Gestão destrutiva: a palavra de ordem é pressão

NBR ISO 13485: os requisitos regulamentares para os produtos para a saúde
Essa norma segue o formato da NBR ISO 9001 para a conveniência dos usuários da comunidade de produtos para saúde, não inclui requisitos específicos de outros sistemas de gestão, tais como aqueles particulares de gestão ambiental, saúde ocupacional, segurança ou gestão financeira. Entretanto, possibilita a uma organização o alinhamento ou a integração de seu sistema de gestão da qualidade com outros requisitos de sistemas de gestão relacionados. É possível a uma organização adaptar seus sistemas de gestão existentes para estabelecer um sistema de gestão da qualidade que cumpra com os requisitos dessa norma. Clique para mais informações.

imagesCAVKY6MSExistem casos extremos mostrando que o excesso de pressão cria um ambiente perigoso dentro das empresas. É denominada gestão destrutiva, em que a palavra de ordem é pressão. E isso é muito comum no dia a dia das empresas, afinal, todas trabalham para bater metas, alcançar objetivos, ultrapassar e superar os concorrentes. Será que existe um limite para a que a pressão traga os resultados esperados se tornando positiva?

Sem dúvida, há funcionários que respondem melhor a esse sistema, no entanto quando a pressão ultrapassa os limites ameaça a integridade das pessoas, acarretando estresse e problemas de saúde. Algumas pessoas passam pelo mesmo processo de pressão e adversidade no ambiente de trabalho, mas não entram no estado de desgaste físico e psíquico, suportando a pressão mantendo-se equilibradas, isto é, sem quebras emocionais. Essas pessoas são chamadas de resilientes, pois possuem atitudes diferenciadas em relação às adversidades no trabalho.

A palavra resiliência vem do latim resilio, que significa voltar ao normal, e o termo começou a ser utilizado pela física em estudos sobre a elasticidade dos materiais. O profissional resiliente não se deixa envolver por sentimentos de medo e de tristeza, sentimentos estes que paralisam a pessoa, impossibilitando capacidade de agir. Ele verifica os vários caminhos para solucionar o problema, utilizando a sua flexibilidade e criatividade para sair do momento adverso. Este profissional é capaz de ser muito organizado e dinamizador de acções objectivas e estruturadas, respeitando uma linha de coerência e de conduta, mesmo no meio hostil e sendo alvo de assédio moral.

Dessa forma, esse profissional resiliente está centrado em objetivos bem delineados fazendo o que tiver que ser feito para minimizar ou até mesmo sair da adversidade. Os trabalhadores resilientes costumam ser muito criativos, inteligentes e com capacidades para motivar e atrair pessoas. Geralmente são pessoas vencedoras. Eles devem ser valorizados, pois são na maioria das vezes lideres naturais e com fortes capacidades de perseverança e liderança.

Para Priscila Mendes, consultora da Leme Consultoria (www.lemeconsultoria.com.br), quem já não se deparou com a pressão do ambiente corporativo? “Prazos, metas, concorrência, redução de custos e aumento de produtividade são apenas alguns dos motivos que levam as empresas a caminharem em ritmo acelerado. Assim, tem se tornado cada vez mais comum à busca por profissionais que saibam lidar com a pressão organizacional. Mas como os colaboradores têm respondido a essa pluralidade corporativa?”

Ele responde dizendo que as empresas têm optado por profissionais que se mostram produtivos, ou seja, capazes de gerenciar e executar uma gama de informações, tomando as ações necessárias em tempo real, contudo, sem comprometer a qualidade de entrega, além é claro, com equilíbrio emocional. Logo, estamos falando de profissionais que saibam lidar com a pressão organizacional. “Em uma equipe, reunimos pessoas com divergências de culturas, ideias e pontos de vista. Isso é saudável, porém é importante lembrar que cada uma poderá apresentar uma reação distinta ao estímulo da pressão e o líder terá um papel importante na busca por um ambiente ponderado, afinal as pessoas não devem fracassar diante da pressão, nem só apresentar resultados diante dela. Companhias têm refletido sobre essa questão e buscado mudanças visando à qualidade de vida dos colaboradores. O investimento também é aplicado no desenvolvimento da liderança visando desenvolver, motivar e reter seus colaboradores, além de praticar técnicas que diminuam o estresse no ambiente de trabalho”.

Acrescenta que algumas ações podem ajudar a aliviar a pressão do cotidiano, como a organização do espaço e das atividades de trabalho e a administração do tempo, fatores fundamentais para um rendimento superior e equilíbrio. “Além disso, relacionar as atividades prioritárias e secundárias, definir o tempo que destinará para a realização de cada uma delas, evitar ser interrompido, concentrar-se na tarefa a ser executada e aprender a dizer “não”, caso isso seja necessário, são algumas dicas que podem ajudar a conviver bem com a perseguição de metas e objetivos e a manter-se focado e preciso nos resultados, evitando cobranças e maior sensação de pressão”.

A NBR ISO 9001 trata desse assunto a partir do item 6.2 Recursos humanos:

6.2.1 Generalidades

As pessoas que executam atividades que afetam a conformidade com os requisitos do produto devem ser competentes, com base em educação, treinamento, habilidade e experiência apropriados.

NOTA A conformidade com os requisitos do produto pode ser afetada direta ou indiretamente pelas pessoas que desempenham qualquer tarefa dentro do sistema de gestão da qualidade.

6.2.2 Competência, treinamento e conscientização

A organização deve

a) determinar a competência necessária para as pessoas que executam trabalhos que afetam a conformidade com os requisitos do produto,

b) onde aplicável, prover treinamento ou tomar outras ações para atingir a competência necessária,

c) avaliar a eficácia das ações executadas,

d) assegurar que o seu pessoal esta consciente quanto a pertinência e importância de suas atividades e de como elas contribuem para atingir os objetivos da qualidade, e

e) manter registros apropriados de educação, treinamento, habilidade e experiência (ver 4.2.4).

6.3 Infraestrutura

A organização deve determinar, prover e manter a infraestrutura necessaria para alcançar a conformidade com os requisitos do produto. A infraestrutura inclui, quando aplicável,

a) edifícios, espaço de trabalho e instalações associadas,

b) equipamentos de processo (tanto materiais e equipamentos quanto programas de computador), e

c) serviços de apoio (como sistemas de transporte, comunicação ou informação).

6.4 Ambiente de trabalho

A organização deve determinar e gerenciar o ambiente de trabalho necessário para alcançar a conformidade com os requisitos do produto.

NOTA O termo “ambiente de trabalho” se refere aquelas condições sob as quais o trabalho e executado, incluindo fatores físicos, ambientais e outros (tais como ruído, temperatura, umidade, iluminação e condições meteorológicas).

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Construção civil: as horas gastas em um trajeto por um funcionário

IMPLEMENTAÇÃO DAS NOVAS DIRETRIZES

ISO 31000
ISO 26000

Saiba como o QSP poderá auxiliar sua organização:

Ricardo Almeida

Em um momento crucial de crescimento da construção civil que se estende desde os arredores da capital, até locais de maior dificuldade de acesso pelo transporte público no interior, uma questão de sensível importância financeira deve passar a ser objeto de maior atenção por parte dos empregadores, empregados e sindicatos de classe. É o chamado pagamento das horas in itinere, ou seja, as horas gastas em um trajeto por um funcionário até a obra trabalhada por condução fornecida pela empregadora.

Em um primeiro momento, para aqueles que desconhecem os detalhes da lei trabalhista pode parecer estranho. Afinal de contas, o empregador que concede um benefício ao empregado com o fornecimento de condução (perua, ônibus..), deixa de descontar o percentual permitido por lei caso fosse pago vale transporte e, acaba sendo “penalizado” com o pagamento de uma hora extra não efetivamente trabalhada.

É a aplicação rigorosa do art. 58, parágrafo 2º da CLT que ressalva a título de horas extras aquelas despendidas pelo empregado na locomoção de sua residência ao local de trabalho por meio de transporte fornecido pelo empregador, até o local da efetiva prestação de serviços, desde que se trate de local de difícil acesso ou não servido de transporte público.

Em verdade, a locomoção fornecida pela empresa pode ser “parcial”, não tendo como ponto de partida a residência do empregado para a caracterização da chamada hora in itinere, podendo ser considerado a tal título, inclusive, a condução fornecida em empresa de grande porte para deslocamento interno do funcionário na análise caso a caso.

E são dois os maiores problema na aplicabilidade do dispositivo em questão.

Em primeiro lugar existe certo caráter subjetivo em relação à caracterização de “local de difícil acesso” ou “não servido por transporte público” disposto em lei, não havendo dúvidas quanto à possibilidade de existência de transporte público à proximidade de determinadas localidades que não tiram a condição de “local de difícil acesso”, de forma que o fornecimento de transporte pelo empregador caracterizaria o direito da chamada hora in itinere por parte do empregado.

De outro lado, não há (e nem poderia) haver uma descrição específica quanto a uma distância mínima ou máxima entre a condução pública e o local da prestação de serviços para se caracterizar o malfadado “local de difícil acesso”.

Da mesma forma, um transporte público existente apenas em horário completamente incompatível com o horário de trabalho não deveria deixar de se caracterizar a hora in itinere por parte do empregado passível de respectivo pagamento, caso o empregador forneça a condução para o local de trabalho. As soluções no caso concreto seriam, em princípio, o fornecimento de condução a partir de um ponto único de encontro com o pagamento das horas despendidas no deslocamento deste ponto, até o local da prestação de serviços. Ou a realização de acordo em Convenção Coletiva da categoria tratando da supressão de eventuais horas in itinere, o que sempre demanda longa negociação e aplicabilidade estritamente ao período de validade da Convenção Coletiva em questão.

Ressaltando o fato de que as horas in itinere devem ser pagas como extraordinárias caso representem o trabalho superior à 44ª hora semanal, ou seja, devem ser remuneradas com adicional de 50% sobre o valor da hora normal trabalhada.

Num cenário com grande porcentagem de contratação por grandes consórcios, entes públicos ou de economia mista há uma sugestão baseada no seguinte cálculo: uma obra com 100 empregados com salário médio de R$ 1.000,00 que demore duas horas em deslocamento de ida e volta até o local da prestação de serviços, gera um custo médio mensal de aproximadamente 34 mil reais ou ainda 410 mil reais anuais. Sem adentrarmos na precariedade do transporte público em geral, seria o caso de apurar se o gasto supra mencionado é muito inferior a um investimento, ou uma criação de uma linha de transporte ainda que intermunicipal que beneficiasse não só os trabalhadores de uma determinada obra, mas sim beneficiasse a toda uma região em uma reunião de interesses dos empregados, empregadores, entes públicos e ainda moradores de toda uma região.

Ricardo Almeida é advogado especializado em Direito do Trabalho e Civil e gerente da área trabalhista do Valentim Advogados.

Placas cimentícias: um novo jeito de construir

Thaís Helena Martinetti

As placas cimentícias, chapas lisas fabricadas em fibrocimento, surgiram no mercado nacional na década de 70. Sua comercialização se intensificou após a década de 90, com o desenvolvimento do mercado de construção seca e industrializada. Apesar de o brasileiro ainda não estar acostumado a esse tipo de construção, essa, sem dúvida, é uma forte tendência para o futuro.

O uso dessas placas está associado ao sistema steel framing, que é uma estrutura composta por perfis formados a frio de aço galvanizado, que constituem painéis estruturais – verdadeiros esqueletos para edificação. Tendo essa moldagem, as placas cimentícias são utilizadas como fechamento dessas estruturas, formando as paredes da edificação.

Elas são constituídas da mistura de cimento Portland, agregados naturais, com reforço de fibras sintéticas. Essa combinação de ingredientes a faz ser adequada tanto para áreas secas quanto molhadas. O produto é bastante utilizado para revestimentos externos, como fachadas, e também em áreas internas, como cozinhas e banheiros.

Sua fixação à estrutura se dá por meio de parafusos. Para melhorar o isolamento térmico e acústico das paredes, sugere-se fazer um isolamento com material adequado, como por exemplo, lã de vidro, EPS, lã de rocha, etc. Nestes casos é necessário formar uma espécie de sanduíche, colocando placa cimentícia + isolamento + placa cimentícia.

As vantagens da utilização das placas é que elas são resistentes a impactos, à umidade, são incombustíveis (não pegam fogo) e de alta durabilidade. Elas também são compatíveis com diversos acabamentos ou revestimentos, como pintura acrílica, texturas, cerâmicas ou pastilhas, garantindo rapidez na execução e adequação a qualquer tipo de projeto. Atualmente, as placas cimentícias são comercializadas em diferentes tamanhos. A largura é fixa (1,20m) e o comprimento pode variar de 2,00 a 3,00 metros. A espessuras usuais são de 4,0 a 6,0mm para forros, 8,0mm para paredes internas e de 10,0 a 12,0mm para paredes externas ou fachadas.

Podem-se utilizar placas cimentícias em qualquer tipo de construção, seja em residências, fachadas de edifícios, proteção de heliportos, edificações hospitalares, fechamentos de galpões industriais, paredes de escolas, mezaninos, platibandas, entre outras.

Atenta a essa demanda, a Infibra, empresa que atua há 40 anos no segmento de fibrocimento e polietileno, lançou recentemente uma linha de placas cimentícias. O produto, que está disponível em espessuras de 6, 8 e 10 mm, é resistente a fogo, impactos e até cupins. É importante ressaltar que as placas devem atender aos requisitos da NBR 15575-4, que regulamenta edifícios habitacionais de até cinco pavimentos. Esta norma estabelece os parâmetros mínimos de desempenho das paredes externas e internas de edificações.

Apesar da aplicação recente dessa tecnologia, a expectativa é um aumento rápido desse tipo de construção em virtude da demanda habitacional do país e da velocidade de construção que esse produto confere. É um sistema limpo, uma vez que reduz os desperdícios de materiais e otimiza o uso a mão de obra. Esses atributos podem tornar a obra até 40% mais barata. É uma opção para construir com qualidade, baixa geração de entulho e principalmente, com preocupação ambiental.

Thaís Helena Martinetti é mestre e engenheira civil formada pela Universidade Federal de São Carlos. Atualmente é engenheira de desenvolvimento de produtos da Infibra.

Normas comentadas

Confira quais as normas comentadas disponíveis. Elas oferecem mais facilidade para o entendimento e são muito mais fáceis de usar: http://www.target.com.br/portal_new/produtossolucoes/NBR/Comentadas.aspx

NBR 14039Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV. Possui 140 páginas de comentários

NBR 5410Instalações elétricas de baixa tensão – Comentada – para windows, versão 2004

NBR ISO 9001 – COMENTADASistemas de gestão da qualidade – Requisitos

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Glossário Técnico Gratuito

Disponível em três línguas, a ferramenta permite procurar termos técnicos traduzidos do português para o inglês e para o espanhol. Acesse no link

http://www.target.com.br/portal_new/ProdutosSolucoes/GlossarioTecnico.aspx?ingles=1&indice=A

Educação financeira e as greves

Mauro Calil

Imagine a seguinte situação orçamentária: receita familiar total líquida de R$ 5.000,00; despesas com parcelas de tudo que é pago via financiamento de R$ 1.750,00 (35%); demais despesas da família de R$ 3.000,00. Nesta situação, a família teria como superávit mensal R$ 250,00. Digamos ainda que todos os financiamentos feitos por tal família tenham sido contraídos com parcelas fixas, ou seja, não importa o que aconteça, as parcelas caberão no bolso até que terminem. Esta é, obviamente, uma ótima medida para se precaver de reajustes fora do controle orçamentário doméstico.

No entanto, as demais despesas da família, como transporte, médico, cabeleireiro, escola, alimentação etc. e mesmo os preços regulados pelo governo, como as contas de água, luz, telefone, sofrerão a ação da inflação, algo que já está acontecendo. No momento em que a inflação alcançar 10%, o impacto na parcela do orçamento familiar que não está fixado em parcelas elevará os gastos de R$ 3.000,00 para R$ 3.300,00. Neste cenário, todos os meses, faltarão R$ 50,00 no orçamento desta família.

Com o passar do tempo, as regalias conseguidas com o aumento da renda deixarão de existir. Passando mais um período, o essencial estará sob risco, pois a inflação deixou tudo mais caro e a simples conta de luz, que não é mais algo preocupante, passará a se tornar mais um motivo de aflição ao chegar pela caixa do correio. Este é o principal motivo pelo qual muitos trabalhadores estão de braços cruzados forçando negociações salariais. De metalúrgicos a bombeiros. Quando ouço que um soldado do corpo de bombeiros fluminense ganha R$ 950,00, fica claro que as premissas mudaram.

As prioridades do trabalhador de alimentar a família e dar estudo aos filhos são as mesmas de sempre e assim continuarão. Nada mais legítimo, justo e perfeito. No entanto, as premissas se adéquam ao tempo. Um bombeiro fluminense, que tem preparo físico, intelectual e psicológico para salvar vidas, passa a ter menos condições de servir aos filhos e volta a enfrentar as agruras orçamentárias que a inflação fez chegar a seu lar. O resultado disto é a paralisação.

Tudo poderia ter sido evitado com a inserção da educação financeira como prioridade. As empresas treinam, motivam, pagam os colaboradores, mas não os preparam para lidar com o dinheiro que recebem. Isto resulta na satisfação momentânea do funcionário por ter galgado um novo patamar de consumo, mas que não se sustenta, pois muito rapidamente culminará em nova insatisfação a ser resolvida com mais dinheiro, para que o ciclo vicioso se renove.

Aprender o que fazer com o dinheiro é tão importante quanto ganhar dinheiro. Nada é mais motivador, tranquilizador e pacificador que ter a certeza do enriquecimento e da formação de patrimônio com aquilo que se tem. A certeza que nada faltará ao trabalhador e a sua família pela renda de seu trabalho se dá pelas premissas da boa educação financeira, sendo esta uma prioridade em nossa sociedade. Por enquanto, continuamos com o consumo exacerbado, inflação e greves.

Mauro Calil é palestrante, educador financeiro e autor do livro “A Receita do Bolo” – www.calilecalil.com.br