineração devem agora concentrar-se na gestão de riscos que possam interferir em sua capacidade para atender aos objetivos da produção.

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Para a Deloitte, encontrar investimento suficiente para impulsionar o crescimento continua uma tarefa difícil para as empresas de mineração. Diante da dificuldade, muitas empresas estão apostando em investir em fundos soberanos e fundos de hedge. Outras optam por fusões e aquisições. A chave para o sucesso depende da capacidade das empresas mineradoras de construir relações de que necessitam para ganhar acesso aos mercados estrangeiros, ao mesmo tempo, adquirir conhecimento sobre a região que vai investir. Assim, o risco multiplica à medida que as empresas diversificam. As empresas estão migrando para áreas cada vez mais remotas e, ao mesmo tempo, investindo em novas direções. Algumas das estatais do mundo, por exemplo, começaram a explorar os benefícios da integração vertical das commodities em toda a cadeia, da extração do minério de carvão à produção de aço para a geração de energia. Poucas empresas possuem competências internas para aumentar de forma agressiva seus portfólios de projetos de investimentos ou operar regiões desconhecidas. Para combater esses riscos, elas precisam adequar-se a acordos de financiamento para evitar prejuízos financeiros e melhorar as medidas de segurança.

Por fim, o estudo aponta que toda empresa precisa considerar quais incidentes podem causar danos catastróficos às suas operações, como a crise financeira até mesmo o tsunami no Japão. Apesar de raros, esses eventos tem afetados as agendas corporativas. Para se preparar para estes cenários, é preciso desafiar as hipóteses de negócios existentes, fazendo perguntas que levam em consideração um grande número de fontes que envolvem desde os movimentos geopolíticos até os padrões climáticos. Nações ao redor do mundo foram incrementando suas iniciativas regulamentares, e muitos estão cada vez mais focadas na indústria de mineração, aumentando a necessidade de as empresas de mineração a rever seus procedimentos de conformidade regulamentar.

No Brasil, a Produção Mineral Brasileira totalizou em 2011 o valor de US$ 50 bilhões, o que configurou um aumento de 28% se comparado ao valor registrado em 2010: US$ 39 bilhões. Assim sendo, esse valor mostra uma recuperação ante ao recuo de 2009 ocasionado pelos efeitos da crise econômica internacional, fenômeno que estimulou retração na demanda por matérias primas de origem mineral. O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) registrou em 2010, por meio do Relatório Anual de Lavra, 7.932 empresas (veja tabelas abaixo).

Impactos negativos e perversos

mina de ferroPor outro lado, existe o problema ambiental relacionado com a atividade mineradora. A cada ano, empresas de mineração despejar mais de 180 milhões de toneladas de resíduos perigosos em mina de rios, lagos e oceanos do mundo, ameaçando órgãos vitais de água com metais pesados tóxicos e outros produtos químicos venenosos para os seres humanos e animais selvagens, de acordo com relatório divulgado por dois grupos principais de reforma de mineração. Uma investigação feita pela Earthworks e Canadá Alerta Mineração identifica muitas águas do mundo que estão sofrendo o maior dano ou de maior risco do despejo de resíduos de minas. O relatório, Troubled Waters: Como o descarte de lixo das minas está envenenando nossos oceanos, rios e lagos. O estudo também cita as principais empresas que continuam a usar este método de eliminação irresponsável. Os resíduos de processamento mineral, ou os rejeitos, pode conter até três dezenas de substâncias químicas perigosas, incluindo arsênio, chumbo, mercúrio e cianeto. O relatório concluiu que a indústria mineira deixou montanhas de resíduos no Alasca e no Canadá, na Noruega e no Sudeste Asiático.

“A poluição das águas do mundo, com rejeitos das minas, é inaceitável, e os danos causados em grande parte é irreversível”, disse Payal Sampat, diretor internacional do programa para obras de terraplanagem de Washington, DC. “As empresas de mineração devem parar de usar os nossos oceanos, rios e lagos como depósito de seus resíduos tóxicos.” O relatório diz que algumas empresas multinacionais de mineração são culpadas de forma duplamente condenada. “Algumas empresas despejam seus resíduos de mineração nos oceanos de outros países, apesar de seus países de origem terem proibições ou restrições contra ela”, disse Catherine Coumans, coordenadora da pesquisa em de Ottawa, Canadá. “Nós descobrimos que das empresas maiores do mundo de mineração, apenas uma tem políticas contra o despejo de resíduos em rios e oceanos, e nenhuma em lagos.”

Existem métodos mais seguros de descarte de rejeitos de minas, incluindo o retorno dos resíduos para a cava. Em outros lugares, qualquer tipo de despejo de resíduos é muito arriscado. Nenhuma tecnologia viável existe para remover e tratar rejeitos de minas nos oceanos, até mesmo a limpeza parcial de rejeitos despejados em rios ou lagos é proibitivamente caro. “Nós estamos realmente sofrendo por causa dos milhões de toneladas de resíduos de minas que são despejados pela empresa Barrick Gold, e em torno dos rios a cada ano”, disse Mark Ekepa, presidente da Associação dos Proprietários em Porgera. “Nossos rios, nossas casas se tornaram instáveis, perdemos água potável e lugares para plantar alimentos e às vezes as crianças são afetadas pelos resíduos.” Um certo número de nações, incluindo os Estados Unidos, Canadá e Austrália, editou restrições de rejeitos de mina em corpos d’água naturais. Mesmo esses regulamentos nacionais, no entanto, estão sendo erodidos por emendas, isenções e lacunas que permitem a destruição de lagos e riachos. No Canadá, a Taseko Mines Ltd. propõe reclassificar as minas Lake Little Fish e Fish Creek, em British Columbia, com um represamento de rejeitos para sua proposta de melhorar uma mina de ouro-cobre. O divisor de águas é o lar de urso pardo e da truta arco-íris e é uma importante área cultural para o povo indígena Tsilhqot’in. Depois de ser recusado aprovações ambientais nos últimos 17 anos, a empresa foi obrigada a ter um plano para construir um represamento de rejeitos para dispor cerca de 480 milhões de toneladas de rejeitos e 240 milhões de toneladas de resíduos de rocha na bacia do riacho e lago, o que ainda resolveu o problema.

Na verdade, a degradação da área é inerente ao processo de mineração. A intensidade desta degradação depende do volume, do tipo de mineração e dos rejeitos produzidos. A recuperação destes estéreis e rejeitos deve ser considerada como parte do processo de mineração. Esta recuperação resulta numa paisagem estável, em que: a poluição do ar e da água é minimizada, a terra volta a ser autossuficiente e produtiva, o habitat da fauna é restabelecido, e uma paisagem esteticamente agradável é estabelecida. A ação de recuperação, cuja intensidade depende do grau de interferência havida na área, pode ser realizada através de métodos edáficos (medidas de sistematização de terreno) e vegetativos (restabelecimento da cobertura vegetal). Em essência, é imprescindível que o processo de revegetação receba o mesmo nível de importância dado à obtenção do bem mineral.

Os possíveis níveis de recuperação de uma área podem se dividir em: nível básico – prevenção de efeitos maléficos para a área ao redor do local, porém sem medidas para recuperação do local que foi minerado; nível parcial – recuperação da área a ponto de habilitá-la para algum uso, mas deixando-a ainda bastante modificada em relação a seu estado original; recuperação completa – restauração das condições originais do local (especialmente topografia e vegetação);e recuperação que supera o estado original da paisagem antes da mineração. Em certos casos, o empenho em recuperar uma área já minerada resulta em melhoramento da estética do local em relação ao estado original. Alguns dos principais problemas constatados na exploração mineral são : assoreamento dos leitos dos rios por material de capeamento (solo vegetal e solo residual) e por rejeitos da mineração;utilização de monitores hidráulicos para efetuar desmonte da cobertura do solo, carreando volumes enormes de lama para cursos de água, causando turbidez elevada a jusante das matas ciliares não protegidas dentro do que determina a legislação, e não raro utilizam estas áreas como bota-fora dos rejeitos ou estéreis; desprezo da terra fértil, quando da limpeza de uma nova frente de trabalho; águas perenes e pluviais espraiando-se pelo pátio de obras; falta de um lugar definido como local de bota-fora dos rejeitos; descaracterização do relevo, pondo em risco sítios de beleza, inibindo o fluxo turístico; e a não recuperação das áreas mineradas de forma generalizada, inclusive de lavras já abandonadas.

Enfim, a mineração é, sem sombra de dúvida, a atividade humana capaz de gerar os impactos mais sérios sobre o meio ambiente. Inicialmente, a mineração afeta a cobertura vegetal, ainda que em graus variados. As minas a céu aberto levam, evidentemente, à supressão completa da cobertura vegetal na área a ser minerada, para que se tenha acesso ao minério. A vegetação também é impactada com a questão dos rejeitos, nome dos subprodutos da escavação que não interessam à empresa mineradora e que por ela são descartados. Considerando que o objetivo da empresa é livrar-se dos rejeitos da forma o menos custosa possível, via de regra isso significa a criação de uma área de descarte adjacente à área de lavra, sacrificando ainda mais a vegetação existente no entorno da mina. Os sistemas de transporte do minério extraído também podem levar a novos impactos sobre a vegetação, com a construção de estradas, minerodutos e portos. Além disso, geração de ruídos e de vibrações, bem como o lançamento de poeira na atmosfera, são outros impactos quase inevitáveis da mineração.

O ciclo extração/processamento/transporte implica atividades que envolvem o desmonte de grandes volumes de rocha, com explosões, moagem e atividades de carga e descarga de material. Assim, as minas e seu entorno sofrem com uma piora na qualidade do ar, enfrentando ainda vibrações e ruídos muitas vezes permanentes, pois é usual que a operação desse tipo de atividade se dê ao longo das 24 horas do dia, e 7 dias por semana. Os impactos da mineração também afetam a fauna: com a destruição da cobertura vegetal, com as modificações na quantidade e na qualidade da água disponível, e com os ruídos e vibrações, a fauna tende a morrer ou pelo menos a fugir da região da mina, quando for possível. Finalmente, a atividade mineradora interfere de forma bastante negativa na paisagem, com a supressão da cobertura vegetal, a escavação de buracos com dimensões muitas vezes gigantescas – 500 metros de raio é um número usual – e a criação de pilhas de rejeitos, também de grandes dimensões.

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Serra Pelada: uma história de ilusões e muito sofrimento

NBR ISO 26000

Publicada em 01 de novembro de 2010 a norma sobre as diretrizes sobre responsabilidade social, a NBR ISO 26000 foi baseada na ISO 26000. Esta norma fornece orientações para todos os tipos de organizações, independentemente do porte ou localização, sobre conceitos, termos e definições referentes à responsabilidade social; o histórico, tendências e características da responsabilidade social; princípios e práticas relativas à responsabilidade social; os temas centrais e as questões referentes à responsabilidade social; integração, implementação e promoção de comportamento socialmente responsável em toda a organização e por meio de suas políticas e práticas dentro de sua esfera de influência; identificação e engajamento de partes interessadas; e comunicação de compromissos, desempenho e outras informações referentes à responsabilidade social. Clique para mais informações.

Nos idos de 1980 começou a corrida do ouro em Serra Pelada, uma região no estado do Pará, onde hoje está localizada a cidade de Curionópolis. A população de garimpeiros chegou a mais de 30.000 pessoas e em 1981 cerca de 10 toneladas de ouro tinham sido extraídos de seus barrancos. As péssimas condições de trabalho no garimpo legaram uma perda na qualidade de vida dos trabalhadores e de suas famílias. Diversos garimpeiros morreram com os freqüentes desmoronamentos das frentes de lavras. Após quatro anos de extração, onde havia morro, surgiu uma imensa cratera com 200 metros de profundidade. Hoje, a região se transformou numa favela com cerca de mil habitantes e a atividade garimpeira realizada sem estudos no impacto ambiental causou erosão, poluição de rios, arrasou a mata nativa e gerou complexas implicações sócio-econômicas e na saúde pública. Agora, anuncia-se um projeto mineral para a região que poderá chamar a atenção mais pelo seu simbolismo do que pelos minérios identificados no subsolo: a mina Nova Serra Pelada.

A mina representa – como o nome diz – a nova fase de Serra Pelada, que abrigou por vários anos a mais rica e densamente povoada área de garimpo do País. Com a extinção da atividade nos anos 90 pelo governo federal, restou a desestruturada Vila de Serra Pelada, com moradores que não usufruíram as riquezas proporcionadas pelo ouro, a platina e o paládio encontrados naquela região.

Nova Serra Pelada é a redenção da antiga Vila. O garimpo extraía o ouro de maneira artesanal, impactando negativamente o meio ambiente. Já a mina empresarial é fruto de amplo planejamento. É um projeto que evidencia a sustentabilidade. Prevê investimentos diretos na melhoria da qualidade de vida da população local, com estímulos ao comércio e a agroindústria, além de promover a recuperação do meio ambiente após a fase de mineração.

A mina subterrânea será acessada por meio de 4km de plano inclinado e galerias e utilizará o método “corte e preenchimento descendente” para a lavra do minério. O túnel já está sendo perfurado. A mina está projetada para produzir 1000 toneladas/dia de minério que serão beneficiados em uma planta convencional construída junto à mina e que produzirá aproximadamente três toneladas de ouro, além de platina e paládio, por ano. Esta planta industrial irá processar o minério bruto, transformando-os em barras prontas para comercialização.

O investimento efetuado em pesquisa mineral até agosto de 2010 foi de R$49 milhões. Para a abertura da mina e a construção da planta serão necessários adicionais R$115 milhões, a serem investidos até dezembro de 2011. O projeto mineral de Nova Serra Pelada resulta da sociedade entre a mineradora Colossus Geologia e Participações – empresa brasileira do grupo canadense Colossus Minerals Inc. – e a cooperativa de ex-garimpeiros de Serra Pelada, a Coomigasp. A parceria pode ser encarada como um importante teste – um laboratório em tempo real – de uma solução que pode vir a ser aplicada às demais áreas em que ainda há atividade garimpeira, especialmente na região amazônica.

A mineradora Colossus identificou em Serra Pelada concentração de ouro que pode variar de 7,5 a 20 gramas por tonelada. É um teor considerado elevado, em comparação com outras minas em atividade no Brasil. Para efeito de comparação, a mina de ouro em Paracatu, em Minas Gerais, apresenta uma concentração média de 0,45 grama de ouro por tonelada, e ainda assim é rentável por causa do alto preço do metal.

O empreendimento só deverá começar a extrair minérios em meados de 2012, mas os moradores de Serra Pelada e da sede do Município de Curionópolis já sentem as vantagens de contar com uma mineradora em suas redondezas. Ou seja, não é preciso esperar pelo ouro, platina ou paládio para usufruir as melhorias advindas da mineração.

Muitas obras foram e estão sendo feitas ou custeadas pela mineradora Colossus em estreita parceria com a prefeitura de Curionópolis. Assim é que foi possível recuperar a estrada de chão que liga a Vila de Serra Pelada à rodovia PA-275 e, consequentemente, às cidades próximas. Até então, o trajeto na esburacada estrada era feito em 1h30 e agora os moradores trafegam livremente e contam com serviços de van e transporte público.

As escolas públicas e o posto de saúde da Vila também foram beneficiados com obras de recuperação. Em breve, será implantado um posto policial para a Polícia Militar. A mineradora sustenta campanhas de assistência à população da vila, conduz programas de requalificação profissional, entre outras ações voltadas a promover saúde, educação e infraestrutura.

Com essas intervenções positivas, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Serra Pelada poderá dar um salto em pouco tempo; algo muito significativo em um local desprovido de saneamento básico, calçamento e casas de alvenaria e com elevados índices de incidência de doenças graves, como AIDS e hanseníase. “Agora, a região tem nova oportunidade de organizar seu desenvolvimento, dessa vez, de forma sustentável graças à mineração empresarial moderna, consciente das responsabilidades com a comunidade e com o meio ambiente ao exercer sua atividade produtiva”, diz o diretor da companhia, Darci Henrique Lindenmayer.

A garantia de que a operação de mineração seguirá os preceitos da sustentabilidade está lastreada em cada dólar investido em papéis da Colossus Minerals Inc. na bolsa de Toronto. Afinal, qualquer desvio nessa trajetória é um risco à imagem da companhia e, consequentemente, à valorização dos títulos negociados. “Os minérios ao serem extraídos se tornarão riquezas para o Brasil. Serão destinados à indústria nacional e exportados, gerando bens de consumo e divisas”, diz Lindenmayer, assegurando que as intervenções no ambiente serão compensadas conforme a legislação.

Essas intervenções ocorrem apenas no período de mineração e depois as áreas são totalmente recuperadas. Em vez do mercúrio que poluiu rios e a terra em Serra Pelada na fase final do garimpo, a companhia utilizará tecnologia de ponta para evitar danos ao ambiente. “O processo é transparente, é auditado (auditoria externa internacional) e todos os dados sobre o projeto são públicos, afinal, a Colossus é uma empresa de capital aberto”, afirma Darci. Essas informações podem ser acessadas pela internet no endereço www.sedar.ca, onde as empresa registradas na bolsa de Toronto são obrigadas por regulamento a disponibilizar dados detalhados sobre suas operações.

Apesar das evidentes vantagens para aquela região paraense, o projeto foi recentemente contestado pelo Ministério Público Federal (MPF). No entanto, por decisão do Juiz Federal da Vara Única de Marabá, Carlos Henrique Haddad, o pedido do MPF para interromper a mina não foi aceito e o projeto segue em implantação. A direção da Colossus sustenta que Nova Serra Pelada está embasada em contrato perfeitamente respaldado pela legislação brasileira, devidamente acompanhado pelo Ministério de Minas e Energia. E toda a documentação foi colocada à disposição da Justiça para evitar outras ações judiciais que prejudiquem o cronograma de desenvolvimento da mina.

A mina de Nova Serra Pelada está situada em um terreno de 100 hectares, bem próxima ao antigo garimpo.  A área corresponde à Portaria de Lavra concedida à Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral, ou SPCDM. Esta empresa é fruto da parceria entre a Coomigasp e a brasileira Colossus, após o desenvolvimento de trabalhos de pesquisa realizados durante os anos de 2007, 2008 e 2009. O relatório final foi aprovado pelo Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), órgão do Ministério de Minas e Energia.

Depois de duas assembléias, as últimas realizadas em 28 de agosto e em 27 de outubro deste ano, em Curionópolis, com cerca de 15 mil garimpeiros filiados, a Coomigasp cedeu os direitos sobre a Portaria de Lavra à empresa SPCDM, que tem participação acionária da Colossus e da Coomigasp. Como a cooperativa não dispõe de recursos para investir e são necessários muitos milhões de reais para bancar o projeto, a participação da Coomigasp na SPCDM foi estabelecida em 25% em comum acordo. Por orientação do Ministério de Minas e Energia, o contrato prevê que este percentual não poderá ser reduzido. Ou seja, sem fazer investimentos, mas tendo cedido a Portaria de Lavra, a Coomigasp terá um quarto da SPCDM, além de prêmios relacionados às quantidades de ouro, platina e paládio que serão retirados do subsolo.

Alguns usos do ouro, do paládio e da platina

Ouro Paládio Platina
Em barra, serve como padrão monetário internacional Utilizado na fabricação de relógios, como na Suíça Usada na indústria joalheira
Usado para confeccionar jóias Usado para fabricação de eletrodos e jóias e em reações químicas como catalisador Serve para fabricar implantes ortopédicos utilizados pela medicina
Reveste películas de vidros utilizados em edifícios para conter calor excessivo ou evitar efeitos do frio intenso Utilizado para revestir contactos elétricos em dispositivos de controle automáticos Empregada na fabricação de projéteis, principalmente para engastes de armas com cano raiados
Empregado em alguns tratamentos de câncer e como antiinflamatórios no tratamento de artrites reumatóides Pesquisas indicam uso do paládio para motores movidos a hidrogênio – o metal tem alta capacidade de absorção desse elemento Utilizada para a produção de luvas que resistem a altas temperaturas;
Utilizado como cobertura protetora em muitos satélites e na indústria eletroeletrônica   Matéria prima para fabricação de instrumentos musicais, odontológicos e eletromagnéticos

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