Florestas urbanas: uma norma que estabelece os procedimentos para a poda de árvores

urbanasAs florestas urbanas são as árvores e outras formas de vegetação de pequeno, médio e grande portes que crescem, de forma espontânea ou cultivada, em ambientes urbanos. Um estudo do U.S. Forest Service e do Davey Institute revelou que as as árvores podem salvar uma vida por cada ano e reduzir a poluição nas cidades. O estudo foi realizado com amostras de dez cidades dos EUA: Atlanta; Baltimore; Boston; Chicago; Los Angeles; Minneapolis; Nova York; Filadélfia; San Francisco e Syracuse. A conclusão dos cientistas é que as árvores ajudam no controle de pequenas partículas de poluição, que geram doenças graves no pulmão, aterosclerose acelerado (formação de placas nos vasos sanguíneos), problemas cardíacos, inflamações e morte prematura.

Nova York apresentou os melhores resultados entre florestas urbanas e grandes cidades. A vegetação da cidade salva até oito pessoas por ano. Outro dado da pesquisa mostra que as árvores plantadas na cidade, a partir de 2011, reduziram mais de dois mil casos de asma e doenças pulmonares, além de maior assiduidade dos funcionários em seus empregos. O que gerou uma economia financeira de U$ 9,7 milhões aos cofres públicos.

A NBR 16246-1 de 11/2013 – Florestas urbanas – Manejo de árvores, arbustos e outras plantas lenhosas – Parte 1: Poda estabelece os procedimentos para a poda de árvores, arbustos e outras plantas lenhosas em áreas urbanas, em conformidade com a legislação aplicável. Esta parte 1 pode ser utilizada como orientação para que profissionais da administração pública municipal, estadual e federal, assim como prestadores de serviço particulares, proprietários de imóveis, concessionárias de serviços públicos e outros, elaborem suas especificações de trabalho. Os procedimentos previstos nesta parte 1 não se aplicam a podas em frutíferas, para as quais podem ser utilizadas as técnicas de poda empregadas na fruticultura.

Essa norma, sob o título geral “Florestas urbanas – Manejo de árvores, arbustos e outras plantas lenhosas”, tem previsão de conter as seguintes partes: Parte 1: Poda; Parte 2: Segurança na arboricultura; Parte 3: Análise de risco; e Parte 4: Plantio e transplantio. Os objetivos da poda, bem como a destinação de seus resíduos, devem ser estabelecidos antes do início de qualquer operação de poda.

A fim de se alcançar os objetivos da poda, convém: considerar o ciclo de crescimento, a estrutura individual das espécies e o tipo de poda a ser executada; que não se retire mais que 25 % da copa, já que o percentual e a distribuição da folhagem a ser removida devem ser definidos de acordo com a espécie arbórea, idade, estado sanitário e localização, pois podas de maior intensidade devem ser justifi cadas tecnicamente; que não se retire mais que 25 % da folhagem de um galho, quando este é cortado junto a outro galho lateral, sendo conveniente que o galho lateral tenha dimensões suficientes para assumir a dominância apical.

O destopo e a poda tipo poodle devem ser considerados práticas de poda inaceitáveis para árvores, exceto nos casos em que tal prática for necessária para posterior supressão. O arborista deve realizar uma inspeção visual, para avaliar todos os aspectos físicos e fi tossanitários de cada árvore-alvo do trabalho e realizar o planejamento prévio das atividades. O arborista em treinamento também pode realizar este tipo de inspeção, desde que esteja sob supervisão direta de um arborista profissional.

Caso se constate a existência de alguma condição ou fator que requeira atenção além do escopo original do trabalho, é conveniente que esta condição ou fator seja reportado a um supervisor imediato, ao proprietário da árvore ou à pessoa responsável por autorizar a realização do trabalho. Devem ser utilizados equipamentos e práticas de trabalho que não danifiquem o tecido vivo e a casca além das especificações de trabalho. Ferramentas de impacto não podem ser usadas no corte final.

As ferramentas usadas para fazer os cortes de poda devem estar sempre afiadas e em perfeitas condições de uso.Esporas de escalada não podem ser usadas para poda de árvores, exceto quando: os galhos estiverem separados à distância maior que a linhada de arremesso e não houver alternativa de escalada da árvore; ou a casca for de espessura suficiente para prevenir danos ao câmbio.

A limpeza consiste em poda seletiva para remover galhos mortos, doentes ou quebrados. A localização e a variação de tamanho dos galhos a serem removidos devem ser especificadas. A desrama ou raleamento consiste em poda seletiva para reduzir a densidade de galhos vivos. Convém que a desrama ou raleamento resulte em distribuição equilibrada de ramos em galhos individuais, não comprometendo a estrutura da árvore.

Não é recomendado que se retire mais que 25 % do volume da copa que cresceu após a última poda. A localização e a variação de tamanho dos galhos, bem como o percentual de folhagem a serem removidos devem ser especificados. A elevação da copa consiste em poda seletiva para fornecer espaços verticais. Convém que a necessidade de espaço vertical, a localização e a variação de tamanho dos galhos a serem removidos sejam especificadas.

A redução consiste em poda seletiva para reduzir a altura e/ou a largura da copa e, por consequência, a área e o volume da copa, sempre obedecendo à arquitetura típica da espécie, buscando uma distribuição equilibrada de ramos. O galho deve ser podado junto a outro que tenha no mínimo 1/3 do seu diâmetro. Deve-se considerar a tolerância da espécie a esse tipo de poda.

Convém que sejam especificadas a localização e a variação de tamanho dos galhos a serem podados, bem como o espaço (desobstrução) a ser obtido com a poda. É recomendada a realização de poda de palmeiras quando fronde, infl orescências, frutos e pecíolos puderem criar uma condição de risco.

Não podem ser removidas frondes vivas e saudáveis que se iniciem em ângulo maior ou igual a 45° com o plano horizontal na base das frontes (ver Figura 1), exceto no caso de frondes em conflito com redes aéreas de serviços. Recomenda-se a retirada de folhas junto à base do pecíolo sem causar danos aos tecidos vivos do estipe. Recomenda-se que a descamação da palmeira (barba) seja feita pela remoção apenas das bases de frondes mortas no ponto onde elas entram em contato com o estipe, sem causar danos aos tecidos vivos (ver Figura 2).

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