Pesquisa: acidentes em rodovias custam R$ 40 bilhões por ano

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O Ipea, em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), elaborou uma pesquisa denominada Acidentes de Trânsito nas Rodovias Federais Brasileiras: caracterização, tendências e custo para a sociedade, com dados de 2007 a 2014. Em 2014, os acidentes de transporte terrestre no país mataram cerca de 43 mil pessoas e os acidentes nas rodovias correspondem a 20% dessas mortes.

Os acidentes de transporte terrestre no Brasil matam aproximadamente 43 mil pessoas por ano segundo os dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), do Ministério da Saúde (MS), representando uma das principais causas de morte no país. Os acidentes nas rodovias federais respondem por cerca de 20% dessas mortes (8.227 mortes em 2014), com cerca de 26 mil feridos graves por ano, com fortes impactos sobre o orçamento público e a renda das famílias atingidas.

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A situação dos acidentes de trânsito tende a se agravar ainda mais neste contexto de franca expansão da frota de veículos automotores que o país está vivendo desde o final do século pas­sado. Destacam-se, nessa expansão da frota de veículos automotores, as vendas de motocicletas, que, por características intrínsecas, apresentam baixas condições de proteção aos usuários em caso de colisão e queda.

Isso proporciona alto grau de severidade aos acidentes que envolvem esse tipo de veículo, aumentando as estatísticas de mortes e feridos graves. Desde 2003, a frota nacional aumentou 136,5%; a de automóveis, 102,6%; e a de motocicletas, 269,8%, principalmente no Nordeste brasileiro (incremento de 414%), aumentando os conflitos nas ruas e rodovias e consequentemente a quantidade de vítimas de trânsito.

Não se pode calcular o que representam a perda de uma vida humana ou os danos psíquicos e estresses traumáticos aos quais as vítimas de trânsito e seus familiares são sub­metidos após eventos dessa natureza. Por outro lado, quando ocorre um acidente, há tam­bém a formação de custos econômico-financeiros que impactam diretamente as famílias, os governos e a sociedade em geral, os quais podem ser estimados por meio de metodologias específicas de cálculo.

O Brasil apresenta uma malha de rodovias sob a fiscalização da PRF de aproximada­mente 71 mil quilômetros. Além da fiscalização, também é responsável pelo registro de todos os acidentes que ocorrem na malha federal, classificados da seguinte maneira: acidentes com vítimas fatais: acidentes em que há pelo menos um morto; acidentes com vítimas feridas: acidentes em que há pelo menos um ferido, mas não mortos; e acidentes sem vítimas: acidentes em que todos os envolvidos saíram ilesos.

Em 2014 ocorreram 169.163 acidentes nas estradas federais fiscalizadas pela PRF, sendo que 8.227 pessoas perderam a vida e cerca de 100 mil ficaram feridos. Pouco mais de um quarto dos feridos teve lesões graves.

Nesse ano, 4% dos acidentes apresentaram vítimas fatais; 37%, vítimas feridas; e 59% foram acidentes sem vítimas. Aproximadamente 67% dos acidentes com vítimas fatais ocorreram em zonas rurais, e 23% das mortes foram cau­sadas por excesso de velocidade ou ultrapassagem indevida.

Nesse mesmo ano, ocorreram em média 463 acidentes e houve 23 mortos por dia. Esses acidentes envolveram 301.351 veículos, uma média de 1,78 veículos por ocorrência. O estado de Minas Gerais foi o que apresentou o maior número de acidentes e mortos, enquanto o estado do Amazonas, o menor.

Comparando o percentual das rodovias fiscalizadas pela PRF por estado em relação ao total de rodovias federais do país e os percentuais de acidentes e mortos em relação ao total brasileiro, observa-se que os estados do Espírito Santo, de Minas Gerais, do Paraná, do Rio de Janeiro, de Santa Catarina e de São Paulo apresentam os maiores problemas em relação à ocorrência de acidentes de trânsito. A proporção de acidentes e mortes nesses estados é muito maior do que a proporção de rodovias que possuem, indicando uma concentração desses eventos nesses estados.

Como se tratam dos estados com maior produto interno bruto (PIB), localizados no Sul e Sudeste, regiões que concentram a maior parte das riquezas do país, há também a maior geração de viagens e a maior quantidade de veículos motorizados, o que vem refletir no volume de tráfego e de acidentes. As maiores diferenças relativas em pontos percentuais (p.p.) em relação à proporção de rodovias e acidentes/mortes são encontradas nos estados do Rio de Janeiro e de Santa Catarina, com valores superiores a 7 p.p.

O estado do Rio de Janeiro, por exemplo, possui apenas 2,2% das rodovias federais brasileiras, mas responde por mais de 9% dos acidentes nessas rodo­vias e quase 7% de todas as mortes do país. Considerando a mortalidade por tipo de acidente, verifica-se que a colisão fron­tal foi responsável por 33,7% das mortes, seguida pelos atropelamentos de pessoas, responsável por 14,6% das mortes.

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Esses tipos de acidente responderam por 6,5% do total e, embora menos frequentes, foram os mais letais. Nos acidentes do tipo colisão frontal, morreram 40,4 pessoas a cada cem acidentes; e nos do tipo atropelamento de pessoas, 29,1.

Chama a atenção também a letalidade dos acidentes do tipo colisão com bicicleta, com 15,4 mortes a cada cem acidentes. Focando os dois principais tipos de acidente que geram mais óbitos, pode-se traçar um perfil dessas ocorrências: 89,71% das colisões frontais ocorreram em pistas simples, ocasionando 93,91% dos mortos nesse tipo de acidente; e 71,73% dos atropelamentos de pessoas ocorreram em trechos urbanos, ocasionando 58,47% dos mortos.

O período de plena noite concentrou 63,12% das mortes por esse tipo de acidente. A análise da proporção de ocorrência de acidentes, feridos graves e mortes por mo­dalidade de transporte envolvida é um indicativo do grau de severidade dessas modalidades.

As motocicletas estiveram envolvidas em 18,3% dos acidentes nas rodovias federais, mas em cerca de 30% das mortes totais havia o envolvimento de pelo menos um desses veículos, assim como em 40,6% dos casos com vítimas com lesões graves. A expli­cação está associada ao menor grau de proteção que o veículo oferece, já que, em caso de acidente, o usuário fica totalmente exposto a situações de perigo, como quedas e atropela­mentos por outros veículos.

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Os acidentes de caminhão também apresentam percentuais de vítimas fatais superio­res ao percentual de ocorrências desses acidentes, apesar de que as lesões graves são menores proporcionalmente. Os automóveis apresentam o maior percentual de envolvimento nos acidentes de trânsito nas rodovias e também de mortes entre todos os modais de transporte em função do maior número da frota circulante.

Vale ressaltar que em termos de geração de mortes e feridos graves, apresentam percentuais de ocorrência inferiores à proporção de ocorrência dos acidentes. A severidade dos acidentes é menor em função da maior proteção que o veículo oferece ao usuário.

Os cerca de 170 mil acidentes de trânsito ocorridos nas rodovias federais brasileiras no ano de 2014 geraram um custo para a sociedade de R$ 12,3 bilhões, sendo que 64,7% desses custos estavam associados às vítimas dos acidentes, como cuidados com a saúde e perda de produção devido às lesões ou morte, e 34,7% estavam associados aos veículos, como danos materiais e perda de cargas, além dos procedimentos de remoção dos veículos acidentados.

Enfim, os acidentes de trânsito no Brasil matam cerca de 45 mil pessoas por ano (Datasus) e dei­xam mais de 160 mil pessoas com lesões graves numa estimativa conservadora. Grande parte dessas mortes ocorre nas rodovias brasileiras, em especial nas rodovias federais, que no ano de 2014 tiveram cerca de 170 mil acidentes com mais de 8 mil mortes e 26 mil ferimentos graves.

Em termos de custo, os acidentes nas rodovias federais significaram uma perda su­perior a R$ 12 bilhões para a sociedade, sendo que o custo relativo à perda de produção responde pela maior fatia desse valor, seguido pelos custos veiculares e hospitalares. Consi­derando toda a malha rodoviária brasileira, esses custos beiram a R$ 40 bilhões por ano, o que é um montante muito superior ao gasto público na melhoria da infraestrutura rodovi­ária e nas campanhas educativas realizadas no país.

O quadro se agrava bastante no contexto observado nos últimos anos de aumento ver­tiginoso da frota de veículos automotores. Mais veículos nas ruas significam mais acidentes em termos absolutos, apesar de que, em relação à frota, os indicadores têm mostrado certa queda, retratando um avanço nos procedimentos de fiscalização por parte da PRF, que intensificou as operações nos trechos mais críticos de acidentes.

O avanço dos acidentes com motocicletas também se destacou como um problema sério a se enfrentar no país, principalmente pelo forte crescimento da frota desse tipo de veículo e do perfil dos condutores com característica mais jovem e de baixa renda. Observou-se também neste trabalho que quanto maior a gravidade do acidente, maio­res os custos associados a ele, principalmente quando há vítimas fatais envolvidas, elevando substancialmente o custo final, em função do componente perda de produção.

Isso implica a necessidade de implementação de políticas públicas que visem reduzir tanto a quantidade total de acidentes de trânsito quanto sua gravidade, como políticas de fiscalização e contro­le da velocidade, habilitação dos condutores e verificação das condições dos veículos, além da efetivação daquelas voltadas para a educação e para a melhoria da infraestrutura viária. Vale ressaltar que políticas específicas para reduzir acidentes com pedestres e motociclistas devem diminuir a gravidade dos acidentes, já que essas modalidades respondem por parte importante das mortes de trânsito no Brasil.

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Erik Penna

Há algum tempo, fiz um curso de teatro como forma de aprimorar minha performance no palco e um fato me marcou para sempre. O professor sorteou dez pessoas para ir ao palco e se apresentar ao grupo. Os cinco primeiros participantes falaram de forma envergonhada e confusa só para dizer o próprio nome, cidade onde moravam e o objetivo de fazer o curso. Lembro-me bem que o quinto a falar tremia e gaguejada tanto, que não conseguiu concluir.

Após esse fato, o professor abriu a porta de um armário que ficava ao lado do palco e pediu que os cinco próximos colegas se apresentassem com uma das fantasias que ali estavam para livre escolha. O resultado foi impressionante, diferente e melhor, com apresentações bem mais naturais, descontraídas e efetivas. Então o professor explicou que o segundo grupo havia sido melhor porque usou as fantasias e, ao entrar no personagem, deu um show no momento de falar sobre si.

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I PESQUISA SOBRE QUALIDADE, COMPETITIVIDADE E NORMALIZAÇÃO ABQ/TARGET

A Academia Brasileira da Qualidade (http://www.abqualidade.org.br/) e a Target (www.target.com.br) convidam você a participar e a responder essa pesquisa sendo que os seus resultados serão apresentados no II SEMINÁRIO ABQ QUALIDADE SÉCULO XXI, no dia 12 de novembro de 2015, Dia Mundial da Qualidade, na Fiesp, em São Paulo. Você, participando, poderá preencher a ficha de inscrição com garantia de participação online do evento.

Para responder, clique no link https://www.target.com.br/survey/?sid=1

Hoje, levo esse conceito da interpretação para dentro das organizações, principalmente para aquelas pessoas que convivem com a crise e, momentaneamente, não conseguem conquistar bons resultados. Outro dia, fui numa empresa ministrar um desses treinamentos e um vendedor que integrava a equipe e que estava nitidamente abatido e cabisbaixo, pediu para falar comigo em separado.

Ele me disse: “Erik, a crise econômica afetou os meus resultados aqui na loja, os clientes sumiram, as vendas despencaram, minha comissão quase zerou e eu já chego ao trabalho preocupado com as contas lá de casa. Como eu faço para abordar o cliente de forma motivada se não estou motivado e vivencio tantas agruras atualmente? Quer que eu minta ao cliente dizendo que está tudo lindo e maravilhoso?”.

Escutei atentamente e perguntei a ele: “Você já fez aula de teatro ou já foi pra Disney alguma vez?”. E ele respondeu: “Sim, já fui pra Disney uma vez com minha família e foi inesquecível, ficamos encantados. E me lembro como se fosse hoje o momento em que minha filha encontrou o Mickey e abraçou as princesas”.

E eu disse a ele: “Sabia que a Disney recebeu no ano passado mais de 132 milhões de clientes em seus parques espalhados pelo mundo? Eu mesmo conheço milhares de pessoas que foram lá e, curiosamente, até hoje nunca escutei de ninguém qualquer tipo de reclamação por ter interagido lá com algum personagem desmotivado. Imagine, então, qual é um dos segredos para esta tamanha energia dos colaboradores e motivação sempre 100%?”.

É que os funcionários sabem que estão representando o personagem, como o Mickey, por exemplo, recebem um intenso treinamento e, por isso, têm a consciência de que estão apresentando um show. Portanto, são tradados como membros do elenco e devem ter um desempenho otimista e primoroso quando estiverem diante dos visitantes. Imagino que, o indivíduo que está fantasiado e personificando, deve ter problemas pessoais e profissionais, mas o personagem Mickey não tem, portanto, encanta e atua continuamente de forma calorosa e entusiasmada.

Ele disse: “É verdade Erik, você tem razão, eu nunca havia pensado nisso”. Neste momento, eu peguei um boné com a logomarca da loja que ele trabalhava, coloquei na cabeça dele e disse: “E agora, você precisa fazer o mesmo. Sugiro que passe a representar aqui um personagem chamado Vendedor Nota 10. Amanhã, quando você adentrar a loja, lembre-se que estará participando de um espetáculo, precisará dar um show de atendimento e representar este personagem. Atue de forma alegre, motivada e convincente”.

Para finalizar, comentei: “Ah, e quando seu expediente acabar e o show terminar, ao sair para casa você tem todo o direito de deixar seu traje/boné na portaria e levar seus problemas embora com você. Mas lembre-se: amanhã terá que dar outro show diante de seus clientes e, se assim o fizer, com toda certeza seus resultados se agigantarão”.

Erik Penna é especialista em vendas, consultor, palestrante e autor dos livros “A Divertida Arte de Vender” e “Motivação Nota 10” – www.erikpenna.com.br