Project In a Controlled Environment ou Prince 2

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Uma leitora diz que viu um anúncio de um curso vendendo o Prince 2. Quer saber o que é isso? È um método não proprietário para gerenciamento de projetos, sendo adaptável a qualquer tipo ou tamanho de projeto e cobre o gerenciamento, o controle e a organização. Possui as seguintes características: controle e organização do início ao fim; regula a revisão de progressos baseada nos planos e no business case; tem pontos de decisão flexíveis; realiza o gerenciamento efetivo de qualquer desvio do plano; envolve a gerência e as partes interessadas em momentos-chave durante toda a execução do projeto; e é um bom canal de comunicação entre o time do projeto e o restante da organização.

Utilizado pelo governo britânico a partir de 1996, — inclusive dizem que as Olimpíadas de 2012, a ser realizada em Londres, estão sendo planejadas com essa metodologia — foi criado em 1989 a partir de outro projeto denominado Prompt II, o qual, por sua vez, surgiu em 1975 e foi adotado em 1979 como padrão para gerenciamento dos projetos de sistemas de informação do governo inglês. Atualmente, o Prince 2 vem sendo adotado como padrão para todos os projetos governamentais no Reino Unido e amplamente utilizado pela iniciativa privada não só naquele país, mas também em outros lugares da Europa, África, Oceania e Estados Unidos.

Considerado o método de gerenciamento de projetos mais utilizado no mundo, conta com mais de 250 mil profissionais certificados, sendo ainda que cerca de 1.500 pessoas prestam, mensalmente, os exames de certificação Foundation e Practitioner. Existem mais de 120 centros de treinamento credenciados Prince 2 pelo mundo, os quais provêem treinamento em 17 idiomas, de 59 ferramentas de gerenciamento de projetos desenvolvidas com base no método. Com a sua utilização, a organização tem como benefícios um gerenciamento controlado das mudanças em termos de investimento e retorno; um ativo envolvimento dos usuários e das partes interessadas durante todo o ciclo de vida do projeto — o que garante que os produtos atinjam os requisitos de negócio, funcionais, de ambiente, de serviço e de gerenciamento. A metodologia possui uma abordagem que distingue o gerenciamento do projeto do desenvolvimento dos produtos, de tal forma que pode ser aplicada na elaboração de projetos de qualquer segmento de mercado, desde a construção de um navio até o desenvolvimento de um sistema de informação.

Os gerentes de projeto que utilizam o Prince 2 são capazes de utilizar uma estrutura para delegação, autoridade e comunicação e ter definidos todos os pontos durante o projeto. Desta forma, todos os riscos serão revistos e analisados e haverá uma sistemática natural para o geren­ciamento de riscos.

A metodologia é baseada em oito processos e 45 subprocessos, os quais definem as atividades que serão executadas ao longo do ciclo de vida do projeto. Juntamente com esses, são descritos oito componentes que são como áreas de conhecimento que devem ser aplicadas de acordo com a necessidade, dentro das atividades de cada processo. Apesar de não descrever quais ferramentas e técnicas devem ser aplicadas, o manual do Prince 2 fornece três técnicas que auxiliam no planejamento e controle dos projetos. A divisão dos subprocessos dentro dos oitos processos macros inclui:

  • Começar um Projeto (SU)

– Designar uma comissão Executiva e um Gerente do Projeto (SU1);

– Determinar a equipe do Projeto (habilidades, etc.) (SU2);

– Designar a equipe do Projeto (SU3);

– Preparar um documento do Sumário do Projeto (SU4);

– Definir abordagem do Projeto (SU5);

– Planejar o Estágio Iniciação (SU6)

  • Iniciação do Projeto (IP)

– Plano de Qualidade (IP1);

– Plano do Projeto (IP2);

– Refinação do Caso de Negócios e Risco (IP3);

– Implementar controles do Projeto (IP4);

– Organizar os arquivos do projeto (IP5);

– Criar um Documento de Iniciação do Projeto DIP (IP6);

  • Direção do Projeto (DP)

– Autorização Inicial (DP1);

– Autorização do Projeto (DP2);

– Autorização do Estagio ou Plano de Execuções (DP3);

– Fornece direção Informal (Ad-Hoc) (DP4);

– Confirmação do fechamento do Projeto (DP5);

  • Controle de Estágio (CS)

– Autorização do pacote de trabalho (CS1);

– Avaliação do Progresso (CS2);

– Capturar Incidências problemáticas do projeto (CS3);

– Examinar as Incidências problemáticas do projeto (CS4);

– Revisão de situação (Status) dos Estágios (CS5);

– Reportagem Destacar (CS6);

– Fazer Ação Corretiva (CS7);

– Escalar Incidências Problemáticas do Projeto (CS8);

– Recepção do Pacote de Trabalho Completado (CS9);

  • Gerenciar a Entrega do Produto (MP)

– Aceitação do Pacote de Trabalho (MP1)

– Executar o Pacote de Trabalho (MP2);

– Entregar o Pacote de Trabalho (MP3);

  • Gerenciar os Limites do Estágio (SB)

– Planejar o Estágio (SB1);

– Atualização do Plano do Projeto (SB2);

– Atualização do Caso de Negócio do Projeto (SB3);

– Atualização do Registro dos Riscos (SB4);

– Reportar o Estágio Conclusão (SB5);

– Produzir Plano de Exceção (SB6);

  • Fechamento do Projeto (CP)

– Desativar comissão (Decommission) do Projeto (CP1);

– Identificar contínuos itens de Ações (CP2);

– Revisão da Avaliação do Projeto (CP3);

  • Planejamento (PL)

– Projetar o Plano (PL1);

– Definir e Analisar os Produtos (PL2);

– Identificar Atividades de Dependências (PL3);

– Estimação (PL4);

– Programação (Cronograma) (PL5);

– Analisar os Riscos (PL6);

– Completar o Plano (PL7).

Segundo alguns especialistas, ele tem compatibilidade com o Project Management Body of Knowledge (PMBOK) que é uma denominação para todo o conhecimento adquirido na área de gestão de projetos. Como em outra qualquer profissão, o conjunto de informação obtida neste domínio baseia-se na experiência de pessoas que nela trabalham diariamente ou de acadêmicos interessados na área. O PMBOK incluiu tanto o conhecimento resultante de práticas tradicionais que são largamente utilizadas como outras práticas mais inovadoras e avançadas, de aplicabilidade mais limitada. Esta norma desenhada e elaborada pelo Project Management Institute (PMI) e adotada pelo Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE) serve como referência para a gestão de um projeto de qualquer área, seja de engenharia, construção civil, industrial, informática, etc.

O que você precisa saber mais sobre a certificação ISO 14001

 

No texto que eu publiquei sobre a ISO 14001 (https://qualidadeonline.wordpress.com/2009/12/11/gestao-ambiental-baseada-na-nbr-iso-14001/) tinha prometido mais informações sobre o assunto. Em linguagem simples, a gestão ambiental não é mais do que aquilo que a organização faz para minimizar (ou eliminar) os efeitos negativos provocados no ambiente pelas suas atividades. Já um Sistema de Gestão Ambiental baseado na ISO 14001 é uma ferramenta de gestão que possibilita a uma organização de qualquer dimensão ou tipo controlar o impacto das suas atividades no ambiente. Um SGA possibilita uma abordagem estruturada para estabelecer objetivos, para os atingir e para demonstrar que foram atingidos.

Crê-se que a origem da série ISO 14000 se deu em 1972 em Estocolmo na Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente Humano. Posteriormente, no relatório da Comissão Brundtland de 1987 – “O Nosso Futuro Comum”, em que é feito um apelo à indústria no sentido do desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental efectivos. Em 1993 foi criado pela ISO o Comité Técnico TC 207 com o objectivo de desenvolver uma série de normas internacionais em matéria de ambiente. Finalmente em 1996 é publicada a ISO 14001, que vai buscar muita da sua inspiração na norma inglesa BS 7750. Em 1999 é publicada em Portugal a NP EN ISO 14001.

Assim, em 1993 foi criado pela ISO o Comitê Técnico TC 207 com o objetivo de desenvolver uma série de normas internacionais em matéria de ambiente. Já o Eco Management and Audit Scheme (EMAS) é um regulamento publicado em 1993 e adotado pela União Européia relativo ao sistema de gestão do ambiente. A certificação de acordo com a ISO 14001 pode ser um passo prévio, por via indireta, de adesão ao EMAS. Para além de outras diferenças de maior ou menor pormenor entre estes dois referenciais, a determinante será o grau de exposição pública a que o registro no EMAS confere, na medida em que obriga à prestação de informações ao público sobre o desempenho ambiental da empresa, através da publicação de uma Declaração Ambiental.

Tanto a ISO 14001 como a ISO 9000 definem sistemas de gestão e partilham princípios comuns. As organizações que adotarem um sistema integrado Qualidade e Ambiente podem se beneficiar de um sistema de gestão coordenado que maximizará os benefícios e minimizará a redundância de dois sistemas separados.

Uma pergunta interessante é: uma empresa pode ser certificada e não cumprir a legislação? Não. O compromisso de cumprimento da legislação é um requisito obrigatório da Política Ambiental, pelo que uma empresa infratora, para além da situação de ilegalidade em que incorre, também não cumpre os requisitos da norma de referência, como tal não poderá alcançar o certificado de conformidade.

A série de normas ISO 14000 foi desenvolvida pela Comissão Técnica 207 da ISO (TC 207), como resposta à demanda mundial por uma gestão ambiental mais confiável, onde o meio ambiente foi introduzido como uma variável importante na estratégia dos negócios, e foi estruturada basicamente em duas grandes áreas:

  • Foco nas organizações empresariais

Esta área teve por objetivo orientar a implementação de uma gestão ambiental verificável, com qualidade e consistência, para reduzir os riscos nas suas atividades e facilitar o comércio internacional. Esta área foi dividida em três Subcomitês:

SC1 – Sistemas de Gerenciamento Ambiental, que trata das normas de gestão onde foi elaborada a ISO 14001, que é única norma certificável da série;

SC2 – Auditorias Ambientais, que trata das normas que dão o suporte às verificações (auditorias) do sistema e as qualificações dos profissionais que devem atuar nestas atividades;

SC4 – Avaliação de Performance Ambiental, que traz orientações para desenvolverem indicadores para o acompanhamento da performance ambiental da organização.

  • Foco nos produtos e serviços

Esta área teve por objetivo construir uma base comum e racional aos vários esquemas, privados, nacionais e regionais de avaliações de produtos. Esta área foi dividida em dois Subcomitês:

SC3 – Rotulagem Ambiental, que trata de todas as declarações ambientais colocadas nos produtos, de terceira parte (Selo Verde) ou não;

SC5 – Análise de Ciclo de Vida, que define uma metodologia consistente para se fazer uma análise completa do ciclo de vida do produto;

Normas da Série ISO 14000 – Gestão Ambiental

A visão e o objetivo das normas de Sistema de Gestão Ambiental é fornecer uma assistência às organizações coerente com o conceito de desenvolvimento sustentável. A Norma NBR ISO 14004 consiste em diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio e apresenta de forma global os sistemas de gestão ambiental e estimula o planejamento ambiental ao longo do ciclo de vida do produto ou do processo. Um dos componentes do sistema de gestão é o planejamento das atividades da organização para se atingir as metas e objetivos ambientais.

A Avaliação do Ciclo de Vida e as normas da família ISO 14040 podem e devem ser usadas como ferramentas de apoio ao planejamento do sistema de gestão. É neste contexto que a ACV, uma ferramenta focalizada nos produtos ou serviços, é utilizada de maneira complementar aos sistemas de gestão ambiental.

A abordagem do desenvolvimento de produtos ou serviços considerando os conceitos de Ciclo de Vida (chamado de Life Cycle Thinking) é uma ferramenta poderosa que pode subsidiar o processo de planejamento da empresa e a sua consistência.

 Norma NBR ISO 14001

Única norma certificável do sistema de gestão ambiental, não faz alusão direta à ACV. Isto porque a implementação de um sistema de gestão ambiental, bem como a sua certificação, não pressupõe a necessidade de uma avaliação do ciclo de vida do produto ou serviço da empresa.

 Normas de Rotulagem Ambiental (Rótulos e Declarações Ambientais)

As normas de rotulagem ambiental orientam todas as declarações ambientais ou símbolos apostos nos produtos, incluindo também orientações para os programas de Selo Verde.

» Norma ISO 14020 – contém princípios básicos, aplicáveis a todos os tipos de rotulagem ambiental, recomenda que, sempre que apropriado, seja levada em consideração a ACV.

» Norma ISO 14021 – Rotulagem Ambiental Tipo II: Trata das autodeclarações das organizações que podem descrever apenas um aspecto ambiental do seu produto não obrigando à realização de uma ACV, reduzindo assim, os custos para atender de uma forma rápida às demandas do marketing.

» Norma ISO 14024 – Rótulo Ambiental Tipo I: Princípios e Procedimentos – recomenda que estes programas sejam desenvolvidos levando-se em consideração a ACV para a definição dos “critérios” de avaliação do produto e seus valores limites. Isso quer dizer que deve haver múltiplos critérios identificados e padronizados, pelo menos os mais relevantes, nas fases do ciclo de vida, facilitando a avaliação e reduzindo os custos de certificação.

» Relatório Técnico TR/ISO 14025 – Rotulagem Ambiental Tipo III: Princípios e procedimentos orientam os programas de rotulagem que pretendem padronizar o Ciclo de Vida e certificar o padrão do Ciclo de Vida, ou seja, garantindo que os valores dos impactos informados são corretos, sem definir valores limites.

 Série ISO 14040 – Gestão Ambiental

ISO 14040 – Princípios e Estrutura

Esta norma especifica a estrutura geral, princípios e requisitos para conduzir e relatar estudos de avaliação do ciclo de vida, não incluindo as técnicas de avaliação do ciclo de vida em detalhes.

ISO 14041 – Definição de escopo e análise do inventário

Esta norma orienta como o escopo deve ser suficientemente bem definido para assegurar que a extensão, a profundidade e o grau de detalhe do estudo sejam compatíveis e suficientes para atender ao objetivo estabelecido. Da mesma forma, esta norma orienta como realizar a análise de inventário, que envolve a coleta de dados e procedimentos de cálculo para quantificar as entradas e saídas pertinentes de um sistema de produto.

ISO 14042 – Avaliação do impacto do ciclo de vida

Esta norma especifica os elementos essenciais para a estruturação dos dados, sua caracterização, a avaliação quantitativa e qualitativa dos impactos potenciais identificados na etapa da análise do inventário.

ISO 14043 – Interpretação do ciclo de vida

Esta norma define um procedimento sistemático para identificar, qualificar, conferir e avaliar as informações dos resultados do inventário do ciclo de vida ou avaliação do inventário do ciclo de vida, facilitando a interpretação do ciclo de vida para criar uma base onde as conclusões e recomendações serão materializadas no Relatório Final.

ISO TR 14047 – Exemplos para a aplicação da ISO 14042

Este relatório técnico fornece exemplos de algumas das formas de aplicação da Avaliação do Impacto do Ciclo de Vida conforme descrito conforme a norma ISO 14042.

ISO TS 14048 – Formato da apresentação de dados

Esta especificação técnica fornece padrões e exigências para a forma de apresentação dos dados que serão utilizados no Inventário e na Avaliação do Inventário do Ciclo de Vida de uma forma transparente e inequívoca.

ISO TR 14049 – Exemplos de aplicação da ISO 14041 para definição de objetivos e escopo e análise de inventário

Este relatório técnico apresenta exemplos para facilitar a definição de objetivos e escopos e análise de inventários, orientando uma padronização para diversos tipos de ACV.

No site da ISO, há um documento (em inglês) intitulado Environmental management – The ISO 14000 family of International Standards. Para acessar clique no link http://www.iso.org/iso/theiso14000family_2009.pdf

  

Certificação ISO 14001:2004 – Gestão ambiental

Segundo dados do ISO Survey 2008, até o final de dezembro de 2008, 188.815 certificados ISO 14001 foram emitidos em 155 países e economias. Em 2008, isso representou um aumento de 34.243 (+ 22%) sobre o ano de 2007, quando o total foi de 154.572 in 148 países e economias.