Existem casos extremos mostrando que o excesso de pressão cria um ambiente perigoso dentro das empresas. É denominada gestão destrutiva, em que a palavra de ordem é pressão. E isso é muito comum no dia a dia das empresas, afinal, todas trabalham para bater metas, alcançar objetivos, ultrapassar e superar os concorrentes. Será que existe um limite para a que a pressão traga os resultados esperados se tornando positiva?
Sem dúvida, há funcionários que respondem melhor a esse sistema, no entanto quando a pressão ultrapassa os limites ameaça a integridade das pessoas, acarretando estresse e problemas de saúde. Algumas pessoas passam pelo mesmo processo de pressão e adversidade no ambiente de trabalho, mas não entram no estado de desgaste físico e psíquico, suportando a pressão mantendo-se equilibradas, isto é, sem quebras emocionais. Essas pessoas são chamadas de resilientes, pois possuem atitudes diferenciadas em relação às adversidades no trabalho.
A palavra resiliência vem do latim resilio, que significa voltar ao normal, e o termo começou a ser utilizado pela física em estudos sobre a elasticidade dos materiais. O profissional resiliente não se deixa envolver por sentimentos de medo e de tristeza, sentimentos estes que paralisam a pessoa, impossibilitando capacidade de agir. Ele verifica os vários caminhos para solucionar o problema, utilizando a sua flexibilidade e criatividade para sair do momento adverso. Este profissional é capaz de ser muito organizado e dinamizador de acções objectivas e estruturadas, respeitando uma linha de coerência e de conduta, mesmo no meio hostil e sendo alvo de assédio moral.
Dessa forma, esse profissional resiliente está centrado em objetivos bem delineados fazendo o que tiver que ser feito para minimizar ou até mesmo sair da adversidade. Os trabalhadores resilientes costumam ser muito criativos, inteligentes e com capacidades para motivar e atrair pessoas. Geralmente são pessoas vencedoras. Eles devem ser valorizados, pois são na maioria das vezes lideres naturais e com fortes capacidades de perseverança e liderança.
Para Priscila Mendes, consultora da Leme Consultoria (www.lemeconsultoria.com.br), quem já não se deparou com a pressão do ambiente corporativo? “Prazos, metas, concorrência, redução de custos e aumento de produtividade são apenas alguns dos motivos que levam as empresas a caminharem em ritmo acelerado. Assim, tem se tornado cada vez mais comum à busca por profissionais que saibam lidar com a pressão organizacional. Mas como os colaboradores têm respondido a essa pluralidade corporativa?”
Ele responde dizendo que as empresas têm optado por profissionais que se mostram produtivos, ou seja, capazes de gerenciar e executar uma gama de informações, tomando as ações necessárias em tempo real, contudo, sem comprometer a qualidade de entrega, além é claro, com equilíbrio emocional. Logo, estamos falando de profissionais que saibam lidar com a pressão organizacional. “Em uma equipe, reunimos pessoas com divergências de culturas, ideias e pontos de vista. Isso é saudável, porém é importante lembrar que cada uma poderá apresentar uma reação distinta ao estímulo da pressão e o líder terá um papel importante na busca por um ambiente ponderado, afinal as pessoas não devem fracassar diante da pressão, nem só apresentar resultados diante dela. Companhias têm refletido sobre essa questão e buscado mudanças visando à qualidade de vida dos colaboradores. O investimento também é aplicado no desenvolvimento da liderança visando desenvolver, motivar e reter seus colaboradores, além de praticar técnicas que diminuam o estresse no ambiente de trabalho”.
Acrescenta que algumas ações podem ajudar a aliviar a pressão do cotidiano, como a organização do espaço e das atividades de trabalho e a administração do tempo, fatores fundamentais para um rendimento superior e equilíbrio. “Além disso, relacionar as atividades prioritárias e secundárias, definir o tempo que destinará para a realização de cada uma delas, evitar ser interrompido, concentrar-se na tarefa a ser executada e aprender a dizer “não”, caso isso seja necessário, são algumas dicas que podem ajudar a conviver bem com a perseguição de metas e objetivos e a manter-se focado e preciso nos resultados, evitando cobranças e maior sensação de pressão”.
A NBR ISO 9001 trata desse assunto a partir do item 6.2 Recursos humanos:
6.2.1 Generalidades
As pessoas que executam atividades que afetam a conformidade com os requisitos do produto devem ser competentes, com base em educação, treinamento, habilidade e experiência apropriados.
NOTA A conformidade com os requisitos do produto pode ser afetada direta ou indiretamente pelas pessoas que desempenham qualquer tarefa dentro do sistema de gestão da qualidade.
6.2.2 Competência, treinamento e conscientização
A organização deve
a) determinar a competência necessária para as pessoas que executam trabalhos que afetam a conformidade com os requisitos do produto,
b) onde aplicável, prover treinamento ou tomar outras ações para atingir a competência necessária,
c) avaliar a eficácia das ações executadas,
d) assegurar que o seu pessoal esta consciente quanto a pertinência e importância de suas atividades e de como elas contribuem para atingir os objetivos da qualidade, e
e) manter registros apropriados de educação, treinamento, habilidade e experiência (ver 4.2.4).
6.3 Infraestrutura
A organização deve determinar, prover e manter a infraestrutura necessaria para alcançar a conformidade com os requisitos do produto. A infraestrutura inclui, quando aplicável,
a) edifícios, espaço de trabalho e instalações associadas,
b) equipamentos de processo (tanto materiais e equipamentos quanto programas de computador), e
c) serviços de apoio (como sistemas de transporte, comunicação ou informação).
6.4 Ambiente de trabalho
A organização deve determinar e gerenciar o ambiente de trabalho necessário para alcançar a conformidade com os requisitos do produto.
NOTA O termo “ambiente de trabalho” se refere aquelas condições sob as quais o trabalho e executado, incluindo fatores físicos, ambientais e outros (tais como ruído, temperatura, umidade, iluminação e condições meteorológicas).
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Filed under: comportamento humano, gestão da qualidade, gestão de pessoas, ISO 9001, recursos humanos | Tagged: comportamento humano, gestão da qualidade, ISO 9001, recursos humanos | Leave a comment »